Foto: André Ávila / Agência RBS
Miller Bolaños, o equatoriano protagonista da maior contratação em termos de investimento nessa temporada no Grêmio, teve sua vinda para Porto Alegre anunciada no distante início de fevereiro deste ano. A chegada do jogador foi uma verdadeira surpresa para torcida e também para a imprensa naquele momento. Entretanto, mesmo com a expectativa positiva sobre a chegada de um destaque pelos gols marcados em 2015, nem o gremista mais otimista poderia imaginar quão boa seria a estreia de Miller com a camisa Tricolor.
A noite do dia 2 de março de 2016 certamente ficará por muito tempo na memória do pai que levou o filho pela primeira vez na Arena naquela data, ou do gremista que saiu atrasado do trabalho correndo para chegar em casa a tempo de ver o início da partida contra a LDU ou daquela torcedora que tinha aula importante e acompanhou os primeiros lances do jogo através das mensagens recebidas pelo celular. Pode parecer desnecessário falar sobre um jogo que fazia parte de uma competição da qual fomos eliminados antes do que esperávamos. Mas o sentimento daquela noite chuvosa no início de março não pode ser ignorado.
Nossa estreia na Libertadores havia sido uma verdadeira tragédia. O misto de nervosismo e apoio ao Tricolor feito pela torcida para o início de uma recuperação na Arena surtiu um efeito acima do esperado. Enquanto os Stones faziam um show histórico na zona sul da capital, o elenco gremista fez uma linda apresentação ao seu modo na Arena. Dos quatro gols marcados na vitória sobre a Liga de Quito, um foi assinado pelo estreante da noite: Miller Bolaños.
Era quase inacreditável. A euforia pela retomada da briga pela classificação no torneio continental aliada à ótima partida executada pelo elenco Tricolor dividiram o bom sentimento da torcida com a dose de alegria por ver o estrangeiro balançar as redes na primeira partida com a camisa azul, preta e branca. E para completar a animação desse mesmo torcedor, quatro dias depois a equipe disputaria o Gre-nal 409 em seus domínios. Nós já sabemos de cor o mantra que diz que o clássico sempre pode ser uma surpresa, que nunca haverá um favorito absoluto e que o inesperado sempre pode dar as caras. Entretanto, o otimismo pelo lado azul era tanto que, por vários momentos, essas objeções foram deixadas de lado pelos pensamentos gremistas.
Tenho que admitir que tenho uma dificuldade enorme até mesmo de lembrar como foi o primeiro Gre-nal de 2016. Recordo que vi Miller levar perigo ao gol de Alisson já nos primeiros instantes da partida, mas após isso não houve nada de nada tão surpreendente por parte do time gremista como um todo. Ainda no intervalo, as primeiras notícias sobre a lesão sofrida pelo equatoriano começaram a ser veiculadas e circular pelas redes sociais. Confesso que a partir de então a expectativa sobre um bom resultado no Gre-nal foi sobreposta pela preocupação com a real gravidade da lesão originada no lance no qual o lateral colorado Willian acerta o atacante gremista com uma cotovelada na altura da mandíbula.
Todos nós sabemos muito bem qual foi a dimensão do dano sofrido por Bolaños naquele final de domingo. A grande maioria dos gremistas teve acesso às imagens das quatro partes fraturadas no seu rosto. Para aquele torcedor com uma sensibilidade um pouco mais apurada, além do prejuízo para o prosseguimento da adaptação dele ao time, pesou também a ideia da situação como um todo pela qual o atleta passou. Recém-chegado em uma nova cidade, sem ter ainda sua família por perto, você é machucado e passa por um procedimento extremamente delicado. Você sente dor e não consegue se alimentar normalmente. Seu estado físico, algo crucial para o exercício da sua profissão, sofre danos graves, como a perda maciça de massa muscular. O caso foi, sem sobra de dúvidas, muito sério.
