Felipão: "Lincoln vai ter que aprender um monte de coisas"

Foto: Lauro Alves / Agencia RBS

A pedido de Zero Hora, Felipão fez, na manhã desta sexta-feira, uma avaliação de Lincoln, 16 anos, a nova promessa de craque do Grêmio, destaque no coletivo de quinta. Ao mesmo tempo em que destacou as virtudes do meia, citou sua dificuldade com o pé esquerdo. E avisou que ele ainda precisará corrigir muita coisa. Confira a entrevista do técnico do Grêmio.

Zero Hora — Como você encara o jogo-treino contra o Gramadense? Vai cobrar rendimento do time?
Felipão — Encaro como um treino. Não farei nenhuma exigência com meu time. Não estou preocupado com isso. Se fosse um jogo especial, não haveria trabalho na academia domingo de manhã. Nossa finalidade é treinar.

ZH — Fará muitas modificações no time?
Felipão — Entram 11, troco seis no intervalo e mais sete no segundo tempo.

ZH — Felipão, só se fala em Lincoln ...
Felipão — Quem fala?

ZH — A imprensa, a torcida.
Felipão — Vocês falam, nós não.

ZH — Mas a torcida fala ...
Felipão — Torcida não escala. Trato ele (Lincoln) normal, igual aos outros.

ZH — Não trata como estrela?
Felipão — Nada de estrela, é igual aos outros meninos que temos aí. Vai ter que aprender um monte de coisas. E até aprender leva tempo.

ZH — O que ele precisa aprender?
Felipão — Posicionamento, parte tática, usar o pé contrário, que não usa. Isso não seria eu a corrigir. Tem que vir corrigido da base.

ZH — Você gostou da atuação dele?
Felipão — Foi bom. Mas tá todo mundo que não consegue nem mexer as pernas.

ZH — Mas o pé esquerdo dele é privilegiado ...
Felipão — Todo canhoto é privilegiado, se tu notar. Mas, também, todo canhoto só usa aquele pé. O direito é difícil até para subir no bonde. Pode olhar os canhotos. O Rivellino não deve ter feito um gol na vida de pé direito. Gerson, também.

ZH — E os canhotos do Grêmio?
Felipão — Carlos Miguel e Arilson só botavam o pé direito para fazer passes. Mas, pelo menos, aprenderam. Isso é a base que tem de ensinar, não nós, profissionais. Infelizmente, temos essa missão de corrigir. Mas corrigir durante o Gauchão é uma coisa, durante o Brasileiro é outra. Numa Libertadores, pode perder a classificação.

ZH — Será mais fácil para você aproveitar os jovens tendo somente o Gauchão para disputar?
Felipão — Mais fácil, maior possibilidade para os jovens porque no Gauchão, hipoteticamente, tem, como grande esforço, Grêmio e Inter. Os demais são participantes que tentam chegar à final. Tua margem de erro é maior que nas outra competições. Então, pode experimentar os jovens.

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