Arquivo Pessoal
Não foram apenas Luan e Walace que representaram o Grêmio nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Longe da seleção brasileira, o atacante Tyroane Sundows também levou o azul, branco e preto para a competição. O jogador de 21 anos defendeu a África do Sul, mas sonha mesmo é em defender a seleção do Brasil.
"Sempre é uma honra representar seu país. Ainda mais em um torneio como as Olimpíadas. Foi uma experiência muito legal. Foi um dos meus primeiros torneios profissionais, e com certeza foi uma experiência inesquecível", disse em entrevista exclusiva ao UOL Esporte. "O pessoal me conhecia um pouco. Fui chamado para jogar o Torneio de Nações Sub-20, acabei indo bem e deixando meu nome. Acompanharam meu trabalho de perto, e como eu já jogava no Brasil ficou mais fácil", completou.
Mas o sonho dele é mudar de seleção. Em vez de representar os Bafana-Bafana no principal, Ty sonha com a camisa amarela da seleção brasileira. Já naturalizado durante os Jogos Olímpicos, segundo o regulamento da Fifa, ele não tem qualquer impeditivo legal de ser chamado para jogos internacionais pela seleção principal do Brasil.
"Eu tenho dupla cidadania já. É uma coisa que realmente eu penso. Claro que eu tenho este sonho de jogar na seleção brasileira, mas o futuro pertence a Deus. O que acontecer, seja no Brasil ou na África do Sul, eu estarei feliz", disse. "É o que eu trabalho. Passo a passo. Pensar no Grêmio e quem sabe daqui a uns anos estar na seleção brasileira", sorriu.
Ty chegou ao Brasil com apenas 11 anos, através de um projeto social. Ficaria uma semana no São Paulo. Mas agradou, foi convidado para um ano e está no país até hoje. A troca do tricolor paulista pelo gaúcho ocorreu em 2014, e seu contrato vai até 2017.
"Complicado não foi (adaptação ao Brasil tão jovem), mas na época o que que eu pensei foi: vou seguir meu sonho. Meus pais me apoiaram. Hoje eu vejo que foi uma decisão grande e difícil para eles. Mas era um sacrifício que eu precisava para me desenvolver e melhorar minha carreira. Aceitaram isso. Teve a barreira da língua, não sabia falar português. Mas achei uma família que falava inglês, achei uma escola internacional que tinha aula em inglês, então durante um ano e meio eu tive aula em inglês e português, para depois estudar no São Paulo e ter carreira lá", explicou.
O chamado para a Olimpíada foi o segundo torneio pela seleção de base de seu país. A África do Sul não passou da primeira fase na Olimpíada. Empatou em 0 a 0 com Brasil, 1 a 1 com o Iraque, e perdeu por 1 a 0 para a Dinamarca. Mas a mágoa do atleta não se refere exatamente ao dentro de campo, e sim o fato de ter ficado distante da Vila Olímpica e dos demais atletas dos Jogos. "Acabamos ficando afastados. O pessoal do futebol ficou em Brasília, ficamos fora do Parque Olímpico. É a única coisa que eu realmente queria que tivesse acontecido era encontrar na Vila Olímpica os atletas de outras modalidades", comentou.
Para concretizar o plano de se tornar brasileiro e quem sabe atingir sucesso maior no futebol, ele precisa se firmar no Grêmio. Hoje é parte do elenco de transição e tem contrato até o fim do ano que vem. Já foi chamado mais de uma vez por Roger Machado para treinamentos no time principal.
"Espero ter um futuro muito longo no Grêmio. Tenho muito a agradecer por estar onde estou. É mostrar meu trabalho e ter uma chance para aproveitar", afirmou. "Eu já tive a oportunidade de deixar o Brasil, mas o que eu penso é construir uma carreira aqui, me firmar, e depois pensar na Europa", completou.
Ao mesmo tempo que imagina um futuro de sucesso, ele sabe das dificuldades que encontrará pelo caminho. Nada que abale quem saiu de tão longe para tentar brilhar no esporte.
"Hoje eu posso dizer que sou brasileiro. Estou há quase 10 anos aqui. É praticamente o mesmo tempo de vida da África do Sul. A cultura é parecida com a África também. Não tenho nada a reclamar. Claro que tem todas as questões de o futebol no Brasil ser mais tradicional e ter mais disputa. Mas não vejo por este lado. Como estou há 11 anos no Brasil, me sinto brasileiro, seria mais por esta parte que gostaria de representar o Brasil", finalizou.
