Douglas: "Velhinho, tudo bem. Veterano, aí, não!"

Em alta, o camisa 10 de 34 anos volta a se destacar e quer conduzir o Grêmio ao título nacional


Fonte: Zero Hora

Douglas: Velhinho, tudo bem. Veterano, aí, não!
Foto: Félix Zucco / Agencia RBS Douglas está de boas.
Herói do Grêmio no histórico Gre-Nal 410, a primeira vitória gremista no novo Beira-Rio, o camisa 10 de 34 anos está em alta uma vez mais. E com projetos: entres eles, levar o Grêmio a um dos dois títulos nacionais, em disputa no segundo semestre, e renovar com o clube para as próximas temporadas — o seu contrato se encerra em 31 de dezembro.

Os cabelos grisalhos e a barba negra fazem sucesso entre as torcedoras — das mais variadas idades. E, no vestiário, servem de brincadeiras para os colegas.

— Véinhooooooooooooooooooooooooooooooooo — gritou o lateral Edílson, já de banho tomado, após o treino de sexta-feira, enquanto Douglas ainda dava entrevista a ZH.

— Véio, Velhinho, tudo bem. Mas eles me f... quando me chamam de "Vetera", de "Veterano". Aí, não. Me zoam porque sou o mais velho do elenco, porque eu tenho idade para ser pai do Lincoln (17 anos mais jovem que Douglas) — brinca o meia. — A verdade é que fui abraçado pelo grupo, pelo clube. Falam assim porque gostam de mim. Ao todo, estou completando quatro anos de Grêmio. E quero seguir aqui — completa Douglas.

Neste domingo, o camisa 10, nascido em Criciúma, reencontrará um velho inimigo dos tempos de Santa Catarina: o Figueirense, na Arena, às 11h. Douglas aposta que o Grêmio brigará até o final do Brasileirão pelo título e que o time retomou a pegada do ano passado, quando se consolidou no G-4 até o final da temporada. Nesta entrevista a ZH, Douglas fala como os jogadores dos velhos tempos: diz que quase todo o atleta bebe, fala sobre as ironias pós-Gre-Nal, sobre a sua atuação nas redes sociais, sobre Roger, Tite, tatuagens, aposentadoria e até sobre ser admirado pelas mulheres.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

As vitórias sobre dois adversários de peso, Santos e Inter, recolocaram o Grêmio na briga pelo título nacional?

Espero que sim. Tivemos jogos difíceis, em casa e fora, e perdemos pontos que não são normais perder. Mas nos reabilitamos nesses dois últimos jogos. E foram partidas de alta intensidade. Espero que consigamos manter uma sequência bacana, a partir de agora no Brasileirão. Acredito que o campeonato seguirá parelho, muito parecido com o quadro atual, com esses times que estão entre os primeiros brigando até o fim pelo título. E espero que o Grêmio siga na ponta.

Mesmo com essa sequência de até seis jogos sem Luan, que estará com a seleção olímpica?
Somos postulantes ao título, sim, pois temos jogadores para substituir Luan. Não dá para lamentar ausências.

A sua fase melhorou junto com a do Grêmio.
A nossa equipe não vinha tão bem como no ano passado. Eu dependo muito dos meus companheiros, pela minha movimentação e toque de bola. Quando as coisas não vão bem, acabam tirando a confiança. Mas estou em uma fase bacana outra vez, consegui voltar a atuar bem.

Você vislumbrou o gol do Gre-Nal, após o rebote do Muriel?
Nesses momentos, você desenha a jogada mentalmente. Quando o Everton recebeu e chutou, pensei que tendência seria a bola sair ou ser rebatida para o centro. Contei com aquele rebote. Naquele momento, fui entando na área e desenhando o rebote. E foi o que aocnteceu: Everton bateu cruzado, Muriel deu rebote e eu estava pronto para concluir.

Muriel errou no lance?
Pelo que vi, ele escorregou ou perdeu a passada. A bola não foi tão forte, mas acho que ele escorregou e isso dificultou para que tirasse a bola da área. Mas não dá para culpar o goleiro. O lance foi muito rápido e ele tinha que fechar todos os lados.

O áudio de Argel, vazado por um amigo, no qual dizia que o Inter iria "passar o trator" no Gre-Nal, motivou vocês de que maneira?
Houve a zoação após o jogo, é claro. Nos motivou, mas não foi determinante para a vitória. De minha parte, foi só isso a zoação, só no pós-jogo mesmo. Na segunda-feira, as brincadeiras ficaram entre os torcedores. Não fico fazendo isso durante a semana porque a gente não ganha todas. Mas no domingo depois do jogo foi um desabafo, por tudo o que aconteceu, pelo áudio. Já foi. O pensamento agora é sobre a sequência dos jogos. A euforia fica com os torcedores, apenas.

Você e Edílson ironizaram o "trator" de Argel. Depois do clássico, vocês representaram o sentimento do torcedor, talvez até engasgados com o deboche de Sasha, na final do Gauchão contra o Juventude, dançando a valsa dos 15 anos com a bandeirinha de escanteio do Beira-Rio, em referência ao período do Grêmio sem grandes conquistas.
Devolvemos na mesma moeda. Nada muito diferente do que foi feito, nem em um tom agressivo. O torcedor do Inter ficou chateado. Houve zoação da parte deles, anteriormente, e o momento no domingo era nosso.

