Nasci em 1962, primeiro ano do Hepta. Comecei a frequentar o estádio Olímpico quando ela ainda não era o Monumental, no final dos anos 60 e início dos anos 70 levado por meu saudoso pai. Assisti muitos jogos fantásticos mas os anos 70 foram, na sua maioria, de sofrimento, pois foi uma época de vitórias do co-irmão.
Em 1977, com 15 anos, passei a fazer parte do departamento Eurico Lara, que organizava a torcida, e a frequentar todos os jogos no Olímpico. Nós éramos responsáveis por picar papel, preparar bandeiras, estender a faixa que dizia “Com o Grêmio onde estiver o Grêmio” na arquibancada inferior (ainda não existia a superior neste tempo) e colocar os “bandeirões” entre os postes dos refletores no lado oposto da social. Muitas vezes subi nos postes dos refletores para estender estas bandeiras... dava medo olhar lá de cima, mas era muito legal.
O ano de 1977 foi realmente um ano especial. O presidente Hélio Dourado contratou um dos maiores técnicos do futebol brasileiro, Telê Santana e montou um time sensacional que até hoje lembro de cor: Corbo; Eurico, Ancheta, Oberdan e Ladinho; Vitor Hugo, Iúra e Tadeu Ricci; Tarciso, André Catimba e Éder. Era uma máquina, com jogadores técnicos e com raça em todas as posições. E ainda haviam outros, como Cassiá e Alcindo (o Bugre tinha voltado naquele ano). Aquele seria o ano da reconquista. Estive em todos os jogos no Olímpico e quase todos no interior como por exemplo no 0x0 com o Brasil de Pelotas no Bento Freitas, que nos deu o título do primeiro turno. No Olímpico tivemos jogos fantásticos, como o 10x0 sobre o Pelotas e o Grenal do gol mais rápido, Iúra aos 14 segundos, o jogo terminou 2x1 para o Grêmio.
Mas, com certeza, o jogo que marcou a minha vida foi a final daquele Gauchão, 1x0, gol do André Catimba. Dia 25 de setembro de 1977. Até hoje lembro do medo que tive quando o Tarciso perdeu um pênalti. Voltaram as lembranças dos anos de derrotas, mas a esperança era maior e a confiança naquela máquina de jogar bola era muito grande. E então, aos 42 min do primeiro tempo, Iúra lança André, que de pé direito coloca a bola no fundo das redes de Benitez. A partir daí foi uma festa só. Mesmo com a lesão de André durante a comemoração não fiquei preocupado pois Alcindo, o Bugre era um extraordinário centroavante.
Vivi outros jogos e loucuras no nosso Velho Casarão, o primeiro jogo da final do brasileirão de 81, a inauguração do Monumental (onde inclusive ajudei a colocar as bandeirinhas em toda a marquise), um jogo contra o Guarani de Campinas em 77 onde atuei como gandula e o Oberdan impediu que eu apanhasse de um jogador adversário (essa história é ótima também), a final da Libertadores de 83, as finais das Copas do Brasil de 89 e 94, o primeiro jogo da final da Libertadores de 95, a final do Brasileiro de 96, enfim tantos outros jogos maravilhosos. Mas a emoção daquele título de 1977 carrego comigo até hoje e é uma das maiores lembranças que tenho do nosso Olímpico Monumental!
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O ano de 1977 foi realmente um ano especial. O presidente Hélio Dourado contratou um dos maiores técnicos do futebol brasileiro, Telê Santana e montou um time sensacional que até hoje lembro de cor: Corbo; Eurico, Ancheta, Oberdan e Ladinho; Vitor Hugo, Iúra e Tadeu Ricci; Tarciso, André Catimba e Éder. Era uma máquina, com jogadores técnicos e com raça em todas as posições. E ainda haviam outros, como Cassiá e Alcindo (o Bugre tinha voltado naquele ano). Aquele seria o ano da reconquista. Estive em todos os jogos no Olímpico e quase todos no interior como por exemplo no 0x0 com o Brasil de Pelotas no Bento Freitas, que nos deu o título do primeiro turno. No Olímpico tivemos jogos fantásticos, como o 10x0 sobre o Pelotas e o Grenal do gol mais rápido, Iúra aos 14 segundos, o jogo terminou 2x1 para o Grêmio.
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