Atacante, ao lado de Nildo na volta de Medellín, foi um dos grandes nomes de uma era vitoriosa do Grêmio
Foto: José Doval / Agencia RBS
Conversei com Paulo Nunes nesta semana, para produzir parte do material que você pode ler e também interagir em ZH impressa e online.
Paulo Nunes segue o mesmo sujeito extrovertido e boa praça que entrevistava no início da minha carreira, lá em 1996. Nessa última conversa, me contou detalhes de como havia parado no Olímpico e revelou a vingança arquitetada contra o Flamengo.
Dias antes de desembarcar no Salgado Filho, Paulo Nunes foi chamado pelo presidente do clube carioca, Kleber Leite, para uma conversa.
– Você não vai ficar neste ano. Temos uma proposta do Atlético-MG e outra que deve vir do Grêmio – avisou o dirigente.
– Quero ficar e buscar meu espaço, este ano vai ser diferente, já estou recuperado da cirurgia no joelho (sofrida em 1993).
– Ou você vai ou treinará em separado.
Paulo Nunes engoliu em seco. Criado na base e saído numa fornada que tinha Júnior Baiano, Djalminha, Marcelinho Carioca e Marquinhos, havia sido preterido pelo projeto do Flamengo de montar o melhor ataque do mundo (Sávio, Romário, Edmundo).
Em três meses de Grêmio, encantado com seus gols e dribles, o presidente Fábio Koff o chamou na sua sala:
– Vamos comprar o teu passe. Custa US$ 700 mil, mas vamos dar um jeito.
Paulo Nunes, então, colocou seu plano em ação:
– Presidente, eu dou minha palavra, vou ficar. Só faço um pedido: compra o meu passe no último dia do meu empréstimo. É um presente que o senhor vai me dar.
Acordo fechado, Paulo Nunes seguiu fazendo gols e formando com Jardel uma das duplas mais brilhantes da história gremista. Koff atendeu ao pedido e, no dia 31 de dezembro, às 10h, estava no escritório de um dirigente carioca, no centro do Rio.
Na praia da Barra da Tijuca, em partidas de vôlei de praia com o amigo Djalminha, Paulo Nunes enfim atendeu. Do outro lado, Koff, nervoso, o chamava para que assinasse a rescisão com o Flamengo e, enfim, fosse do Grêmio em definitivo.
– Djalma, me leva lá no Centro, tenho que acertar minha saída do Flamengo e assinar com o Grêmio.
De bermudas, chinelo e sujo de areia, Paulo Nunes apareceu no escritório.
Antes de que falasse, Kleber Leite pediu uma conversa reservada.
– Olha, se você não quiser assinar, temos três ou quatro propostas do Exterior. Também podemos acertar para voltar – disse o carioca.
– Ah, é, antes eu não prestava para o Flamengo. Agora vocês querem – vingou-se Paulo Nunes, antes de abrir a porta e perguntar para Koff:
– Presidente, onde eu assino?
Paulo Nunes assinou com um sorriso no rosto, embarcou no carro de Djalminha e voltou para a praia.
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- Dodi valoriza empate do Grêmio e prevê jogo de volta com apoio da torcida
Foto: José Doval / Agencia RBS
Conversei com Paulo Nunes nesta semana, para produzir parte do material que você pode ler e também interagir em ZH impressa e online.
Paulo Nunes segue o mesmo sujeito extrovertido e boa praça que entrevistava no início da minha carreira, lá em 1996. Nessa última conversa, me contou detalhes de como havia parado no Olímpico e revelou a vingança arquitetada contra o Flamengo.
Dias antes de desembarcar no Salgado Filho, Paulo Nunes foi chamado pelo presidente do clube carioca, Kleber Leite, para uma conversa.
– Você não vai ficar neste ano. Temos uma proposta do Atlético-MG e outra que deve vir do Grêmio – avisou o dirigente.
– Quero ficar e buscar meu espaço, este ano vai ser diferente, já estou recuperado da cirurgia no joelho (sofrida em 1993).
– Ou você vai ou treinará em separado.
Paulo Nunes engoliu em seco. Criado na base e saído numa fornada que tinha Júnior Baiano, Djalminha, Marcelinho Carioca e Marquinhos, havia sido preterido pelo projeto do Flamengo de montar o melhor ataque do mundo (Sávio, Romário, Edmundo).
Em três meses de Grêmio, encantado com seus gols e dribles, o presidente Fábio Koff o chamou na sua sala:
– Vamos comprar o teu passe. Custa US$ 700 mil, mas vamos dar um jeito.
Paulo Nunes, então, colocou seu plano em ação:
– Presidente, eu dou minha palavra, vou ficar. Só faço um pedido: compra o meu passe no último dia do meu empréstimo. É um presente que o senhor vai me dar.
Acordo fechado, Paulo Nunes seguiu fazendo gols e formando com Jardel uma das duplas mais brilhantes da história gremista. Koff atendeu ao pedido e, no dia 31 de dezembro, às 10h, estava no escritório de um dirigente carioca, no centro do Rio.
Na praia da Barra da Tijuca, em partidas de vôlei de praia com o amigo Djalminha, Paulo Nunes enfim atendeu. Do outro lado, Koff, nervoso, o chamava para que assinasse a rescisão com o Flamengo e, enfim, fosse do Grêmio em definitivo.
– Djalma, me leva lá no Centro, tenho que acertar minha saída do Flamengo e assinar com o Grêmio.
De bermudas, chinelo e sujo de areia, Paulo Nunes apareceu no escritório.
Antes de que falasse, Kleber Leite pediu uma conversa reservada.
– Olha, se você não quiser assinar, temos três ou quatro propostas do Exterior. Também podemos acertar para voltar – disse o carioca.
– Ah, é, antes eu não prestava para o Flamengo. Agora vocês querem – vingou-se Paulo Nunes, antes de abrir a porta e perguntar para Koff:
– Presidente, onde eu assino?
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