Francisco Neto pensa em processo contra Felipão: "Não vai passar em branco"

Árbitro de Ypiranga x Grêmio lamentou repercussão do jogo e criticou declarações do treinador


Fonte: Diário Gaúcho

Francisco Neto pensa em processo contra Felipão: Não vai passar em branco
Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS

O árbitro Francisco Neto ainda não havia dormido às 18h desta quinta-feira, quando atendeu o telefonema de Zero Hora. Chegou de Erechim pela madrugada, deu aula de Educação Física no Colégio Farroupilha, onde leciona há 18 anos, e só então se preparava para voltar para casa.

A falta de sono também era consequência da intensa repercussão do episódio da véspera, em que havia sido chamado de colorado por Felipão, logo após expulsá-lo da casamata. Francisco Neto não descarta processar o técnico do Grêmio. Acha que foi desrespeitado como ser humano.

– Tenho dois filhos e esposa. Só quero chegar em casa e olhar nos olhos deles. Pergunte por mim a qualquer árbitro da Federação. Todos têm respeito por mim. Sou uma pessoa séria – defende-se.

Como se iniciou o problema com Felipão?
Eu havia dado a ele uma advertência verbal um pouco antes da expulsão. Disse que ele deveria orientar seus jogadores e deixar a arbitragem conosco. Pedi calma, virei as costas e voltei para o jogo. A partir daí, ele passou a dizer a meu assistente (José Javel Silveira) que esse cara é colorado doente. Voltei e ele me falou isso mais duas vezes. É bem aquilo que colocamos na súmula.

Chamar alguém de colorado ou gremista é ofensa?
Não chega a ser uma ofensa, mas se falar aquilo dentro de um jogo do Grêmio qualquer pessoa medianamente inteligente pensará que você está fazendo algo contra o time. Já quiserem patinar minha carreira uma vez. Agora, volta o Felipão com isso. Estou cansado. Tenho 43 anos. Quero sair de cabeça erguida.

Situações como essa o fazem pensar em abandonar a arbitragem?
Tenho o projeto de ir até o fim, com 45 anos. Gosto de planejar uma meta e ir até o fim. Não gosto de abandonar o barco.

Você pretende levar o caso adiante?
Não parei para pensar. No momento, não tenho nada certo. Mas é preciso respeito e solidariedade com as pessoas. Felipão é homem de Copa do Mundo, já trabalhou em outros países, está com a vida mais do que ganha. Eu sou um professor, um árbitro, só quero pagar as minhas contas. Mas, dessa vez, não vai passar em branco. Algo terei que fazer. É percalço demais.

Você falou que é a segunda vez que tentam patinar sua carreira. Quando foi a primeira?
Foi com Renato Moreira (em 2005, em Grêmio e 15 de Campo Bom, pela Copa do Brasil. Moreira era vice de futebol do Grêmio). Eu tinha um projeto de ascendência nacional, era o árbitro revelação do Rio Grande do Sul e aquilo me travou. Fiquei impedido por três ou quatro anos de apitar jogos de Grêmio e Inter. Por causa daquilo, nunca apitei jogo de Série A brasileira. É uma das frustrações que tenho.

Você acha que aplicou todos os cartões de forma correta em Erechim?
Yuri Mamute levantou muito o pé contra o goleiro e entrou forte. Antes, tinha levantado o braço contra um jogador do Ypiranga. O de Rhodolfo foi barato, deu um joelhaço. Fellipe Bastos já me olhou sentindo que seria expulso. Os jogadores do Ypiranga pareciam perdidos, pareciam não marcar direito. Posso ter cometido erros. Mas não foi nada descabido, não há procedência para reclamação tão grande.

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