Do táxi até virar o Homem Gre-Nal: Pedro Ernesto narra o 76º clássico de sua carreira

Narrador da Rádio Gaúcha fala de suas inspirações, primeiras viagens como narrador e a estreia em Copas do Mundo em 1978


Fonte: Diário Gaúcho

Do táxi até virar o Homem Gre-Nal: Pedro Ernesto narra o 76º clássico de sua carreira


São quase 20 anos contando as histórias do Gre-Nal. Neste domingo, quando Inter e Grêmio pisarem no gramado irretocável do Beira-Rio, Pedro Ernesto Denardin, 65 anos, estará pronto para soltar a voz. É assim há 75 clássicos. Para ser preciso desde o de número 330, no Beira-Rio. Nada mal para o guri criado no bairro Glória, que virou motorista de táxi no fim da adolescência e hoje ainda ataca de cantor e produtor rural. Mas essas duas facetas são secundárias. O que mais identifica o Pedro é o Gre-Nal. Por isso, a alcunha fica no exato tamanho: Homem Gre-Nal.

De onde veio o Pedro Ernesto?
Cresci no bairro da Glória. Fiz o primário no Ginásio São Luiz, ao lado do presídio feminino, e o ginásio, no Assunção, até o quinto ano, quando fui o Colégio Militar. Mas, aos 15 anos, parei de estudar. Aluguei uma carroça e fui trabalhar, vendia verduras. Coisa de guri, não queria nada com nada. Quando completei 18 anos, fiz meu pai comprar uma Kombi lotação da linha Teresópolis. Fazia 15 viagens por dia, ida e volta ao centro. Um ano depois, compramos outra. Acabaram os lotações e nos deram duas placas de táxi. Comecei a trabalhar na praça.

Você trabalhou quanto tempo como taxista?
Foram três anos. Nesse meio tempo, concluí que deveria voltar a estudar. Pensei: "Nesse troço, vou patinar". Fiz o Artigo 99, o Madureza, no DCE, um curso lá no Centro. Completei o ginásio e o científico em oito meses. Daí, entrei no jornalismo da Famecos. Isso foi em 1971, com 21 anos. Mais adiante, troquei e cursei História, na PUC. O Tau Golin, aquele historiador de Santa Maria, era meu contemporâneo. Fique muito próximo dele, um baita sujeito. Era contestador, não negociava nada com os professores. Bem louco (risos)

Como era no táxi?
Tinha Fusca 66, com 6 volts, e depois um 68, 12 volts. O ponto era no fim da linha do ônibus da Glória. Mas era outra época, não tinha assalto. Trabalhava muito na saída de cabarés, principalmente no Castelinho, na Avenida Teresópolis. Levava os clientes, as mulheres que trabalhavam lá. A vida no taxi é algo fantástico.

Lembra de alguma história?
A história mais maluca foi quando levei um cliente no Cabaré da Marli, quase em frente ao Beira-Rio. Ele me disse: "Minha mulher está aqui dentro." O cara entrou, boxou a mulher e embarcou volta no táxi: "Me leva embora". Levei, é claro (risos).

Além de música gaúcha, o que mais você ouvia?
Elvis Presley. Tinha uma irmã, a Lizete, a mais velha, já falecida, apaixonadíssima por ele. O Elvis irrompeu como Rei do Rock. Minha mãe trabalhava em dois empregos, e eu ficava com as gurias, ajudava a limpar a casa, lavar a louça, fazia a comida. Aprendi tudo isso na dificuldade.

Você era muito inquieto na infância?
Era um terror. Tem uma história boa. Tinha 12 anos e, um dia, chegou um cara de Caxias na nossa rua. Ele fazia uns trabucos com pólvora. Eu disse: "Tenho o revólver do meu pai". Minha mãe estava dormindo, peguei o revólver escondido e entreguei para um amigo meu. Não vi que tinha uma bala no cano. Estávamos indo para um arroio, por um beco, e o guri puxou o gatilho e me acertou. A bala entrou entre o acetábulo, o osso da bacia, e as costelas. Mas atingiu só o tecido adiposo, uma sorte. Quem me atendeu no HPS foi o Pedro Guus, tio da minha atual mulher. A bala entrou bem onde poderia entrar.

Você já gostava de futebol, costumava ir aos jogos?
Via o jogo no Olímpico de cima do morro do cemitério. Nos últimos 10 minutos, abriam e entrávamos. Também ia ver o Cruzeiro, que tinha estádio onde hoje está o cemitério João XXIII. Nos Eucaliptos, nossa turma também costumava ir. Esperava fora e entrava nos últimos 10 minutos. Como não tínhamos nada para fazer, encarávamos assim mesmo.

