Romildo Bolzan, candidato a presidência do Grêmio (Foto: Diego Guichard)
A consolidação da Arena como a casa do Grêmio. Esse é o principal desafio de Romildo Bolzan Júnior, candidato da situação à presidência do Grêmio para o biênio 2015/16. Em conversa de 20 minutos com o GloboEsporte.com, o advogado de 54 anos falou no estádio como a solução financeira do clube. Para manter o equipamento, espera aumentar o quadro social para arrecadar R$ 10 milhões mensais.
Romildo trata o momento atual de transição do clube como fundamental do ponto de vista estratégico pelos próximos 50 anos e diz que o Grêmio passará por uma revisão administrativa. Em temos de futebol, afirma a necessidade de apostar nas categorias de base e projeta até cinco contratações para o profissional para a próxima temporada.
- Sou candidato da situação e de uma continuidade política e administrativa do Grêmio que está rompendo um ciclo extremamente importante, que é a transição do Olímpico para a Arena. Vejo a compra do novo estádio como o maior legado que um presidente poderia dar nesse momento - afirma.
Atual vice-presidente, Romildo conta com o presidente Fábio Koff no cargo de vice-presidente de futebol. É conselheiro do clube há mais de 20 anos e sócio desde os três anos de idade. Já foi três vezes prefeito da cidade de Osório, mas abandonou atividades políticas para se dedicar ao Grêmio. É casado com Vera Lúcia de Vasconcelos Bolzan, com quem tem os filhos Gabriela, de 27 anos, e Romildo Neto, de 23.
Confira como foi a entrevista e conheça as ideias de Romildo:
GloboEsporte.com – Como foi o processo para se tornar postulante à presidência do Grêmio?
Romildo Bolzan – Em junho, o presidente Koff abriu o processo eleitoral internamente ao âmbito do Conselho de Administração. Perguntou quem queria ser presidente. Ele mostrou confiança nos seis integrantes, sendo que alguns automaticamente alegaram que não teriam condições de assumir o encargo. Restou eu e o Renato Moreira. Em determinado momento, o Moreira também desistiu. Fomos para uma votação e houve unanimidade (na candidatura). Assumi a candidatura do ponto de vista interno, sempre respeitando o desejo do presidente Fábio Koff, se ele quisesse ser candidato, o que era o desejo de todos.
Por que deseja ser presidente do Grêmio para o biênio 2014/15?
Substituir uma pessoa da estatura do presidente Koff, dessa envergadura política e moral, quase um mito dentro do clube, não é bom. A primeira coisa é saber o próprio tamanho. Ninguém vai se consolidar sendo liderança de um clube sendo um mero caudatário de uma outra liderança. Tenho princípio de lealdade que reitero ao presidente Fábio Koff, mas evidentemente, vou me colocar em posição de protagonista como presidente. Sei muito bem o que quero, o que desejo fazer, os conceitos que tenho na cabeça juntamente com companheiros. Quero transformar as rotinas do Grêmio como saudáveis e vou fazer isso com muito entusiasmo. Se me apertar, chamo Fábio Koff para me aconselhar. Ele terá toda autonomia para desenvolver com sua equipe no futebol, mas estaremos juntos no debate político. Vamos tentar repartir, participar muito intensamente no futebol. O Koff quer dar títulos de qualquer maneira para o clube e vou ajudar para que isso ocorra.
Como você vivencia o Grêmio, como vice-presidente?
A metodologia do presidente Koff é de atribuições. Tive nesse período três tarefas. O acompanhamento do Proforte, que visa rediscutir todo fair-play financeiro do esporte brasileiro e também a lei de responsabilidade fiscal do esporte. É uma situação extremamente importante, em que o Grêmio está muito atento. Acompanho a parte judicial e administrativa do que está acontecendo na questão do entorno da Arena. O Grêmio receberá aquela obra e terá compromisso na reavaliação dos impactos ambientais urbanos. O clube é réu em uma ação e discute com a OAS toda consequência dessa ação e os acordos que já estão sendo estabelecidos. Também acompanhei muito de perto o departamento de futebol. Fiz várias viagens chefiando a delegação, e a gente acaba convivendo com essas questões.
