Polícia analisa vídeo de uma hora para identificar autores de ofensas na Arena

Herbert Ferreira já está com as imagens e disse que Patrícia Moreira ainda não foi intimada. Objetivo é reconhecer todos os participantes que xingaram o goleiro do Santos


Fonte: Globo Esporte

Polícia analisa vídeo de uma hora para identificar autores de ofensas na Arena
Delegado Herbert Ferreira analisa caso de injúria racial (Foto: Tomás Hammes / GloboEsporte.com)

As imagens sobre as injúrias raciais na Arena do Grêmio estão na 4ª Delegacia de Policia de Porto Alegre. A análise dos fatos já começou a ser realizada para saber o que ocorreu e quem está envolvido nos gritos de “macaco” ao goleiro Aranha, do Santos. A Polícia pretende ouvir os suspeitos até o final da semana, incluindo Patrícia Moreira, que foi flagrada por câmeras de TV ofendendo o jogador santista.

O vídeo com imagens da partida, com mais de uma hora de duração, está com o titular da 4ª DP, Herbert Moura Ferreira. Além de Patrícia, outro torcedor já foi identificado. Ele agora se debruça para esmiuçar o incidente e reconhecer todos os partícipes:

- Além do vídeo, temos fotos. Vamos ver se amanhã conseguimos intimá-la (Patrícia). Isso ocorrerá, no máximo, até o final da semana. Já identificamos um outro torcedor, mas há mais gente. No depoimento do Aranha, ele foi bem claro ao dizer que várias pessoas o xingaram.

A pena por injúria racial vai de um a três anos de reclusão.

Entenda o caso

O incidente aconteceu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.

A jovem foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida.

O goleiro Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre na sexta-feira. No retorno a Santos, o camisa 1 evitou se pronunciar sobre o assunto.

Jogo de volta suspenso

As injúrias raciais proferidas por torcedores gremistas contra o goleiro Aranha tiveram mais um desdobramento. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatou pedido da Procuradoria de Justiça Desportiva e suspendeu o jogo de volta entre as duas equipes, na próxima quarta-feira, até que o caso seja julgado. No primeiro duelo das oitavas da Copa do Brasil, os paulistas bateram os gaúchos por 2 a 0. O julgamento ocorrerá na próxima quarta-feira. O Grêmio responderá por ato de discriminação racial por parte de torcedores, além do arremesso de papel higiênico no gramado e atraso. O clube corre risco de exclusão na Copa do Brasil e multa de até R$ 200 mil. A denúncia se apoia no artigo 243-G (discriminação racial) e no 213 (arremesso de objeto em campo), ambos do CBJD. O clube responde ainda ao artigo 191 por descumprir o regulamento e entrar em campo três minutos após o horário previsto.

Advogado do Grêmio, Gabriel Vieira disse que o clube foi notificado formalmente pelo STJD na noite de sexta.

- Nós fomos formalmente notificados pelo STJD. A partida foi suspensa e o julgamento está pautado para a mesma quarta-feira, às 14h. Agora, estamos sentando para ler o que está acontecendo, analisando a denúncia para ver que medida tomar - afirmou à Rádio Gaúcha.

Arbitragem também denunciada

Na primeira versão, o árbitro Wilton Pereira Sampaio não incluiu na súmula da partida menção a atos racistas na Arena. Após analisar as imagens, o juiz colocou um adendo no qual informou ter ficado ciente do caso por meio da imprensa e que ainda fora informado por atletas do Santos. Desta forma, Pereira Sampaio, além dos assistentes Kleber Lúcio Gil e Carlos Berkenbrock, e o quarto árbitro Roger Goulart, foram denunciados por infração aos artigos 261-A e 266, ambos do CBJD. Todos estão sujeitos a suspensões de até 90 dias e 360 dias, respectivamente.

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