Moreno foi apresentado com grande pompa no fim de 2011 (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)
Quem te viu, quem te vê. Assim pode ser definido o novo momento do Grêmio. Em três anos, radicalizou a sua política, a ponto de deixar o posto de maior investidor do futebol brasileiro para um clube que racionaliza ao máximo as suas contratações e valoriza renovações como se fossem reforços de peso. Um caminho explicado pela falta de sucesso em competições importantes, ausência de Libertadores no horizonte e problemas oriundos da parceria com a construtora que ergueu a Arena.
Faz pouco tempo, mas a realidade é bem diferente. O torcedor fechava a temporada esperançoso. Segundo levantamento do GloboEsporte.com na época, nenhum outro clube da elite do país havia realizado tantas contratações e gastado tanto quanto o Grêmio até o fim de dezembro. Foram oito reforços visando 2012 e um total de quase R$ 18 milhões gastos. Agora, são quatro saídas e uma contratação sem custos, além do salário, do meia Douglas.
Os destaques do pacotão tricolor eram Kleber e Moreno. Só a dupla de atacantes somava um investimento de R$ 15 milhões.
Curiosamente, tanto o Gladiador quanto o boliviano retornam de empréstimos em 2015. O primeiro não será aproveitado e o segundo passará por avaliação de Felipão. A permanência de Moreno também tem relação com Barcos, uma vez que há poucas condições financeiras de os dois jogarem juntos. Na realidade, nenhum dos reforços de três anos atrás conseguiu sequência no clube.
A única semelhança entre o fim de 2011 e este adeus a 2014 é a ausência de vaga à Libertadores do ano seguinte. Há três anos, essas contratações ocorreram exatamente para fazer o Grêmio voltar a conquistar um título, de preferência a Copa do Brasil, e retornar ao torneio continental. A vaga, no entanto, só veio pelo terceiro lugar do Brasileirão e mais investimentos. No segundo semestre, nomes de peso como Elano e Zé Roberto foram contratados.
Sem Libertadores e herança da Arena
A Libertadores fez o Grêmio, já sob administração de Koff, investir ainda mais. A folha passou dos R$ 7 milhões. Mas os fracassos no torneio continental em 2013 e 2014 precipitando saídas de jogadores contratados a peso de ouro, como próprio Moreno e Kleber, da gestão Odone, e André Santos e Cris, estes reforços já da era Koff.
O agravamento do quadro ocorreu com a complicada administração da Arena. A parceira dominava o lucro das bilheterias, e o clube ainda precisava ressarci-la mensalmente pela venda das cadeiras aos sócios. Enquanto isso, Koff passou a rediscutir o contrato para evitar ainda mais danos aos cofres azuis. O departamento de futebol passou a conviver com periódicos atrasos de salários e direitos de imagem, que acabaram contornados.
Agora, o Grêmio volta ao cenário de 2011, em que encerra um ano ciente de que não terá Libertadores. A diferença está na forma de gerir o futebol. O presidente Romildo Bolzan Júnior encampa um discurso de total austeridade financeira em seu primeiro ano de mandato. Será um ano de pagar contas, acima de tudo. A ideia é diminuir em até 40% a folha, deixando-a inferior a R$ 5 milhões.
Luan é a bola da vez para deixar o Grêmio (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)
Uma venda pode dar fôlego
O Grêmio viveu momento financeiro delicado no final de 2013 para acertar vencimentos atrasados. Uma boa parte do pagamento saiu da premiação do Brasileirão. Com a vice-liderança, o Tricolor ganhou R$ 6 milhões. Além disso, em janeiro, o clube lucrou com a venda de Alex Telles para o Galatasaray por 6 milhões de euros (R$ 19 milhões), sem contar a receita da Libertadores, que não mais terá.
Desta vez, lucrou pouco com o sétimo lugar no Nacional e ainda espera proposta melhor por Luan, a bola da vez no mercado. Luan seria o nome principal para ser comercializado, mas o vice de futebol Fábio Koff espera proposta na casa dos 10 milhões de euros. Segundo Romildo, o clube precisaria de R$ 40 milhões para iniciar "bem" a próxima temporada.
- O clube precisa fazer enfrentamentos. Estamos dispostos ao enfrentamento. Estamos dispostos a fazer mudanças. O clube precisa tomar atitudes? Estamos dispostos a tomá-las. Os enfrentamentos, já decidimos em reuniões prévias que os faremos, onde o conselho também definiu. É um conceito. Não tem o detalhamento das medidas, mas é o da austeridade. A busca do equilíbrio econômico do clube. Os detalhes são irrelevantes, mas a perseguição desse conceito será uma obsessão, para que lá na frente possamos assumir uma liderança com uma rotina adequada a tudo que significa sua projeção de futuro - destacou Romildo, em sua posse.
