Foto: Gonza Rodríguez / Arte/ZH
Verdade que procurei muito. Obriguei-me a um certo exercício investigatório. Admito que me puxei, como se diz na gíria. Mas achei. Ainda há entre nós um resquício do futebol brasileiro genuíno, que driblava e tocava a bola com a graça e leveza desses insuportáveis alemães. Que eles fossem inventar um estilo diferente, em vez de roubar o nosso. Enfim. O fato é que, a despeito da entressafra de craques com a qual Dunga terá de lidar para ao menos arrumar um lugarzinho na próxima Copa do Mundo, ninguém cria apelidos tão talentosos como os brasileiros.
Pelé, o maior de todos, é a maior prova. Garrincha, a segundo maior prova. E outros tantas. Diamante Negro, Vavá, Didi, Zizinho, Zico, Dinamite. Quarentinha. Tesourinha e Foguinho. Os Ronaldinhos. Paro por aqui por absoluta impossibilidade de citar ou lembrar de todos os apelidos relevantes em mais de um século de futebol. Charles Miller deve ter sido carimbado com um logo que apresentou a nobre esporte bretão ao primeiro jogador brasileiro. Algum historiador descobrirá, pode apostar.
Os argentinos sempre escalam seus times com nome e sobrenome. Até dois sobrenomes. Quando muito toleram alcunha. Leonel Messi é La Pulga. Maradona era El Diéz ou El Pibe. Juan Ramón Verón, o pai do volante Juan Sebastian, tornou-se La Bruja ao liderar o Estudiantes no tri da Libertadores (1968, 1969 e 1970). Mas são apelidos envergonhados. O que vale para os alfarrábios da história e é escrito atrás, na camiseta, é sempre o nome. Simples, comum, insípido e inodoro. País algum jamais terá uma Copa erguida por um anão da Branca de Neve. Nem padecerá eternamente com um gol às costas de Bigode, feito o de Ghiggia no Maracanazzo de 1950.
É desta fonte que bebe, mesmo sem saber, os apelidos que nascem do entusiasmo da torcida com o Grêmio de Roger. Boa fase, ainda que sem taça no armário, não é incomum para os lados da Arena. Teve com Renato Portaluppi, Vanderlei Luxemburgo e Felipão. Mas sempre com futebol eficiente, sem luzes. Aquela história do império do resultados, pouco importando jogar bem ou mal. No ano passado, Barcos respondeu por metade dos gols do time. Era uma deformação. Não havia como se entusiasmar por ninguém que não fossem o goleiro milagreiro e o centroavante. Agora, não. Vários jogadores marcam gols, muitos bem construídos coletivamente. Outros são golaços espraiados pelo time, como os de Marcelo Oliveira diante do Coritiba, no meio da semana. Ou o de Galhardo, de falta, no Joinville.
Vieram, então, os apelidos. Luan virou Luanel Messi. Galhardo, para lembrar Arce, agora é Galharce. Tem Magic Douglas, Maiconsteiger, Marceneuher Grohe e assim por diante. Até Zinedinho Zidane e Pedro Robben já ouvi. Claro que não há termos de comparação em nenhum dos casos, mas essa verve criativa é única no ambiente do futebol brasileiro. No Inter unido dos títulos da virada do milênio, Edinho era Bob Esponja. O capitão Fernandão, em razão dos parafusos de titânio na testa, virou Tropeço, o da Família Addams. Alguém, em sã, consciência, imagina que Geraldão faria tantos gols nos anos 70 e 80 como centroavante do Grêmio, do Inter e do Corinthians se fosse um simples Geraldo?
Recriar nomes de jogadores sob inspirações diversas, rindo de si mesmo, é o talento que nos restou daquele futebol brasileiro que atemorizava e provocava respeito de veneração mundo agora. Quero só ver os alemães nos superarem nos apelidos. Jamais conseguirão. Se bem que é melhor não provocar muito. Sabe como é esta turma do Schweinsteiger.
