Final de jogo de quinta teve injúrias raciais e confusão de torcedores (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Apesar de cinco torcedores terem sido apontados pela direção do Grêmio por suspeitas de injúrias raciais contra o goleiro Aranha, o número de responsabilizados criminalmente pode se multiplicar, de acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Baseado em análises preliminares, os delegados que atuam no caso projetam que até 20 pessoas participaram das agressões verbais.
O acesso às imagens do circuito interno de câmeras de segurança da Arena será essencial para indicar quem foi protagonista das ofensas, partidas do setor da geral. Além disso, a investigação do caso já prevê indiciamentos criminais, mesmo sem ter tomado os depoimentos.
Conforme a Polícia Civil, o Grêmio irá repassar até a semana que vem as imagens de câmeras. Pelo menos dois dos dez torcedores já identificados pelo clube serão interrogados, possivelmente na segunda-feira. A possibilidade de pedidos de prisões, a curto prazo, também é cogitada.
O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul também estima que irá definir em até sete dias se aplicará punições à torcida organizada Geral do Grêmio, de onde partiram os gritos racistas. Em depoimento, o goleiro relatou que as agressões tiveram origem na torcida.
Jogo de volta suspenso
As injúrias raciais proferidas por torcedores gremistas contra o goleiro Aranha tiveram mais um desdobramento no fim da noite desta sexta-feira. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatou pedido Procuradoria de Justiça Desportiva e suspendeu o jogo de volta entre as duas equipes, na próxima quarta-feira, até que o caso seja julgado. No primeiro duelo, os paulistas bateram os gaúchos por 2 a 0.
O julgamento ocorrerá na próxima quarta-feira. O Grêmio responderá por ato de discriminação racial por parte de torcedores, além do arremesso de papel higiênico no gramado e atraso. O clube corre risco de exclusão na Copa do Brasil e multa de até R$ 200 mil. A denúncia se apoia no artigo 243-G (discriminação racial) e no 213 (arremesso de objeto em campo), ambos do CBJD. O clube responde ainda ao artigo 191 por descumprir o regulamento e entrar em campo três minutos após o horário previsto.
Advogado do Grêmio, Gabriel Vieira disse que o clube foi notificado formalmente pelo STJD na noite desta sexta.
- Nós fomos formalmente notificados pelo STJD. A partida foi suspensa e o julgamento está pautado para a mesma quarta-feira, às 14h. Agora, estamos sentando para ler o que está acontecendo, analisando a denúncia para ver que medida tomar - afirma, à Rádio Gaúcha.
Arbitragem também denunciada
Na primeira versão, o árbitro Wilton Pereira Sampaio não incluiu na súmula da partida menção a atos racistas na Arena. Após analisar as imagens da partida, o juiz colocou um adendo no qual informou ter ficado ciente do caso por meio da imprensa e que ainda fora informado por atletas do Santos. Desta forma, Pereira Sampaio, além dos assistentes Kleber Lúcio Gil e Carlos Berkenbrock e o quarto árbitro Roger Goulart, foram denunciados por infração aos artigos 261-A e 266, ambos do CBJD. Todos estão sujeitos a suspensões de até 90 dias e 360 dias, respectivamente.
- Há uma forte expectativa de que eles sejam indiciados. Creio que a Promotoria Especializada do Torcedor irá oferecer denúncia contra os envolvidos - disse o delegado Tiago Baldin, um dos responsáveis pelo inquérito.
À espera de novos elementos da polícia, o promotor José Francisco Seabra, designado para atuar na Promotoria do Torcedor no estado, ressaltou que aguarda as investigações e uma notificação oficial sobre a manifestação de Aranha à 4ª Delegacia de Porto Alegre. A partir disso, ele anuncia que irá ingressar com uma representação criminal contra os torcedores identificados.
O ato de injúria racial partiu da arquibancada posicionada atrás da meta defendida pelo goleiro Aranha, e levou o camisa 1 do Peixe a paralisar a partida, aos 42 do segundo tempo, para reclamar a Wilton Pereira Sampaio. O canal ESPN flagrou uma torcedora gritando "macaco" em direção ao goleiro, atitude que gerou grande revolta nas redes sociais.
Ela é um dos dois sócios que serão excluídos e foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Patrícia Moreira era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida.