Caso você vença a eleição, qual será a prioridade?
A minha âncora de todo processo é a compra do estádio. Acho que teremos essa questão resolvida na gestão de Koff. Passada essa fase tentaremos fazer aquilo andar. Ou seja, não somente executar as condições de pagamento para a compra e manutenção, mas dar lucro e tornar aquilo um ente efetivo de arrecadação. A partir da Arena, nossa missão é criar toda uma condição de envolvimento emocional com o seu torcedor. Não sei se precisaremos de 50 mil ou 100 mil sócios novos, mas quero chegar a R$ 10 milhões de arrecadação por mês. Faremos a repactuação da migração, criando um processo de racionalização do uso da Arena. Não é preciso abrir todo estádio para um público de 6 mil pessoas. Vamos fazer o check-in para que outros ingressos possam ser vendidos. Temos essa perspectiva de vender pelo menos 50% do estádio durante o ano. Além de ganhar com o sócio, vamos arrecadar com a bilheteria, que será nossa. Depois, vamos potencializar o equipamento, com locações novas, camarotes, locação comercial, estacionamentos, publicidade, uso social, com diversas atividades, como formaturas, casamentos e festas de aniversário. A Arena tem segurança, estacionamento fechado. É possível ter uma receita razoável com isso.
Como melhorar o retrospecto dentro de campo a ponto de fazer o clube voltar a ter vitórias e conquistar títulos?
Tudo é consequência de uma boa comissão técnica com grupo de jogadores bem formado, completamente afinados com a capacidade de se entender como cidadãos. Ou seja, comprometidos com a vitória, profissionalismo e envolvidos com a emoção e cultura do clube. Serão atletas integrados com o espírito vencedor do Grêmio. É o que eu vejo daqui para frente. As consequências disso são as vitórias, pode ter certeza.
Qual a importância de contar com Felipão como técnico do clube?
É fundamental. Uma coisa extremamente importante é ampliar o uso da base no time. Também é importante que esses atletas tenham longevidade no clube. É muito ruim chegar ao final mês e ter que correr atrás de recursos ou ficar devendo recursos para cumprir as obrigações do mês. Não há projeto que resista a isso. Nossa ideia é não fazer exclusivamente da venda de jogadores a busca por recursos. Não é por aí. Queremos que os jogadores do Grêmio permaneçam por mais tempo e que sejam vendidos quando necessário, mas somente depois que tenham contribuído no ponto de vista de formação de time e títulos. Essa questão está muito clara para Felipão. Esses conceitos são importantes para resolver aspectos técnicos, mas também os ativos.
O que pensa em termos de futebol, já projeta plantel para a próxima temporada?
Vamos começar com Fábio Koff e Duda Kroeff no futebol. Felipão também estará conosco definitivamente no processo. Depois, vamos buscar todas as avaliações do plantel. Hoje, são 15 jogadores da base que formam o grupo. Praticamente metade do time veio da base. Precisaremos ver se as peças necessárias estão na base. Em um segundo momento vamos fazer a compra de jogadores que possam ser utilizados pontualmente para equilibrar o plantel. Pessoalmente, acho que teremos de fazer de quatro a cinco contratações para ter o equilíbrio do grupo e deixar o treinador satisfeito com as peças.
O que é preciso mudar da gestão atual?
Vamos implementar a transição. Fábio Koff jogou toda sua capacidade de negociação na compra da Arena. A rebeldia do presidente em estabelecer a discussão com a OAS, forçar o terceiro aditivo e não pagar a primeira sessão onerosa de R$ 41 milhões, criou a possibilidade de rediscutir até a possibilidade de aquisição. É um legado fantástico. Vamos nos transportar para o CT Luiz Carvalho, entregaremos o Olímpico, passaremos para a Arena e desenvolveremos cada vez melhor o CT de Eldorado. O Grêmio vai passar por revisão administrativa. Essa fase que vem pela frente tem um viés extremamente importante da articulação do clube para os próximos 50 anos. Se errar, erraremos por 50 anos. Se acertarmos, encaminharemos o clube para uma situação bem mais favorável. O ponto de vista é acertar todos os detalhes da transferência e da readequação administrativa do clube.
