Marcelo Oliveira, no Cruzeiro, é o técnico com maior tempo no cargo na Série A (Foto: Getty Images)
Cruzeiro disparado na frente, com São Paulo, Internacional e Corinthians formando o G-4. A classificação do Campeonato Brasileiro de 2014 é quase o reflexo de outra tabela, mais curiosa: a do tempo de permanência de seus técnicos. A Raposa está sob o comando de Marcelo Oliveira desde dezembro de 2012 e lidera o ranking com folga. Muricy Ramalho, que completa um ano no Tricolor Paulista nesta quarta, vem atrás. Abel Braga e Mano Menezes, no Colorado e no Timão desde o início da temporada, fecham o grupo.
Do lado oposto da classificação da Série A, em todas as equipes do Z-4, o técnico está há menos de um mês em seu cargo. Gilson Kleina, do Bahia, foi apresentado em 14 de agosto. Ney Franco, do rival Vitória, assumiu seu time 11 dias depois. Marquinhos Santos chegou ao Coritiba no dia 26. E, por último, Gilmar dal Pozzo chegou ao Criciúma na sexta-feira passada.
Convidado do "Redação SporTV" nesta terça, Oswaldo de Oliveira comandou o Santos em 18 das 19 rodadas do Brasileirão até o momento, lembra que passou cinco temporadas à frente do Kashima Antlers, do Japão, onde conquistou três títulos nacionais. O treinador, que levou o Botafogo à Libertadores no ano passado, torce para que a realidade brasileira mude e se aproxime do país asiático.
- Eu trabalhei no Japão, eu sei como é ter um planejamento. Existem dirigentes conscientes, mas não são todos. É difícil falar, porque estou advogando a favor da minha causa, pedindo para que me mantenham no cargo. Mas eu tenho esperança de que o futebol brasileiro vá seguir este processo de profissionalização. Vão ver que não adianta cortar um técnico com três meses de trabalho - afirmou o treinador.
Tabela - Técnicos há mais tempo no cargo (Foto: SporTV.com)
Na opinião do comentarista Lédio Carmona, o fato de os quatro primeiros colocados do Brasileirão serem os quatro com mais estabilidade não é uma simples coincidência. Para o jornalista, o conhecimento entre grupo e treinador é fundamental.
- É a prova cabal de que o trabalho de estabilidade, em longo prazo, dá certo. Você consegue planejar, montar melhor o elenco, conhecer mais os jogadores e os resultados aparecem. Não é inventar a pólvora, é fazer o trabalho bem feito. Você mantém o treinador, dá tempo para ele responder e aparecem os resultados e o bom futebol. Se você troca demais, você nunca tem um trabalho definido, muda em todo momento.
O comentarista Diogo Olivier, da RBS TV, concorda que a manutenção dos técnicos nos seus cargos é o melhor caminho para a conquista dos títulos. No entanto, lembra que algumas mudanças funcionam em curto prazo.
- Não é coincidência. A troca de treinador no meio da temporada só é produtiva em questões muito específicas. Por exemplo, o Inter em 2010 trocou Jorge Fossatti por Celso Roth e ganhou a Libertadores. Mas era no meio da Copa do Mundo, tinha tempo para treinar. O Luxemburgo, no Flamengo, assumiu em uma situação de desintegração, com o objetivo específico de sair do rebaixamento. Mas, se quiser ter resultado em longo prazo, tem que apostar em um treinador e em uma comissão técnica. Não dá para reinventar a roda.
Muricy Ramalho completa um ano no São Paulo nesta passagem (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)
Diogo Olivier lembra que a diretoria do clube deve resistir às pressões para a simples troca de treinador.
- Também depende da direção. Em 1995, a torcida pedia a saída do Felipão, mas o presidente foi forte e bancou o técnico. Se a diretoria do Palmeiras tivesse confiança no Gareca, ele teria que ser mantido. Mas isso não acontece. Os dirigentes não têm confiança nos treinadores que contrataram. Os conselheiros, os jogadores, a torcida fazem pressão e acaba sobrando para o treinador.
