Na Seleção, Grohe ri por último após dificuldades durante anos de Grêmio (Foto: Sergio Gandolphi)
O ano de 2014 é quase irretocável para Marcelo Grohe. Titular absoluto no Grêmio, o camisa 1 é um dos grandes destaques do Brasileirão tanto por suas defesas quanto pelas marcas que vem quebrando a cada jogo. Não é à toa que, aos 27 anos, foi convocado pela primeira vez para servir a seleção brasileira por Dunga. Mas nem sempre foi assim. O goleiro superou um passado de irregularidade e ostracismo sentado ao banco de reservas antes de vestir a camisa verde e amarela.
A própria temporada atual iniciou com alguma desconfiança, dissipada pelas boas atuações tanto na Libertadores quanto no Brasileirão. No nacional, Grohe é responsável direto pela defesa gremista, a melhor da competição. Sofreu 13 gols em 25 jogos. Saiu invicto de 15 e está há oito sem ser vazado. São 743 minutos: a nona melhor marca da história do Brasileiro, contando a partir de 1971, sem adicionar os acréscimos. Méritos de quem está há 14 anos no Tricolor e passou por todas as categorias de base até se tornar profissional, em 2005. Ano de reserva de Galatto na Série B, indo à seleção sub-18.
Nove anos se passaram entre as convocações na base e na equipe principal. Período em que Grohe passou mais tempo na reserva do que em campo. Até foi titular em 2006, quando fez sua estreia, mas figurou no banco durante cinco temporadas, entre 2007 e 2012, quando Saja e Victor foram absolutos. Depois, sentiu novamente o gosto da sequência com a saída desse último para o Atlético-MG. Até chegar Dida em 2013. Momento de exercer a paciência. Hoje, colhe os frutos.
- Olha, como eu tenho falado, talvez o ano de 2013 tenha me fortalecido muito. Tem duas formas de encarar o ano de 2013. Um ano que tive que esperar novamente, que talvez muitos possam dizer que atrasou minha carreira. Procurei sempre olhar da maneira positiva. Eu encaro o ano de 2013 como o ano de amadurecimento, que me fortaleceu muito e é dessa forma que vejo. Me fortaleceu - pondera o camisa 1.
> Confira abaixo momentos da trajetória de Grohe:
RAÍZES NO GRÊMIO
Marcelo Grohe campeão gaúcho de juniores em 2005 (Foto: Divulgação/TXT Assessoria)
Dois cenários marcaram a infância de Marcelo Grohe. A terra natal, Campo Bom, e o Estádio Olímpico. O camisa 1 se habituou a percorrer diariamente o trajeto entre a antiga casa gremista e a cidade na região Metropolitana de Porto Alegre. É atleta do Grêmio desde 2000, quando ingressou na categoria sub-13. Passou por todas as divisões inferiores gremistas - sub-14, infantil, juvenil e juniores - até ser integrado aos profissionais do clube, em 2005.
- Eu lembro que a gente comprava salgadinhos e refrigerante de dois litros. Tudo isso para esperar a van em frente ao vestiário. Coisa de moleque mesmo - afirmou, em entrevista ao GloboEsporte.com, em 2012.
RESERVA E SELEÇÃO... DE BASE
Marcelo Grohe é campeão da Copa Sendai em 2005 pela Seleção (Foto: Divulgação/TXT Assessoria)
A promoção não trouxe grandes oportunidades a Grohe em seu primeiro ano como profissional. O goleiro sequer atuou na campanha gremista em 2005, quando Galatto, o titular, se tornou ícone da torcida ao defender cobrança de pênaltis na chamada Batalha dos Aflitos. Mesmo assim, alcançou pela primeira vez certo destaque na carreira.
Foi convocado três vezes para a seleção brasileira sub-18 que iniciava a preparação para o Campeonato Sul-Americano sub-20 de 2007, no Paraguai. Entrou em campo em duas partidas amistosas, contra Irlanda e Japão, e participou do período de treinamentos em Barueri, no interior de São Paulo.
TITULAR E IRREGULAR
O ano de 2006 se desenhou especial para Marcelo Grohe. Logo em janeiro, fez sua estreia como profissional no Gauchão, com vitória por 2 a 1 sobre o São Luiz, fora de casa, após séria lesão de Galatto. Seria coroado três meses mais tarde. Como titular, auxiliou o Grêmio a superar o rival, Inter, na final do Campeonato Gaúcho e comemorou o primeiro título da carreira.