Romildo Bolzan em jantar de mobilização da chapa (Foto: Guilherme Araujo / TXT Assessoria, DVG)
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A consolidação da Arena como a casa do Grêmio. Esse é o principal desafio de Romildo Bolzan Júnior, candidato da situação à presidência do Grêmio para o biênio 2015/16. Em conversa de 20 minutos com o GloboEsporte.com, o advogado de 54 anos falou no estádio como a solução financeira do clube. Para manter o equipamento, espera aumentar o quadro social para arrecadar R$ 10 milhões mensais.
Romildo trata o momento atual de transição do clube como fundamental do ponto de vista estratégico pelos próximos 50 anos e diz que o Grêmio passará por uma revisão administrativa. Em temos de futebol, afirma a necessidade de apostar nas categorias de base e projeta até cinco contratações para o profissional para a próxima temporada.
- Sou candidato da situação e de uma continuidade política e administrativa do Grêmio que está rompendo um ciclo extremamente importante, que é a transição do Olímpico para a Arena. Vejo a compra do novo estádio como o maior legado que um presidente poderia dar nesse momento - afirma.
Atual vice-presidente, Romildo conta com o presidente Fábio Koff no cargo de vice-presidente de futebol. É conselheiro do clube há mais de 20 anos e sócio desde os três anos de idade. Já foi três vezes prefeito da cidade de Osório, mas abandonou atividades políticas para se dedicar ao Grêmio. É casado com Vera Lúcia de Vasconcelos Bolzan, com quem tem os filhos Gabriela, de 27 anos, e Romildo Neto, de 23.
Confira como foi a entrevista e conheça as ideias de Romildo:
GloboEsporte.com – Como foi o processo para se tornar postulante à presidência do Grêmio?
Romildo Bolzan – Em junho, o presidente Koff abriu o processo eleitoral internamente ao âmbito do Conselho de Administração. Perguntou quem queria ser presidente. Ele mostrou confiança nos seis integrantes, sendo que alguns automaticamente alegaram que não teriam condições de assumir o encargo. Restou eu e o Renato Moreira. Em determinado momento, o Moreira também desistiu. Fomos para uma votação e houve unanimidade (na candidatura). Assumi a candidatura do ponto de vista interno, sempre respeitando o desejo do presidente Fábio Koff, se ele quisesse ser candidato, o que era o desejo de todos.
Por que deseja ser presidente do Grêmio para o biênio 2014/15?
Substituir uma pessoa da estatura do presidente Koff, dessa envergadura política e moral, quase um mito dentro do clube, não é bom. A primeira coisa é saber o próprio tamanho. Ninguém vai se consolidar sendo liderança de um clube sendo um mero caudatário de uma outra liderança. Tenho princípio de lealdade que reitero ao presidente Fábio Koff, mas evidentemente, vou me colocar em posição de protagonista como presidente. Sei muito bem o que quero, o que desejo fazer, os conceitos que tenho na cabeça juntamente com companheiros. Quero transformar as rotinas do Grêmio como saudáveis e vou fazer isso com muito entusiasmo. Se me apertar, chamo Fábio Koff para me aconselhar. Ele terá toda autonomia para desenvolver com sua equipe no futebol, mas estaremos juntos no debate político. Vamos tentar repartir, participar muito intensamente no futebol. O Koff quer dar títulos de qualquer maneira para o clube e vou ajudar para que isso ocorra.
Como você vivencia o Grêmio, como vice-presidente?
A metodologia do presidente Koff é de atribuições. Tive nesse período três tarefas. O acompanhamento do Proforte, que visa rediscutir todo fair-play financeiro do esporte brasileiro e também a lei de responsabilidade fiscal do esporte. É uma situação extremamente importante, em que o Grêmio está muito atento. Acompanho a parte judicial e administrativa do que está acontecendo na questão do entorno da Arena. O Grêmio receberá aquela obra e terá compromisso na reavaliação dos impactos ambientais urbanos. O clube é réu em uma ação e discute com a OAS toda consequência dessa ação e os acordos que já estão sendo estabelecidos. Também acompanhei muito de perto o departamento de futebol. Fiz várias viagens chefiando a delegação, e a gente acaba convivendo com essas questões.
