Foto: Lucas Uebel/Grêmio
O domingo foi de expectativa pela grande partida de futebol que estava por vir. Uma verdadeira decisão que colocaria em prova as qualidades físicas, técnicas e psicológicas de todos os jogadores, bem como do treinador Roger Machado. Já sabendo que o Inter havia garantido sua vaga na final, tudo o que os gremistas desejavam era uma grande virada diante do Juventude para que o “território gaúcho” fosse disputado como realmente merece, em um belo e disputado Grenal. Porém, ficamos no quase, e o apito final do árbrito Jean Pierre de Lima não nos trouxe a felicidade que tanto esperamos.
O gol fora de casa, esse maldito gol fora de casa, foi decisivo para eliminar a equipe melhor classificada na primeira fase, dona do melhor ataque da competição e uma das favoritas ao título. Coincidência ou não, gol esse marcado por uma cria do Olímpico, numa daquelas ironias do destino, quase como se fosse uma vingança por não ter sido aproveitado pelo Grêmio.
Fim de papo, Grêmio eliminado e torcida cantando. Cantaram com gosto e com razão, afinal comete um grande pecado o gremista que reclamar da determinação dos jogadores, da vontade que mostraram em campo. Nos orgulharam, lutando do início ao fim, sufocando o Juventude e mostrando na prática as diferenças entre um clube de primeira para um de terceira divisão, e era obrigação de quem estava presente retribuir com cânticos, com alento. Quisera eu que isso fosse suficiente e que estivéssemos ansiosos por duas semanas seguidas envolvendo Libertadores e Grenal, mas no regulamento deu Juventude, e eles é quem tem a chance de interromper a sequência de títulos colorada.
Batemos na trave, como aquele baita chute do Douglas, onde o goleiro teve grande mérito e a bola por capricho não entrou. Ficamos a um passo da disputa do título, como aquela bola que dentro da pequena área bate no Bressan, o goleiro espalma e faz com que ela bata novamente no zagueiro, até que se perca pela linha de fundo. Caminhávamos em linha reta e mudamos de direção bruscamente, como aquele único chute que desvia e engana Marcelo Grohe, tirando sua chance de defesa, tirando sua chance de título.
Foram aguerridos, isso é fato, mas nem isso não vem mais sendo suficiente. “Se é pra perder, que seja lutando!”, tenho certeza que isso é um mantra de qualquer torcedor apaixonado, de qualquer clube, de qualquer esporte. O problema é lutar, lutar e lutar, e perder, perder e perder. Já não basta demonstrar vontade, já estamos fartos de “o Grêmio lutador voltou”, já cansamos de ter que nos conformar e buscar os famosos “pelo menos...”. “Pelo menos” agora nosso foco é total na Libertadores, e não teremos o desgaste de um clássico decisivo entre as partidas contra o Rosário Central. “Pelo menos” agora os jogadores não tem mais que se expor em um campeonato regional de importância muito menor do que uma Libertadores ou Brasileirão.
Mas, e quando chegará a hora do “pelo mais”?
Gauchão de fato não tem importância nenhuma comparada a qualquer outra competição que disputamos ano após ano, seja nacional ou continental. Não é mais importante nem do que a recém nascida Primeira Liga. Mas Gauchão também significa taça no armário, também dá direito a volta olímpica e, de ao menos por uma noite, que é o tempo em que dura a felicidade por vencer um campeonato de menor importância, poder gritar “É campeão!”.
Quando que vamos “pelo mais” e nos livraremos dessa sina, que vem vitimando técnicos em jogadores em sequência, fazendo com que nenhum deles possam dar uma alegria, seja ela mínima, aos torcedores?
Vai ter gremista me xingando ao ler esse texto, mas me desculpem, eu não consigo comparar os elencos de Grêmio e Juventude e achar “normal ter sido eliminado, pois o Juventude fez por merecer”. Tudo bem, que levem todo o mérito que de fato merecem, mas a obrigação é nossa, não deles. Assim como agora o Inter tem total obrigação de vencer o campeonato gaúcho.
Que baita injustiça, Roger Machado vai ter que se garantir no cargo até 2017 se quiser conquistar o Rio Grande do Sul também como técnico, já o tal do Argel, cujo qual não me faltam adjetivos um pouco “feios” para definir, pode, apesar de tudo, sair por cima. O lado bom é que ele continua pro Brasileirão, bom pra quase todos os outros 19 clubes do Brasileirão, tirando aqueles que conseguem ser ainda piores, mesmo assim, levará uma taça, gravará seu nome como campeão gaúcho.
Eu, de fato, me aborreci, porque pensei que realmente chegaríamos naquele quarto gol, mas o tempo passou, passou, passou, até que acabou, e lá estávamos nós ficando pelo caminho mais uma vez.
Me resta agora pegar a determinação e indignação que os próprios jogadores demonstraram dentro de campo e apostar todas as minhas fichas contra o Rosário Central. Pra que de uma vez por todas o choro do Luan no fim da partida se torne de alegria, e não de decepção.
Me resta por mais uma vez acreditar que eles também querem “vingança”, e em um gesto de amadurecimento vão aprender a lição e se esforçar ao máximo para evitar que novos “Robersons”, “Juventudes” e “gols fora de casa” atrasem nossos planos e impeçam nossa festa.
Inexplicavelmente, após tantas eliminações, seguimos apoiando, e é isso que faz a nossa torcida diferente. Porém, não custa nada deixarmos de ser diferente e termos nossa paixão justificada com vitórias. Não ficaremos bravos por isso.