- Acredito que um dos jogos mais marcantes foi a minha estreia em Gre-Nal. Sobre a defesa, é complicado falar. Mas escolheria uma cabeçada do Fernandão neste primeiro clássico (em 1º de abril de 2006, 0 a 0, primeiro jogo da decisão do Estadual). Havia um nervosismo. A defesa foi um alívio - disse, lembrando que o Grêmio venceria o Gauchão ao empatar por 1 a 1 no confronto da volta, no Beira-Rio.
O restante da temporada foi de inconstância. Grohe alternou a posição na equipe com Galatto, no Brasileirão. E não demonstrou a mesma confiança que exala oito anos mais tarde. Ficou marcado pela irregularidade e por algumas falhas, como a que cometeu no clássico Gre-Nal do segundo turno. Melhor para Iarley, que aproveitou para dar a vitória ao Inter.
CINCO ANOS NA RESERVA
Grohe posa com VIctor, de quem foi reserva por quatro temporadas (Foto: Bruno Junqueira/TRATO.TXT)
Após uma primeira temporada pouco consistente como titular, Grohe pouco pôde fazer para provar seu valor no Grêmio. Em 2007, Sebastián Saja foi contratado para ser o dono da camisa 1 na campanha vice-campeã na Libertadores.
Depois, assistiu ao reinado de Victor. O goleiro chegou ao Tricolor em 2008 e logo se firmou com grandes defesas. Conquistou a confiança dos gremistas, com quem viveu longa relação, de mais de quatro anos. Resultado? Em cinco anos, entre 2007 e 2011, Marcelo atuou em 39 partidas - média inferior a oito por temporada.
TITULARIDADE E BOA FASE
Marcelo Grohe recebe homenagem pelos 100 jogos (Foto: Lucas Uebel / Grêmio, DVG)
Victor teve de deixar o Grêmio, em transferência ao Atlético-MG, para que Grohe voltasse a ter uma sequência como titular da meta gremista, em junho de 2012. Não desapontou. Viveu sua primeira grande temporada. Sofreu 33 gols em 38 rodadas do Brasileirão. Disputou 32 partidas na competição e, em 12 delas, saiu sem ser vazado. Também viveu uma boa sequência de jogos invicto: quatro - metade da série alcançada em 2014. Neste mesmo ano, completou 100 partidas com a camiseta do clube gaúcho.
RESERVA E QUASE ADEUS
Grohe pegou pênalti que levou o Grêmio à 2ª fase da Libertadores (Foto: Lucas Uebel/Site Oficial do Grêmio)
O camisa 1 esperava engrenar na temporada seguinte como o goleiro do Grêmio na disputa da Libertadores de 2013… Mas foi relegado a segundo plano com a chegada de Dida, homem de confiança de Vanderlei Luxemburgo. Ainda assim, foi decisivo. Pegou pênalti diante da LDU e foi um dos grandes responsáveis por levar o Tricolor à segunda fase da competição continental, aproveitando lesão do veterano. Um dos raros momentos de brilho.
Grohe permaneceu na reserva durante grande parte da temporada. Chegou até mesmo a cogitar deixar o clube, diante de uma sondagem do Vasco, mas o negócio não foi adiante. Acabou permanecendo no Grêmio. E não parece arrependido. Muito menos o torcedor.
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O ano de 2014 é quase irretocável para Marcelo Grohe. Titular absoluto no Grêmio, o camisa 1 é um dos grandes destaques do Brasileirão tanto por suas defesas quanto pelas marcas que vem quebrando a cada jogo. Não é à toa que, aos 27 anos, foi convocado pela primeira vez para servir a seleção brasileira por Dunga. Mas nem sempre foi assim. O goleiro superou um passado de irregularidade e ostracismo sentado ao banco de reservas antes de vestir a camisa verde e amarela.
A própria temporada atual iniciou com alguma desconfiança, dissipada pelas boas atuações tanto na Libertadores quanto no Brasileirão. No nacional, Grohe é responsável direto pela defesa gremista, a melhor da competição. Sofreu 13 gols em 25 jogos. Saiu invicto de 15 e está há oito sem ser vazado. São 743 minutos: a nona melhor marca da história do Brasileiro, contando a partir de 1971, sem adicionar os acréscimos. Méritos de quem está há 14 anos no Tricolor e passou por todas as categorias de base até se tornar profissional, em 2005. Ano de reserva de Galatto na Série B, indo à seleção sub-18.
Nove anos se passaram entre as convocações na base e na equipe principal. Período em que Grohe passou mais tempo na reserva do que em campo. Até foi titular em 2006, quando fez sua estreia, mas figurou no banco durante cinco temporadas, entre 2007 e 2012, quando Saja e Victor foram absolutos. Depois, sentiu novamente o gosto da sequência com a saída desse último para o Atlético-MG. Até chegar Dida em 2013. Momento de exercer a paciência. Hoje, colhe os frutos.
