Maicon elogiou o técnico Roger Machado: "vai chegar à Seleção" (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
O tempo não é o melhor dos critérios para avalizar a passagem de Maicon pelo Grêmio até aqui. O carioca de 29 anos completou seu quinto mês em Porto Alegre. Período curto, mas suficiente para que escrevesse seu nome na história do Tricolor, como capitão da equipe na emblemática goleada por 5 a 0 no Gre-Nal do último domingo, na Arena. O volante assumiu o posto após a saída de Rhodolfo, ao Besiktas, e graças à confiança de Roger Machado, com quem nutre, a propósito, relação singular. Extensão do comandante emergente dentro de campo, o jogador prevê carreira de sucesso e até Seleção no caminho do treinador, em especial, por orientações à beira do gramado.
Como um maestro, o comandante tem lá sua maneira especial para orquestrar as jogadas ofensivas do Grêmio. As orienta com assovios. Diante de mais de 46 mil pessoas, como no clássico do último domingo, era preciso ter ouvido aguçado para ouvir os silvos, presenças constantes nos treinamentos do Tricolor. Pouco importa. O treinador, que costuma dizer que não acredita que "quem treina andando jogue correndo", viu seu time voar em campo contra o maior rival sob sua regência.
- Quem me alertou disso foi o Marcelo Oliveira, que me perguntou: "Você já reparou que quando tem que subir, o Roger fica assoviando?" Eu falei: "Você repara porque você está na lateral". Aí, comecei a reparar que ele começa a assoviar para a gente ir ao ataque. Tenho certeza de que ele vai ser um dos melhores do Brasil, e vai chegar à Seleção. Pelas coisas que ele passa para a gente, a confiança. Claro que ele vai amadurecendo com o tempo. Vai aprimorando as coisas que ele acha que tem que fazer. Mas aposto que será um dos melhores do Brasil - prevê Maicon.
Após vestir a braçadeira no emblemático clássico 407, o capitão gremista conversou com o GloboEsporte.com nos estúdios da RBS TV. O volante, que replica em sua fala a calma e a tranquilidade demonstradas dentro de campo para distribuir as jogadas do Grêmio, não deteve seu discurso apenas aos elogios ao comandante. Também discorreu discorreu sobre o atual momento no Tricolor.
Sabe que os 5 a 0 no Gre-Nal entraram para a história, mas quer mais. Almeja marcar com títulos sua passagem como líder do grupo. À vontade na capital gaúcha, projeta, inclusive, estender seu contrato, de empréstimo do São Paulo até o fim do ano, para seguir no clube gaúcho.
Confira a íntegra da entrevista com Maicon:
GloboEsporte.com: Era seu primeiro Gre-Nal como capitão do Grêmio. Esse peso aumentou sua responsabilidade no clássico?
Maicon: Acho que a responsabilidade é a mesma de todos os jogos, independentemente de estar de capitão, ou não. Foi um jogo especial. Uma semana em que só se falava disso. Você saía na rua, e o torcedor dizia: "tem que ganhar, tem que ganhar", "não pode perder, não pode perder". Aí, você já entra mais ligado nos jogos, com mais atenção, sabendo que uma vitória você tem um pouco mais de tranquilidade para trabalhar. A responsabilidade é de todo o grupo. A gente sabia que ia ser um jogo difícil, mas nossa semana tinha sido muito boa, como as outras. Graças a Deus, conseguimos fazer um grande jogo. Conseguimos fazer os gols com as chances que a gente teve. Foi uma vitória boa.
Você vê essa vitória no clássico como uma espécie de autoafirmação como capitão do Grêmio?
Ainda tem muita coisa pela frente. Estou no caminho certo. Procuro a cada treinamento fazer meu melhor, dar mil por cento nos treinos. Isso que é importante. Cada jogo vai fazer uma história. Eu cada jogo para mim é uma decisão. Tenho contrato até o fim do ano, espero continuar. Para isso, tenho que estar bem. O time tem que estar bem, para no fim do ano conseguir um título.
Até porque em caso de título é você quem levanta a taça, né?
Não só eu. Vamos ter que dividir, e todo mundo colocar a mão, porque vai ser merecido. O grupo que estamos criando é muito bom. Não só eu levantar, mas todo mundo.
Você chegou ao Grêmio em março e, em cinco meses, se tornou capitão. Está tão à vontade assim em Porto Alegre?
Eu fiquei um pouco surpreso, porque tenho quatro meses e pouquinho, cinco meses de clube. Eu completei 30, 31 jogos aqui. Venho jogando direto. Estou vivendo um grande momento aqui. As coisas estão dando muito certo para mim. Espero continuar e ficar bastante tempo para dar alegrias ao nosso torcedor (tem contrato empréstimo até o final do ano e direitos econômicos vinculados ao São Paulo).
Como foi a decisão para você ser o capitão do Grêmio?