Quem você viu jogar nesta época que o marcou?
No Grêmio, Milton, Gessy, Juarez. No Inter, Larry, Canhotinho. Lembro bem, tinha sete, oito anos. Íamos aos jogos com essa idade, sozinhos, algo impensável hoje. Fui gandula no Grêmio, vendia jornal do dia do jogo no Olímpico e nos Eucaliptos e aproveitava para ver o jogo sem pagar.

Como enveredou para o jornalismo esportivo?
Narrava futebol desde os três anos, no banheiro. O Borghetinho tinha uma gaita desde os três anos. Eu tenho a narração. Decidi com sete, oito anos que seria narrador. Tem duas coisas que aprendi a ouvir no rádio: o tradicionalismo, com a minha mãe, que escutava todos os dias os programas do Teixeirinha e do Zé Mendes, e o futebol, com meu pai.

Quem o inspirou como narrador?
O Mendes Ribeiro foi o primeiro. Depois veio a fase do Pedro Pereira. São os caras com quem mais me identifiquei. Até guardo semelhança. Havia ainda Ataíde Ferreira, Euclides Prado, Antônio Carlos Resende. Depois veio o Armindo Antônio Ranzolin, mas nunca fui identificado com ele. Até porque nessa época já estava trabalhando.

O que o Pedro Pereira fazia que causava admiração?
Faço uma narração parecida com a dele, no mesmo tom e na mesma velocidade. As frases que crio são inspiradas no Mendes Ribeiro. Lembra do "Deus não joga mas fiscaliza"? Isso ficou eternizado. Daqui a pouco, eu grito: "Não tem a formação dos pelos pubianos completos e faz gol". Claro que já dou uma patifadinha.

Você chegou a se formar em jornalismo na Famecos?
Não. Em 1973, teve o concurso Narrador da Rádio Gaúcha. Se inscreveram 32 caras. Ficaram dois, eu e o Newton Azambuja, que venceu. Mas o Marne Barcelos viu meu teste e me puxou para a Farroupilha. Eu narrava com estilo do Pedro Pereira, que havia recém morrido. Entrei como narrador. Estreei em Inter 1x0 Portuguesa, no Beira-Rio (12/12/1973). Estava apavorado. O Machadinho (Machado Filho, comentarista) era quem me segurava. Ele dizia: "Está indo bem, está indo bem". A Farroupilha tinha canal exclusivo. Não contava com muitos ouvintes, mas alcançava longe.

Qual foi a sua primeira viagem?
Foi para Santa Rosa, no Estádio Carlos Denardin, ex-prefeito da cidade e meio primo do meu pai. O máximo que havia ido era Caxias do Sul, onde ficava a sede da empresa em que trabalhava o meu pai. Caxias eu conhecia (risos).

E para o Exterior?
Foi pela Gaúcha, em 1974, 1975, com o Wianey Carlet e o Ênio Melo. Fomos fazer um torneio de verão em Viña del Mar. Lembro de atravessar a Cordilheira de avião, apavorado.

Como foi a ida para a Rádio Gaúcha?
O Celestino Valenzuela saiu e assumiu no lugar dele o Mendes Ribeiro, que mandou me chamar. Eu era o quinto narrador. O Nelson Sirotsky era diretor da rádio.

O Mendes sabia que você o copiava?
Sim. Era um sujeito espetacular, marcou época. Mas aí saí em 1984 para um projeto na Rádio Sucesso.

Como foi esse projeto da Sucesso?
A Gaúcha havia contratado o Armindo Antônio Ranzolin. Na minha frente, havia ainda o Haroldo de Souza e o Roberto Brauner. Pensei: "Não quero ser o quarto narrador, vou montar uma rádio para mim". Foi quando criamos o projeto da Rádio Sucesso, eu, o Wianey, o João Garcia, Cacalo, o Rafael Bandeira dos Santos, o Daltro Menezes e o Hugo Amorim. Sérgio Boaz e Ricardo Vidarte eram os repórteres, iniciavam na carreira. A equipe era legal, mas a rádio não pegava na Azenha. Claro que não deu certo. Foram quatro meses. Fiquei mais quatro na Bandeirantes. Voltei em 1986 para a Gaúcha, para a Copa do México.

Qual foi a sua primeira Copa do Mundo?
Foi a de 1978. Estava escalado pela Gaúcha, mas o Ruy Carlos Ostermann chegou para assumir a rádio, no lugar do Mendes Ribeiro. A primeira atitude dele foi me tirar da Copa. A cinco dias do início dela, o Luiz Carlos Prates foi para a Guaíba. O Ruy tentou o Resende e o J.B. Telles. Não conseguiu e, finalmente, fui para a Copa. Me saí muito bem. Fiz entrevistas exclusivas na concentração da Argentina, com o (técnico) César Menotti e o Ortiz (ponteiro-esquerdo) . O Ruy se rendeu: "Sensacional o que tu fazes. Não queria te trazer, mas está surpreendendo." Em paralelo, narrava jogos pela tevê, os tubos, como dizemos. Fui tri bem.

