A cada rodada a rotina se repete: erros de arbitragens alteram resultados de partidas e posições de tabela. Neste final de semana, houve um exagero: foram cinco partidas com falhas dos juízes em lances decisivos. Aí, como antes, segue-se o discurso conformista que diz que “os árbitros erram para todo mundo''. Então devemos aceitar isso e nos calar?
Discordo. A CBF tem que ser cobrada diariamente pelo que ocorreu na rodada pois afetou a briga pela liderança do Brasileiro. O Atlético-MG perdeu da Chapecoense com um gol com toque de mão de Apodi. Teve uma expulsão absurda de Leonardo Silva pelo juiz Marcos André Gomes Penha que prejudicou o Galo.
Do outro lado, o Corinthians ganhou do Avaí com um gol mal anulado do rival por impedimento. O lance é bem difícil, mas, na dúvida, manda-se favorecer o ataque. A arbitragem optou pelo oposto.
Esquecendo rodadas anteriores em que houve outras falhas, essas decisões dos árbitros permitiram ao Corinthians abrir quatro pontos de vantagem no final do turno. A diferença seria de apenas um ponto com dois empates, resultados mais prováveis sem as interferências.
Não se insinua aqui nenhuma complô a favor do Corinthians: não há nenhuma prova ou sequer indício neste sentido. Mas não é aceitável que falhas assim interfiram desta forma na tabela do Nacional seja a favor de quem for.
Não foram os únicos erros. O juiz Igor Benevenuto deixou de dar pênalti claro em Pará, do Flamengo, no jogo contra o Palmeiras. Houve outro lance duvidoso em que Guerrero foi derrubado. Fiquei em dúvida. A maioria dos jornalistas neutros disse ter sido pênalti. O juiz ignorou.
No sábado, Bruno Henrique foi derrubado pelo goleiro são-paulino Renan Ribeiro de forma acintosa, e o árbitro Marielson Alves da Silva não marcou. Já o juiz Bruno Arlei de Araújo deu pênalti bizarro para o Santos após toque na mão de Kadu, do Atlético-PR. Só pelo critério da CBF que se marca isso. Ressalte-se que houve um penalidade em outra bola na mão contra o Furacão que não foi marcada.
Feitas as contas, a constatação é que em quase todos os lances duvidosos os times paulistas foram favorecidos por decisões dos árbitros. De novo, ressalto que não há nenhum indício de armação ou algo similar em favor de equipes de São Paulo.
Mas hoje o poder de São Paulo dentro da CBF é desproporcional em relação aos outros Estados. O presidente da confederação é de origem paulista, o presidente da comissão de arbitragem também. E praticamente todo o restante da diretoria da entidade é do Estado. Será que isso não influencia o árbitro na hora de tomar decisões?
Essa mesma CBF é a que não larga o osso do Brasileiro. Mesmo envolvida em escândalos de corrupção, a confederação resiste a qualquer abertura para uma liga dos clubes que organizaria o campeonato por conta própria. Isso apesar de o Nacional não dar nenhuma renda para a confederação.
No Brasileiro, uma das principais tarefas da CBF é organizar as arbitragens, na qual falha de forma acintosa desde o ano passado. Não consegue nem definir o que é pênalti. Pois os árbitros são pagos pela bilheteria dos clubes. A escala, no entanto, está nas mãos da confederação apesar dos sorteios. Gasta pouco, quase não investe, mas tem o poder.
As perguntas que ficam: por que a entidade faz tanta questão de controlar o Brasileiro e as arbitragens? Será que é pelo poder que isso lhe dá diante dos clubes? E devemos aceitar que esse poder seja mantido com as seguidas falhas porque “os árbitros erram para todo mundo''?
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Não se insinua aqui nenhuma complô a favor do Corinthians: não há nenhuma prova ou sequer indício neste sentido. Mas não é aceitável que falhas assim interfiram desta forma na tabela do Nacional seja a favor de quem for.
Não foram os únicos erros. O juiz Igor Benevenuto deixou de dar pênalti claro em Pará, do Flamengo, no jogo contra o Palmeiras. Houve outro lance duvidoso em que Guerrero foi derrubado. Fiquei em dúvida. A maioria dos jornalistas neutros disse ter sido pênalti. O juiz ignorou.
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Mas hoje o poder de São Paulo dentro da CBF é desproporcional em relação aos outros Estados. O presidente da confederação é de origem paulista, o presidente da comissão de arbitragem também. E praticamente todo o restante da diretoria da entidade é do Estado. Será que isso não influencia o árbitro na hora de tomar decisões?
Essa mesma CBF é a que não larga o osso do Brasileiro. Mesmo envolvida em escândalos de corrupção, a confederação resiste a qualquer abertura para uma liga dos clubes que organizaria o campeonato por conta própria. Isso apesar de o Nacional não dar nenhuma renda para a confederação.
No Brasileiro, uma das principais tarefas da CBF é organizar as arbitragens, na qual falha de forma acintosa desde o ano passado. Não consegue nem definir o que é pênalti. Pois os árbitros são pagos pela bilheteria dos clubes. A escala, no entanto, está nas mãos da confederação apesar dos sorteios. Gasta pouco, quase não investe, mas tem o poder.
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