Maicon preferiria estar dentro do gramado da Arena, neste domingo (25), contra o Corinthians. Em vez de ficar sentado entre os reservas, gostaria de colaborar para uma vitória que, caso ocorra, fará do Grêmio o novo líder do Brasileirão.
Às vezes, porém, até mesmo um capitão precisa saber renunciar. Foi o que o volante de 31 anos fez no início desta semana, ao ponderar com Renato que, abaixo do condicionamento físico ideal, atrapalharia em vez de ajudar.
Com 101 jogos pelo clube, que defende desde março de 2015, Maicon mostrou que também é possível ser líder fora de campo.
Contra o Cruzeiro, você completou 100 jogos pelo Grêmio. Qual foi o melhor deles?
Sem dúvida, a final da Copa do Brasil contra o Atlético-MG, devido ao tempo em que o clube estava sem conquistar títulos. Principalmente o primeiro jogo (vitória por 3 a 1 no Mineirão), que foi primordial para a nossa conquista. Um jogo muito especial, que ficará marcado para o resto da minha vida.
Aquele foi o melhor jogo pelo Grêmio ou o melhor de toda a sua carreira?
Já fiz outros grandes jogos aqui. Mas, por se tratar de uma final, aquele foi um jogo muito bom. Para mim, o melhor que tive no Grêmio. Pude dar um passe para o primeiro gol. Não só isso, mas por poder armar bem a equipe junto com Douglas, Walace. Nosso nível, naquele dia, foi além do que as pessoas esperavam. Esse jogo vai ficar marcado. Ganhamos o título aqui, mas a conquista mesmo foi lá, pela grande partida que fizemos.
Qual a melhor lembrança daquela partida?
Na real, para mim, fica marcado o passe que pude dar para Pedro Rocha, o gol que ele fez. Ele teve muita qualidade, até porque não estava sozinho de frente para o goleiro, o zagueiro estava chegando, ele fez o cortezinho. Esse lance vai passar daqui a não sei quantos anos. Vai passar que fui eu que toquei a bola e ele fez o gol. Daqui a 10, 15 anos, quando eu já tiver parado, vou poder relembrar.
O time está jogando mais do que no ano passado?
Agora tem alguns jogadores diferentes na equipe. Mas o segredo foi a equipe não mudar o estilo de jogo. Os jogadores que chegaram entenderam o mais rápido possível nossa forma de jogar, o estilo de jogo da equipe. Demorou um pouco, mas engrenou no momento certo. No início do ano, tínhamos o objetivo de conquistar o estadual. Não ganhamos, mas tivemos um início de campeonato brasileiro e Libertadores muito bons, um mata-mata de Copa do Brasil com duas vitórias contra um adversário muito difícil que era o Fluminense. E acho que equipe está com um rendimento um pouco acima do ano passado.
Certa vez, você disse a Zero Hora que alguns torcedores não entendiam como um carioca poderia ser capitão do Grêmio. Hoje, percebe que isso está mudando? Já se considera mais identificado com o Grêmio?
Acho que, identificado com o Grêmio, só Marcelo Grohe, porque tem uma vida aqui. Mas já estou há dois anos e é difícil ficar um ano num clube grande. Você tem que de estar provando a cada treino, a cada jogo, que é capaz de estar vestindo essa camisa. E as pessoas vão mudando sua opinião devido a isso porque você vai produzindo. Você ganha jogos, conquista títulos. Eu ganhei a Copa do Brasil e as pessoas já falam diferente. Mas, mesmo antes de ter ganho, as pessoas sempre me trataram muito bem, elogiaram muito o trabalho que faço dentro de campo. Hoje, me agradecem muito pela conquista da Copa do Brasil.
Como vocês fazem para que boa fase não suba à cabeça?
O grupo é bem tranquilo quanto a isso. Sabemos que fizemos sete, oito, nove jogos bons, mas tem 30 rodadas pela frente, o próximo jogo tem que ser sempre melhor que o anterior. Então, encaramos dessa maneira, com os pés no chão, sabendo que cada partida vai ser mais difícil ainda porque os adversários já estudam e vão estudar ainda mais nossa equipe, assim como fazemos com as equipes que vamos enfrentar. Temos que ser melhores a cada jogo.
Em 2016, o ápice do desempenho veio no final do ano, a partir da Copa do Brasil. Neste ano, veio bem mais cedo. Como manter o padrão elevado com tantas competições e o natural desgaste?
É se cuidar, saber que temos compromisso muito grande com o nosso torcedor e conosco, e que a cada jogo temos que nos superar. Temos um grupo muito qualificado. Não será o mesmo time que jogará todas as rodadas. Daqui a pouco, Renato trocará um ou outro. Temos que estar sempre bem treinados para a hora em que ele precisar manter o nível. O desafio tem que ser entre nós, de que somos capazes de ir assim até o final do ano.