Eu sou, nos treinamentos, de estar sempre falando, incentivando, tentando corrigir o que tem para corrigir. O grupo também é assim. A gente conversa bastante. A gente conversa entre a gente para poder corrigir o que está errado, e o Roger assim que ele chegou, percebeu que eu e o Bastos falávamos muito no treinamento, incentivando, para não desistir. Mas a liderança vem de todos. Temos um grupo de jovens, mas de jogadores experientes, e todos estão fechados por um mesmo objetivo.
Como capitão, você acha que entra para a história do clube pela goleada no clássico?
É um jogo que não acontecia há mais de 100 anos, mas história se faz com título. Você tem que ganhar. Para ficar marcado, tem que ser campeão. Estamos trabalhando para isso. Com humildade, jogo a jogo. Temos duas competições em que estamos vivos. Pode dar essa alegria ao nosso torcedor. A gente espera no final do ano ser campeão.
Roger Machado elegeu Maicon como capitão do Grêmio (Foto: Lucas Uebel/ Divulgação Grêmio)
Antes do jogo, se falava muito da falta de pontaria do ataque do Grêmio. Isso fez parte das discussões antes do clássico?
Nós sabíamos que não estávamos jogando só por uma bola para depois se defender. Não é nosso estilo de jogo, nem do Roger. Estávamos criando chances, mas não conseguindo fazer os gols. Nesse último jogo, criamos as chances e conseguimos fazer. Foi um 5 a 0 que ninguém esperava, mas pelo jogo que a gente fez, a intensidade que colocamos dentro do jogo, foi merecido.
E o que foi dito no vestiário antes do jogo? A reunião do grupo, ali, à beira do campo teve algum momento especial?
Especial é sempre. Não tem coisa melhor do que entrar no estádio, e mais de 45 mil pessoas estarem te incentivando, esperando que você corra muito e dê a vitória pra eles. A gente falou que não tinha coisa melhor do que entrar no estádio e estar tudo azul, com o torcedor incentivando a gente. O mínimo que a gente tinha de fazer era dar a vitória a eles.
Esse foi o sentimento, de uma vitória para o torcedor?
Com certeza. Uma vitória para nós, também, porque a gente trabalha muito para isso. Mas para nosso torcedor, que acho que merece. Vem nos apoiando, enchendo o estádio. Sabíamos que tínhamos de fazer um jogo dessa maneira para eles.
O pênalti desperdiçado por Douglas com o Gre-Nal em 0 a 0 chegou a abalar a equipe?
Ele perdeu, mas tinha muito jogo pela frente. Era um jogo em que não podíamos ficar lamentando. Ele perdeu o pênalti, já chamei ele e falei: "vamos embora, vamos embora, não podemos diminuir, que tem muito jogo pela frente". A gente já foi se incentivando, Um olhava para o outro e só ia passando coisas positivas. Graças a deus, o gol saiu. O Giuliano acertou um belo chute. Depois teve um gol do Luan. Assim que foi. A gente mereceu o resultado.
Como foi a conversa no intervalo para não deixar o ritmo cair na segunda etapa?
Sempre tem alguma coisa para corrigir. Mas acho que no primeiro tempo, a gente tinha jogado bem. Conseguimos fazer 2 a 0. O Roger frisou para a gente não relaxar. Era um resultado bom, mas perigoso também. Se o Inter faz um gol, volta para o jogo. Conversamos que não podia diminuir o ritmo, que se tivesse chance, tinha que fazer. Mas se não fizesse, não podia tomar gol, porque tinha mais 45 minutos para ganhar o jogo. E foi o que aconteceu.
Durante o clássico, assim como já foi visto em treinamentos, foi possível perceber o Roger orientando a jogada de ataque com assovios, à beira do campo. Como são essas instruções?
Quem me alertou disso foi o Marcelo Oliveira, que me chamou e perguntou, num treinamento: "Você já reparou que quando tem que subir, o Roger fica assoviando?" Eu falei: "Você repara porque você está na lateral" E no treinamento é assim. Comecei a reparar. Ele começa a assoviar para a gente ir ao ataque.
No Gre-Nal, jogadores como Erazo, que iniciou o ano sob desconfiança, e Fernandinho e Edinho, que estavam fora dos planos foram bem. É uma vitória também para respaldar alguns “renegados”?
O grupo tem bastantes jogadores de qualidade. O Roger passa confiança para todo o grupo. Era um jogo especial. Todo mundo gosta de jogar clássico, que você pode mudar toda uma história sua no clube. A gente conversa bastante que não pode desconfiar do companheiro. É a gente que pode resolver os problemas dentro de campo. Estamos bem unidos nesse sentido. Tem jogadores que não jogaram no Gaúcho e estão jogando agora. O Pedro Rocha, o Erazo. O Fernandinho ficou fora e voltou. O grupo está se fortalecendo cada vez mais. Tem que continuar assim.
O Roger é um técnico emergente no mercado. Você acha que ele chegará à primeira linha de treinadores do Brasil?
