Aranha reclama de xingamentos com arbitragem no jogo contra o Grêmio (Foto: Reprodução SporTV)
O Brasil é uma sociedade preconceituosa. A análise é de Joel Rufino dos Santos, doutor em comunicação e cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, historiador e escritor, que participou da edição desta terça do “Arena SporTV”.
- O Brasil, após ter caminhado no combate ao racismo, recuou. E hoje está no pódio da vergonha, da derrota. Nos orgulhávamos de não sermos racistas, mas escondemos o óbvio: aqui discriminamos o outro. Para o brasileiro o ponto de partida é o homem branco, o resto é subalterno, coadjuvante na construção da nação. O preconceito dessa maneira, ao longo de muitos anos, se transforma em racismo explícito. Como o que vimos nos estádios – disse.
O último caso de grande repercussão foi com o goleiro Aranha, do Santos, que sofreu injúria racial de alguns torcedores do Grêmio.
O incidente aconteceu aos 42 minutos do segundo tempo da vitória do Peixe por 2 a 0, na Arena do Grêmio, pela Copa do Brasil, na última quinta-feira. O goleiro reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz, porém, mandou a partida seguir.
Para o especialista, Aranha está correto ao dizer que “o negro é tolerado” no Brasil. Ele, que também é negro, diz entender o momento em que a pessoa que nega ser preconceituosa muda a sua postura.
- Racimo é um ato sinuoso. Se localiza lá no subconsciente. E não nos damos conta do quanto não gostamos de negros. Inclusive muitos negros não gostam de negros. No momento da competição, quando você tende a usar todas as armas para vencer, sai lá do fundo dessa caverna não gostar de negros. Queremos estrangeiros aqui, temos amigos negros e homossexuais no plano consciente. No subconsciente, não gostamos das minorias. A formação histórica brasileira explica isso – diz ele.
Defensor do regime de cotas para igualas as condições de brancos e negros, Joel Rufino se diz contra o pedido coletivo de prisão para quem pratica atos de injúria racial em estádios.
- Não faz sentido prender as pessoas que xingaram. Tem de ser severa, mas não prisão. A punição tem que ser discutida caso a caso. Um reincidente que age em grupo vai merecer punição diferente de uma pessoa isolada sem antecedentes de racismo que, em um momento de descontrole, apelou para esse lado sombrio de intolerância. Tem de ser medida. As cadeias brasileiras são tão horrorosas que se deve pensar muito antes de mandar para lá. Fui preso político e conheci muita gente que entrou na prisão porque levou cigarro de maconha para um lado, ou mulher de traficante que entra para cumprir seis meses e dez anos. Prisão é um castigo muito perigoso porque pesa muito sobre a vida de uma pessoa.
Tendo a não gostar de cadeia. Há outras formas de punir individualmente – destaca.
Pela legislação, o crime de racismo é imprescritível e inafiançável, enquanto que no de injúria racial o réu pode responder em liberdade, desde que pague a fiança.
VEJA TAMBÉM
- Grêmio avalia propostas e sondagens por volante Ronald; confira os detalhes
- Grêmio avança em negociação e fica perto de acertar venda de Cristian Olivera.
- Atitude de Luís Castro empolga torcida, mas finanças do clube preocupam.
O Brasil é uma sociedade preconceituosa. A análise é de Joel Rufino dos Santos, doutor em comunicação e cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, historiador e escritor, que participou da edição desta terça do “Arena SporTV”.
- O Brasil, após ter caminhado no combate ao racismo, recuou. E hoje está no pódio da vergonha, da derrota. Nos orgulhávamos de não sermos racistas, mas escondemos o óbvio: aqui discriminamos o outro. Para o brasileiro o ponto de partida é o homem branco, o resto é subalterno, coadjuvante na construção da nação. O preconceito dessa maneira, ao longo de muitos anos, se transforma em racismo explícito. Como o que vimos nos estádios – disse.
O último caso de grande repercussão foi com o goleiro Aranha, do Santos, que sofreu injúria racial de alguns torcedores do Grêmio.
O incidente aconteceu aos 42 minutos do segundo tempo da vitória do Peixe por 2 a 0, na Arena do Grêmio, pela Copa do Brasil, na última quinta-feira. O goleiro reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz, porém, mandou a partida seguir.
