No 1º julgamento, decisão foi pela exclusão do Grêmio da Copa do Brasil (Foto: Glaucon Fernandes / Ag. Estado)
Ainda preocupado com a repercussão do caso envolvendo injúrias raciais ao qual responde, o departamento jurídico do Grêmio se apoia na experiência e no julgamento mais técnico que costuma ocorrer no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva para tentar diminuir o peso da pena aplicada no primeiro julgamento, em 3 de setembro, quando, por unanimidade, foi punido com a exclusão da Copa do Brasil.
Diretor jurídico do Grêmio, Thiago Brunetto evita criar expectativas, mas acredita em nova postura do STJD no Pleno. O novo julgamento, que ocorre porque o clube entrou com recurso após a decisão, ainda não tem data oficializada.
- Nossa expectativa não é positiva nem negativa. Vai ser um julgamento mais técnico e menos sujeito à repercussão midiática. Antes, era como se estivessem querendo dar satisfação. O Pleno é mais experiente, o julgamento é técnico - disse, sem detalhar como a defesa tricolor vai agir na nova oportunidade:
- Envolve a nossa estratégia. Estamos preocupados e inconformados com essa generalização - completou, ainda sem confirmar quais serão os advogados presentes no próximo julgamento. No primeiro, ele estava ao lado de Gabriel Vieira, que também atua no Grêmio, e de Michel Asseff Filho, do Flamengo.

A generalização citada por Brunetto diz respeito ao rumo que o caso tomou. O advogado afirma sentir temor pelos fatos que começaram a surgir após a decisão da exclusão do clube da Copa do Brasil, como o incêndio que atingiu parte da casa da torcedora Patrícia Moreira nesta sexta-feira. A gremista foi flagrada gritando "macaco" e é a principal investigada pela polícia.
- No jogo no Maracanã (contra o Flamengo, na 19ª rodada), famílias, crianças, casais foram ao jogo e acabaram recebidos na chegada de forma hostil, com insultos. Isso nos preocupa. Essa condenação não pode ter essa consequência. Não nos conformamos com essa pecha de que o clube é racista, que a torcida é racista. Essa pena é tão inédita, ganha tanta repercussão, que vemos essas coisas sendo feitas... Vi hoje que colocaram fogo na casa da Patrícia, isso é um absurdo. A repercussão é muito grande. Ela tem, sim, que ser punida, mas o que vem acontecendo é um absurdo - avaliou.
Outra preocupação do departamento jurídico do Grêmio é com a atitude de minorias que podem se usar da possibilidade de punição para prejudicar rivais nos jogos. Brunetto citou manifestação feita pelo Cruzeiro, líder do Brasileirão, antes da partida com o Bahia, disputada nesta ultima quinta.
Segundo o clube mineiro, foram feitas mobilizações nas redes sociais para que injúrias raciais fossem praticadas contra atletas do Bahia a fim de provocar punição à Raposa. O diretor de comunicação do Cruzeiro, Guilherme Mendes, afirmou que identificou movimentações de torcedores adversários que estariam se organizando para ir ao jogo na torcida cruzeirense e cometer atos racistas para prejudicar o clube. Após a partida, não foram relatadas tais ações.
O presidente do Grêmio, Fábio Koff, considerou exagerada a condenação pela pena máxima. A denúncia foi feita pela procuradoria do STJD, baseada no artigo 243-G (e seus parágrafos) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Por isso, o clube decidiu recorrer ao Pleno.
- Não é uma questão de injustiça. Acho que houve um exagero. Temos que conceituar e entender de maneira diferente a injúria racista da manifestação. O Grêmio fez o possível para identificar os autores. Foram entregues a polícia. Então, acho que o Grêmio foi punido duas vezes por um fato só - avaliou o presidente, após o julgamento.
Além da contribuição que o Grêmio tem dado na identificação de suspeitos de ofensas ao goleiro Aranha, o jurídico usa a seu favor na defesa as campanhas que o clube tem realizado contra a intolerância no futebol. No julgamento do caso Paulão, realizado na última quinta, quando o Tricolor foi punido com multa de R$ 30 mil, revertida a uma instituição de combate ao racismo, Brunetto ressaltou manifestações dos integrantes da sessão, que reconheceram o esforço do Grêmio em ajudar na investigação.
Julgamento mostrou vídeos que complicaram o Grêmio (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Neste mesmo julgamento do caso Paulão, o relator Flávio Zveiter, declarou que "o Grêmio não pode jamais ser tachado de clube racista". Disse, ainda, que "a instituição Grêmio não está sendo julgada, porque não é um clube racista".
- O Grêmio é precursor em celebrar acordo com o Ministério Público para campanhas de conscientização, campanhas contra racismo, intolerância no futebol. E o clube não faz isso por ter uma torcida racista, é porque tem responsabilidade - resumiu Brunetto.
Efeito suspensivo parcial
O pedido de efeito suspensivo do Grêmio pelas punições no caso de injúria racial envolvendo o goleiro Aranha, do Santos, foi atendido parcialmente pelo relator do processo do Grêmio no Pleno do STJD, o auditor Paulo César Salomão Filho, nesta sexta-feira. Foi concedido apenas o efeito referente à multa aplicada pela Terceira Comissão Disciplinar, totalizada em R$ 54 mil.
Com isso, o clube só terá de efetuar o pagamento caso a pena seja mantida em julgamento no Pleno, que ainda não tem data oficializada. No parecer, o auditor negou o pedido do Grêmio para suspensão do sorteio e da nomenclatura do chaveamento da Copa do Brasil.