Que venha a quarta-feira, e que esse desânimo temporário seja diluído com enérgicos e vingativos gritos de gol, para que finalmente chegue a hora de sacramentar um título, além de ficar no quase.
Saudações, e ânimo, Tricolores!
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O gol fora de casa, esse maldito gol fora de casa, foi decisivo para eliminar a equipe melhor classificada na primeira fase, dona do melhor ataque da competição e uma das favoritas ao título. Coincidência ou não, gol esse marcado por uma cria do Olímpico, numa daquelas ironias do destino, quase como se fosse uma vingança por não ter sido aproveitado pelo Grêmio.
Fim de papo, Grêmio eliminado e torcida cantando. Cantaram com gosto e com razão, afinal comete um grande pecado o gremista que reclamar da determinação dos jogadores, da vontade que mostraram em campo. Nos orgulharam, lutando do início ao fim, sufocando o Juventude e mostrando na prática as diferenças entre um clube de primeira para um de terceira divisão, e era obrigação de quem estava presente retribuir com cânticos, com alento. Quisera eu que isso fosse suficiente e que estivéssemos ansiosos por duas semanas seguidas envolvendo Libertadores e Grenal, mas no regulamento deu Juventude, e eles é quem tem a chance de interromper a sequência de títulos colorada.
Batemos na trave, como aquele baita chute do Douglas, onde o goleiro teve grande mérito e a bola por capricho não entrou. Ficamos a um passo da disputa do título, como aquela bola que dentro da pequena área bate no Bressan, o goleiro espalma e faz com que ela bata novamente no zagueiro, até que se perca pela linha de fundo. Caminhávamos em linha reta e mudamos de direção bruscamente, como aquele único chute que desvia e engana Marcelo Grohe, tirando sua chance de defesa, tirando sua chance de título.
Foram aguerridos, isso é fato, mas nem isso não vem mais sendo suficiente. “Se é pra perder, que seja lutando!”, tenho certeza que isso é um mantra de qualquer torcedor apaixonado, de qualquer clube, de qualquer esporte. O problema é lutar, lutar e lutar, e perder, perder e perder. Já não basta demonstrar vontade, já estamos fartos de “o Grêmio lutador voltou”, já cansamos de ter que nos conformar e buscar os famosos “pelo menos...”. “Pelo menos” agora nosso foco é total na Libertadores, e não teremos o desgaste de um clássico decisivo entre as partidas contra o Rosário Central. “Pelo menos” agora os jogadores não tem mais que se expor em um campeonato regional de importância muito menor do que uma Libertadores ou Brasileirão.
Mas, e quando chegará a hora do “pelo mais”?
Gauchão de fato não tem importância nenhuma comparada a qualquer outra competição que disputamos ano após ano, seja nacional ou continental. Não é mais importante nem do que a recém nascida Primeira Liga. Mas Gauchão também significa taça no armário, também dá direito a volta olímpica e, de ao menos por uma noite, que é o tempo em que dura a felicidade por vencer um campeonato de menor importância, poder gritar “É campeão!”.
Quando que vamos “pelo mais” e nos livraremos dessa sina, que vem vitimando técnicos em jogadores em sequência, fazendo com que nenhum deles possam dar uma alegria, seja ela mínima, aos torcedores?
Vai ter gremista me xingando ao ler esse texto, mas me desculpem, eu não consigo comparar os elencos de Grêmio e Juventude e achar “normal ter sido eliminado, pois o Juventude fez por merecer”. Tudo bem, que levem todo o mérito que de fato merecem, mas a obrigação é nossa, não deles. Assim como agora o Inter tem total obrigação de vencer o campeonato gaúcho.
Que baita injustiça, Roger Machado vai ter que se garantir no cargo até 2017 se quiser conquistar o Rio Grande do Sul também como técnico, já o tal do Argel, cujo qual não me faltam adjetivos um pouco “feios” para definir, pode, apesar de tudo, sair por cima. O lado bom é que ele continua pro Brasileirão, bom pra quase todos os outros 19 clubes do Brasileirão, tirando aqueles que conseguem ser ainda piores, mesmo assim, levará uma taça, gravará seu nome como campeão gaúcho.
Eu, de fato, me aborreci, porque pensei que realmente chegaríamos naquele quarto gol, mas o tempo passou, passou, passou, até que acabou, e lá estávamos nós ficando pelo caminho mais uma vez.
Me resta agora pegar a determinação e indignação que os próprios jogadores demonstraram dentro de campo e apostar todas as minhas fichas contra o Rosário Central. Pra que de uma vez por todas o choro do Luan no fim da partida se torne de alegria, e não de decepção.
Me resta por mais uma vez acreditar que eles também querem “vingança”, e em um gesto de amadurecimento vão aprender a lição e se esforçar ao máximo para evitar que novos “Robersons”, “Juventudes” e “gols fora de casa” atrasem nossos planos e impeçam nossa festa.
Inexplicavelmente, após tantas eliminações, seguimos apoiando, e é isso que faz a nossa torcida diferente. Porém, não custa nada deixarmos de ser diferente e termos nossa paixão justificada com vitórias. Não ficaremos bravos por isso.
Que venha a quarta-feira, e que esse desânimo temporário seja diluído com enérgicos e vingativos gritos de gol, para que finalmente chegue a hora de sacramentar um título, além de ficar no quase.
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