Grêmio vê calendário como trunfo em julgamento: "Não queremos tumulto"

Copa do Brasil tem três semanas de intervalo até quartas, tempo que clube considera importante para Pleno do STJD analisar caso de injúria racial que excluiu o Tricolor


Fonte: Globo Esporte

Grêmio vê calendário como trunfo em julgamento: Não queremos tumulto
Advogados do Grêmio se mantêm otimistas (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)

O Grêmio acredita ter um importante aliado na tentativa de reverter a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que excluiu o clube da Copa do Brasil por injúrias raciais de torcedores contra o goleiro Aranha. É o tempo, uma vez que a primeira partida das quartas de final da competição só será disputada em 1º de outubro. O departamento jurídico do Tricolor crê que a folga no calendário permitirá um julgamento em segunda instância sem atropelos e, caso consiga a reversão, uma nova data para o duelo da volta contra o Santos.

São três semanas cheias para que tudo isso ocorra até a quarta-feira em que Santos e Botafogo se enfrentarão pelas quartas de final.O que tranquiliza o Grêmio, que não se mostra interessado em "tumultuar" o torneio. O julgamento em segunda instância no Pleno já está garantido, faltando a confirmação da data.

- A próxima etapa da Copa do Brasil está agendada para a primeira semana de outubro, Temos todo o mês de setembro para que haja o julgamento. Aí há a possibilidade de jogar em outubro, achar uma data para as oitavas de final. Temos a tranquilidade que nos dá o calendário, que o Grêmio não vai tumultuar o campeonato - afirma ao GloboEsporte.com o advogado Thiago Brunetto, que esteve presente no primeiro julgamento, na quarta-feira, no Rio de Janeiro.

Uma das preocupações do Grêmio é suspender o chaveamento e evitar que o processo corra com o clube mencionado como eliminado do torneio. Por isso, entrou na sexta-feira com um efeito suspensivo no STJD e espera resposta, quem sabe, ainda para esta segunda.

- O interesse do Grêmio é evitar constar o nome do clube como eliminado, evitar o aspecto vexatório, até o Pleno - explicou Brunetto.



Um dos argumentos centrais da defesa gremista está no ineditismo da decisão, que pode abrir precedentes ainda mais graves, na avaliação do advogado.

- Essa punição tem caráter de ineditismo absoluto. E um caráter draconiano. Não temos notícia de outro caso. Esse julgamento acabou atribuindo uma pecha de clube racista, com uma torcida racista - defende Brunetto. - O dispositivo em que o Grêmio foi enquadrado não veda só discriminação racial, inclusive conta a homofobia. Por que não se pode aplicar essa mesma pena em relação aos demais clubes que têm cânticos dessa natureza? Nós não nos conformamos com isso.O futebol não pode estar à mercê dessas minorias intolerantes. Elas não podem tomar conta do futebol brasileiro. Ou teremos que pagar mensalão às organizadas para evitar repetições?

À Rádio Gaúcha, no domingo, Décio Neuhaus, auditor do STJD, disse que o Pleno deve apreciar o mérito só na próxima semana. Antes, nos próximos dias, deve ocorrer o julgamento sobre as injúrias raciais de um torcedor, que não foi identificado, contra o zagueiro do Inter Paulão, em Gre-Nal na Arena em 30 de março. Na ocasião, o TJD-RS aplicou multa de R$ 80 mil ao Grêmio, que conseguiu diminuí-la para R$ 10 mil.



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