Se a manutenção é o melhor caminho, existe hora certa para trocar o treinador? Na opinião de Lédio Carmona, o fim da temporada, em dezembro, é o melhor momento para mudanças. Para o jornalista, nesta fase o novo comandante poderá planejar o ano seguinte com tranquilidade.
- Descontada alguma grande hecatombe, para mexer no meio da temporada, o momento certo para trocar é dezembro. Espera acabar o ano. Ali, você pode demitir, trocar e o novo técnico tem um mês para conhecer os jogadores e estabelecer suas ideias. Para trocar em agosto ou outubro, só se tiver um grande problema. Trocar por trocar não leva a lugar nenhum.
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Do lado oposto da classificação da Série A, em todas as equipes do Z-4, o técnico está há menos de um mês em seu cargo. Gilson Kleina, do Bahia, foi apresentado em 14 de agosto. Ney Franco, do rival Vitória, assumiu seu time 11 dias depois. Marquinhos Santos chegou ao Coritiba no dia 26. E, por último, Gilmar dal Pozzo chegou ao Criciúma na sexta-feira passada.
Convidado do "Redação SporTV" nesta terça, Oswaldo de Oliveira comandou o Santos em 18 das 19 rodadas do Brasileirão até o momento, lembra que passou cinco temporadas à frente do Kashima Antlers, do Japão, onde conquistou três títulos nacionais. O treinador, que levou o Botafogo à Libertadores no ano passado, torce para que a realidade brasileira mude e se aproxime do país asiático.
- Eu trabalhei no Japão, eu sei como é ter um planejamento. Existem dirigentes conscientes, mas não são todos. É difícil falar, porque estou advogando a favor da minha causa, pedindo para que me mantenham no cargo. Mas eu tenho esperança de que o futebol brasileiro vá seguir este processo de profissionalização. Vão ver que não adianta cortar um técnico com três meses de trabalho - afirmou o treinador.
Tabela - Técnicos há mais tempo no cargo (Foto: SporTV.com)
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O comentarista Diogo Olivier, da RBS TV, concorda que a manutenção dos técnicos nos seus cargos é o melhor caminho para a conquista dos títulos. No entanto, lembra que algumas mudanças funcionam em curto prazo.
- Não é coincidência. A troca de treinador no meio da temporada só é produtiva em questões muito específicas. Por exemplo, o Inter em 2010 trocou Jorge Fossatti por Celso Roth e ganhou a Libertadores. Mas era no meio da Copa do Mundo, tinha tempo para treinar. O Luxemburgo, no Flamengo, assumiu em uma situação de desintegração, com o objetivo específico de sair do rebaixamento. Mas, se quiser ter resultado em longo prazo, tem que apostar em um treinador e em uma comissão técnica. Não dá para reinventar a roda.
Muricy Ramalho completa um ano no São Paulo nesta passagem (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)
Diogo Olivier lembra que a diretoria do clube deve resistir às pressões para a simples troca de treinador.
- Também depende da direção. Em 1995, a torcida pedia a saída do Felipão, mas o presidente foi forte e bancou o técnico. Se a diretoria do Palmeiras tivesse confiança no Gareca, ele teria que ser mantido. Mas isso não acontece. Os dirigentes não têm confiança nos treinadores que contrataram. Os conselheiros, os jogadores, a torcida fazem pressão e acaba sobrando para o treinador.
Se a manutenção é o melhor caminho, existe hora certa para trocar o treinador? Na opinião de Lédio Carmona, o fim da temporada, em dezembro, é o melhor momento para mudanças. Para o jornalista, nesta fase o novo comandante poderá planejar o ano seguinte com tranquilidade.
- Descontada alguma grande hecatombe, para mexer no meio da temporada, o momento certo para trocar é dezembro. Espera acabar o ano. Ali, você pode demitir, trocar e o novo técnico tem um mês para conhecer os jogadores e estabelecer suas ideias. Para trocar em agosto ou outubro, só se tiver um grande problema. Trocar por trocar não leva a lugar nenhum.
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