Para o especialista, Aranha está correto ao dizer que “o negro é tolerado” no Brasil. Ele, que também é negro, diz entender o momento em que a pessoa que nega ser preconceituosa muda a sua postura.
- Racimo é um ato sinuoso. Se localiza lá no subconsciente. E não nos damos conta do quanto não gostamos de negros. Inclusive muitos negros não gostam de negros. No momento da competição, quando você tende a usar todas as armas para vencer, sai lá do fundo dessa caverna não gostar de negros. Queremos estrangeiros aqui, temos amigos negros e homossexuais no plano consciente. No subconsciente, não gostamos das minorias. A formação histórica brasileira explica isso – diz ele.
Defensor do regime de cotas para igualas as condições de brancos e negros, Joel Rufino se diz contra o pedido coletivo de prisão para quem pratica atos de injúria racial em estádios.
- Não faz sentido prender as pessoas que xingaram. Tem de ser severa, mas não prisão. A punição tem que ser discutida caso a caso. Um reincidente que age em grupo vai merecer punição diferente de uma pessoa isolada sem antecedentes de racismo que, em um momento de descontrole, apelou para esse lado sombrio de intolerância. Tem de ser medida. As cadeias brasileiras são tão horrorosas que se deve pensar muito antes de mandar para lá. Fui preso político e conheci muita gente que entrou na prisão porque levou cigarro de maconha para um lado, ou mulher de traficante que entra para cumprir seis meses e dez anos. Prisão é um castigo muito perigoso porque pesa muito sobre a vida de uma pessoa.
Tendo a não gostar de cadeia. Há outras formas de punir individualmente – destaca.
Pela legislação, o crime de racismo é imprescritível e inafiançável, enquanto que no de injúria racial o réu pode responder em liberdade, desde que pague a fiança.
VEJA TAMBÉM
- Grêmio avalia propostas e sondagens por volante Ronald; confira os detalhes
- Grêmio avança em negociação e fica perto de acertar venda de Cristian Olivera.
- Atitude de Luís Castro empolga torcida, mas finanças do clube preocupam.

Comentários
Enviar Comentário
Aplicativo Gremio Avalanche
Leia também
Grêmio planeja fortalecer base e define plano com Luís Castro para 2026.
Grêmio inicia planejamento com Luis Castro para temporada 2026
Grêmio mira conquista inédita na final da Copa Feminina.
Grêmio lança campanha de antecipação de mensalidades para sócios do clube
ceo do grêmio alerta para desejo do flamengo de dominar o brasileirão
Aposta milionária se transforma em pesadelo e trio uruguaio deixa Grêmio
Ceo do Grêmio pede união dos times para evitar domínio do Flamengo
dirigente do grêmio prevê domínio do flamengo no futebol brasileiro.
Grêmio demite treinador de goleiros em reestruturação da comissão técnica.
Sérgio Ilha Moreira Recebe Título de Associado Benemérito no Grêmio
Ceos de clubes se unem contra projeto "Bundesliga" do Flamengo no Brasil.
Ceos de clubes se unem contra projeto "Bundesliga" do Flamengo no Brasil.
Flamengo busca transformar Campeonato Brasileiro em uma Bundesliga
Flamengo pretende transformar Brasileirão em "Bundesliga", diz CEO do Grêmio
Gremio dispensa treinador de goleiros com chegada de Luis Castro
Desafio superado: técnico do Grêmio destaca oportunidade na Copinha Feminina.
Volante do Grêmio avalia propostas de transferência e pode sair do clube
Primeira solicitação de Luis Castro e proposta irrecusável para Kike deixar o clube
Grêmio avalia propostas e sondagens por volante Ronald; confira os detalhes
Grêmio é Notificado por Braithwaite sobre Dívida Milionária: Valor Revelado
Reforço Sondado e Parceria com Kike: Novidades no Mundo do Futebol
Grêmio avança em negociação e fica perto de acertar venda de Cristian Olivera.
Injeção de Recursos e Consultoria Badalada Impulsionam Performance do Grêmio
Trio Uruguaio de R$ 60 milhões Repete Roteiro no Grêmio e Frustra Expectativa