Douglas será a primeira e uma das poucas contratações (Foto: Alexandre Cassiano/Agência Globo)
Uma contratação é vista como suficiente
A esperança reside em dois aspectos. Primeiro, a aposta na capacidade de Felipão de revelar jovens e saber lidar com grupos mais enxutos. Depois, por valorizar permanências como se fossem reforços. Tanto que o diretor executivo de futebol Rui Costa já admite que a única contratação até o final do ano pode acabar sendo Douglas. O meia, ex-Vasco, retornará ao Tricolor numa transação sem custos, a não ser a negociação de salários. A intenção é ser cirúrgico, até porque o investimento de três anos atrás pouco resultado deu em campo.
- Da nossa equipe principal, teremos que ser cirúrgicos. Trazer um ou dois, no máximo, e pagar nossas contas. É isso que combinamos, é o que vamos fazer. A torcida tem que entender que o clube de futebol vive de títulos, mas também vive de contas. E as contas precisam ser pagas - reforçou Felipão, ao final do Brasileirão.
Embora procure laterais com as saídas de Pará e Zé Roberto, a direção admite que pode olhar com mais carinho aos jovens do setor e para os emprestados que retornarão. Também enaltecem a permanência do menino Lincoln, que, com 16 anos, firmou seu primeiro contrato profissional diante de assédio e propostas polpudas do exterior.
- O grupo, nesse primeiro momento, está fechado. Se formalizarmos a vinda do Douglas, é a peça que estará faltando para essa temporada - sublinha Rui.
A lógica se mostra bem contrária a de 2011. Em vez de comprar, procura-se vender ou desistir de jogadores que ganham muito. Além dos laterais citados, saíram Dudu e Alan Ruiz, uma vez que não havia como arcar com compra de seus direitos econômicos. Curiosamente, custariam cerca de R$ 23 milhões. Quase o que o pacote de três anos atrás tirou dos cofres azuis. Os tempos são outros.
VEJA TAMBÉM
- A arrogância e cegueira de Renato Portaluppi ou seu histórico de títulos e reviravoltas no Grêmio?
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Quem te viu, quem te vê. Assim pode ser definido o novo momento do Grêmio. Em três anos, radicalizou a sua política, a ponto de deixar o posto de maior investidor do futebol brasileiro para um clube que racionaliza ao máximo as suas contratações e valoriza renovações como se fossem reforços de peso. Um caminho explicado pela falta de sucesso em competições importantes, ausência de Libertadores no horizonte e problemas oriundos da parceria com a construtora que ergueu a Arena.
Faz pouco tempo, mas a realidade é bem diferente. O torcedor fechava a temporada esperançoso. Segundo levantamento do GloboEsporte.com na época, nenhum outro clube da elite do país havia realizado tantas contratações e gastado tanto quanto o Grêmio até o fim de dezembro. Foram oito reforços visando 2012 e um total de quase R$ 18 milhões gastos. Agora, são quatro saídas e uma contratação sem custos, além do salário, do meia Douglas.
Os destaques do pacotão tricolor eram Kleber e Moreno. Só a dupla de atacantes somava um investimento de R$ 15 milhões.
Curiosamente, tanto o Gladiador quanto o boliviano retornam de empréstimos em 2015. O primeiro não será aproveitado e o segundo passará por avaliação de Felipão. A permanência de Moreno também tem relação com Barcos, uma vez que há poucas condições financeiras de os dois jogarem juntos. Na realidade, nenhum dos reforços de três anos atrás conseguiu sequência no clube.
A única semelhança entre o fim de 2011 e este adeus a 2014 é a ausência de vaga à Libertadores do ano seguinte. Há três anos, essas contratações ocorreram exatamente para fazer o Grêmio voltar a conquistar um título, de preferência a Copa do Brasil, e retornar ao torneio continental. A vaga, no entanto, só veio pelo terceiro lugar do Brasileirão e mais investimentos. No segundo semestre, nomes de peso como Elano e Zé Roberto foram contratados.
Sem Libertadores e herança da Arena
A Libertadores fez o Grêmio, já sob administração de Koff, investir ainda mais. A folha passou dos R$ 7 milhões. Mas os fracassos no torneio continental em 2013 e 2014 precipitando saídas de jogadores contratados a peso de ouro, como próprio Moreno e Kleber, da gestão Odone, e André Santos e Cris, estes reforços já da era Koff.
