Cebolla poderá ter menos de 10 jogos, mas já cativa Grêmio por engajamento

Embora punição possa diminuir partidas de Cristian Rodríguez em duelos nacionais, clube valoriza impacto de sua presença no grupo e importância para vencer Gauchão


Fonte: Globoesporte.com

Cebolla poderá ter menos de 10 jogos, mas já cativa Grêmio por engajamento
Cristian, Matias e Braian Rodríguez tomam mate na concentração do Grêmio (Foto: Reprodução/Twitter)

Que seja infinito enquanto dure. A poética e imortal frase caiu como uma luva na relação entre Grêmio e Cristian Rodríguez. O arriscado contrato de quatro meses fica cada vez mais curto com o passar do tempo, uma lesão muscular e ainda a negativa da Justiça italiana de aliviar a pena de quatro jogos do uruguaio. Percalços que podem levar o meia a atuar menos de dez jogos no total de seu vínculo, mas que não são suficientes para frustrar a direção, encantada pelo engajamento do atleta, apresentado em 11 de março e com apenas um jogo na conta. Cebolla mal chegou e já está em casa.

Primeiro, a parte ruim. De acordo com levantamento do GloboEsporte.com, Cristian Rodríguez pode deixar o Grêmio em julho atuando em apenas nove partidas. A primeira se deu na vitória sobre o Cruzeiro-RS na Arena, na qual Cebolla jogou por 60 minutos e acabou se lesionando. Agora, caso esteja recuperado na próxima semana, poderá enfrentar o São José em 5 de abril, no encerramento da fase de grupos do Gauchão.

A despeito da lesão, já não poderia atuar contra o Campinense, na quarta, devido à suspensão adquirida por expulsão na Itália - terá que cumpri-la em partidas nacionais. Assim, também não jogaria na partida da volta e em mais dois compromissos do Brasileirão até o fim de maio, quando precisará se apresentar no Uruguai para a disputa da Copa América. Sobrariam, portanto, mais dois jogos do Nacional e cinco do Gauchão, caso chegue à decisão.

A projeção não leva em conta uma possível terceira fase de Copa do Brasil, uma vez que há muitas possibilidades de datas a serem definidas no site da CBF. Caso se inclua a hipótese na conta, é certo que ao menos um jogo da terceira fase será disputado antes de junho, o que daria a Rodríguez a chance de abater uma partida do gancho nesse confronto e ganhar "bônus" para entrar em campo pelo Brasileiro. Isso se o Grêmio não eliminar o Campinense no embate de ida, o que, para a suspensão do uruguaio, poderia não ser tão positivo.

Grêmio "curte" presença de Cebolla

O Grêmio evita fazer esses exercícios de futurologia e trata de "curtir" a presença de Cristian Rodríguez no grupo. Titular do Uruguai na última Copa, o jogador já foi capaz de algumas façanhas. Aumentou a venda de cebolas fritas na hamburgueria do clube, em referência a seu apelido, triplicou a procura por camisetas de número 7 nas lojas do Grêmio e deu ainda mais projeção à marca do Tricolor - nesta sexta, por exemplo, o fanatismo azul pelo uruguaio virou notícia no Marca, da Espanha, uma vez que ele pertence ao Atlético de Madrid.

O engajamento também é de dentro para fora. Cristian Rodríguez está cada vez mais em casa. Trouxe a família e não hesita em circular em locais populosos para conhecer Porto Alegre. Vai a shoppings e frequenta restaurantes inclusive seguido por companheiros de grupo. A companhia principal, claro, é seu conterrâneo Braian Rodríguez. Ambos costumam postar esses encontros e momentos de bastidores das concentrações em suas redes sociais.

No churrasco promovido por Felipão, na última semana, em comemoração ao primeiro gol de Giuliano na temporada, diante do Ypiranga, Cebolla estava à vontade, de chinelo, bermuda e sua tradicional cuia de mate a tiracolo. Como um autêntico charrua conhecedor do "assado", acompanhou de perto a carne no fogo pilotado pelo segurança Fernandão.

E não para por aí. Nesta sexta, após completar mais um turno de trabalhos de recuperação da lesão muscular, pediu licença e foi até o departamento de futebol. Tomou emprestado a sala da secretária para enviar e-mails, alguns deles para a Itália, onde tem um amigo que o ajudaria na tentativa de reverter a pena por expulsão no Parma. Aproveitou a meia hora em que esteve no local para interagir com funcionários.



Tamanha identificação começa a animar os bastidores do clube. Embora o discurso oficial seja de cautela e protelação de qualquer definição, está cada vez mais nítido que, se depender da vontade de Rodríguez, a tendência é de extensão de contrato. Pesa para tal também o pouco interesse do Atlético de Madrid em reintegrar o jogador, que está vinculado ao clube espanhol até a metade de 2016.

- Nós temos que curtir o momento. É um grande profissional, se adaptou muito bem ao Grêmio. É cheio de brincadeiras e de interação com o grupo. Vai ao vestiário antes dos jogos em que não atua. Eu tenho experiência com estrangeiros no Grêmio, com De León, Rivarola, Arce... me deu uma surpresa muito boa. O Cristian é um marco e, na hora certa, ele entrará no time - ressalta o diretor de futebol Cesar Pacheco, ao GloboEsporte.com.

Outro ponto que faz o Grêmio não se desesperar tanto com a punição de Cebolla é o fato de ele estar livre para atuar no Gauchão. O campeonato estadual é encarado como a Copa do Mundo do semestre e esperança da retomada da confiança de um clube que não levanta taças desde 2010, também por meio de um triunfo em nível regional. Cristian Rodríguez é visto como a referência capaz de liderar o time na reta final de mata-matas, sobretudo em jogos grandes, como um possível Gre-Nal numa decisão.

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