Maicon se despediu de colegas do São Paulo nesta sexta-feira
Foto: Ale Cabral / Agência Lancepress!
Novo reforço do Grêmio, o volante Maicon projeta uma nova fase na carreira. Aos 29 anos de idade, chegará neste sábado a Porto Alegre para assinar contrato de empréstimo até o final do ano.
Em entrevista a Zero Hora, o jogador afirma que deixou o São Paulo por se sentir perseguido por parte da torcida. Além disso, revelou indicação do zagueiro Rhodolfo, com quem jogou no Morumbi, para acertar com o Grêmio.
Veja os principais pontos da entrevista:
Como foi a negociação com o Grêmio?
O Rui Costa me fez uma proposta muito boa e me animei. Já estava há três anos no São Paulo, passei por uma situação difícil de ter jogado muito bem numa partida e sair vaiado, talvez por perseguição, não sei por qual motivo. Então, achei que era o momento de sair. Conversei com o Muricy, um cara que tenho muito respeito e sou muito agradecido. Pedi que me deixasse ir embora pela oferta que recebi do Grêmio. Devo ir para Porto Alegre amanhã, estou feliz com esta nova oportunidade. É chegar e ir atrás do meu espaço.
Cruzeiro e Fluminense tentaram te contratar?
A única oferta que chegou de concreto foi do Grêmio. Mesmo que viesse outra proposta, acho que não aceitaria. Fiquei muito animado com a oportunidade de jogar no Grêmio.
Como você lidava com as críticas de parte da torcida do São Paulo?
No futebol, você depende de seu desempenho em campo. Sempre está sujeito a receber elogios e críticas. Mas é complicado as pessoas ficarem te perseguindo. Quando as coisas não dão certo num clube do tamanho do São Paulo, que já está há algum tempo sem ganhar títulos, o torcedor fica mirando jogador. Quando cheguei, isso já tinha acontecido com um jogador. Não vou citar nomes. Agora aconteceu comigo e estou saindo. E isso vai acontecer de novo. Se o clube não ganha, as pessoas quererem culpar um só. Em um grupo, a responsabilidade é dividida por todos. As criticas vão acontecer, não sou menino de 17 anos. Tenho 29 e estou preparado para tudo. Mas no momento em que as coisas entram no nível pessoal, perseguição, de você jogar bem e receber vaias, aí fica complicado trabalhar.
Estas críticas da torcida pesaram na tua saída?
Pesou um pouco. Você vai para um jogo, fica na reserva, e aí o que acontece de errado é culpa sua? Como isso, se você nem está jogando? Então, fiquei chateado com algumas coisas que aconteceram. E por já ter presenciado também com outros jogadores, vi que ia se tornar algo pessoal. Tenho contrato até o final do ano que vem. Como vou trabalhar em um clube desta forma? Pesou um pouco, mas não foi 100%. Além disso, também recebi uma sondagem do Grêmio no início do ano. Eu queria novos desafios. E por se tratar do Grêmio, um clube grande e campeão, queria muito aceitar essa oportunidade.
A gota d'água foi o jogo com o Capivariano?
Para mim, foi. Quando você joga mal, o torcedor paga ingresso e tem todo o direito de vaiar. No meu modo de ver, o torcedor, durante os 90 minutos, deve incentivar mesmo que você não esteja bem. Aí quando acabar o jogo, pode vaiar. Mas eu estava jogando bem, dei passe para dois gols e quase fiz o meu. Eu fazendo uma boa partida e aí o torcedor fica me perseguindo? Aí é complicado, fica chato. Como você vai continuar trabalhando? Isso me chateou bastante. Mas agora vou começar outro momento, outra fase no Grêmio. Estou muito feliz.
Você espera ter um ambiente melhor no Grêmio?
Quando se tem um ambiente bom, com um grupo fechado, às vezes não se tem um grande time, mas você pode ir longe. O principal é respeitar os companheiros, principalmente quando está de fora, e correr atrás. Você só vai ganhar seu espaço dentro de campo. Nunca tive problema com ninguém, sempre fiz meu trabalho. Mas sempre correndo atrás e buscando um lugar no time.
