Edílson na festa pelo penta da Copa do Brasil (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)
Edílson se posiciona em frente às câmeras, no CT Luiz Carvalho, veste a camisa 33 e, resoluto, faz uma promessa: trazer o espírito de "guerra" em sua volta ao Grêmio para conquistar títulos em 2016. Mal sabia ele, ainda em maio, que a frase, até corriqueira, soaria tão profética. Quase oito meses mais tarde, o lateral se acomoda diante das lentes para dissecar uma temporada o dos "sonhos" em que ergueu o penta da Copa do Brasil pelo Tricolor, se divertiu entre provocações e cornetas e viu até o maior ídolo do clube se debruçar em lágrimas.
A lembrança, inclusive, faz seus olhos marejarem. Minutos antes do jogo de ida da final da Copa do Brasil, no Mineirão, o técnico Renato Gaúcho tratou de motivar o grupo à sua maneira. Exibiu um vídeo com mensagens dos familiares aos atletas e prosseguiu o discurso na mesma tônica até cair no choro. Foi o sinal para que todo o grupo repetisse o treinador. E mais do que isso. Com a taça conquistada e o fim do jejum de 15 anos sem títulos nacionais, a cena vira emblema da alma almejada por Edílson para o Grêmio em sua chegada.
Edílson fala sobre 2016 "dos sonhos" (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
– A sala toda começou a se arrepiar. Você vê um grande ídolo, um cara que nunca se entrega, chorando... Foi demais para todos. Foi algo que marcou. A gente acaba se tornando uma família. Nós fomos campeões. Eu tinha uma experiência com o Tite de ter sido campeão do Brasileirão. Isso me estimulou cada vez mais a vencer. E o cara vencer no clube por que tem carinho... Eu vim com esse espírito e queria passar aos jogadores. A gente tinha tudo para ser campeão. Foi um ano dos sonhos, mas de muito trabalho. Que esse 2017 possa ser ainda melhor – afirma o jogador.
Edílson abriu mão de uma de suas tardes derradeiras de férias, enquanto se recupera de uma artroscopia no joelho direito, para conversar com a reportagem do GloboEsporte.com. Em cerca de 30 minutos de papo, as emoções rolaram soltas. O lateral se divertiu ao lembrar das provocações ao rival Inter e também adotou a seriedade ao projetar um 2017 de ainda mais trabalho, em busca de um título de Libertadores ainda inédito em sua carreira. Tudo isso, relatado abaixo.
Confira trechos da entrevista com Edílson:
Promessa na apresentação e 2016 dos sonhos
"A maioria, e eu não culpo, fala em tentar a Libertadores. Mas o Grêmio é muito grande para se contentar só com a vaga. Acho que a vaga na Libertadores tem que ser consequência, como foi com a Copa do Brasil. Nós fomos campeões e conseguimos. Eu tinha uma experiência de ter sido campeão brasileiro com o Tite. Isso me estimulou cada vez mais. E o cara vencer no clube que gosta, que tem carinho... Eu vim com esse espírito e queria passar aos jogadores. A gente tinha tudo para ser campeão e para tirar esses 15 anos sem títulos. Foi um 2016 dos sonhos. De muito trabalho. Que 2017 possa ser ainda melhor".
Peso de Renato como técnico
"O Renato é um escudo. É o nosso paizão. É um grande escudo. Sempre está junto, nos defende, nos blinda de tudo. É um cara que entende muito, que jogou em alto nível. Ele passa o espírito vencedor para todos nós. No jogo contra o Atlético-MG, ele nos reuniu e começou a falar do sabor da vitória. Falou da história do quadro, que na casa dele não entra pintor, que não tem mais vaga para quadro. Que ele nem sabia o que ia fazer com o quadro da Copa do Brasil".
Palestra e choro do ídolo
"Vou contar um fato que ninguém falou. No jogo contra o Atlético-MG, ele contou a história do quadro, e eu falei que ele voltou mais sentimental do que antes. Antes, tinha passado um vídeo das famílias e começou a falar do que o que nos motiva é ver o pai, a mãe, todos felizes com o que passou. Na hora, eu vi. Ele começou a chorar. Aí, a sala toda começou a se arrepiar. Foi muito emocionante. Você vê um grande ídolo, um cara muito forte, um cara que nunca se entrega chorando foi demais para todos os jogadores. Não só para mim. Foi demais. A gente, jogador, fica muito junto. Acaba se tornando uma família".
