Foto: Mauro Vieira / Agencia RBS
Desta vez, nem vaga o torcedor gremista pode comemorar. A derrota por 1 a 0 para o Bahia no domingo sepultou qualquer chance do time de Felipão entrar na Libertadores da América de 2015. Motivos para a decepção são muitos, mas basta analisar as outras equipes da parte de cima da tabela para chegar ao simples veredicto: os outros times são melhores do que o Grêmio.
Mesmo assim, é possível elencar alguns fatores determinantes para que o primeiro semestre gremista do ano que vem seja focado apenas no Gauchão. Confira cinco deles:
Ataque ineficiente
Sexto pior ataque do Campeonato Brasileiro, o Grêmio foi às redes somente 35 vezes em 37 jogos. Mesmo contestado em boa parte da competição, Barcos marcou 14 gols. O vice-artilheiro da equipe é Alán Ruiz, com quatro. O meia argentino passou a maior parte do Brasileirão no banco de reservas. Atrás dele aparecem os titulares Luan e Dudu (três).
O time acumula sete vitórias por 1 a 0 e oito empates em 0 a 0. Ainda, venceu apenas duas partidas por mais de dois gols de diferença (4 a 1 no Inter e 3 a 0 no Criciúma). Sem contar que a bola parada ofensiva praticamente inexistiu — apenas dois gols marcados neste fundamento.
Perda de pontos "sagrados"
Em campeonatos longos, tropeços são previsíveis para qualquer equipe. Porém, ao olhar para trás, o Grêmio vê que deixou de somar pontos que ao menos tornariam a disputa por uma vaga na Libertadores mais acirrada. O exemplo mais nítido foi a derrota em casa para o Coritiba por 3 a 2. À época, o time paranaense afundava no Z-4, e o revés custou o emprego de Enderson Moreira.
Contra os ameaçados de rebaixamento, entram na conta as derrotas para Vitória e Palmeiras de virada, além do 1 a 0 sofrido para o Bahia. Outros dois 0 a 0 em casa diante do Palmeiras e do Goiás também decepcionaram a torcida. Junta-se a isso os seis pontos perdidos na Arena para São Paulo e Cruzeiro em momentos decisivos do Brasileirão.
Baixo aproveitamento contra adversários diretos
No confronto direto contra os times do G-4, o aproveitamento do Grêmio é baixo. Em oito jogos frente a Cruzeiro, São Paulo, Inter e Corinthians, conquistou apenas seis pontos, ou 25% dos 24 possíveis. Fora de casa, perdeu todos. Na Arena, goleou o Inter e venceu o Corinthians. Porém, as derrotas para São Paulo e Cruzeiro tiveram impacto decisivo no andamento do Brasileirão.
Contra Atlético-MG e Fluminense, o desempenho melhora. Foram duas vitórias e dois empates. Mas a verdade pura e simples é que o time de Felipão jamais esteve em um patamar superior aos quatro garantidos na Libertadores, como se observa no próximo quesito.
Falta de qualidade no elenco
Durante toda a temporada de 2014, poucas foram as unanimidades no elenco gremista. Exceto Marcelo Grohe, Rhodolfo e Barcos, poucos jogadores tiveram lugar cativo na equipe titular. Carente de laterais-esquerdos, Felipão teve de deslocar o veterano Zé Roberto para o setor.
Na lateral direita, tentou Matías Rodriguez e até Ramiro no lugar do contestado Pará, que mais uma vez acaba o ano como dono da posição. Geromel se firmou na zaga apenas no segundo turno. No meio de campo, inúmeras variações de formatação e de peças, mas sem o resultado esperado.
Felipão gosta de um camisa 10 tradicional, capaz de organizar o jogo a sua volta. Giuliano e Alán Ruiz não corresponderam. Entre os volantes, achou o esquema mais próximo do ideal com Walace, Fellipe Bastos e Ramiro nas rodadas finais. E no ataque Lucas Coelho jamais foi um substituto para Barcos.
Luan e Dudu revezaram-se pelos lados do campo, foram testados mais centralizados, mas a produção de assistências e gols ficou abaixo da esperada. Fernandinho, contratado a peso de ouro a pedido de Enderson, pouco foi aproveitado.
Campanha mediana
Depois de perder o Gre-Nal do primeiro turno no Beira-Rio em sua estreia, Felipão conseguiu emplacar uma sequência de nove jogos sem derrota no Brasileirão. Até lá, porém, o Cruzeiro já despontava na liderança, com São Paulo e Inter no seu encalço. Frequentou o G-4 em algumas rodadas, mas nunca deu a confiança necessária ao torcedor.
O jogo que quebrou a série invicta foi a derrota na Arena lotada para o São Paulo. As goleadas frente a Inter e Criciúma retomaram a caminhada, mas faltou fôlego — e qualidade — na reta final, quando o Grêmio perdeu para Cruzeiro e Corinthians em sequência. Felipão tem aproveitamento ligeiramente superior ao de Enderson (56% a 52%).
Se comparadas as tabelas do primeiro e do segundo turno, as campanhas são quase idênticas: 31 pontos e sexta posição no primeiro, e 29 pontos e sétima posição no segundo (faltando uma rodada). Ou seja, pelo retrospecto no Brasileirão, ficar fora da Libertadores não foi surpresa para o Grêmio, apenas o reflexo de uma participação mediana.
