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[Grêmio Avalanche]: Uma carta ao capitão


Fonte: Grêmio Avalanche

[Grêmio Avalanche]: Uma carta ao capitão
Foto: Lucas Uebel/Grêmio
Caro Maicon Thiago Pereira de Souza Nascimento, ou simplesmente Maicon, capitão do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. É com muito respeito que me dirijo a vossa pessoa, mesmo sabendo que as probabilidades de tu leia este texto sejam minúsculas, pra não dizer nulas.

Primeiramente quero que saibas que comemorei tua contratação por empréstimo e aprovei a aquisição do teu passe em definitivo, mesmo que ela tenha ocorrido envolvendo um valor alto, o que eu e muitos outros gremistas entendemos como um gasto necessário. Eu e esses outros gremistas te respeitamos como profissional, mas não sei se tu sabes o quão importante é, para nós, essa faixa de capitão que tu ostentas enquanto estás em campo.

Esta curta tira presente em teu uniforme, seja ela branca, amarela ou a cor que for, carrega consigo uma história recheada de glórias, por muitos daqueles que a usaram entre meio o azul, o preto e o branco.

Essa braçadeira já foi usada por Hugo de León, Adilson Batista, Tcheco, Fábio Rochemback, entre outros. Entre esses quatro, um deles nos deu o mundo; dois deles são conhecidos como "capitão américa", pois nos deram o continente; outros dois foram líderes nessa era de vacas magras, e embora não tenham marcado sua passagem com títulos importantes, são lembrados pela torcida com respeito e gratidão. Sabes o motivo disso? Os quatro, cada um do seu jeito, exerceram a liderança em campo como qualquer gremista espera: honrando a história do clube, torcida, camisa e braçadeira; liderando seus colegas em qualquer partida, contra qualquer adversário; ignorando as dificuldades e pensando, acima de tudo, no Grêmio.

Muitos podem discordar quando cito Tcheco e Rochemback, mas eu não via os dois dizendo que jogar na quarta e no domingo era desumano. Além do que, são exemplos recentes de que não importa se o grupo é composto por atletas de renome ou por desacreditados, quando existe mobilização é possível ser notado, e mesmo que o resultado não venha, é possível ser respeitado. Se tu não conhece a história deles, já estas devendo, pois devem servir de exemplo para ti. Pra facilitar, pesquise os anos de 1983, 1995-96, 2007-08 e 2010. Feito isso, podemos prosseguir.

Maicon, não questionamos a qualidade técnica nem as questões táticas do Grêmio ultimamente, acima de tudo pela confiança que depositamos em Roger Machado. Porém, o que vem nos incomodando é que não há, dentro de campo, aquilo que sobra nas arquibancadas da Arena e na residência de qualquer gremista: indignação, revolta e até vergonha por ficar sempre no quase, ano após ano.

Não estou dizendo que a culpa é somente tua, mas como és o capitão, a responsabilidade talvez seja. Tu é o cara dentro de campo que tem a missão de liderar os demais, de não deixar o adversário tomar conta da partida, de não deixar o adversário tomar conta da arbitragem, de não deixar o companheiro desistir, nunca. Acima de tudo, como qualquer bom líder, deves liderar pelo exemplo, ou seja, tu não deves desistir, nunca. Pois nós não desistimos.

Pode ser complicado, mas após algum tempo de indignação nós sempre estamos de volta. Quarta-feira foi difícil digerir o que aconteceu na Arena, mas aos poucos, conforme o tempo que cada um leva, vamos voltando, e pode ter certeza que para a próxima quinta estaremos todos na torcida novamente.

Esperamos que vocês também tenham tido dificuldade para digerir e aceitar aquilo que fizeram quarta-feira na Arena. Se isso não aconteceu contigo, lamento, mas não serve para ocupar o posto de capitão. Supondo que aconteceu, confiamos que quinta-feira vocês possam colocar pra fora toda essa indignação e mostrar que são capazes sim de continuarem vivos na Libertadores, mesmo que até nós torcedores duvidemos disso. Que vocês voltem da Argentina com raiva de nós por provarem que a desconfiança não fazia sentido, e não nós com raiva de vocês com a sensação de que estávamos certos.

Porém, que essa indignação seja posta pra fora como motivação, e não nervosismo. Não queremos que vocês se desloquem até o país vizinho para bater nos jogadores do Rosário ou infringir qualquer regra do esporte, afinal o esporte em questão é o futebol, e não o MMA. Nós queremos que vocês entrem em campo no Gigante de Arroyito sem se importar com quem esteja do outro lado, sem se importar com o barulho que será feito do lado de fora. Entrem em campo pensando em cada um de vocês e em cada um de nós, e esqueçam tudo o que não estiver inserido nisso.

Sabe aquele discurso de respeito ao adversário? Balela. Desrespeitem eles, invadam a casa deles e façam com que fiquem calados. Tomem conta da partida assim como eles fizeram na semana passada. Calem a torcida deles, façam com que vaiem como a nossa vaiou. Que eles tenham razão para reclamar, como a nossa teve. Afinal o único respeito em questão é pelo Grêmio, e por tudo que ele envolve.

Com certeza é de teu conhecimento que nós, gaúchos, somos bairristas. E de fato somos, pois acreditamos ser superiores em tudo. Temos nossos próprios costumes, nossa própria música. Música essa que acompanhei, pelo famoso e polêmico Snapchat do Douglas, que ele escuta em seu carro (sim, já vi o Douglas ouvindo Grupo Rodeio, várias vezes). Pois bem, coloquem alguma delas pra tocar no vestiário lá na Argentina, deixem o pagode para a viagem, de preferência na volta, com a certeza do dever cumprido. Se queres uma sugestão, coloque para tocar a música que todos os gaúchos conhecem de cabo a rabo: o Hino Rio Grandense. Preste atenção na melodia e tome ela como tua. Tenha em mente que qualquer povo que não tem virtude acaba por ser escravo, e faça com que as tuas, as nossas façanhas, sirvam de modelo à toda terra.

Dito isso, espero estarmos entendidos sobre o que representa ser capitão do Grêmio. Saiba que só depende de ti e dos teus colegas ter uma nação toda apoiando. Dê motivos para que isso aconteça. Caso contrário, não sei até quando essa nação terá paciência.

Boa sorte. E o mais importante: NÃO TE MIXA!



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