"A gente já se acostumou a isso", diz Enderson, resignado após demissão

Ex-treinador do Grêmio acredita que cultura do torcedor de futebol do Brasil é determinante para a alta rotatividade de técnicos no campeonato nacional


Fonte: SPORTV

A gente já se acostumou a isso, diz Enderson, resignado após demissão
Enderson Moreira saiu do Grêmio após derrota para o Goiás, em Porto Alegre (Foto: Getty Images)

Um dos convidados do “Bem, Amigos!” da última segunda-feira, Enderson Moreira mostrou serenidade para comentar sua demissão do Grêmio, após derrota por 3 a 2 para o Coritiba, em Porto Alegre. O ex-treinador do Tricolor acredita que o grande problema para os técnicos brasileiros está no fato de que o torcedor não consegue entender que é nas derrotas que, às vezes, se constrói uma equipe vencedora.

- Eu acho que é uma coisa cultural mesmo. Acho que o torcedor brasileiro não está acostumado a entender que a derrota faz parte também da construção da vitória, dos títulos. Então, em um primeiro momento, é uma cobrança enorme dos atletas, da comissão técnica, da direção e, às vezes, é mais fácil trocar o treinador. A gente já se acostumou a isso - disse.

Sobre o jogo que selou sua demissão, Enderson fez questão de ressaltar o bom nível da partida, fez uma reverência a Alex, camisa 10 e capitão do Coxa, e citou uma frase de Abel Braga, técnico do rival Internacional, para explicar como pensa o futebol.

- Ontem, contra o Coritiba, teve bola na trave, chances, oportunidades, jogadores fazendo jogadas interessantes, Alex jogou muito ontem e isso me encanta, um jogador com mais idade jogando em alto nível. E, às vezes, (as pessoas pensam) quem perdeu está tudo errado e quem venceu está tudo certo. A gente é muito simplista nisso, onde o resultado é sempre o que prevalece. Tem uma frase que o Abel falou essa semana: "Quero ganhar sempre jogando bem, mas quando eu não jogar bem, também quero ganhar". Porque para o torcedor, o que importa é ganhar - falou o ex-técnico gremista.

Após surgir no cenário nacional no Fluminense, substituindo Muricy Ramalho em meio a Libertadores de 2011, enquanto o clube carioca esperava por Abel Braga, Enderson Moreira pôde mostrar seu trabalho de forma mais tranquila no Goiás, onde treinou o Esmeraldino por dois anos e meio. Apontado por muitos como um dos técnicos da "nova geração" que pode, eventualmente, projetar até um futuro na seleção brasileira, o treinador analisou uma das questões-chave nessa fase pós-Copa que o país vem vivendo: a formação dos jogadores e o nível dos campeonatos disputados no Brasil.

- Nós formamos jogadores extremamente qualificados ainda. Por que o mercado internacional vem buscar atletas aqui? O primeiro ponto que eu acho importante é a gente fortalecer nosso produto interno. A gente exporta nosso produto e importa o campeonato deles. O campeonato brasileiro é extremamente atraente sim, porque é competitivo, todos os clubes têm essa questão de ser campeão, buscam isso, mas a gente também tem que melhorar a questão técnica. Fazendo com que nossos atletas permaneçam mais tempo aqui, porque é um produto extremamente interessante, atrativo. Já vi muito futebol de fora e tem alguns jogos muito chatos, que não tem nada, uma ou outra chance de gol - analisou Enderson.

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