- Olha, como eu tenho falado, talvez o ano de 2013 tenha me fortalecido muito. Tem duas formas de encarar o ano de 2013. Um ano que tive que esperar novamente, que talvez muitos possam dizer que atrasou minha carreira. Procurei sempre olhar da maneira positiva. Eu encaro o ano de 2013 como o ano de amadurecimento, que me fortaleceu muito e é dessa forma que vejo. Me fortaleceu - pondera o camisa 1.
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Marcelo Grohe campeão gaúcho de juniores em 2005 (Foto: Divulgação/TXT Assessoria)
Dois cenários marcaram a infância de Marcelo Grohe. A terra natal, Campo Bom, e o Estádio Olímpico. O camisa 1 se habituou a percorrer diariamente o trajeto entre a antiga casa gremista e a cidade na região Metropolitana de Porto Alegre. É atleta do Grêmio desde 2000, quando ingressou na categoria sub-13. Passou por todas as divisões inferiores gremistas - sub-14, infantil, juvenil e juniores - até ser integrado aos profissionais do clube, em 2005.
- Eu lembro que a gente comprava salgadinhos e refrigerante de dois litros. Tudo isso para esperar a van em frente ao vestiário. Coisa de moleque mesmo - afirmou, em entrevista ao GloboEsporte.com, em 2012.
RESERVA E SELEÇÃO... DE BASE
Marcelo Grohe é campeão da Copa Sendai em 2005 pela Seleção (Foto: Divulgação/TXT Assessoria)
A promoção não trouxe grandes oportunidades a Grohe em seu primeiro ano como profissional. O goleiro sequer atuou na campanha gremista em 2005, quando Galatto, o titular, se tornou ícone da torcida ao defender cobrança de pênaltis na chamada Batalha dos Aflitos. Mesmo assim, alcançou pela primeira vez certo destaque na carreira.
Foi convocado três vezes para a seleção brasileira sub-18 que iniciava a preparação para o Campeonato Sul-Americano sub-20 de 2007, no Paraguai. Entrou em campo em duas partidas amistosas, contra Irlanda e Japão, e participou do período de treinamentos em Barueri, no interior de São Paulo.
TITULAR E IRREGULAR
O ano de 2006 se desenhou especial para Marcelo Grohe. Logo em janeiro, fez sua estreia como profissional no Gauchão, com vitória por 2 a 1 sobre o São Luiz, fora de casa, após séria lesão de Galatto. Seria coroado três meses mais tarde. Como titular, auxiliou o Grêmio a superar o rival, Inter, na final do Campeonato Gaúcho e comemorou o primeiro título da carreira.
- Acredito que um dos jogos mais marcantes foi a minha estreia em Gre-Nal. Sobre a defesa, é complicado falar. Mas escolheria uma cabeçada do Fernandão neste primeiro clássico (em 1º de abril de 2006, 0 a 0, primeiro jogo da decisão do Estadual). Havia um nervosismo. A defesa foi um alívio - disse, lembrando que o Grêmio venceria o Gauchão ao empatar por 1 a 1 no confronto da volta, no Beira-Rio.
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Depois, assistiu ao reinado de Victor. O goleiro chegou ao Tricolor em 2008 e logo se firmou com grandes defesas. Conquistou a confiança dos gremistas, com quem viveu longa relação, de mais de quatro anos. Resultado? Em cinco anos, entre 2007 e 2011, Marcelo atuou em 39 partidas - média inferior a oito por temporada.
TITULARIDADE E BOA FASE
Marcelo Grohe recebe homenagem pelos 100 jogos (Foto: Lucas Uebel / Grêmio, DVG)
Victor teve de deixar o Grêmio, em transferência ao Atlético-MG, para que Grohe voltasse a ter uma sequência como titular da meta gremista, em junho de 2012. Não desapontou. Viveu sua primeira grande temporada. Sofreu 33 gols em 38 rodadas do Brasileirão. Disputou 32 partidas na competição e, em 12 delas, saiu sem ser vazado. Também viveu uma boa sequência de jogos invicto: quatro - metade da série alcançada em 2014. Neste mesmo ano, completou 100 partidas com a camiseta do clube gaúcho.
RESERVA E QUASE ADEUS
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Grohe permaneceu na reserva durante grande parte da temporada. Chegou até mesmo a cogitar deixar o clube, diante de uma sondagem do Vasco, mas o negócio não foi adiante. Acabou permanecendo no Grêmio. E não parece arrependido. Muito menos o torcedor.
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