Como foi em 1982, na Espanha?
Fui 30 dias antes para Madri. Mandava matéria para ZH, para a Rádio Gaúcha. Estávamos eu e o Antônio Carlos Mafalda (fotógrafo). Entre outros, entrevistei o Roberto Carlos, em um programa de TV. Ele era o estrangeiro que mais havia vendido discos na Espanha. Um segurança não me deixava entrar. Quando o Roberto passou, gritei: "Roberto, Rádio Gaúcha". Ele sorriu e disse: "Entra, gaúcho".

Na Copa do México você também chegou antes?
Sim, quase um mês. Deu um terremoto de 6.2 na escala Richter. O hotel que estava era antissísmico. Passava das 23h. A lâmpada começou a balançar. Caí na cama. Olhei para rua, havia raios no céu. Coloquei a calça e desci pelas escadas. Uma mulherada descia de babydoll. Uma delas pegou no meu braço e perguntou: "Señor, que pasa?". Eu disse: "És un temblor" (neste momento, emposta a voz). Os caras do hotel nos chamaram para voltar. Que nada, passei a noite sentado na praça do outro lado da rua.

Como era o Pedro Ernesto repórter?
O Wianey estava na Guaíba, era um dos concorrentes. Comecei a dar muito furo neles. Me dava com o Hélio Coimbra, agente dos jogadores. Vivia na oficina dele. Sabia tudo antes. O Evaristo de Macedo treinava o Grêmio em 1990, era cliente da oficina, me contava tudo. O Wianey era chefe na Guaíba e ligava para o Rafael Bandeira, diretor do Grêmio à época, para reclamar. Eu avisava a concorrência: "Hoje tem mais uma para vocês". Chegava no Show dos Esportes e "pow" neles.

Como era o seu perfil de repórter?
Eu era debochado, sacana. Uma vez em Passo Fundo, em um jogo, o Lasier entrevistou um guri que o pai havia batizado como Lasier. Veio para mim, no Olímpico, e eu disse: "Quando Deus me der a graça de ter um filho, vou batizar Armindo Antônio Denardin." Outra vez, quando a Zélia Cardoso de Mello confiscou o dinheiro das cadernetas de poupança, o Nobrinho (repórter de ZH na época) me contou uma piada. Eu disse: "Deixa para mim". O jogo era no Cristo Rei. Estava lotado, a audiência da Gaúcha estourando, O Lasier começou o comentário, e eu interrompi: "Lasier, a Zélia deu uma mexidinha e deixou todo mundo duro". O estádio explodiu numa gargalhada, e o Lasier, todo duro: "Ó, Pedro".

E os 34 anos no comando do Show dos Esportes?
Em 1978, antes da Copa, me deram o comando do programa. Não queria, era à noite. Acabei convencido. Antes, o horário era ocupado com boletins gravados dos repórteres. O programa começou eu com os repórteres. Depois, fiquei sozinho. Na última fase, vieram os humoristas. Ficar 34 anos com programa na Rádio Gaúcha é para marcar a imagem mesmo. Saí para assumir o Sala de Redação.

É complicado comandar o Sala?
É fácil, são personalidades diferentes, cada um tem sua opinião, cada um sabe mais do que o outro, todos têm razão. O programa é de discussão, as pessoas gostam do contraponto. O programa perdeu o Ruy, o Lauro Quadro, o Paulo Sant'Ana, o Kenny Braga e o David Coimbra. Estamos numa transição. Imagina um time que perde o Messi, o Cristiano Ronaldo, o Suárez, o Neymar e o Ibra? Perdemos todos, agora temos que arrumar outros jogadores. Felizmente, não perdemos patrocinadores, e a audiência cresceu.

Quando foi que você assumiu como narrador principal da Rádio Gaúcha?
Em 1995, o Ranzolin me disse: "Você deixará de ser repórter e será o segundo narrador. Vou parar, e você assumirá como primeiro". Eu perguntei para ele: "Tu já falaste com o Haroldo e Brauner?". Ele disse: "Ainda não". Eu avisei: "Então, te preparas." (risos). Comecei o ano de 1996 já como número 1.

Você se realiza narrando?
Sim, muito. O sentimento é o mesmo de um show. A diferença é que no show estão na tua frente e na rádio pelo mundo todo. Com o aplicativo, mais ainda. Esses dias um cara estava em Zurique e me mandou um WathsApp.

