O dia 1º de março de 2015 está gravado na história dos clássicos Gre-Nais. Não por um grande jogo. Costumeiramente, os personagens geralmente estão em campo. Neste domingo, o que aconteceu foi o contrário. O 0 a 0 no gramado parece ter sido combinado para que o brilho não saísse das arquibancadas e da área mista, que comportou mil colorados e mil gremistas vibrando lado a lado.
Não há uma vírgula a que se reclamar da iniciativa inédita dos gaúchos, a não ser que serão necessários mais ingressos na próxima vez. O legado fica para crianças como Lorenzo, 10 meses, e Antônio Flores, 2 anos, estreantes no estádio colorado, que só estiveram lá por conta da ação. A área mista também demonstrou uma maneira diferente de torcer.
Além da torcida mista, na projeção da Brigada Militar, foram 30 mil pessoas no Caminho do Gol, que ligava o centro ao estádio, como na Copa do Mundo, entre torcedores que se encaminharam ao Beira-Rio e outros que foram curtir o clima do clássico. A iniciativa da prefeitura de Porto Alegre e dos clubes em abrir novamente o que era sucesso no Mundial juntou gremistas e colorados em uma caminhada que muitos sonhavam, mas poucos achavam que de fato aconteceria na cidade. Era o consenso quando se conversava com os participantes da empreitada. A aprovação foi imediata.
Na arquibancada, observar torcedores era até cômico. Metade se levantava quando uma das equipes atacava, a outra comemorava quando o perigo era afastado. A emoção de gremistas ou colorados era atenuada pelo acompanhante, sempre que possível. Xingamentos - principalmente ao árbitro Jean Pierre Lima - e apoio eram vistos como em outras áreas do Beira-Rio.
Tanto que a área isolada sob o viaduto Dom Pedro I, na esquina da avenida Borges de Medeiros com a Rua José de Alencar, que receberia os torcedores gremistas e colorados, ficou vazia. O clima pacífico reinou. Por isso, a confraternização foi na rua fechada mesmo. E um mar de azul e vermelho misturados foi visto, em situação que geralmente acontecia em Gre-Nais no interior do estado, em Porto Alegre. Outra mudança que o clima de tranquilidade gerou foi a saída: a ideia era que ocorresse por dentro do Gigantinho, como na entrada. Mas a Brigada Militar liberou para que gremistas e colorados saíssem juntos, pelo pátio do Beira-Rio.
- Deu tudo certo, está tudo tranquilo. Só tivemos os incidentes na torcida visitante. Na parte mista saiu tudo bem - comentou o vice de administração do Inter, Alexandre Limeira, rapidamente ao final da partida, ao GloboEsporte.com.

O Caminho do Gol canalizou a chegada de torcedores mistos. Fechada, a avenida Borges de Medeiros tinha ambulantes vendendo lanches e vestimentas do Inter. Os torcedores chegavam em grupos, sorrindo. Os primeiros foram os amigos Felipe Morello e Maidjon Muller, metalúrgicos que viajaram de Caxias do Sul para o jogo. O mesmo ocorreu com Natalício, 64 anos, e Rogério, sogro e genro, respectivamente, que se deslocaram de Passo Fundo, mais de 400 quilômetros distante, para participar da festa. Aprovaram tudo o que viram e já pediram mais ingressos para o próximo clássico.
- É exemplo para todo mundo. Tomara que aconteça na Arena. Tiraram fotos da gente no Caminho do Gol. Tem que continuar. Está muito legal - disse Muller ao GloboEsporte.com.

Mas o que mais chamou a atenção nas arquibancadas foi, mesmo, a presença de crianças pequenas. Bebês de colo foram levados pelos pais para conhecer a atmosfera do Gre-Nal. E só foram ao estádio por conta desse espaço criado. O exemplo fica para os próximos embates de vermelho e azul. As expressões mais ouvidas na caminhada eram "que legal" e "tomara que continue".
O deslocamento oficial da concentração dos torcedores mistos ao Beira-Rio foi puxada pela banda da Brigada Militar. Neste momento, o hino do Rio Grande do Sul e o canto "ah, eu sou gaúcho" foram entoados. O clima de civilidade se manteve. Na chegada, a torcida encontrou os ex-presidentes de Inter e Grêmio, Fernando Carvalho e Luís Carlos Silveira Martins, e posaram com os torcedores.
- Foi muito gratificante ver o Brasil mudando aos poucos. Fico feliz, a alegria é imensa ver as duas torcidas rivais juntas - disse o jovem atacante gremista Yuri Mamute, no Beira-Rio.

