[Grêmio Avalanche]: Já vai tarde, Fernandinho

Luiz Fernando Pereira da Silva, o Fernandinho, chegou ao Grêmio em 2014 indicado pelo então treinador Enderson Moreira, que perderia seu cargo logo depois. Vindo do futebol árabe, trouxe na bagagem a boa impressão que causou quando defendeu o Atlético-MG, ao ter sido o substituto de Bernard, aquele da "alegria nas pernas", quando o garoto foi vendido ao Shaktar Donetsk.

Sacramentava-se aí uma das contratações mais inúteis da história recente do Grêmio.

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Jogador de velocidade, que atua pelos lados do campo, vai pra cima dos adversários e chega na linha de fundo com facilidade. Era assim que os cronistas esportivos dos mais diversos veículos o definiam. O clássico "winger" do futebol inglês.

Nada disso. O que vimos foi um atleta que pode tentar a sorte como velocista, onde tudo o que precisa fazer é baixar a cabeça e correr. Fernandinho, nas chances que recebeu, produziu muito pouco, quase nada.

Jogadas previsíveis e facilmente antecipadas pelos marcadores, com nada de objetivo. O cara simplesmente corria, corria, e não fazia mais nada além disso. A prova é que foram apenas 2 gols e 1 assistência nas 45 partidas que atuou. Não custa lembrar que um desses dois gols foi no Grenal dos 5x0, onde fez de um tudo pra complicar uma jogada que era fácil, mas como era contra o Inter e naquele dia tudo dava certo, até ele conseguiu marcar.

Agora, em 2016, a comissão técnica liderada pelo treinador Roger decidiu que Fernandinho não fazia mais parte dos planos, e a diretoria buscou realocá-lo em outro clube, para "abrir espaço" na folha salarial, pois o atleta recebia um dos maiores salários do elenco atual, beirando os 300 mil reais mensais.

Surgiram propostas de clubes interessados, principalmente da região Nordeste, mas o que se ouviu foi que o jogador não estava interessado em transferir, pois estava acomodado e ganhando bem em Porto Alegre.

Meu amigo, se o clube não pretende mais contar com os teus serviços, tenha bom senso e pelo menos arrume uma justificativa melhor. Diga que acredita no projeto do Roger, que quer buscar seu espaço, que pretende entender e corrigir o que fez de errado até então, mas não que tu não vai sair porque ganha bem e não quer perder a mamata.

Até que surge o Flamengo. Camisa pesada e bolso recheado, o clube carioca finalmente convenceu Fernandinho a deixar de ser um peso para o Tricolor Gaúcho.

Pois bem, logo na entrevista de apresentação, mais uma declaração infeliz. Durante a coletiva, ele faz uma espécie de comparação entre os clubes e diz que "o Flamengo tem uma história maior e a torcida diferente". Diferente como, se toda vez que jogamos no Maracanã são os nossos cânticos que são ouvidos?!

Fernandinho tentou conquistar sua nova torcida com a velha mania de jogadores compararem o clube que chegam com aquele de onde vieram. Pois bem, pode até ter conseguido, embora eu veja flamenguistas nas redes sociais contestando a contratação, assim como nós fazíamos em 2014, porém, para agradar a torcida rubro-negra, fizeste pouco da torcida gremista, que teve que te aguentar, Fernandinho, por muitos jogos em campo sem dar retorno, sem produzir, sem justificar o alto ordenado, e mesmo assim apoiando e incentivando do início ao fim. E não penses que uma mensagem de agradecimento nas redes vai ser suficiente, viu?!

Que tu tenha uma boa passagem pelo Flamengo, para que eles possam te contratar em definitivo e tu não tenhas que voltar para cá e cumprir o resto do contrato que firmastes com o Grêmio, cujo qual se estende até a metade de 2017, pois não sei se serás tão bem recebido e, além disso, não queremos mais ter de pagar tanta grana por alguém que faz tão pouco.

Por isso, repito, já vai tarde!

E aqui fica a torcida, uma espécie de pedido: não contratem "novos Fernandinhos". Já chega de pagar tanto por jogadores cujo valor está no nome, e não no futebol apresentado. Não gastem um centavo se quer com um atleta se ele não for, no mínimo, melhor do que os meninos que temos na base.

Um encosto a menos. Tratem de se livrar de mais alguns, não repitam os erros, e vamos que vamos!

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