Ouve-se falar que alguns clubes querem ressuscitar a Copa Sul-Minas, entre eles, o Internacional e o meu Grêmio. Por mais atrativa que seja a oferta de alguma rede televisiva, não há o que pague o desgaste que os jogadores experimentariam com o inchaço do primeiro quadrimestre do ano, se a ideia vingar.
Penso que o movimento dos clubes deve dar-se em sentido diametralmente oposto. O Brasil é o único país do mundo que realiza competições provinciais, que devem ser abolidas para permitir um calendário racional. Fomentar mais um torneio regional significará sufocar o período, estrangulando de vez o Campeonato Brasileiro, o nosso produto mais nobre e mais rentável em todos os sentidos.
Como em qualquer país civilizado, a recomendação de médicos, fisiologistas e fisicultores é a de destinar um tempo razoável à preparação do corpo para a longa jornada anual. Assim, teríamos as férias dos atletas, digamos, de 10 de dezembro a 10 de janeiro do ano seguinte. A pré-temporada ocorreria de 10 de janeiro até 15 de fevereiro, quando então, na última quinzena de fevereiro, começaríamos a disputa em turno e returno do Campeonato Nacional, nos moldes em que hoje se realiza.
Usaríamos, até 10 de dezembro, 38 finais de semana, com algumas variáveis para utilização de pontuais meios de semana, para podermos fazer as necessárias paralisações em datas-Fifa. Paralelamente, alguns clubes disputariam, em quartas e quintas-feiras, a Copa do Brasil, a Libertadores e, mais tarde, a Sul-Americana. Poderemos, até, nos darmos ao luxo de uma interrupção em um fim de semana de julho para participação eventual de nossos clubes em torneios-relâmpago na Europa e na Ásia, vitrines negociais que a todos interessam.
Esta deve ser a boa luta de Grêmio e Internacional. Planejamento com racionalidade. Chega de improvisações, convocações que desfalcam os clubes e acúmulos de jogos que abarrotam os departamentos médicos com problemas musculares e nas articulações.
Quanto aos clubes do Interior, que habilitem-se disputando as divisões inferiores (como muitos já fazem hoje ) e escalonando sonhos sempre maiores. Ou adotamos o que outros países já vêm fazendo há muito tempo ou iremos apequenar cada vez mais o já combalido futebol brasileiro.
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