Infelizmente, a volta de Bolaños às partidas oficiais coincidiu com aquelas que podem ser consideradas as piores semanas do Tricolor nessa temporada, quando fomos eliminados do Gauchão e da Libertadores em uma parcela curtíssima de tempo. Talvez essa ruim combinação por si só já desagrade, mesmo que involuntariamente, a percepção de alguns gremistas. No Campeonato Brasileiro, a participação do equatoriano foi pequena antes da sua viagem aos Estados Unidos para defender a sua seleção na Copa América do Centenário.
No seu retorno ao Grêmio, outra lesão e o bom entrosamento dos atacantes que ficaram jogando na sua ausência fizeram Miller ocupar o banco de reservas. Para alguns, o maior investimento do ano não ter titularidade absoluta na equipe soa como uma verdadeira falta de lógica. Na última sexta-feira, quando sua ausência no treino e a notícia de que não viajaria para Recife com a delegação que enfrentaria o Sport foi divulgada, as mais diversas hipóteses explodiram nos canais de comunicação. A mais forte delas, dava a entender que o jogador estaria insatisfeito com sua situação no time de Porto Alegre e suas pretensões não tinham mais o Grêmio como objeto principal.
Poderia parecer até piada, mas seria apenas mais uma peça traiçoeira como outras pregadas em grandes contratações do nosso clube nos últimos tempos. Independente do que levou Miller a não viajar para Pernambuco, ainda no domingo a notícia era de que estava tudo alinhado entre Grêmio e o jogador. Essa afirmação é um verdadeiro fôlego para quem tem pela frente a ausência de Luan pelo período em que a Seleção Brasileira estiver atuando nas Olimpíadas, período este que pode representar até seis rodadas do Brasileirão.
Pode-se afirmar que partida contra o São Paulo, no próximo domingo na Arena, é uma verdadeira reestreia de Miller Bolaños pela equipe gremista. Sou otimista a ponto de acreditar que talvez esse seja o marco necessário para que o equatoriano comece a desenhar seu importante papel no nosso time. É claro que meu lado mais racional insiste em me fazer pensar que talvez Miller não esteja em sua condição física plena para colaborar com o melhor de si. De qualquer forma, a expectativa sobre esse “novo” ataque do Grêmio que será observado a partir de agora é grande. Que Miller tenha um bom desempenho, para o seu bem como jogador no exercício da sua profissão, e também para o bem do time que luta por uma boa campanha nesse Brasileirão.
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A noite do dia 2 de março de 2016 certamente ficará por muito tempo na memória do pai que levou o filho pela primeira vez na Arena naquela data, ou do gremista que saiu atrasado do trabalho correndo para chegar em casa a tempo de ver o início da partida contra a LDU ou daquela torcedora que tinha aula importante e acompanhou os primeiros lances do jogo através das mensagens recebidas pelo celular. Pode parecer desnecessário falar sobre um jogo que fazia parte de uma competição da qual fomos eliminados antes do que esperávamos. Mas o sentimento daquela noite chuvosa no início de março não pode ser ignorado.
Nossa estreia na Libertadores havia sido uma verdadeira tragédia. O misto de nervosismo e apoio ao Tricolor feito pela torcida para o início de uma recuperação na Arena surtiu um efeito acima do esperado. Enquanto os Stones faziam um show histórico na zona sul da capital, o elenco gremista fez uma linda apresentação ao seu modo na Arena. Dos quatro gols marcados na vitória sobre a Liga de Quito, um foi assinado pelo estreante da noite: Miller Bolaños.
Era quase inacreditável. A euforia pela retomada da briga pela classificação no torneio continental aliada à ótima partida executada pelo elenco Tricolor dividiram o bom sentimento da torcida com a dose de alegria por ver o estrangeiro balançar as redes na primeira partida com a camisa azul, preta e branca. E para completar a animação desse mesmo torcedor, quatro dias depois a equipe disputaria o Gre-nal 409 em seus domínios. Nós já sabemos de cor o mantra que diz que o clássico sempre pode ser uma surpresa, que nunca haverá um favorito absoluto e que o inesperado sempre pode dar as caras. Entretanto, o otimismo pelo lado azul era tanto que, por vários momentos, essas objeções foram deixadas de lado pelos pensamentos gremistas.
