Colunistas opinam: há espaço para Lincoln no time titular do Grêmio?

Lincoln (E) teve boa atuação diante do Avaí pela Primeira Liga Foto: Sirli Freitas / Especial

Luiz Zini Pires, colunista de ZH

O meia Lincoln usou a camisa 10 e foi um dos destaques dos reservas do Grêmio no empate em 2 a 2 com o Avaí, nesta quinta-feira, na rodada de abertura da Primeira Liga. Por isso, colunistas e blogueiros de Zero Hora opinam se há espaço para o jovem no time titular de Roger Machado.

Lincoln tem 17 anos e três meses de vida. Sua idade de futebol é maior. Duas temporadas de vivência nas categorias de base na seleção brasileira ofereceram ao jogador uns anos a mais. A experiência é o combustível do atleta. Lincoln está com o tanque cheio. Merece novas oportunidades. Servir como opção, mesmo na Libertadores, pois ele enfrentou várias equipes de língua espanhola em seus países nos últimos 24 meses. Pode atuar ao lado de Douglas, compor com Luan e Everton. Ousado, Lincoln tem um bom passe, chuta bem e sabe cruzar.

Lincoln é a melhor contratação de 2016, mas não é a solução e nem uma surpresa. Ele é apenas um jovem talentoso em busca de seu espaço. Precisará ganhá-lo entre os titulares aos poucos. Roger tem a paciência que os torcedores não conhecem, nunca têm.

David Coimbra, colunista de ZH

O time do Grêmio, com os jogadores que tm, é o mais ilustre produtor do futebol tico-tico do Brasil. Passa o jogo inteiro rodando com a bola. Ela vai para lá, volta para cá, avança um pouquinho, recua outro pouquinho, de repente atravessa a pequena área, passa na frente do gol, excita a torcida e tudo quase acontece. Quase. Fica sempre no quase. Tecnicamente, falta ao time do Grêmio a afeição ao gol. Espiritualmente, falta ao time do Grêmio hombridade. No ano passado, o Grêmio perdeu jogos importantes por se acovardar no momento decisivo: foi desclassificado pelo Fluminense na Arena só porque Fred resolveu se impor e perdeu o último Gre-Nal do ano só porque Argel resolveu se impor. Basta um "bu" e o time do Grêmio treme, com exceção, talvez, de Edinho e Maicon. Lincoln, pelo menos, é dotado da ousadia da juventude. Ainda é um desassombrado. Pode ser que, enfrentando zagueiros de cara feia, se achique, como outros tantos, mas pode ser que não. Vale a aposta.

André Baibich, blog Desenho Tático

Ainda não. É preciso ter alguma cautela ao avaliar um jovem de 17 anos. Atuações apagadas não devem gerar críticas exageradas, assim como desempenhos destacados não significam que o jogador esteja pronto.

O talento de Lincoln é evidente, mas parecia um tanto desinteressado em alguns jogos do ano passado. Brilhava em momentos esporádicos por conta do potencial que tem, mas não se movimentava o suficiente para dar opção de passe aos companheiros e, com isso, sumia por longos períodos.

Diante do Avaí, em um jogo sem tanta importância, Lincoln mostrou ter amadurecido. Foi bem mais participativo. Ainda assim, é preciso observá-lo em jogos em sequência para saber se a evolução está consolidada.

Por enquanto, o torcedor pode comemorar a excelente alternativa a Douglas que o Grêmio ganha a partir do crescimento do menino. Em um futuro breve e com uma sequência de jogos, é provável que ele mostre que está pronto para assumir a vaga do veterano titular.

Guilherme Mazui, blog Torcedor Gremista ZH

Lincoln tem futebol e personalidade para ser titular. Só se desenvolverá jogando. Precoce, o guri não treme, arrisca, é diferente. Nos dois jogos em que participou, cobrou as melhores faltas do time. O potencial de Lincoln é um prognóstico, enquanto os dos demais meias do elenco já é conhecido.
Douglas tem qualidade, sabe distribuir assistências, mas lhe falta regularidade em alta produção. Giuliano há seis meses só toca bola de lado, não entra na área para concluir. E Ramiro muito se esforça e pouco produz de útil. Roger Machado erra ao ver Ramiro como uma "quase titular". O time terá ainda mais dificuldades para criar e concluir. Para Lincoln estourar, terá de jogar. Temo que o Grêmio repita erros pretéritos, como a preferência por jogadores "prontos" e limitados. A paixão pelo medíocre esforçado nunca trouxe títulos relevantes. Ronaldinho teve de empurrar seu talento goela abaixo, foi reserva de Itaqui e Arilson. Douglas Costa chegou a ver do banco Makelele jogar. Que a história tricolor seja diferente com Lincoln.

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