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Verdade que procurei muito. Obriguei-me a um certo exercício investigatório. Admito que me puxei, como se diz na gíria. Mas achei. Ainda há entre nós um resquício do futebol brasileiro genuíno, que driblava e tocava a bola com a graça e leveza desses insuportáveis alemães. Que eles fossem inventar um estilo diferente, em vez de roubar o nosso. Enfim. O fato é que, a despeito da entressafra de craques com a qual Dunga terá de lidar para ao menos arrumar um lugarzinho na próxima Copa do Mundo, ninguém cria apelidos tão talentosos como os brasileiros.
Pelé, o maior de todos, é a maior prova. Garrincha, a segundo maior prova. E outros tantas. Diamante Negro, Vavá, Didi, Zizinho, Zico, Dinamite. Quarentinha. Tesourinha e Foguinho. Os Ronaldinhos. Paro por aqui por absoluta impossibilidade de citar ou lembrar de todos os apelidos relevantes em mais de um século de futebol. Charles Miller deve ter sido carimbado com um logo que apresentou a nobre esporte bretão ao primeiro jogador brasileiro. Algum historiador descobrirá, pode apostar.
Os argentinos sempre escalam seus times com nome e sobrenome. Até dois sobrenomes. Quando muito toleram alcunha. Leonel Messi é La Pulga. Maradona era El Diéz ou El Pibe. Juan Ramón Verón, o pai do volante Juan Sebastian, tornou-se La Bruja ao liderar o Estudiantes no tri da Libertadores (1968, 1969 e 1970). Mas são apelidos envergonhados. O que vale para os alfarrábios da história e é escrito atrás, na camiseta, é sempre o nome. Simples, comum, insípido e inodoro. País algum jamais terá uma Copa erguida por um anão da Branca de Neve. Nem padecerá eternamente com um gol às costas de Bigode, feito o de Ghiggia no Maracanazzo de 1950.
É desta fonte que bebe, mesmo sem saber, os apelidos que nascem do entusiasmo da torcida com o Grêmio de Roger. Boa fase, ainda que sem taça no armário, não é incomum para os lados da Arena. Teve com Renato Portaluppi, Vanderlei Luxemburgo e Felipão. Mas sempre com futebol eficiente, sem luzes. Aquela história do império do resultados, pouco importando jogar bem ou mal. No ano passado, Barcos respondeu por metade dos gols do time. Era uma deformação. Não havia como se entusiasmar por ninguém que não fossem o goleiro milagreiro e o centroavante. Agora, não. Vários jogadores marcam gols, muitos bem construídos coletivamente. Outros são golaços espraiados pelo time, como os de Marcelo Oliveira diante do Coritiba, no meio da semana. Ou o de Galhardo, de falta, no Joinville.
Vieram, então, os apelidos. Luan virou Luanel Messi. Galhardo, para lembrar Arce, agora é Galharce. Tem Magic Douglas, Maiconsteiger, Marceneuher Grohe e assim por diante. Até Zinedinho Zidane e Pedro Robben já ouvi. Claro que não há termos de comparação em nenhum dos casos, mas essa verve criativa é única no ambiente do futebol brasileiro. No Inter unido dos títulos da virada do milênio, Edinho era Bob Esponja. O capitão Fernandão, em razão dos parafusos de titânio na testa, virou Tropeço, o da Família Addams. Alguém, em sã, consciência, imagina que Geraldão faria tantos gols nos anos 70 e 80 como centroavante do Grêmio, do Inter e do Corinthians se fosse um simples Geraldo?
Recriar nomes de jogadores sob inspirações diversas, rindo de si mesmo, é o talento que nos restou daquele futebol brasileiro que atemorizava e provocava respeito de veneração mundo agora. Quero só ver os alemães nos superarem nos apelidos. Jamais conseguirão. Se bem que é melhor não provocar muito. Sabe como é esta turma do Schweinsteiger.
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