Não há tempo para treinamento, nem para repouso. Como se administra esta situação?
Sabemos que, de um jogo para outro, não tem muito tempo para descansar e sua concentração tem que estar lá em cima. Num descuido, o adversário faz o gol e você tem que correr dobrado para empatar e virar. Não podemos entrar no jogo do adversário, fugir de nossas característica que é de toque de bola, girar de um lado para o outro, fazer o adversário correr e não nós. Pergunta se alguém vai querer ficar fora domingo. A Arena estará lotada. A energia do torcedor contagia o grupo. Você tira força de onde não tem porque a torcida está esperando aquilo de você.
Neste domingo, serão os melhores times do Brasil frente a frente. Pode ser um jogo que encaminhará o título para um ou para outro?
Ninguém será campeão ou deixará de ganhar o campeonato neste jogo. Mas é um jogo diferente, importante. Se ganharmos, poderemos disparar. Mas, se não ganhamos, não quer dizer que não poderemos ser campeões. O Corinthians é uma equipe muito qualificada, que toma poucos gols. E nossa equipe vai muito para cima, faz muitos gols.
Nesta semana, você deu um grande exemplo de grupo ao pedir para ficar na reserva. Este é um grupo sem vaidade?
Aqui no grupo, não tem nenhum craque. Tem jogadores que se destacam, como Luan, Pedro, Lucas, os jogadores da frente. Mas eles precisam dos caras que estão atrás para a bola chegar neles bem. O mais novo pode cobrar do mais velho. Temos um nível de respeito muito grande. É assim que se fortalece. E eu, por ter me tornado um líder dentro do grupo, ser o capitão do time, não posso dar o exemplo errado. Se a equipe está bem, e eu não estou no mesmo nível, o rendimento poderia cair. Foi uma conversa bem tranquila. Renato é uma pessoa muito aberta, correta. E eu também não gosto de passar os outros para trás para me favorecer.
O que Renato agregou na sua carreira como treinador? É um dos melhores com quem você já trabalhou?
É um dos melhores, sim. É aberto, correto, não faz sacanagem com ninguém. Deixa o jogador à vontade para apresentar o melhor dele. É transparente, joga limpo. Não fala o que o jogador quer escutar, ele fala a verdade. E isso ajuda bastante. Todos entendem a maneira como ele quer que nos comportemos dentro de campo. Viveu tudo isso muito mais do que a gente.
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Às vezes, porém, até mesmo um capitão precisa saber renunciar. Foi o que o volante de 31 anos fez no início desta semana, ao ponderar com Renato que, abaixo do condicionamento físico ideal, atrapalharia em vez de ajudar.
Com 101 jogos pelo clube, que defende desde março de 2015, Maicon mostrou que também é possível ser líder fora de campo.
Contra o Cruzeiro, você completou 100 jogos pelo Grêmio. Qual foi o melhor deles?
Sem dúvida, a final da Copa do Brasil contra o Atlético-MG, devido ao tempo em que o clube estava sem conquistar títulos. Principalmente o primeiro jogo (vitória por 3 a 1 no Mineirão), que foi primordial para a nossa conquista. Um jogo muito especial, que ficará marcado para o resto da minha vida.
Aquele foi o melhor jogo pelo Grêmio ou o melhor de toda a sua carreira?
Já fiz outros grandes jogos aqui. Mas, por se tratar de uma final, aquele foi um jogo muito bom. Para mim, o melhor que tive no Grêmio. Pude dar um passe para o primeiro gol. Não só isso, mas por poder armar bem a equipe junto com Douglas, Walace. Nosso nível, naquele dia, foi além do que as pessoas esperavam. Esse jogo vai ficar marcado. Ganhamos o título aqui, mas a conquista mesmo foi lá, pela grande partida que fizemos.
Qual a melhor lembrança daquela partida?
Na real, para mim, fica marcado o passe que pude dar para Pedro Rocha, o gol que ele fez. Ele teve muita qualidade, até porque não estava sozinho de frente para o goleiro, o zagueiro estava chegando, ele fez o cortezinho. Esse lance vai passar daqui a não sei quantos anos. Vai passar que fui eu que toquei a bola e ele fez o gol. Daqui a 10, 15 anos, quando eu já tiver parado, vou poder relembrar.
O time está jogando mais do que no ano passado?
Agora tem alguns jogadores diferentes na equipe. Mas o segredo foi a equipe não mudar o estilo de jogo. Os jogadores que chegaram entenderam o mais rápido possível nossa forma de jogar, o estilo de jogo da equipe. Demorou um pouco, mas engrenou no momento certo. No início do ano, tínhamos o objetivo de conquistar o estadual. Não ganhamos, mas tivemos um início de campeonato brasileiro e Libertadores muito bons, um mata-mata de Copa do Brasil com duas vitórias contra um adversário muito difícil que era o Fluminense. E acho que equipe está com um rendimento um pouco acima do ano passado.
