À la Jardel? Braian chega como "nove clássico" e sob dúvidas pelo passado

Grêmio vê semelhanças na contratação do camisa 9 com artilheiro da Libertadores de 1995; jornalistas estrangeiros confirmam histórico irregular que gringo tenta reverter


Fonte: Globoesporte.com

À la Jardel? Braian chega como nove clássico e sob dúvidas pelo passado
O diretor de futebol Cesar Pacheco cantou a pedra em sua apresentação no cargo: o Grêmio se inspiraria na década de 1990 para buscar reforços bons e baratos na atual conjuntura de austeridade. Dias depois, apresentou Braian Rodríguez para que o uruguaio se torne o novo Jardel de Luiz Felipe Scolari. Ou ao menos o novo Barcos. A característica é essa: de centroavante de área, bom pelo alto e que sabe usar o corpo - foi com essas virtudes que se destacou no Huachipato, no Chile, a ponto de ser carrasco tricolor em 2013. Chega, também como o ídolo da conquista da Libertadores, sob desconfiança, pela passagem com média baixa no futebol espanhol - atuou por Betis, que o emprestou ao Numancia, da segunda divisão.

A comparação com o ídolo não surgiu do nada. Foi levantada por Pacheco mesmo, que vê o jogador com características semelhantes. E potencial para repetir o sucesso da década de 1990, quando Jardel chegou como reserva rejeitado no Vasco e tornou-se artilheiro da Libertadores de 1995, vencida pela trupe de Scolari. A diferença é que, na época, o centroavante tinha só 21 anos, diferente dos 28 do uruguaio.

O GloboEsporte.com conversou com jornalistas da Espanha, do Chile e do Uruguai para dissecar o novo camisa 9 do Grêmio. A unanimidade é de que Rodríguez conhece a grande área. Ali é seu habitat natural. Falta, no entanto, eliminar a incômoda irregularidade que o marca.

Altos e baixos: andarilho, artilheiro e reserva

O centroavante iniciou sua aventura espanhol em 2013, após o sucesso da Libertadores com o Huachipato. Chegou ao Betis, mas pouco jogou - foram 14 jogos e dois gols. Acabou emprestado ao Numancia na temporada passada. Lá, teve um bom começou, segundo o redator de esporte do diário Heraldo de Sória, Dani Álvarez, ao marcar três tentos logo nas primeiras rodadas.

Mas o rendimento acabou caindo em solo europeu. No total, teve 21 partidas e quatro gols feitos. Em sua passagem pela península ibérica, são 35 vezes em campo e seis gols. A média é de apenas 0,17 gols por jogo. A posição foi perdida para Sergi Enrich, atual goleador da equipe com 13 gols. Braian virou opção e ganhava minutos durante as partidas. Mas tinha dificuldades de render no espaço curto de tempo. Acabou preterido.

A ida para a Espanha ocorreu por conta de um destaque grande no Chile. Braian liderou o Huachipato ao título nacional em 2012, que colocou o clube na Libertadores de 2013. Foram 26 gols em 52 partidas pelos chilenos - um deles sendo marcado contra o Grêmio, na primeira derrota do Tricolor Arena. Antes, porém, havia encontrado pouco destaque, o que surpreende os jornalistas uruguaios sobre o interesse do Grêmio.

Foi revelado pelo Cerro e ainda defendeu Rentistas, Tacuarembó, Peñarol, todos de sua terra natal, e o Tigre, da Argentina. A trajetória irregular lhe rendeu 183 partidas e 47 gols. Quase o mesmo número de tentos anotados pelo antecessor Barcos em apenas dois anos de Grêmio (45). Braian foi contratado até junho de 2016. Na imprensa espanhola, a informação é de que o Betis recebeu 135 mil euros (R$ 438 mil) do Tricolor pelo empréstimo. O salário do atleta está na casa dos R$ 100 mil. O clube espera regularizar sua documentação nesta quarta.

> Confira a opinião de jornalistas estrangeiros:

Dani Álvarez, do diário Heraldo de Sória, da Espanha:
"Braian é um atacante físico, que vai bem de cabeça, mas não é um jogador que se desgaste pelo time, nem que trabalhe muito na parte defensiva. É um atacante para jogar sozinho, como referência, para completar cruzamentos dos lados. Sabe fazer gol e costuma encarreirar rodadas marcando, embora, de fora e pelo que conheço do Scolari, creio que terá que mudar sua atitude e trabalhar mais para o time. Se não, não creio que dispute muitos minutos com Scolari".

Carlos Madariaga, da Rádio ADN, do Chile:
"A lembrança que vocês podem ter é dos duelos do Huachipato com Grêmio e Fluminense, onde o uruguaio esteve envolvido, e o retrata totalmente: jogador potente, de cabeçada respeitável, que briga sempre na parte ofensiva e é atento na luta com os zagueiros. Sempre foi bem descrito por seus companheiros, com um caráter afável e que se integra bem às equipes".

Alejandro Etcheverry, site Embajadores del Gol, do Uruguai:
"É um clássico 9 de área, tem muito bom jogo aéreo. Ele atrai marcadores, o que o torna difícil de marcar, coloca bem o corpo. Creio que perdeu espaço mesmo por decisões técnicas. Mesmo jogando pouco, tem feito gols".

Juan Pablo Romero, jornal Ovación, do El Pais, do Uruguai:
"Surpreende um pouco que Braian Rodríguez tenha sido contratado até porque aqui no Uruguai não se destacou tanto como no Chile, por exemplo. A grande virtude que tem é o jogo aéreo, é alto, corpulento, um "nove" de área, bem decidido. Talvez tenha características similares à de Hernán Barcos, embora mais forte e com menos técnica do que pode ter Barcos".

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