O agravamento do quadro ocorreu com a complicada administração da Arena. A parceira dominava o lucro das bilheterias, e o clube ainda precisava ressarci-la mensalmente pela venda das cadeiras aos sócios. Enquanto isso, Koff passou a rediscutir o contrato para evitar ainda mais danos aos cofres azuis. O departamento de futebol passou a conviver com periódicos atrasos de salários e direitos de imagem, que acabaram contornados.
Agora, o Grêmio volta ao cenário de 2011, em que encerra um ano ciente de que não terá Libertadores. A diferença está na forma de gerir o futebol. O presidente Romildo Bolzan Júnior encampa um discurso de total austeridade financeira em seu primeiro ano de mandato. Será um ano de pagar contas, acima de tudo. A ideia é diminuir em até 40% a folha, deixando-a inferior a R$ 5 milhões.
Luan é a bola da vez para deixar o Grêmio (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)
Uma venda pode dar fôlego
O Grêmio viveu momento financeiro delicado no final de 2013 para acertar vencimentos atrasados. Uma boa parte do pagamento saiu da premiação do Brasileirão. Com a vice-liderança, o Tricolor ganhou R$ 6 milhões. Além disso, em janeiro, o clube lucrou com a venda de Alex Telles para o Galatasaray por 6 milhões de euros (R$ 19 milhões), sem contar a receita da Libertadores, que não mais terá.
Desta vez, lucrou pouco com o sétimo lugar no Nacional e ainda espera proposta melhor por Luan, a bola da vez no mercado. Luan seria o nome principal para ser comercializado, mas o vice de futebol Fábio Koff espera proposta na casa dos 10 milhões de euros. Segundo Romildo, o clube precisaria de R$ 40 milhões para iniciar "bem" a próxima temporada.
- O clube precisa fazer enfrentamentos. Estamos dispostos ao enfrentamento. Estamos dispostos a fazer mudanças. O clube precisa tomar atitudes? Estamos dispostos a tomá-las. Os enfrentamentos, já decidimos em reuniões prévias que os faremos, onde o conselho também definiu. É um conceito. Não tem o detalhamento das medidas, mas é o da austeridade. A busca do equilíbrio econômico do clube. Os detalhes são irrelevantes, mas a perseguição desse conceito será uma obsessão, para que lá na frente possamos assumir uma liderança com uma rotina adequada a tudo que significa sua projeção de futuro - destacou Romildo, em sua posse.
Douglas será a primeira e uma das poucas contratações (Foto: Alexandre Cassiano/Agência Globo)
Uma contratação é vista como suficiente
A esperança reside em dois aspectos. Primeiro, a aposta na capacidade de Felipão de revelar jovens e saber lidar com grupos mais enxutos. Depois, por valorizar permanências como se fossem reforços. Tanto que o diretor executivo de futebol Rui Costa já admite que a única contratação até o final do ano pode acabar sendo Douglas. O meia, ex-Vasco, retornará ao Tricolor numa transação sem custos, a não ser a negociação de salários. A intenção é ser cirúrgico, até porque o investimento de três anos atrás pouco resultado deu em campo.
- Da nossa equipe principal, teremos que ser cirúrgicos. Trazer um ou dois, no máximo, e pagar nossas contas. É isso que combinamos, é o que vamos fazer. A torcida tem que entender que o clube de futebol vive de títulos, mas também vive de contas. E as contas precisam ser pagas - reforçou Felipão, ao final do Brasileirão.
Embora procure laterais com as saídas de Pará e Zé Roberto, a direção admite que pode olhar com mais carinho aos jovens do setor e para os emprestados que retornarão. Também enaltecem a permanência do menino Lincoln, que, com 16 anos, firmou seu primeiro contrato profissional diante de assédio e propostas polpudas do exterior.
- O grupo, nesse primeiro momento, está fechado. Se formalizarmos a vinda do Douglas, é a peça que estará faltando para essa temporada - sublinha Rui.
A lógica se mostra bem contrária a de 2011. Em vez de comprar, procura-se vender ou desistir de jogadores que ganham muito. Além dos laterais citados, saíram Dudu e Alan Ruiz, uma vez que não havia como arcar com compra de seus direitos econômicos. Curiosamente, custariam cerca de R$ 23 milhões. Quase o que o pacote de três anos atrás tirou dos cofres azuis. Os tempos são outros.
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