O goleiro Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre nesta sexta-feira. E voltou a comentar o episódio
- Precisamos combater o racismo enquanto ele ainda está em um nível combatível. E quando falo de racismo é em todas as áreas, todos os gêneros, de raça, de cor, de religião. Temos de ser mais próximos, mais solidários um com um outro, e sempre que percebermos uma atitude ou o início de uma atitude dessas temos de combater desde o começo - disse o jogador.
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Apesar de cinco torcedores terem sido apontados pela direção do Grêmio por suspeitas de injúrias raciais contra o goleiro Aranha, o número de responsabilizados criminalmente pode se multiplicar, de acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Baseado em análises preliminares, os delegados que atuam no caso projetam que até 20 pessoas participaram das agressões verbais.
O acesso às imagens do circuito interno de câmeras de segurança da Arena será essencial para indicar quem foi protagonista das ofensas, partidas do setor da geral. Além disso, a investigação do caso já prevê indiciamentos criminais, mesmo sem ter tomado os depoimentos.
Conforme a Polícia Civil, o Grêmio irá repassar até a semana que vem as imagens de câmeras. Pelo menos dois dos dez torcedores já identificados pelo clube serão interrogados, possivelmente na segunda-feira. A possibilidade de pedidos de prisões, a curto prazo, também é cogitada.
O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul também estima que irá definir em até sete dias se aplicará punições à torcida organizada Geral do Grêmio, de onde partiram os gritos racistas. Em depoimento, o goleiro relatou que as agressões tiveram origem na torcida.
Jogo de volta suspenso
As injúrias raciais proferidas por torcedores gremistas contra o goleiro Aranha tiveram mais um desdobramento no fim da noite desta sexta-feira. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatou pedido Procuradoria de Justiça Desportiva e suspendeu o jogo de volta entre as duas equipes, na próxima quarta-feira, até que o caso seja julgado. No primeiro duelo, os paulistas bateram os gaúchos por 2 a 0.
O julgamento ocorrerá na próxima quarta-feira. O Grêmio responderá por ato de discriminação racial por parte de torcedores, além do arremesso de papel higiênico no gramado e atraso. O clube corre risco de exclusão na Copa do Brasil e multa de até R$ 200 mil. A denúncia se apoia no artigo 243-G (discriminação racial) e no 213 (arremesso de objeto em campo), ambos do CBJD. O clube responde ainda ao artigo 191 por descumprir o regulamento e entrar em campo três minutos após o horário previsto.
Advogado do Grêmio, Gabriel Vieira disse que o clube foi notificado formalmente pelo STJD na noite desta sexta.
- Nós fomos formalmente notificados pelo STJD. A partida foi suspensa e o julgamento está pautado para a mesma quarta-feira, às 14h. Agora, estamos sentando para ler o que está acontecendo, analisando a denúncia para ver que medida tomar - afirma, à Rádio Gaúcha.
Arbitragem também denunciada
Na primeira versão, o árbitro Wilton Pereira Sampaio não incluiu na súmula da partida menção a atos racistas na Arena. Após analisar as imagens da partida, o juiz colocou um adendo no qual informou ter ficado ciente do caso por meio da imprensa e que ainda fora informado por atletas do Santos. Desta forma, Pereira Sampaio, além dos assistentes Kleber Lúcio Gil e Carlos Berkenbrock e o quarto árbitro Roger Goulart, foram denunciados por infração aos artigos 261-A e 266, ambos do CBJD. Todos estão sujeitos a suspensões de até 90 dias e 360 dias, respectivamente.
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O ato de injúria racial partiu da arquibancada posicionada atrás da meta defendida pelo goleiro Aranha, e levou o camisa 1 do Peixe a paralisar a partida, aos 42 do segundo tempo, para reclamar a Wilton Pereira Sampaio. O canal ESPN flagrou uma torcedora gritando "macaco" em direção ao goleiro, atitude que gerou grande revolta nas redes sociais.
Ela é um dos dois sócios que serão excluídos e foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Patrícia Moreira era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida.
O goleiro Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre nesta sexta-feira. E voltou a comentar o episódio
- Precisamos combater o racismo enquanto ele ainda está em um nível combatível. E quando falo de racismo é em todas as áreas, todos os gêneros, de raça, de cor, de religião. Temos de ser mais próximos, mais solidários um com um outro, e sempre que percebermos uma atitude ou o início de uma atitude dessas temos de combater desde o começo - disse o jogador.
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