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Desta vez, nem vaga o torcedor gremista pode comemorar. A derrota por 1 a 0 para o Bahia no domingo sepultou qualquer chance do time de Felipão entrar na Libertadores da América de 2015. Motivos para a decepção são muitos, mas basta analisar as outras equipes da parte de cima da tabela para chegar ao simples veredicto: os outros times são melhores do que o Grêmio.
Mesmo assim, é possível elencar alguns fatores determinantes para que o primeiro semestre gremista do ano que vem seja focado apenas no Gauchão. Confira cinco deles:
Ataque ineficiente
Sexto pior ataque do Campeonato Brasileiro, o Grêmio foi às redes somente 35 vezes em 37 jogos. Mesmo contestado em boa parte da competição, Barcos marcou 14 gols. O vice-artilheiro da equipe é Alán Ruiz, com quatro. O meia argentino passou a maior parte do Brasileirão no banco de reservas. Atrás dele aparecem os titulares Luan e Dudu (três).
O time acumula sete vitórias por 1 a 0 e oito empates em 0 a 0. Ainda, venceu apenas duas partidas por mais de dois gols de diferença (4 a 1 no Inter e 3 a 0 no Criciúma). Sem contar que a bola parada ofensiva praticamente inexistiu — apenas dois gols marcados neste fundamento.
Perda de pontos "sagrados"
Em campeonatos longos, tropeços são previsíveis para qualquer equipe. Porém, ao olhar para trás, o Grêmio vê que deixou de somar pontos que ao menos tornariam a disputa por uma vaga na Libertadores mais acirrada. O exemplo mais nítido foi a derrota em casa para o Coritiba por 3 a 2. À época, o time paranaense afundava no Z-4, e o revés custou o emprego de Enderson Moreira.
Contra os ameaçados de rebaixamento, entram na conta as derrotas para Vitória e Palmeiras de virada, além do 1 a 0 sofrido para o Bahia. Outros dois 0 a 0 em casa diante do Palmeiras e do Goiás também decepcionaram a torcida. Junta-se a isso os seis pontos perdidos na Arena para São Paulo e Cruzeiro em momentos decisivos do Brasileirão.
Baixo aproveitamento contra adversários diretos
No confronto direto contra os times do G-4, o aproveitamento do Grêmio é baixo. Em oito jogos frente a Cruzeiro, São Paulo, Inter e Corinthians, conquistou apenas seis pontos, ou 25% dos 24 possíveis. Fora de casa, perdeu todos. Na Arena, goleou o Inter e venceu o Corinthians. Porém, as derrotas para São Paulo e Cruzeiro tiveram impacto decisivo no andamento do Brasileirão.
Contra Atlético-MG e Fluminense, o desempenho melhora. Foram duas vitórias e dois empates. Mas a verdade pura e simples é que o time de Felipão jamais esteve em um patamar superior aos quatro garantidos na Libertadores, como se observa no próximo quesito.
Falta de qualidade no elenco
Durante toda a temporada de 2014, poucas foram as unanimidades no elenco gremista. Exceto Marcelo Grohe, Rhodolfo e Barcos, poucos jogadores tiveram lugar cativo na equipe titular. Carente de laterais-esquerdos, Felipão teve de deslocar o veterano Zé Roberto para o setor.
Na lateral direita, tentou Matías Rodriguez e até Ramiro no lugar do contestado Pará, que mais uma vez acaba o ano como dono da posição. Geromel se firmou na zaga apenas no segundo turno. No meio de campo, inúmeras variações de formatação e de peças, mas sem o resultado esperado.
Felipão gosta de um camisa 10 tradicional, capaz de organizar o jogo a sua volta. Giuliano e Alán Ruiz não corresponderam. Entre os volantes, achou o esquema mais próximo do ideal com Walace, Fellipe Bastos e Ramiro nas rodadas finais. E no ataque Lucas Coelho jamais foi um substituto para Barcos.
Luan e Dudu revezaram-se pelos lados do campo, foram testados mais centralizados, mas a produção de assistências e gols ficou abaixo da esperada. Fernandinho, contratado a peso de ouro a pedido de Enderson, pouco foi aproveitado.
Campanha mediana
Depois de perder o Gre-Nal do primeiro turno no Beira-Rio em sua estreia, Felipão conseguiu emplacar uma sequência de nove jogos sem derrota no Brasileirão. Até lá, porém, o Cruzeiro já despontava na liderança, com São Paulo e Inter no seu encalço. Frequentou o G-4 em algumas rodadas, mas nunca deu a confiança necessária ao torcedor.
O jogo que quebrou a série invicta foi a derrota na Arena lotada para o São Paulo. As goleadas frente a Inter e Criciúma retomaram a caminhada, mas faltou fôlego — e qualidade — na reta final, quando o Grêmio perdeu para Cruzeiro e Corinthians em sequência. Felipão tem aproveitamento ligeiramente superior ao de Enderson (56% a 52%).
Se comparadas as tabelas do primeiro e do segundo turno, as campanhas são quase idênticas: 31 pontos e sexta posição no primeiro, e 29 pontos e sétima posição no segundo (faltando uma rodada). Ou seja, pelo retrospecto no Brasileirão, ficar fora da Libertadores não foi surpresa para o Grêmio, apenas o reflexo de uma participação mediana.
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