Você se emociona muito durante os jogos?
Quando vai narrar, tem de viver o jogo. Narro para uma rádio que atende ao Grêmio e ao Inter. Me emociono pelos dois, fico bravo quando não dá. Como se fosse mais um torcedor.

Qual a sua preparação para o jogo?
Eu me informo sobre o jogo, quem está fora, como estão os adversários. Mas não planejo nada. Os jogos são diferentes, os gols são diferentes. Cada um é uma história. Por isso, não tenho frase pronta. O futebol não se repete. Agora, é claro, como tenho ousadia de dizer algumas coisas, ficam marcados. Na Batalha dos Aflitos, eu disse: 'Inacreditável". Virou título de filme. Na final da Libertadores de 2006, o Sobis fez o gol, e eu gritei: "O Inter rasga a camisa do São Paulo e pisa em cima dela". Depois, eu disse que o Rafael Sobis é gaúcho, cara de gaúcho, pinta de gaúcho". Os caras se ofenderam. De uma bronca, o São Paulo reagiu. Concedi entrevista para todo mundo, aquilo me projetou no país inteiro. E recebi muito e-mail, até ameaças de torcedores.

E o título de Homem Gre-Nal?
Narrei 75 Gre-Nais. O primeiro foi em 1996 (o 330, acabou 1 a 1). Desde lá, só fiquei de fora em três clássicos. O Gre-Nal é diferente, tem mais responsabilidade. Não pode dar a sensação de que torce para um ou outro, deve-se torcer para os dois e fazer a festa do ganhador. A cobrança é muito grande, os caras contam o tempo do grito de gol do Inter e do Grêmio e depois comparam. É uma loucura.

Você concentra para o clássico?
Claro. Durmo cedo, o sono é básico para a voz. Tomo água, faço exercícios para para voz. Se tem um casamento ou um aniversário na véspera de um Gre-Nal, não vou. No outro dia vou bocejar no microfone? Não dá. Paciência, assim é o meu ofício.

Como a Gaúcha se tornou um modelo nacional?
Ela está presente em todos os lugares. A Seleção joga, estamos lá. A Dupla joga, estamos lá. Adotamos um padrão de qualidade. No jogo do Grêmio em Recife, por exemplo, usamos quatro linhas. Três na transmissão e uma para contato. Custa caro? Custa, mas nós trabalhamos com qualidade, não tem preço para isso. Outra, ficamos sempre que possível no hotel da delegação e vamos ao mercado buscar os melhores profissionais.

Quando foi que começou esse salto?
Foi na Copa de 1982 que passamos pela Guaíba. Eu fui 30 dias antes para a Espanha. O João Garcia foi para a Rússia, o primeiro advesárrio do Brasil. O Darcy Filho estava com a Seleção, Encaixamos o mundo. Fizemos algo parecido na Copa de 2014. Em todas as sedes, tínhamos um repórter. Isso nunca existiu!

Há algum lugar em que você vá no Rio Grande em que não seja reconhecido?
É difícil. Esses dias fui passear em Lisboa e peguei o voo da TAP, esse que leva a gauchada para a Europa. Bah, todo mundo me conhecia.

Você já pensou em ser governador?
Já pensei e tirei da cabeça. Já pensei em ser diretor da Rádio Gaúcha e tirei da cabeça. Já imaginou o pepino que é ser diretor da Rádio Gaúcha? Aquelas malas todas te enchendo o saco (risos). Quero ser o que sou. Cheguei ao teto. Vamos até terminar.

E o cantor, como surgiu?
O cantor é uma invenção. Foi em 1984. Eu estava sem grana, ganhava pouco, e encontrei um amigo que trabalhava com discos. Ele disse que havia a Lei Sarney, em que podia se abater no Imposto de Renda as doações. Eu disse: "Bah, vou fazer um disco". Ele respondeu: "Mas tu não sabe cantar". Eu rebati: "Então, vou aprender. Tu me ensinas, e eu venderei". Ele me ensinou, eu vendi e gravei o primeiro disco. Fui gostando e estou até hoje. São 12 discos, entre bolachão e CD, mais DVD que lancei agora. Já vendi mais de 100 mil discos.

E o produtor rural?
Eu gosto dessas coisas do campo. Primeiro, fui carroceiro e vendia verduras. O sitio, troquei com o Amadeo Weinmann por um apartamento. Fiz pensando em valorização, achando que a cidade chegaria lá (no final da Lomba do Pinheiro) e também para deixar de herança para os meus filhos. Mas até chegar esse dia decidi plantar verduras. Nos dois primeiros anos, só cometi erros. Imagina narrador de futebol plantando alface (risos)? Mas agora está bem, tenho oito funcionários, distribuo nas redes de supermercados Zaffari e Rissul e na Cooperativa Languiru.


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