Caso você vença a eleição, qual será a prioridade?
A minha âncora de todo processo é a compra do estádio. Acho que teremos essa questão resolvida na gestão de Koff. Passada essa fase tentaremos fazer aquilo andar. Ou seja, não somente executar as condições de pagamento para a compra e manutenção, mas dar lucro e tornar aquilo um ente efetivo de arrecadação. A partir da Arena, nossa missão é criar toda uma condição de envolvimento emocional com o seu torcedor. Não sei se precisaremos de 50 mil ou 100 mil sócios novos, mas quero chegar a R$ 10 milhões de arrecadação por mês. Faremos a repactuação da migração, criando um processo de racionalização do uso da Arena. Não é preciso abrir todo estádio para um público de 6 mil pessoas. Vamos fazer o check-in para que outros ingressos possam ser vendidos. Temos essa perspectiva de vender pelo menos 50% do estádio durante o ano. Além de ganhar com o sócio, vamos arrecadar com a bilheteria, que será nossa. Depois, vamos potencializar o equipamento, com locações novas, camarotes, locação comercial, estacionamentos, publicidade, uso social, com diversas atividades, como formaturas, casamentos e festas de aniversário. A Arena tem segurança, estacionamento fechado. É possível ter uma receita razoável com isso.
Como melhorar o retrospecto dentro de campo a ponto de fazer o clube voltar a ter vitórias e conquistar títulos?
Tudo é consequência de uma boa comissão técnica com grupo de jogadores bem formado, completamente afinados com a capacidade de se entender como cidadãos. Ou seja, comprometidos com a vitória, profissionalismo e envolvidos com a emoção e cultura do clube. Serão atletas integrados com o espírito vencedor do Grêmio. É o que eu vejo daqui para frente. As consequências disso são as vitórias, pode ter certeza.
Qual a importância de contar com Felipão como técnico do clube?
É fundamental. Uma coisa extremamente importante é ampliar o uso da base no time. Também é importante que esses atletas tenham longevidade no clube. É muito ruim chegar ao final mês e ter que correr atrás de recursos ou ficar devendo recursos para cumprir as obrigações do mês. Não há projeto que resista a isso. Nossa ideia é não fazer exclusivamente da venda de jogadores a busca por recursos. Não é por aí. Queremos que os jogadores do Grêmio permaneçam por mais tempo e que sejam vendidos quando necessário, mas somente depois que tenham contribuído no ponto de vista de formação de time e títulos. Essa questão está muito clara para Felipão. Esses conceitos são importantes para resolver aspectos técnicos, mas também os ativos.
O que pensa em termos de futebol, já projeta plantel para a próxima temporada?
Vamos começar com Fábio Koff e Duda Kroeff no futebol. Felipão também estará conosco definitivamente no processo. Depois, vamos buscar todas as avaliações do plantel. Hoje, são 15 jogadores da base que formam o grupo. Praticamente metade do time veio da base. Precisaremos ver se as peças necessárias estão na base. Em um segundo momento vamos fazer a compra de jogadores que possam ser utilizados pontualmente para equilibrar o plantel. Pessoalmente, acho que teremos de fazer de quatro a cinco contratações para ter o equilíbrio do grupo e deixar o treinador satisfeito com as peças.
O que é preciso mudar da gestão atual?
Vamos implementar a transição. Fábio Koff jogou toda sua capacidade de negociação na compra da Arena. A rebeldia do presidente em estabelecer a discussão com a OAS, forçar o terceiro aditivo e não pagar a primeira sessão onerosa de R$ 41 milhões, criou a possibilidade de rediscutir até a possibilidade de aquisição. É um legado fantástico. Vamos nos transportar para o CT Luiz Carvalho, entregaremos o Olímpico, passaremos para a Arena e desenvolveremos cada vez melhor o CT de Eldorado. O Grêmio vai passar por revisão administrativa. Essa fase que vem pela frente tem um viés extremamente importante da articulação do clube para os próximos 50 anos. Se errar, erraremos por 50 anos. Se acertarmos, encaminharemos o clube para uma situação bem mais favorável. O ponto de vista é acertar todos os detalhes da transferência e da readequação administrativa do clube.
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