Motivação para 2017 após o penta
"Não tem como entrar na soberba, ainda mais com os elencos que os outros times vêm montando, não tem como entrar de guarda baixa. Temos que entrar com tudo, porque vamos enfrentar competições muito difíceis. A gente espera um grande ano. O torcedor sonha muito com a Libertadores. É uma competição muito difícil, que disputei muitas vezes e sempre saí fora. Quero ir longe e conquistá-la".
Preparação para a Libertadores
"Eu vejo o Grêmio muito forte para a Libertadores. A Libertadores tem um estilo parecido com a Copa do Brasil. Depois da fase classificatória, é mata-mata. Ali, todos têm condições. Quem tiver mentalmente forte, mais bem preparado para a conquista... Nem a parte técnica conta muito. O lado psicológico conta demais. Muitos não conquistaram".
Gauchão após seis anos
"É verdade. Na última vez, eu estava no clube. Tem que conquistar, tem que tentar disputar o máximo de títulos. É o que a gente leva de história. A rivalidade é muito grande. Nós temos o sabor da conquista e queremos conquistar mais e mais. O Renato falta para os jogadores, bota na cabeça o quanto é importante ser campeão para ser valorizado no clube e ser reconhecido pelos torcedores".
Manutenção do elenco e reforços
"Eu quero o máximo de jogadores de alto nível ao meu lado. A gente se inspira, cresce o rendimento durante os treinamentos. Naturalmente já entramos no jogo em nível mais alto ainda. Acho que a permanência dos jogadores tem sido boa demais. A chegada de alguns reforços pontuais que todo elenco precisa com os jogos que a gente vai disputar".
Cirurgia no joelho direito
"Fiz uma artroscopia... Estava me incomodando muito, desde o Gre-Nal no Beira-Rio. Acho que me machuquei lá, em um lance. Não conseguia treinar direito, minha treinabilidade começou a cair. Nos jogos difíceis, eu não queria parar. Agora, pude fazer a cirurgia. Mais uma semana e devo estar treinando normalmente".
As comemorações de Edílson e Douglas
(Foto: Reprodução)
Provocações
"Desde que cheguei aqui, a gente brinca ou acontece como acontece. Mas nada é planejado. Eu passava para o pessoal da diretoria, falava que o pessoal era muito torcedor... Tem que esquecer o lado do Inter e pensar mais em nós. Em 2017, vai ter o Edílson querendo vencer. Agora, se for para provocar, vai ser na hora. Não tem nada pensado. A gente fez o que fez, mas coroamos o ano com um grande título. O torcedor está muito feliz. Primeiro, temos que vencer e depois, pensar assim".
Fotos com Douglas no vestiário após o penta
"Aquela foto, logo quando acabou o jogo, olhei para ele e falei: 'E aí?' A gente combinou um pouco antes do jogo. 'Se a gente for campeão, vamos tirar a mesma foto daquela de 2010. Vai explodir nas redes sociais'. Foi um momento de alegria. A gente se olhou no vestiário. A banheira estava pronta, e o principal estava dentro da banheira. Tiramos a foto. A outra foto, em 2010, não tinha nada combinado. Ninguém mandou alguém tirar a foto. A banheira estava cheia, eu pulei, ele pulou. Tiraram a foto".
Foto e provocação com Luis Mario
"Foi provocação sadia, uma provocação verdadeira. Eu fiz o cinco porque tinha sido penta, o Luis foi tetra, fez o quatro. É um grande amigo meu. E uma boa segunda foi porque era segunda-feira. Nada demais. Só por isso (risos)".
Confusão com Rodrigo Dourado
"Aquilo, eu me excedi. Não pedi desculpas, e as pessoas me criticaram, mas ele também não pediu desculpas para mim. Ele deixou o cotovelo, mas não vem ao caso. Não quero mais entrar em confusões desse nível, de agredir um companheiro de trabalho. Não é legal. Nós jogadores servimos de exemplo. A gente tem que repensar tudo. Eu sempre fui muito homem para assumir meus erros e tentar corrigi-los. Quero ter vontade de brigar, de dar carrinho e de sempre que faço, mas ser o máximo de justo dentro de campo".
Edílson provoca ao lado de Luis Mario (Foto: Reprodução/Instagram)
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Edílson fala sobre 2016 "dos sonhos" (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
– A sala toda começou a se arrepiar. Você vê um grande ídolo, um cara que nunca se entrega, chorando... Foi demais para todos. Foi algo que marcou. A gente acaba se tornando uma família. Nós fomos campeões. Eu tinha uma experiência com o Tite de ter sido campeão do Brasileirão. Isso me estimulou cada vez mais a vencer. E o cara vencer no clube por que tem carinho... Eu vim com esse espírito e queria passar aos jogadores. A gente tinha tudo para ser campeão. Foi um ano dos sonhos, mas de muito trabalho. Que esse 2017 possa ser ainda melhor – afirma o jogador.