A pressão por títulos no Grêmio atrapalha o grupo?
Não. Serve como motivação. Nós e os torcedores estamos todos cientes disso. E estamos perto disso. Não ficamos batendo nessa tecla porque pode atrapalhar. Mas o trabalho pesado nos levará aos títulos.

Olhando para trás, o que ficou da campanha da Libertadores?
Tivemos bons momentos, mas não conseguimos manter o ritmo, o padrão de jogo. Poderia ter sido melhor, tivemos ausências importantes em momentos decisivos, o que dificultou as coisas. Tiramos lições para o Brasileiro e para brigar pelo título.

A partir de agosto, com as oitavas da Copa do Brasil, o Grêmio estará envolvido em duas competições outra vez...
Sim, este momento está chegando de novo. E vamos disputar bem as duas competições, o Brasileirão e a Copa do Brasil.

Você fala abertamente que gosta de cerveja. Cerveja é algo normal na sua rotina? Não te prejudica?
Todo o jogador bebe. Para ser bem sincero, 99% dos jogadores tomam uma cerveja, tomam alguma coisa. Jogador é ser humano, precisa relaxar em algum momento. Mas muitos ficam escondendo. Eu não tenho medo de dizer que tomo a minha cerveja, não tenho receio em admitir. Não me prejudica. Mas é questão de ponto de vista, sou muito tranquilo com relação a isso e não vejo problema algum.

Você adotou o estilo com barba definitivamente?
Se depender de mim, fica para sempre. Gostei da barba, fiquei bem. E, a cada 10 dias vou ao salão e dou um talento nela, uma aparada.

E você faz sucesso com as mulheres.
Sim (risos). Cara, vejo isso de uma forma normal. É bom. Para quem gosta, é muito bom. Levo numa boa. É isso, enfim.

O cabelo grisalho também ajuda?
Ajuda bastante (mais risos). Ajuda muito...

Você é o cara mais fashion do Grêmio?
Não. O Giuliano é o mais fashion. Vem todos os dias com um look diferente. Esse é de tirar o chapéu.

E as redes sociais? Você utiliza muito Twitter (rede na qual tem 178 mil seguidores, no @10doga), Snapchat (santosdoga10)...
Eu gosto bastante. Quando a fase é boa, é bem legal. Mas também posto na baixa. Um pouco menos, é verdade.

E precisa bloquear muita gente?
Ô! Quando o pessoal vem para xingar, bloqueio mesmo. Aí, ficam mais brabos ainda porque não podem seguir xingando. Às vezes, acabo respondendo a algum xingamento, quando exageram.

Tatuagens no braço, na coxa, nas panturrilhas e no peito. Não para mais?
Não (risos). Quero fazer outras ainda. Tenho o nome da Maria Eduarda (a primogênita de Douglas, hoje com 11 anos), o desenho para a Maria Luiza (a caçula, de 4 anos), a caveira com fones de ouvio na coxa...

Você tem opinião formada sobre a atual situação política do Brasil?
É muito difícil definir algo, ter uma opinião definitiva. Toda a hora aparece alguma coisa a mais, não se sabe mais quem é o bom quem é o ruim. Se descobrem só coisas pesadas. Espero que o país dê uma virada de novo e que tudo fique bem.

Em determinado momento, o Neto (hoje comentarista de TV) passou a atuar no Corinthians acionando a gurizada, com lançamentos e com assistências. Você está entrando nessa fase de pifar a garotada?
Bem, o jogo agora está mais corrido. É mais difcícil fazer isso. Mas me vejo muiot bem fisicamente. Consigo combater os 90 minutos. Enquanto conseguir manter esse padrão, seguirei jogando. E nem penso em aposentadoria ainda.

Tampouco em ser treinador?
Não tenho perfil para ser treinador. Não sou um cara muito rígido para ser treinador. Talvez auxiliar. Não tenho perfil para ficar a vida inteira concentrado, se matando, não conseguir descansar nunca. Esses caras (a comissão técnica) chegam ao CT antes de todos e vão embora depois de todos.

Você tem apanhado muito nos jogos?
Antigamente o jogo era mais agressivo. Não havia tantas câmeras para mostrar os lances. Antes, você olhava para um lado, levava um soco na cara de outro lado, e ninguém via. Hoje, já não dá mais para fazer isso. Levei várias assim. As demais pancadas são do jogo. Mas está melhor que antigamente.

Tite foi seu treinador no Corinthians. Ganharam Libertadores e Mundial. Você acha que ele acertará a Seleção?
Esse cara é um fenômeno. É questão de tempo para dar sequência no trabalho dele. Nao terá o dia a dia, pois o tempo é curto, mas espero que breve possa ter a retomada da Seleção que estávamos acostumados a ver.

E Roger? O que você tem achado dele como treinador?
Roger é muito parecido com Tite. Trabalharam juntos e Roger tem muito do trabalho tático e da motivação do Tite. É um cara de personalidade forte, respeitado por todos e com ideias muito claras.

Você dá conselhos aos mais jovens?
Oriento eles de alguma forma. A trabalhar bastante, a se esforçar, a chegar cedo, a ser profissional. Coisas que tem que fazer agora, pois, mais adiante, eles ainda terão a vida toda pela frente. Mas não fico enchendo o saco da molecada.

Que riscos o Figueirense pode oferecer ao Grêmio, na Arena?
Essas equipes sempre mantém um padrão tático muito alto quando atuam aqui. Precisamos neutralizar os seus contra-ataques, tentar permanecer o maior tempo possível com a bola e marcar um gol cedo, para que eles nos deem mais espaço.

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