Grohe deixa campo chorando após classificação nas oitavas da Copa do Brasil (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
A final da Copa do Brasil terá um peso especial para o Grêmio, mas um jogador viverá expectativa ainda maior até os jogos com o Atlético-MG, nos dias 23 e 30 de novembro. Marcelo Grohe alia sua trajetória identificada com o Tricolor, iniciada há 16 anos, a um momento de extravasar o sentimento, lágrimas escorrendo no rosto, como uma criança em corrida frenética para o vestiário tentando escondê-las. O goleiro, porém, não tem do que se envergonhar.
A trajetória do Grêmio na Copa do Brasil ganhou dramaticidade quando Grohe largou uma bola despretensiosa, quiçá chocha, nos pés de André Lima nas oitavas de final, contra o Atlético-PR, na Arena. O centroavante, quase constrangido pelo erro do ex-colega, fez o gol e o consolou. Só que o camisa 1 gremista se agigantou na necessidade e defendeu pênaltis que pareciam intermináveis para classificar o Tricolor à fase seguinte.
Uma redenção não só de Marcelo, mas de todo o grupo, segundo ele afirmou em entrevista ao GloboEsporte.com. O duelo foi o último de um período de sete jogos sem vitórias, considerado o pior do goleiro desde que chegou ao clube. Revigorado, o Grêmio agora encara a final da Copa do Brasil para encerrar o jejum de 15 anos sem uma taça fora do âmbito estadual.
Confira trechos da entrevista:
Você é um cara identificado com o Grêmio, o torcedor te enxerga como um gremista nato. Mas ao mesmo tempo é o personagem que leva consigo o time que está há muito sem ganhar. Como é carregar este peso?
Encaro com tranquilidade, sei da responsabilidade. Mas ao mesmo tempo é engraçado. Às vezes olham e parece que estou há 15 anos jogando. Visto a camisa 1 do Grêmio, passaram grandes profissionais, é uma posição de cobrança. É uma situação que o clube vive e procuramos blindar o vestiário com relação a isso. Claro que sabemos da responsabilidade, mas temos uma oportunidade de colocar o nome na história do clube, assim como outros grandes jogadores.
O que significa para o grupo e para ti, identificado, no clube desde 2000, ter a chance de decidir um título nacional?
Título é sempre importante para todo jogador. Todo grupo quer muito esta conquista, trabalhamos bastante, conseguimos com méritos chegar a essa decisão, temos maios um degrau a subir. Não é porque chegamos na final que é nosso. Temos que merecer a conquista. Do outro lado existem grandes jogadores e um grande clube. Será uma decisão difícil. É se preparar bem durante os 20 dias, manter concentração e foco. Agora, virar um pouco a chave para o Brasileiro.
Ainda que não haja título, você é um personagem desta campanha pelo que aconteceu nas oitavas de final, com a imagem marcante do choro, na emoção das defesas de pênalti. Você lembrou desse momento na semifinal?
Para mim, talvez, foi um dos jogos mais difíceis. Houve uma falha no primeiro tempo, no começo, e tive que encarar praticamente todo o jogo. Muitas coisas passaram na minha cabeça. Era uma situação difícil, imagina cair fora. Graças a Deus, deu tudo certo e passamos. Depois sai o caminhão de areia das costas. Foi um momento de muita emoção, de sentimento mesmo do momento que estava vivendo, de poder lavar a alma um pouco. Foi uma noite muito marcante.
O título é a chance de lavar a alma completamente então?
Sem dúvida. Pela situação do clube, por aquilo que o torcedor tanto espera, poder dar o presente para o nosso torcedor, para nossos familiares também. Seria algo maravilhoso, fantástico. Mas é trabalhar duro, trabalhar bastante para realizar esse sonho.
Naquarta-feira, o telão informava o andamento do jogo do Inter contra o Atlético-MG. Você tinha preferência? Pensava na possibilidade de Gre-Nal na final?
O objetivo nosso era concentração total no nosso jogo. A gente sabia que, apesar da vantagem em Belo Horizonte, seria muito difícil. A equipe do Cruzeiro tem grandes jogadores, uma grande equipe, é bem treinada. Claro que a torcida comemorou os gols do Galo. Ficamos sabendo, é inevitável. Depois procuramos saber quem tinha passado. Não tínhamos preferência. São duas grandes equipes, Atlético e Inter. Teríamos que nos preparar da mesma maneira.
O que falar do Renato? Ele te treinou nas duas passagens anteriores, parece um "paizão" e dá continuidade a coisas que o Roger deixou.
O Renato chegou em um momento complicado, de muitos jogos sem vencer. Ele tem o estilo de abraçar o grupo, os jogadores, de passar confiança. De sentir, até porque jogou, o que o jogador está passando. Foi o que fez. Mas ao mesmo tempo tem o respeito de todos, impõe a hierarquia como comandante. Tem o momento da descontração e o da seriedade. Consegue fazer isso por parte dos jogadores. É legal o reconhecimento do Renato ao trabalho do Roger. Tratou de passar confiança e ver o que estava faltando para colocar na nossa equipe.
Renato era atacante, mas se caracteriza por arrumar defesas. Qual a parte boa dele na defesa? Mostra vídeos, bate-papo? Por que é tão forte?
Como era atacante, ele conversa muito com os atacantes. Procura passar sua experiência, algumas situações dentro da partida. Ao mesmo tempo, cobra muito a questão da defesa. Não só com nós defensores, mas com os jogadores de frente. Que os atacantes e meio-campistas marquem para ajudar a gente lá atrás. Sem dúvida, esta cobrança e trabalho fez com que a gente evoluísse e sofresse menos gols. O Geromel e o Kannemann estão em uma fase muito boa. Não só eles, toda a equipe tem se entregado, Estão se dedicando e lutando por cada espaço no campo. Tem feito a diferença.
De 2005 para cá, qual foi teu pior momento no Grêmio?
Claro que cada perda de campeonato é muito dolorosa, independente se for estadual, Copa do Brasil. A gente, quando entra, entra para vencer. Mas talvez o momento de maior tristeza foi a sequência de sete jogos sem vencer, algo que não tinha vivido no Grêmio.Tivemos cobrança forte dos torcedores, por vocês (imprensa), mas talvez ali tenha sido determinante para uma reviravolta. A gente se fechou e entendeu que precisava do algo a mais. Talvez hoje estamos nesta situação porque passamos por aquele momento.
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