Everton "paga dívida" com três gols e pede brecha por música para o Grêmio

É necessário sempre acreditar que o sonho é possível, que o céu é o limite e você, truta, é imbatível. Que o tempo ruim vai passar, é só uma fase". Os versos nos primeiros minutos de "A Vida é Desafio", dos Racionais MC’s, resumem um pouco os últimos meses de Everton. O próprio atacante admite estar devendo. Até a noite de quinta-feira. Na Arena Condá, brilhou com três gols, sendo dois deles em um minuto e vinte segundos, nos primeiros dois toques na bola, e espantou a má fase.
Também aproveitou para pedir uma brecha para Tadeu Schmidt. A música que serve de analogia para seu 2017 foi escolhida pelo próprio.



Assista à entrevista com Everton no Globo Esporte RS deste sábado, ás 12h50, na RBS TV e veja o atacante cumprir um desafio especial

Fundamental na campanha do título da Copa do Brasil no ano passado, o acatante surpreendemente perdeu espaço nesta temporada. Ele mesmo reconhece um relaxamento que pode ter gerado isso. Em uma conversa privada com Renato, reiterou sua qualidade e pediu confiança. Levou. O resultado veio em campo, com três gols contra a Chapecoense. Entrou e fez o primeiro aos 14 e o segundo aos 15. Faria o terceiro aos 35, todos aproveitando a velocidade para balançar a rede.

- Não tive a oportunidade de ver o Renato depois do jogo, fui para o antidoping, então depois do jogo fui para o hotel direto. A gente costuma brincar sempre: “chegou, hein”. Tava na hora. Confesso que estava devendo. Agora espero dar continuidade ao meu trabalho. Eu via que algo não vinha dando certo. Posso ter deixado a peteca cair, ter relaxado um pouco. Mas procurei focar e trabalghar firme, sabia que tinha potencial e qualidade para fazer aquilo acontecer - disse Everton ao receber GloboEsporte.com e RBS TV em sua casa, na zona norte de Porto Alegre.

Com a lesão de Lucas Barrios - ainda sem extensão confirmada -, Everton é o ficha um para ganhar chance no time. Entrou justamente na vaga do centroavante, centralizado no ataque. A outra opção de Renato é colocar Maicon no time, com os avanços de Arthur e Luan. É a brecha esperada para ter uma sequência. Como a brecha buscada para ver seus gols ao som de sua música, já que o Grêmio não joga no domingo, mas na segunda, contra o Bahia, na Arena. Pedido atendido ou não, o atacante já tem motivos de sobra para comemorar.


> Confira os principais trechos da entrevista:

NOITE ESPECIAL
Creio que só fica atrás do gol contra o Palmeiras, pela Copa do Brasil, e da final. Um momento especial, inesquecível, que eu nunca tinha vivido ainda na minha carreira. Apesar de tão curta. Uma noite muito especial que vou lembrar para o resto da vida.
TRÊS GOLS NA BASE E NO PROFISSIONAL
Creio que sim. Na base, não é que não tenha tanta importância, mas a visibilidade é completamente diferente. Abre as portas para o professor me dar mais oportunidades, assim como meus companheiros, também. A gente viu que a zaga da Chapecoense tinha um pouco de dificuldade, os zagueiros por serem altos não eram tão rápidos. O professor pediu para explorar a minha característica, fui feliz em dois lances fazer os dois gols, explorar bem para ajudar o Grêmio

GOL PREFERIDO
Acho que o primeiro, né. Primeiro toque na bola, assim que eu entrei, com nove segundos, nunca tinha acontecido e foi o momento especial. É difícil mesmo um jogador fazer três gols no mesmo jogo. A gente fica meio sem acreditar, a gente acha que aquilo que aconteceu nunca vai acontecer com a gente. Fui feliz para ajudar o Grêmio.

BRINCADEIRAS APÓS O JOGO
Não tive a oportunidade de ver o Renato depois do jogo, fui para o antidoping, e para o hotel direto. A gente costuma brincar sempre: "chegou, hein?". Estava na hora. Confesso que estava devendo. Agora espero dar continuidade ao meu trabalho.

POR QUE DEVENDO
Eu sou um cara que me cobro muito. Quando entro em campo, quero que saia tudo perfeito. Quando algo não sai como o planejado, me cobro, fico pensando quando vou dormir na jogada que eu errei, ou algo do tipo. Creio que em alguns oportunidades que eu tive, eu não aproveitei tão bem como o ano passado. Pude entrar bem para ajudar a equipe graças a Deus.

CARTÃO DE VISITAS PARA SER TITULAR
Tive uma oportunidade que pude aproveitar bem. Se o professor optar por mim, ou por qualquer outro jogador, tem jogadores importantes voltando de lesão. Quem o professor optar estará bem preparado e vai nos ajudar bastante.

PÉ NO CHÃO
O foco no trabalho neste momento é tudo. Tem que manter a concentração e seguir trabalhando. Para quando a oportunidade aparecer estar preparado. Você focado e concentrado no que quer, tem tudo para dar certo. No momento que o professor me chamou, procurei perceber o jogo, ver onde estava os espaços, e fui feliz em quatro finalizações, poder concluir três

O QUE FEZ “PAGAR A DÍVIDA”
A gente sempre procura melhorar o que vem dando errado. Me cobro muito. Na base mesmo tive oportunidade de ser artilheiro, no Fortaleza também na base. Eu via que algo não vinha dando certo. Posso ter deixado a peteca cair, ter relaxado um pouco. Mas procurei focar e trabalhar firme, sabia que tinha potencial e qualidade para fazer aquilo acontecer. A gente fica um tempo a mais, aquele algo a mais faz a diferença. Quando acaba o treinamento, não só eu como os companheiros, vamos fazer finalizaçao.

PAPO COM RENATO
Para a gente que é atacante, pelo fato dele ter sido um grande jogador, não resta dúvidas, nos ajuda bastante. Ele sempre passa as orientações para ser o melhor para a gente. Quando a gente escuta, tudo dá certo. Tive uma conversa com o Renato, meses atrás. Ele perguntou se eu estava bem, onde estava o Everton do ano passado. Eu falei que ele sabia do meu potencial, que podia confirmar em mim. Se ele teve a conversa, é porque confia em mim e sabe da qualidade. A confiança só aumentou.

A MÚSICA
Tadeu, aqui é o Everton. Vou pedir a sua exceção, a gente não joga no fim de semana, pedir uma música, por ser um, acontecimento histórico, quatro finalizações e três gols. É Racionais, a vida é desafio.

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