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Ainda preocupado com a repercussão do caso envolvendo injúrias raciais ao qual responde, o departamento jurídico do Grêmio se apoia na experiência e no julgamento mais técnico que costuma ocorrer no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva para tentar diminuir o peso da pena aplicada no primeiro julgamento, em 3 de setembro, quando, por unanimidade, foi punido com a exclusão da Copa do Brasil.
Diretor jurídico do Grêmio, Thiago Brunetto evita criar expectativas, mas acredita em nova postura do STJD no Pleno. O novo julgamento, que ocorre porque o clube entrou com recurso após a decisão, ainda não tem data oficializada.
- Nossa expectativa não é positiva nem negativa. Vai ser um julgamento mais técnico e menos sujeito à repercussão midiática. Antes, era como se estivessem querendo dar satisfação. O Pleno é mais experiente, o julgamento é técnico - disse, sem detalhar como a defesa tricolor vai agir na nova oportunidade:
- Envolve a nossa estratégia. Estamos preocupados e inconformados com essa generalização - completou, ainda sem confirmar quais serão os advogados presentes no próximo julgamento. No primeiro, ele estava ao lado de Gabriel Vieira, que também atua no Grêmio, e de Michel Asseff Filho, do Flamengo.

A generalização citada por Brunetto diz respeito ao rumo que o caso tomou. O advogado afirma sentir temor pelos fatos que começaram a surgir após a decisão da exclusão do clube da Copa do Brasil, como o incêndio que atingiu parte da casa da torcedora Patrícia Moreira nesta sexta-feira. A gremista foi flagrada gritando "macaco" e é a principal investigada pela polícia.
- No jogo no Maracanã (contra o Flamengo, na 19ª rodada), famílias, crianças, casais foram ao jogo e acabaram recebidos na chegada de forma hostil, com insultos. Isso nos preocupa. Essa condenação não pode ter essa consequência. Não nos conformamos com essa pecha de que o clube é racista, que a torcida é racista. Essa pena é tão inédita, ganha tanta repercussão, que vemos essas coisas sendo feitas... Vi hoje que colocaram fogo na casa da Patrícia, isso é um absurdo. A repercussão é muito grande. Ela tem, sim, que ser punida, mas o que vem acontecendo é um absurdo - avaliou.
Outra preocupação do departamento jurídico do Grêmio é com a atitude de minorias que podem se usar da possibilidade de punição para prejudicar rivais nos jogos. Brunetto citou manifestação feita pelo Cruzeiro, líder do Brasileirão, antes da partida com o Bahia, disputada nesta ultima quinta.
Segundo o clube mineiro, foram feitas mobilizações nas redes sociais para que injúrias raciais fossem praticadas contra atletas do Bahia a fim de provocar punição à Raposa. O diretor de comunicação do Cruzeiro, Guilherme Mendes, afirmou que identificou movimentações de torcedores adversários que estariam se organizando para ir ao jogo na torcida cruzeirense e cometer atos racistas para prejudicar o clube. Após a partida, não foram relatadas tais ações.
O presidente do Grêmio, Fábio Koff, considerou exagerada a condenação pela pena máxima. A denúncia foi feita pela procuradoria do STJD, baseada no artigo 243-G (e seus parágrafos) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Por isso, o clube decidiu recorrer ao Pleno.
- Não é uma questão de injustiça. Acho que houve um exagero. Temos que conceituar e entender de maneira diferente a injúria racista da manifestação. O Grêmio fez o possível para identificar os autores. Foram entregues a polícia. Então, acho que o Grêmio foi punido duas vezes por um fato só - avaliou o presidente, após o julgamento.
Além da contribuição que o Grêmio tem dado na identificação de suspeitos de ofensas ao goleiro Aranha, o jurídico usa a seu favor na defesa as campanhas que o clube tem realizado contra a intolerância no futebol. No julgamento do caso Paulão, realizado na última quinta, quando o Tricolor foi punido com multa de R$ 30 mil, revertida a uma instituição de combate ao racismo, Brunetto ressaltou manifestações dos integrantes da sessão, que reconheceram o esforço do Grêmio em ajudar na investigação.
Julgamento mostrou vídeos que complicaram o Grêmio (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)Neste mesmo julgamento do caso Paulão, o relator Flávio Zveiter, declarou que "o Grêmio não pode jamais ser tachado de clube racista". Disse, ainda, que "a instituição Grêmio não está sendo julgada, porque não é um clube racista".
- O Grêmio é precursor em celebrar acordo com o Ministério Público para campanhas de conscientização, campanhas contra racismo, intolerância no futebol. E o clube não faz isso por ter uma torcida racista, é porque tem responsabilidade - resumiu Brunetto.
Efeito suspensivo parcial
O pedido de efeito suspensivo do Grêmio pelas punições no caso de injúria racial envolvendo o goleiro Aranha, do Santos, foi atendido parcialmente pelo relator do processo do Grêmio no Pleno do STJD, o auditor Paulo César Salomão Filho, nesta sexta-feira. Foi concedido apenas o efeito referente à multa aplicada pela Terceira Comissão Disciplinar, totalizada em R$ 54 mil.
Com isso, o clube só terá de efetuar o pagamento caso a pena seja mantida em julgamento no Pleno, que ainda não tem data oficializada. No parecer, o auditor negou o pedido do Grêmio para suspensão do sorteio e da nomenclatura do chaveamento da Copa do Brasil.
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