Edílson abriu mão de uma de suas tardes derradeiras de férias, enquanto se recupera de uma artroscopia no joelho direito, para conversar com a reportagem do GloboEsporte.com. Em cerca de 30 minutos de papo, as emoções rolaram soltas. O lateral se divertiu ao lembrar das provocações ao rival Inter e também adotou a seriedade ao projetar um 2017 de ainda mais trabalho, em busca de um título de Libertadores ainda inédito em sua carreira. Tudo isso, relatado abaixo.
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"A maioria, e eu não culpo, fala em tentar a Libertadores. Mas o Grêmio é muito grande para se contentar só com a vaga. Acho que a vaga na Libertadores tem que ser consequência, como foi com a Copa do Brasil. Nós fomos campeões e conseguimos. Eu tinha uma experiência de ter sido campeão brasileiro com o Tite. Isso me estimulou cada vez mais. E o cara vencer no clube que gosta, que tem carinho... Eu vim com esse espírito e queria passar aos jogadores. A gente tinha tudo para ser campeão e para tirar esses 15 anos sem títulos. Foi um 2016 dos sonhos. De muito trabalho. Que 2017 possa ser ainda melhor".
Peso de Renato como técnico
"O Renato é um escudo. É o nosso paizão. É um grande escudo. Sempre está junto, nos defende, nos blinda de tudo. É um cara que entende muito, que jogou em alto nível. Ele passa o espírito vencedor para todos nós. No jogo contra o Atlético-MG, ele nos reuniu e começou a falar do sabor da vitória. Falou da história do quadro, que na casa dele não entra pintor, que não tem mais vaga para quadro. Que ele nem sabia o que ia fazer com o quadro da Copa do Brasil".
Palestra e choro do ídolo
"Vou contar um fato que ninguém falou. No jogo contra o Atlético-MG, ele contou a história do quadro, e eu falei que ele voltou mais sentimental do que antes. Antes, tinha passado um vídeo das famílias e começou a falar do que o que nos motiva é ver o pai, a mãe, todos felizes com o que passou. Na hora, eu vi. Ele começou a chorar. Aí, a sala toda começou a se arrepiar. Foi muito emocionante. Você vê um grande ídolo, um cara muito forte, um cara que nunca se entrega chorando foi demais para todos os jogadores. Não só para mim. Foi demais. A gente, jogador, fica muito junto. Acaba se tornando uma família".
Motivação para 2017 após o penta
"Não tem como entrar na soberba, ainda mais com os elencos que os outros times vêm montando, não tem como entrar de guarda baixa. Temos que entrar com tudo, porque vamos enfrentar competições muito difíceis. A gente espera um grande ano. O torcedor sonha muito com a Libertadores. É uma competição muito difícil, que disputei muitas vezes e sempre saí fora. Quero ir longe e conquistá-la".
Preparação para a Libertadores
"Eu vejo o Grêmio muito forte para a Libertadores. A Libertadores tem um estilo parecido com a Copa do Brasil. Depois da fase classificatória, é mata-mata. Ali, todos têm condições. Quem tiver mentalmente forte, mais bem preparado para a conquista... Nem a parte técnica conta muito. O lado psicológico conta demais. Muitos não conquistaram".
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Fotos com Douglas no vestiário após o penta
"Aquela foto, logo quando acabou o jogo, olhei para ele e falei: 'E aí?' A gente combinou um pouco antes do jogo. 'Se a gente for campeão, vamos tirar a mesma foto daquela de 2010. Vai explodir nas redes sociais'. Foi um momento de alegria. A gente se olhou no vestiário. A banheira estava pronta, e o principal estava dentro da banheira. Tiramos a foto. A outra foto, em 2010, não tinha nada combinado. Ninguém mandou alguém tirar a foto. A banheira estava cheia, eu pulei, ele pulou. Tiraram a foto".
Foto e provocação com Luis Mario
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Confusão com Rodrigo Dourado
"Aquilo, eu me excedi. Não pedi desculpas, e as pessoas me criticaram, mas ele também não pediu desculpas para mim. Ele deixou o cotovelo, mas não vem ao caso. Não quero mais entrar em confusões desse nível, de agredir um companheiro de trabalho. Não é legal. Nós jogadores servimos de exemplo. A gente tem que repensar tudo. Eu sempre fui muito homem para assumir meus erros e tentar corrigi-los. Quero ter vontade de brigar, de dar carrinho e de sempre que faço, mas ser o máximo de justo dentro de campo".
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