Você é meia ou é volante?
Gosto das duas funções. Não tenho preferência, o que quero é jogar. Na verdade, sempre fui meia. Quando fui para o Figueirense, joguei de terceiro homem de meio-campo. Depois, no São Paulo, quase nunca joguei nesta formação. Na maioria das vezes, era dois volantes, um meia e três atacantes. Então, tive que recuar um pouco. Não tenho muita característica de jogar como pegador, de marcar. Sempre fui meia. Mas melhorei bastante em termos de marcação. Você tem de saber jogar em mais de uma posição para ter mais chances de estar no time. Sei que não sou um jogador rápido, de velocidade. Sempre joguei no meu estilo sempre, de toque de bola, de tentar colocar o companheiro na cara do gol. Essa é minha característica. Algumas pessoas enxergam isso com bons olhos e outras não. Fora do São Paulo, sempre fui elogiado por todos os treinadores e até jogadores mesmo. Aqui, tive um pouco de dificuldade. Não sempre, estou aqui já três anos e joguei 171 partidas. E joguei com todos os técnicos, todos vencedores. É manter a cabeça boa, que sempre tive. Estou muito motivado e feliz para ir para o Grêmio. Vou dar o meu máximo para dar alegrias ao torcedor do Grêmio.
E como vê a chance de jogar ao lado de Douglas e Giuliano?
São jogadores de muita qualidade. Já joguei contra, principalmente o Douglas, quando estava no Corinthians. São inteligentes, fica fácil para você jogar. Vou procurar me adaptar e me entrosar o mais rápido possível no grupo. Estou há três dias sem treinar, estava com febre. Mas quero ir logo para Porto Alegre conhecer meus companheiros, estar neste ambiente novo. Que eu possa voltar a jogar logo.
Você jogou com Rhodolfo no São Paulo. Ele te passou informações do Grêmio?
Ele é meu amigão. Perguntei como era o Grêmio, ele sempre me falou muito bem. Quando ele foi embora, fiquei chateado. Ele é um dos melhores zagueiros do Brasil. Brinquei com ele para me levar para aí (risos). Estou muito feliz, o Grêmio é muito grande. Joguei várias vezes contra o Grêmio, quando o torcedor enche o estádio é difícil. Ano passado o estádio estava lotado. Foi um grande jogo.
Conhece algum outro jogador do grupo?
Também conheço o Fellipe Bastos, ele também é do Rio de Janeiro. Quando eu estava no Botafogo, ele jogou na base. Aí a gente fez amizade, se encontrava no Rio, jogava futevôlei. É um grande amigo também. Vou chegar com um ambiente muito legal.
Você tem um alto índice de acerto de passes. Qual é o segredo?
Joguei futebol de salão por muito tempo. Por seis, sete anos seguidos. Muito do meu estilo de jogo vem daí. Toque curto, tabela, acerto de passes. Essas são minhas características. Por onde passei, sempre fiquei marcado por isso. Tentar achar o companheiro na melhor posição para ele fazer o gol. Muita gente me questiona porque finalizo bem de fora da área, mas primeiro me preocupo em deixar o companheiro na cara do gol.
E a chance de trabalhar com Felipão?
Já trabalhei com outros técnicos vencedores. Estou empolgado. Nunca trabalhei com o Felipão, espero ajudá-lo como eu puder. O currículo dele fala por si só. Tem tudo para dar certo.
Você precisará de reforço físico ou já chega para jogar?
Fiquei fora dos últimos três jogos, enquanto resolvia minha situação. E também perdi três dias de treinos por conta da febre. Mas é só treinar um pouco na semana que vem. Em coisa de dois, três dias volta tudo ao normal já.
Ano passado você enfrentou o Grêmio na Arena. O que lembra da partida?
Foi um jogo muito bom, eu estava há algum tempo sem jogar, voltei naquele dia e o São Paulo ganhou. A torcida do Grêmio me impressionou muito, a força do estádio cheio é impressionante. Espero que a torcida sempre encha o estádio, não tem nada melhor que isso. Vamos fazer de tudo para ter um ano maravilhoso.
