Fábio Koff diz que Grêmio irá recorrer e define exclusão como "exagero"

Clube gaúcho é excluído da Copa do Brasil por injúrias raciais de torcedores contra goleiro Aranha; departamento jurídico irá ao Pleno do STJD para outro julgamento


Fonte: Globo Esporte

Fábio Koff diz que Grêmio irá recorrer e define exclusão como exagero
Fábio Koff fala sobre a punição ao Grêmio
(Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)


Presente ao julgamento desta quarta-feira no Superior Trribunal de Justiça Desportiva (STJD), o presidente do Grêmio, Fábio Koff, considerou exagerada a condenação que exluiu o clube da Copa do Brasil. Os auditores votaram por 5 a 0 na pena máxima, após torcedores proferirem injúrias raciais contra o goleiro Aranha, na derrota de 2 a 0 para o Santos, na última quinta-feira, pela Copa do Brasil.

- O Grêmio respeita a decisão, embora discorde dela tecnicamente.

O Grêmio vai recorrer. Não é uma questão de injustiça. Acho que houve um exagero. Temos que conceituar e entender de maneira diferente a injúria racista da manifestação. O Grêmio fez o possível para identificar os autores. Foram entregues a polícia. Então. Acho que o Grêmio foi punido duas vezes por um fato só - avaliou o presidente, após o julgamento.

Em tom ponderado, Fábio Koff tratou de enaltecer as medidas preventivas do Grêmio, como identificação de envolvidos por câmeras de segurança. Indicando resignação, espera que a condenação ao menos sirva para extirpar o racismo dos estádio.

- Eu tenho apelado para os torcedores que ajudem o Grêmio porque acabam prejudicando nossa posição nos tribunais. Mas, se nós acabarmos com a injúria social no Brasil por essa decisão, o Grêmio fica feliz - admite.



A denúncia foi feita pela procuradoria, baseada no artigo 243-G (e seus parágrafos) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O clube também foi multado em R$ 50 mil, mas não perdeu mando de campo por "ato discriminatório". A decisão não é definitiva. Cabe recurso, com novo julgamento em segunda instância no Pleno do STJD, a ser marcado em 15 dias.

O quarteto de arbitragem também fora denunciado pela procuradoria por não ter colocado o episódio relatado por Aranha na primeira versão da súmula. Wilton Pereira Sampaio acabou suspenso por 90 dias, enquanto os auxiliares pegaram gancho de 60 dias. O Grêmio ainda foi julgado por arremesso de objeto, e o Santos, por atraso na volta do intervalo, ambos levando multas de R$ 2 mil e R$ 4 mil, respectivamente

Entenda o caso

O incidente no jogo entre Grêmio e Santos, na Arena do Grêmio, ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.

A jovem mostrada pelas imagens do canal ESPN foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar.

Patrícia Moreira era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida. Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia na sexta.

Diante da repercussão, Patrícia evitou dormir em casa nos últimos dias. Ela se refugiou em residências de parentes e amigos para evitar retaliação. Pedras foram jogadas em direção a sua casa na noite de sexta-feira. O GloboEsporte.com visitou a região na tarde de sábado e ouviu os vizinhos. Amigos negros da menina de 23 anos garantem que ela não é racista. Até agora, seis pessoas foram intimidas a depor, entre elas Patrícia.

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