O único momento que beirou a tensão na esquina da Borges de Medeiros com a José de Alencar foi quando os torcedores organizados colorados passaram pelo local. Cantavam e encaravam todos ao redor. Mas logo o clima se dissipou novamente em alegria. O que foi visto no Beira-Rio foi mais do mesmo: confusões no esquema que já ocorria em outros clássicos.
O deslocamento da torcida gremista, a pé, terminou em confusão. Houve confronto com os colorados na chegada ao estádio, com pedras lançadas nos dois lados e carros depredados.
No setor visitante, houve depredações no interior do Beira-Rio. Foram 47 cadeiras quebradas, assim como tampas de vaso sanitário, câmera de segurança, placas e barras de acessibilidade. Algo que já é comum em clássicos, seja no Beira-Rio ou na Arena. Que o Caminho do Gol e a torcida mista transforme essa rotina. O primeiro passo já foi dado.
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Não há uma vírgula a que se reclamar da iniciativa inédita dos gaúchos, a não ser que serão necessários mais ingressos na próxima vez. O legado fica para crianças como Lorenzo, 10 meses, e Antônio Flores, 2 anos, estreantes no estádio colorado, que só estiveram lá por conta da ação. A área mista também demonstrou uma maneira diferente de torcer.
Além da torcida mista, na projeção da Brigada Militar, foram 30 mil pessoas no Caminho do Gol, que ligava o centro ao estádio, como na Copa do Mundo, entre torcedores que se encaminharam ao Beira-Rio e outros que foram curtir o clima do clássico. A iniciativa da prefeitura de Porto Alegre e dos clubes em abrir novamente o que era sucesso no Mundial juntou gremistas e colorados em uma caminhada que muitos sonhavam, mas poucos achavam que de fato aconteceria na cidade. Era o consenso quando se conversava com os participantes da empreitada. A aprovação foi imediata.
Na arquibancada, observar torcedores era até cômico. Metade se levantava quando uma das equipes atacava, a outra comemorava quando o perigo era afastado. A emoção de gremistas ou colorados era atenuada pelo acompanhante, sempre que possível. Xingamentos - principalmente ao árbitro Jean Pierre Lima - e apoio eram vistos como em outras áreas do Beira-Rio.
Tanto que a área isolada sob o viaduto Dom Pedro I, na esquina da avenida Borges de Medeiros com a Rua José de Alencar, que receberia os torcedores gremistas e colorados, ficou vazia. O clima pacífico reinou. Por isso, a confraternização foi na rua fechada mesmo. E um mar de azul e vermelho misturados foi visto, em situação que geralmente acontecia em Gre-Nais no interior do estado, em Porto Alegre. Outra mudança que o clima de tranquilidade gerou foi a saída: a ideia era que ocorresse por dentro do Gigantinho, como na entrada. Mas a Brigada Militar liberou para que gremistas e colorados saíssem juntos, pelo pátio do Beira-Rio.
- Deu tudo certo, está tudo tranquilo. Só tivemos os incidentes na torcida visitante. Na parte mista saiu tudo bem - comentou o vice de administração do Inter, Alexandre Limeira, rapidamente ao final da partida, ao GloboEsporte.com.

O Caminho do Gol canalizou a chegada de torcedores mistos. Fechada, a avenida Borges de Medeiros tinha ambulantes vendendo lanches e vestimentas do Inter. Os torcedores chegavam em grupos, sorrindo. Os primeiros foram os amigos Felipe Morello e Maidjon Muller, metalúrgicos que viajaram de Caxias do Sul para o jogo. O mesmo ocorreu com Natalício, 64 anos, e Rogério, sogro e genro, respectivamente, que se deslocaram de Passo Fundo, mais de 400 quilômetros distante, para participar da festa. Aprovaram tudo o que viram e já pediram mais ingressos para o próximo clássico.
- É exemplo para todo mundo. Tomara que aconteça na Arena. Tiraram fotos da gente no Caminho do Gol. Tem que continuar. Está muito legal - disse Muller ao GloboEsporte.com.

Mas o que mais chamou a atenção nas arquibancadas foi, mesmo, a presença de crianças pequenas. Bebês de colo foram levados pelos pais para conhecer a atmosfera do Gre-Nal. E só foram ao estádio por conta desse espaço criado. O exemplo fica para os próximos embates de vermelho e azul. As expressões mais ouvidas na caminhada eram "que legal" e "tomara que continue".
O deslocamento oficial da concentração dos torcedores mistos ao Beira-Rio foi puxada pela banda da Brigada Militar. Neste momento, o hino do Rio Grande do Sul e o canto "ah, eu sou gaúcho" foram entoados. O clima de civilidade se manteve. Na chegada, a torcida encontrou os ex-presidentes de Inter e Grêmio, Fernando Carvalho e Luís Carlos Silveira Martins, e posaram com os torcedores.
- Foi muito gratificante ver o Brasil mudando aos poucos. Fico feliz, a alegria é imensa ver as duas torcidas rivais juntas - disse o jovem atacante gremista Yuri Mamute, no Beira-Rio.

O único momento que beirou a tensão na esquina da Borges de Medeiros com a José de Alencar foi quando os torcedores organizados colorados passaram pelo local. Cantavam e encaravam todos ao redor. Mas logo o clima se dissipou novamente em alegria. O que foi visto no Beira-Rio foi mais do mesmo: confusões no esquema que já ocorria em outros clássicos.
O deslocamento da torcida gremista, a pé, terminou em confusão. Houve confronto com os colorados na chegada ao estádio, com pedras lançadas nos dois lados e carros depredados.
No setor visitante, houve depredações no interior do Beira-Rio. Foram 47 cadeiras quebradas, assim como tampas de vaso sanitário, câmera de segurança, placas e barras de acessibilidade. Algo que já é comum em clássicos, seja no Beira-Rio ou na Arena. Que o Caminho do Gol e a torcida mista transforme essa rotina. O primeiro passo já foi dado.
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