VEJA TAMBÉM
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- Bruxos de Renato jogam dois pontos fora: Reinaldo e Rodrigo Caio não podem jogar no Grêmio
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Foto: Ale Cabral / Agência Lancepress!
Novo reforço do Grêmio, o volante Maicon projeta uma nova fase na carreira. Aos 29 anos de idade, chegará neste sábado a Porto Alegre para assinar contrato de empréstimo até o final do ano.
Em entrevista a Zero Hora, o jogador afirma que deixou o São Paulo por se sentir perseguido por parte da torcida. Além disso, revelou indicação do zagueiro Rhodolfo, com quem jogou no Morumbi, para acertar com o Grêmio.
Veja os principais pontos da entrevista:
Como foi a negociação com o Grêmio?
O Rui Costa me fez uma proposta muito boa e me animei. Já estava há três anos no São Paulo, passei por uma situação difícil de ter jogado muito bem numa partida e sair vaiado, talvez por perseguição, não sei por qual motivo. Então, achei que era o momento de sair. Conversei com o Muricy, um cara que tenho muito respeito e sou muito agradecido. Pedi que me deixasse ir embora pela oferta que recebi do Grêmio. Devo ir para Porto Alegre amanhã, estou feliz com esta nova oportunidade. É chegar e ir atrás do meu espaço.
Cruzeiro e Fluminense tentaram te contratar?
A única oferta que chegou de concreto foi do Grêmio. Mesmo que viesse outra proposta, acho que não aceitaria. Fiquei muito animado com a oportunidade de jogar no Grêmio.
Como você lidava com as críticas de parte da torcida do São Paulo?
No futebol, você depende de seu desempenho em campo. Sempre está sujeito a receber elogios e críticas. Mas é complicado as pessoas ficarem te perseguindo. Quando as coisas não dão certo num clube do tamanho do São Paulo, que já está há algum tempo sem ganhar títulos, o torcedor fica mirando jogador. Quando cheguei, isso já tinha acontecido com um jogador. Não vou citar nomes. Agora aconteceu comigo e estou saindo. E isso vai acontecer de novo. Se o clube não ganha, as pessoas quererem culpar um só. Em um grupo, a responsabilidade é dividida por todos. As criticas vão acontecer, não sou menino de 17 anos. Tenho 29 e estou preparado para tudo. Mas no momento em que as coisas entram no nível pessoal, perseguição, de você jogar bem e receber vaias, aí fica complicado trabalhar.
Estas críticas da torcida pesaram na tua saída?
Pesou um pouco. Você vai para um jogo, fica na reserva, e aí o que acontece de errado é culpa sua? Como isso, se você nem está jogando? Então, fiquei chateado com algumas coisas que aconteceram. E por já ter presenciado também com outros jogadores, vi que ia se tornar algo pessoal. Tenho contrato até o final do ano que vem. Como vou trabalhar em um clube desta forma? Pesou um pouco, mas não foi 100%. Além disso, também recebi uma sondagem do Grêmio no início do ano. Eu queria novos desafios. E por se tratar do Grêmio, um clube grande e campeão, queria muito aceitar essa oportunidade.
A gota d'água foi o jogo com o Capivariano?
Para mim, foi. Quando você joga mal, o torcedor paga ingresso e tem todo o direito de vaiar. No meu modo de ver, o torcedor, durante os 90 minutos, deve incentivar mesmo que você não esteja bem. Aí quando acabar o jogo, pode vaiar. Mas eu estava jogando bem, dei passe para dois gols e quase fiz o meu. Eu fazendo uma boa partida e aí o torcedor fica me perseguindo? Aí é complicado, fica chato. Como você vai continuar trabalhando? Isso me chateou bastante. Mas agora vou começar outro momento, outra fase no Grêmio. Estou muito feliz.
Você espera ter um ambiente melhor no Grêmio?
Quando se tem um ambiente bom, com um grupo fechado, às vezes não se tem um grande time, mas você pode ir longe. O principal é respeitar os companheiros, principalmente quando está de fora, e correr atrás. Você só vai ganhar seu espaço dentro de campo. Nunca tive problema com ninguém, sempre fiz meu trabalho. Mas sempre correndo atrás e buscando um lugar no time.