Tenho que admitir que tenho uma dificuldade enorme até mesmo de lembrar como foi o primeiro Gre-nal de 2016. Recordo que vi Miller levar perigo ao gol de Alisson já nos primeiros instantes da partida, mas após isso não houve nada de nada tão surpreendente por parte do time gremista como um todo. Ainda no intervalo, as primeiras notícias sobre a lesão sofrida pelo equatoriano começaram a ser veiculadas e circular pelas redes sociais. Confesso que a partir de então a expectativa sobre um bom resultado no Gre-nal foi sobreposta pela preocupação com a real gravidade da lesão originada no lance no qual o lateral colorado Willian acerta o atacante gremista com uma cotovelada na altura da mandíbula.
Todos nós sabemos muito bem qual foi a dimensão do dano sofrido por Bolaños naquele final de domingo. A grande maioria dos gremistas teve acesso às imagens das quatro partes fraturadas no seu rosto. Para aquele torcedor com uma sensibilidade um pouco mais apurada, além do prejuízo para o prosseguimento da adaptação dele ao time, pesou também a ideia da situação como um todo pela qual o atleta passou. Recém-chegado em uma nova cidade, sem ter ainda sua família por perto, você é machucado e passa por um procedimento extremamente delicado. Você sente dor e não consegue se alimentar normalmente. Seu estado físico, algo crucial para o exercício da sua profissão, sofre danos graves, como a perda maciça de massa muscular. O caso foi, sem sobra de dúvidas, muito sério.
Infelizmente, a volta de Bolaños às partidas oficiais coincidiu com aquelas que podem ser consideradas as piores semanas do Tricolor nessa temporada, quando fomos eliminados do Gauchão e da Libertadores em uma parcela curtíssima de tempo. Talvez essa ruim combinação por si só já desagrade, mesmo que involuntariamente, a percepção de alguns gremistas. No Campeonato Brasileiro, a participação do equatoriano foi pequena antes da sua viagem aos Estados Unidos para defender a sua seleção na Copa América do Centenário.
No seu retorno ao Grêmio, outra lesão e o bom entrosamento dos atacantes que ficaram jogando na sua ausência fizeram Miller ocupar o banco de reservas. Para alguns, o maior investimento do ano não ter titularidade absoluta na equipe soa como uma verdadeira falta de lógica. Na última sexta-feira, quando sua ausência no treino e a notícia de que não viajaria para Recife com a delegação que enfrentaria o Sport foi divulgada, as mais diversas hipóteses explodiram nos canais de comunicação. A mais forte delas, dava a entender que o jogador estaria insatisfeito com sua situação no time de Porto Alegre e suas pretensões não tinham mais o Grêmio como objeto principal.
Poderia parecer até piada, mas seria apenas mais uma peça traiçoeira como outras pregadas em grandes contratações do nosso clube nos últimos tempos. Independente do que levou Miller a não viajar para Pernambuco, ainda no domingo a notícia era de que estava tudo alinhado entre Grêmio e o jogador. Essa afirmação é um verdadeiro fôlego para quem tem pela frente a ausência de Luan pelo período em que a Seleção Brasileira estiver atuando nas Olimpíadas, período este que pode representar até seis rodadas do Brasileirão.
Pode-se afirmar que partida contra o São Paulo, no próximo domingo na Arena, é uma verdadeira reestreia de Miller Bolaños pela equipe gremista. Sou otimista a ponto de acreditar que talvez esse seja o marco necessário para que o equatoriano comece a desenhar seu importante papel no nosso time. É claro que meu lado mais racional insiste em me fazer pensar que talvez Miller não esteja em sua condição física plena para colaborar com o melhor de si. De qualquer forma, a expectativa sobre esse “novo” ataque do Grêmio que será observado a partir de agora é grande. Que Miller tenha um bom desempenho, para o seu bem como jogador no exercício da sua profissão, e também para o bem do time que luta por uma boa campanha nesse Brasileirão.
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