Grêmio sinaliza recuperação, 'encorpa' elenco, mas montagem do time vai exigir muito de Felipão

Felipão vai montando o Grêmio com as novas contratações e o time está invicto desde a derrota para o Veranópolis.


Luiz Felipe Scolari perdeu Pará, Bressan, Zé Roberto, Riveros, Barcos e Marcelo Moreno e tentou compensar usando os garotos da boa base do Grêmio e reforços pontuais. Não funcionou e o técnico chegou a abandonar o time na derrota para o Veranópolis.

Depois do revés que envergonhou o ex-técnico da seleção brasileira, são seis jogos de invencibilidade no Gaúcho - quatro vitórias e dois empates, incluindo o sem gols com o time misto do Internacional. Sete gols marcados, apenas um sofrido. Nada excepcional, mas o fundo do poço, com a possibilidade de ficar de fora das fases finais, está bem mais distante.

No triunfo sobre o então líder Cruzeiro por 1 a 0 na Arena do Grêmio, Felipão escalou as recentes contratações: Maicon, emprestado pelo São Paulo, e os uruguaios Cristian "Cebolla" Rodríguez e Braian Rodríguez. Manteve o 4-2-3-1, mas perdeu pelo desentrosamento natural e, principalmente, porque o quarteto ofensivo ficou mais lento. Cristian e Giuliano tentaram alternar pelos lados, Douglas buscou o jogo para organizar com Maicon.

O primeiro tempo, porém, foi fraco. Nove finalizações, apenas uma na direção da meta do bom goleiro Bruno Grassi. Quinze cruzamentos, só um correto. Profundidade só pela direita, com Matías Rodríguez. O 4-3-1-2 cruzeirense armado por Luiz Antônio Zaluar dificultou o trabalho, já que até o "enganche" Wagner e os atacantes Matheus e Wesley voltavam na recomposição.


Grêmio com os novos reforços foi lento no 1º tempo e só teve profundidade pela direita, dificultado pelo 4-3-1-2 do Cruzeiro com atacantes voltando.

Felipão pediu reforços à diretoria, mesmo dentro da nova realidade financeira do clube, para rechear o elenco e não transferir aos jovens a responsabilidade de titulares. Saindo do banco de reservas, Ramiro, Luan e Everton deram o que faltava ao Grêmio: rapidez.

Douglas é fundamental na bola parada, já foi responsável por dois gols e duas assistências e é quem mais finaliza na equipe junto com Fellipe Bastos. Mas é lento, o jogo pára e ele pensa.

O deslocamento de Marcelo Oliveira para a lateral-esquerda tornou a saída de bola mais dinâmica com Ramiro, substituto de Marcelo Hermes. Everton e Luan entraram nas vagas de "Cebolla" e Douglas e aceleraram a transição ofensiva pelos flancos, dando a Giuliano a liberdade para se deslocar e criar pela esquerda a jogada do gol único da partida, de Braian Rodríguez. Por enquanto, o principal reforço por aumentar a presença de área sem que o Grêmio sinta falta do dinamismo de Yuri Mamute. O novo camisa nove também sofreu o pênalti que Luan desperdiçou batendo no travessão.


Com Ramiro, Everton e Luan, time mais rápido e envolvente que desperdiçou pênalti, mas foi às redes com Braian Rodríguez.

O time de Scolari levantou menos bolas na área e acertou mais conclusões: cinco de sete. Trocou mais passes e aproveitou a posse de 59% para que Marcelo Grohe praticamente não fosse ameaçado. Falta também um teste mais forte para a zaga com Erazo, que não deixou saudades no Flamengo.

Na coletiva pós-jogo, o técnico gremista exaltou a recuperação na tabela com a liderança antes dos jogos de domingo e o elenco mais "encorpado". Mas segue o desafio de armar equipe competitiva para evitar o penta estadual do rival Internacional, voltar a conquistar um título que não vem desde 2010 e ser forte no segundo semestre. Não é pouco e vai exigir muito de Felipão.



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