Você é meia ou é volante?
Gosto das duas funções. Não tenho preferência, o que quero é jogar. Na verdade, sempre fui meia. Quando fui para o Figueirense, joguei de terceiro homem de meio-campo. Depois, no São Paulo, quase nunca joguei nesta formação. Na maioria das vezes, era dois volantes, um meia e três atacantes. Então, tive que recuar um pouco. Não tenho muita característica de jogar como pegador, de marcar. Sempre fui meia. Mas melhorei bastante em termos de marcação. Você tem de saber jogar em mais de uma posição para ter mais chances de estar no time. Sei que não sou um jogador rápido, de velocidade. Sempre joguei no meu estilo sempre, de toque de bola, de tentar colocar o companheiro na cara do gol. Essa é minha característica. Algumas pessoas enxergam isso com bons olhos e outras não. Fora do São Paulo, sempre fui elogiado por todos os treinadores e até jogadores mesmo. Aqui, tive um pouco de dificuldade. Não sempre, estou aqui já três anos e joguei 171 partidas. E joguei com todos os técnicos, todos vencedores. É manter a cabeça boa, que sempre tive. Estou muito motivado e feliz para ir para o Grêmio. Vou dar o meu máximo para dar alegrias ao torcedor do Grêmio.
E como vê a chance de jogar ao lado de Douglas e Giuliano?
São jogadores de muita qualidade. Já joguei contra, principalmente o Douglas, quando estava no Corinthians. São inteligentes, fica fácil para você jogar. Vou procurar me adaptar e me entrosar o mais rápido possível no grupo. Estou há três dias sem treinar, estava com febre. Mas quero ir logo para Porto Alegre conhecer meus companheiros, estar neste ambiente novo. Que eu possa voltar a jogar logo.
Você jogou com Rhodolfo no São Paulo. Ele te passou informações do Grêmio?
Ele é meu amigão. Perguntei como era o Grêmio, ele sempre me falou muito bem. Quando ele foi embora, fiquei chateado. Ele é um dos melhores zagueiros do Brasil. Brinquei com ele para me levar para aí (risos). Estou muito feliz, o Grêmio é muito grande. Joguei várias vezes contra o Grêmio, quando o torcedor enche o estádio é difícil. Ano passado o estádio estava lotado. Foi um grande jogo.
Conhece algum outro jogador do grupo?
Também conheço o Fellipe Bastos, ele também é do Rio de Janeiro. Quando eu estava no Botafogo, ele jogou na base. Aí a gente fez amizade, se encontrava no Rio, jogava futevôlei. É um grande amigo também. Vou chegar com um ambiente muito legal.
Você tem um alto índice de acerto de passes. Qual é o segredo?
Joguei futebol de salão por muito tempo. Por seis, sete anos seguidos. Muito do meu estilo de jogo vem daí. Toque curto, tabela, acerto de passes. Essas são minhas características. Por onde passei, sempre fiquei marcado por isso. Tentar achar o companheiro na melhor posição para ele fazer o gol. Muita gente me questiona porque finalizo bem de fora da área, mas primeiro me preocupo em deixar o companheiro na cara do gol.
E a chance de trabalhar com Felipão?
Já trabalhei com outros técnicos vencedores. Estou empolgado. Nunca trabalhei com o Felipão, espero ajudá-lo como eu puder. O currículo dele fala por si só. Tem tudo para dar certo.
Você precisará de reforço físico ou já chega para jogar?
Fiquei fora dos últimos três jogos, enquanto resolvia minha situação. E também perdi três dias de treinos por conta da febre. Mas é só treinar um pouco na semana que vem. Em coisa de dois, três dias volta tudo ao normal já.
Ano passado você enfrentou o Grêmio na Arena. O que lembra da partida?
Foi um jogo muito bom, eu estava há algum tempo sem jogar, voltei naquele dia e o São Paulo ganhou. A torcida do Grêmio me impressionou muito, a força do estádio cheio é impressionante. Espero que a torcida sempre encha o estádio, não tem nada melhor que isso. Vamos fazer de tudo para ter um ano maravilhoso.
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