Grêmio vê dívida com torcida e trata G-4 como 'mínimo' para compensar

Jogadores do Grêmio falam em Libertadores como obrigação (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)


A noite de quarta-feira foi de muita dor para os gremistas. Jogadores ou torcedores, todos estavam com um sentimento de que a desclassificação foi um castigo muito duro para um elenco que nutria expectativa de ir mais longe em 2015. Terceiro colocado do Brasileirão, o Grêmio trabalha agora com um objetivo “mínimo” para a competição: a classificação para a Libertadores da América, uma obrigação do grupo de atletas com a torcida.

Apesar do discurso de Roger ser de manter o foco e a competitividade nas duas competições, era sabido que a Copa do Brasil ainda era uma chance latente de título, enquanto o Brasileiro tem o Corinthians como líder com vantagem difícil de ser tirada. Tanto que, nas últimas rodadas, Giuliano e Douglas, por exemplo, acabaram poupados para os jogos eliminatórios com o Fluminense.

Com a eliminação, o foco passa a ser garantir-se de maneira direta na competição continental na próxima temporada. Uma espécie de prêmio de consolação dos jogadores para torcida que ganha peso para o grupo. O Grêmio é terceiro colocado do Brasileiro, com 51 pontos, dois atrás do vice-líder Atlético-MG.

- A gente tem esse sentimento. Seria frustrante deixar escapar essa vaga. Faltam 10 jogos, precisamos somar alguns pontos. É pedir desculpas ao torcedor, que compareceu, mas temos que pensar no Cruzeiro e no Brasileirão, que é o que sobrou para a gente - destacou o goleiro Marcelo Grohe.

- É nossa ideia, nosso objetivo (Libertadores). Estamos vivos no Brasileiro, mesmo pensando em título. No mínimo uma Libertadores temos que dar para o nosso torcedor, porque eles merecem - completou Giuliano, emocionado.

O discurso institucional veio do presidente Romildo Bolzan Júnior após a eliminação. Em um tom ponderado e sem colocar a queda na Copa do Brasil como algo que coloque em risco tudo o que foi feito em termos de gestão do clube no ano. Além disso, admitiu que o rendimento até o momento é mais do que o projetado para 2015, temporada de arrocho financeiro e cinto apertado para pagar dívidas.


Romildo Bolzan atenuou queda gremista
(Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)


- Queríamos chegar, não tenha dúvida. Do ponto de vista da autoestima faz muito tempo do último título. Fica para o ano que vem. Temos todas condições de disputar a Libertadores. O Grêmio sai entristecido, mas orgulhoso porque é um time que está podendo fazer mais do que o projetado ao ano. Estamos no caminho certo, fazendo o que temos que fazer nas nossas limitações financeiras. Muito além do que elas nos impõe. Temos que reverenciar ao grupo. As 10 rodadas serão desafiadoras.

Estaremos encaminhando o objetivo do ano com pontuação - opinou o mandatário.
Na zona mista da Arena, poucos jogadores do Grêmio se manifestaram. O único titular a passar depois da conversa com o técnico Roger e demais colegas no vestiário foi o goleiro Marcelo Grohe. Antes, alguns jogadores que não atuaram, como Bruno Grassi, William Schuster e o capitão Maicon, lesionado, também estiveram no local. Giuliano, Marcelo Oliveira, Rafael Thyere, Erazo, Edinho, Bobô e Galhardo se manifestaram na saída do campo ao vestiário.

- Sentimento é de muita tristeza, todo mundo está muito chateado, muito triste. Temos objetivo muito bem traçado, que é no mínimo a vaga para a Libertadores, de poder dar essa oportunidade para nós e para o clube. Não pode... ter sentimento de frustração, de tristeza, é hoje. Precisamos somar alguns pontos para garantir no mínimo nossa vaga e vamos atrás dela - completou Grohe.

O Tricolor se reapresenta na tarde desta quinta-feira, no CT Luiz Carvalho. Para o jogo com o Cruzeiro, no domingo, às 16h, no Mineirão, Roger deve ter os retornos do zagueiro Pedro Geromel e o volante Maicon para a equipe titular, após se recuperarem de lesão muscular.

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