Certa vez, você disse a Zero Hora que alguns torcedores não entendiam como um carioca poderia ser capitão do Grêmio. Hoje, percebe que isso está mudando? Já se considera mais identificado com o Grêmio?
Acho que, identificado com o Grêmio, só Marcelo Grohe, porque tem uma vida aqui. Mas já estou há dois anos e é difícil ficar um ano num clube grande. Você tem que de estar provando a cada treino, a cada jogo, que é capaz de estar vestindo essa camisa. E as pessoas vão mudando sua opinião devido a isso porque você vai produzindo. Você ganha jogos, conquista títulos. Eu ganhei a Copa do Brasil e as pessoas já falam diferente. Mas, mesmo antes de ter ganho, as pessoas sempre me trataram muito bem, elogiaram muito o trabalho que faço dentro de campo. Hoje, me agradecem muito pela conquista da Copa do Brasil.
Como vocês fazem para que boa fase não suba à cabeça?
O grupo é bem tranquilo quanto a isso. Sabemos que fizemos sete, oito, nove jogos bons, mas tem 30 rodadas pela frente, o próximo jogo tem que ser sempre melhor que o anterior. Então, encaramos dessa maneira, com os pés no chão, sabendo que cada partida vai ser mais difícil ainda porque os adversários já estudam e vão estudar ainda mais nossa equipe, assim como fazemos com as equipes que vamos enfrentar. Temos que ser melhores a cada jogo.
Em 2016, o ápice do desempenho veio no final do ano, a partir da Copa do Brasil. Neste ano, veio bem mais cedo. Como manter o padrão elevado com tantas competições e o natural desgaste?
É se cuidar, saber que temos compromisso muito grande com o nosso torcedor e conosco, e que a cada jogo temos que nos superar. Temos um grupo muito qualificado. Não será o mesmo time que jogará todas as rodadas. Daqui a pouco, Renato trocará um ou outro. Temos que estar sempre bem treinados para a hora em que ele precisar manter o nível. O desafio tem que ser entre nós, de que somos capazes de ir assim até o final do ano.
Não há tempo para treinamento, nem para repouso. Como se administra esta situação?
Sabemos que, de um jogo para outro, não tem muito tempo para descansar e sua concentração tem que estar lá em cima. Num descuido, o adversário faz o gol e você tem que correr dobrado para empatar e virar. Não podemos entrar no jogo do adversário, fugir de nossas característica que é de toque de bola, girar de um lado para o outro, fazer o adversário correr e não nós. Pergunta se alguém vai querer ficar fora domingo. A Arena estará lotada. A energia do torcedor contagia o grupo. Você tira força de onde não tem porque a torcida está esperando aquilo de você.
Neste domingo, serão os melhores times do Brasil frente a frente. Pode ser um jogo que encaminhará o título para um ou para outro?
Ninguém será campeão ou deixará de ganhar o campeonato neste jogo. Mas é um jogo diferente, importante. Se ganharmos, poderemos disparar. Mas, se não ganhamos, não quer dizer que não poderemos ser campeões. O Corinthians é uma equipe muito qualificada, que toma poucos gols. E nossa equipe vai muito para cima, faz muitos gols.
Nesta semana, você deu um grande exemplo de grupo ao pedir para ficar na reserva. Este é um grupo sem vaidade?
Aqui no grupo, não tem nenhum craque. Tem jogadores que se destacam, como Luan, Pedro, Lucas, os jogadores da frente. Mas eles precisam dos caras que estão atrás para a bola chegar neles bem. O mais novo pode cobrar do mais velho. Temos um nível de respeito muito grande. É assim que se fortalece. E eu, por ter me tornado um líder dentro do grupo, ser o capitão do time, não posso dar o exemplo errado. Se a equipe está bem, e eu não estou no mesmo nível, o rendimento poderia cair. Foi uma conversa bem tranquila. Renato é uma pessoa muito aberta, correta. E eu também não gosto de passar os outros para trás para me favorecer.
O que Renato agregou na sua carreira como treinador? É um dos melhores com quem você já trabalhou?
É um dos melhores, sim. É aberto, correto, não faz sacanagem com ninguém. Deixa o jogador à vontade para apresentar o melhor dele. É transparente, joga limpo. Não fala o que o jogador quer escutar, ele fala a verdade. E isso ajuda bastante. Todos entendem a maneira como ele quer que nos comportemos dentro de campo. Viveu tudo isso muito mais do que a gente.
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Comentários
Comentários (4)
Grande capita.
Grande na humildade e humilde na grandeza.
Parabéns pela entrevista.
cara centrado , sebe o q fala, parabens , hj 3x1....e da-le tricolor....
é isso ai maicon tem que tar caráter parabéns.
Esse cara é fera. uma pessoa não é grande somente pelas palavras mas sim pelas atitudes. parabéns Maicon. Queremos vc erguendo outra taça esse ano.
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