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"Sempre é uma honra representar seu país. Ainda mais em um torneio como as Olimpíadas. Foi uma experiência muito legal. Foi um dos meus primeiros torneios profissionais, e com certeza foi uma experiência inesquecível", disse em entrevista exclusiva ao UOL Esporte. "O pessoal me conhecia um pouco. Fui chamado para jogar o Torneio de Nações Sub-20, acabei indo bem e deixando meu nome. Acompanharam meu trabalho de perto, e como eu já jogava no Brasil ficou mais fácil", completou.
Mas o sonho dele é mudar de seleção. Em vez de representar os Bafana-Bafana no principal, Ty sonha com a camisa amarela da seleção brasileira. Já naturalizado durante os Jogos Olímpicos, segundo o regulamento da Fifa, ele não tem qualquer impeditivo legal de ser chamado para jogos internacionais pela seleção principal do Brasil.
"Eu tenho dupla cidadania já. É uma coisa que realmente eu penso. Claro que eu tenho este sonho de jogar na seleção brasileira, mas o futuro pertence a Deus. O que acontecer, seja no Brasil ou na África do Sul, eu estarei feliz", disse. "É o que eu trabalho. Passo a passo. Pensar no Grêmio e quem sabe daqui a uns anos estar na seleção brasileira", sorriu.
Ty chegou ao Brasil com apenas 11 anos, através de um projeto social. Ficaria uma semana no São Paulo. Mas agradou, foi convidado para um ano e está no país até hoje. A troca do tricolor paulista pelo gaúcho ocorreu em 2014, e seu contrato vai até 2017.
"Complicado não foi (adaptação ao Brasil tão jovem), mas na época o que que eu pensei foi: vou seguir meu sonho. Meus pais me apoiaram. Hoje eu vejo que foi uma decisão grande e difícil para eles. Mas era um sacrifício que eu precisava para me desenvolver e melhorar minha carreira. Aceitaram isso. Teve a barreira da língua, não sabia falar português. Mas achei uma família que falava inglês, achei uma escola internacional que tinha aula em inglês, então durante um ano e meio eu tive aula em inglês e português, para depois estudar no São Paulo e ter carreira lá", explicou.
O chamado para a Olimpíada foi o segundo torneio pela seleção de base de seu país. A África do Sul não passou da primeira fase na Olimpíada. Empatou em 0 a 0 com Brasil, 1 a 1 com o Iraque, e perdeu por 1 a 0 para a Dinamarca. Mas a mágoa do atleta não se refere exatamente ao dentro de campo, e sim o fato de ter ficado distante da Vila Olímpica e dos demais atletas dos Jogos. "Acabamos ficando afastados. O pessoal do futebol ficou em Brasília, ficamos fora do Parque Olímpico. É a única coisa que eu realmente queria que tivesse acontecido era encontrar na Vila Olímpica os atletas de outras modalidades", comentou.
Para concretizar o plano de se tornar brasileiro e quem sabe atingir sucesso maior no futebol, ele precisa se firmar no Grêmio. Hoje é parte do elenco de transição e tem contrato até o fim do ano que vem. Já foi chamado mais de uma vez por Roger Machado para treinamentos no time principal.
"Espero ter um futuro muito longo no Grêmio. Tenho muito a agradecer por estar onde estou. É mostrar meu trabalho e ter uma chance para aproveitar", afirmou. "Eu já tive a oportunidade de deixar o Brasil, mas o que eu penso é construir uma carreira aqui, me firmar, e depois pensar na Europa", completou.
Ao mesmo tempo que imagina um futuro de sucesso, ele sabe das dificuldades que encontrará pelo caminho. Nada que abale quem saiu de tão longe para tentar brilhar no esporte.
"Hoje eu posso dizer que sou brasileiro. Estou há quase 10 anos aqui. É praticamente o mesmo tempo de vida da África do Sul. A cultura é parecida com a África também. Não tenho nada a reclamar. Claro que tem todas as questões de o futebol no Brasil ser mais tradicional e ter mais disputa. Mas não vejo por este lado. Como estou há 11 anos no Brasil, me sinto brasileiro, seria mais por esta parte que gostaria de representar o Brasil", finalizou.
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