Então, eu tenho certeza de que ele vai ser um dos melhores do Brasil, e vai chegar à Seleção. Pelo que a gente vive no dia a dia. As coisas que ele passa para a gente, a confiança que ele passa para os jogadores. O tratamento dele é igual. Claro que vai amadurecendo, vai crescendo como tempo. Vai aprimorando, vai melhorando as coisas que ele acha que tem que fazer. Vai ser um dos melhores do Brasil.
A goleada no Gre-Nal foi a vitória da afirmação do grupo?
Foi como se fosse uma final de campeonato. É um clássico. Mexe com a cidade toda. Todo mundo só fala de Gre-Nal. Pelo resultado, você ganha confiança. Nosso time já estava bem, mas tinha que ter uma prova dessas. Um jogo do tamanho do Gre-Nal... O grupo estava confiante. Dá mais moral, mas temos muita coisa pela frente. Temo que ter os pés no chão.
Após o jogo, muitos jogadores postaram fotos da festa do vestiário nas redes sociais, com direito a cutucada ao rival.
Acho que é mais pela vitória. O resultado é normal você comemorar e tinha domingo para comemorar porque na terça-feira já volta aos treinos. É normal. Se eles ganhassem, também iam comemorar. Acho que vale. Em nenhum momento desrespeitamos. Provamos isso em campo. Ninguém quis fazer graça, desrespeitar o Inter. Respeitamos 90 minutos. São profissionais. Mas quando você ganha um jogo dessa maneira, é normal.
A festa mostra, também, a união do grupo, né?
Unido, o nosso grupo é bastante. A gente se respeita, cobra quando tem que cobrar, incentiva. Não só para mim, mas para todos. Estamos com um grupo jovem. A cada jogo, a cada treinamento, a gente vai se firmando. A gente fecha em torno de um objetivo. Está todo mundo focado em ir jogo a jogo, para conquistar um título no final.
Como você projeta esse jogo com o Atlético-MG?
Voltamos para o G-4 e não estamos muito distantes do Atlético-MG. Jogamos com eles agora. Se fizermos um grande jogo e ganharmos, ficamos perto do Corinthians e deles. A gente sabe que não vai ser fácil. Vai ser um jogo difícil, eles têm uma equipe muito forte, mas a gente vai para lá para respeitar, mas para jogar. Fazer nosso jogo e buscar uma vitória.
Maicon, com a braçadeira de capitão do Grêmio (Foto: Lucas Uebel/Divulgação)
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Como um maestro, o comandante tem lá sua maneira especial para orquestrar as jogadas ofensivas do Grêmio. As orienta com assovios. Diante de mais de 46 mil pessoas, como no clássico do último domingo, era preciso ter ouvido aguçado para ouvir os silvos, presenças constantes nos treinamentos do Tricolor. Pouco importa. O treinador, que costuma dizer que não acredita que "quem treina andando jogue correndo", viu seu time voar em campo contra o maior rival sob sua regência.
- Quem me alertou disso foi o Marcelo Oliveira, que me perguntou: "Você já reparou que quando tem que subir, o Roger fica assoviando?" Eu falei: "Você repara porque você está na lateral". Aí, comecei a reparar que ele começa a assoviar para a gente ir ao ataque. Tenho certeza de que ele vai ser um dos melhores do Brasil, e vai chegar à Seleção. Pelas coisas que ele passa para a gente, a confiança. Claro que ele vai amadurecendo com o tempo. Vai aprimorando as coisas que ele acha que tem que fazer. Mas aposto que será um dos melhores do Brasil - prevê Maicon.
Após vestir a braçadeira no emblemático clássico 407, o capitão gremista conversou com o GloboEsporte.com nos estúdios da RBS TV. O volante, que replica em sua fala a calma e a tranquilidade demonstradas dentro de campo para distribuir as jogadas do Grêmio, não deteve seu discurso apenas aos elogios ao comandante. Também discorreu discorreu sobre o atual momento no Tricolor.
Sabe que os 5 a 0 no Gre-Nal entraram para a história, mas quer mais. Almeja marcar com títulos sua passagem como líder do grupo. À vontade na capital gaúcha, projeta, inclusive, estender seu contrato, de empréstimo do São Paulo até o fim do ano, para seguir no clube gaúcho.
Confira a íntegra da entrevista com Maicon:
GloboEsporte.com: Era seu primeiro Gre-Nal como capitão do Grêmio. Esse peso aumentou sua responsabilidade no clássico?
Maicon: Acho que a responsabilidade é a mesma de todos os jogos, independentemente de estar de capitão, ou não. Foi um jogo especial. Uma semana em que só se falava disso. Você saía na rua, e o torcedor dizia: "tem que ganhar, tem que ganhar", "não pode perder, não pode perder". Aí, você já entra mais ligado nos jogos, com mais atenção, sabendo que uma vitória você tem um pouco mais de tranquilidade para trabalhar. A responsabilidade é de todo o grupo. A gente sabia que ia ser um jogo difícil, mas nossa semana tinha sido muito boa, como as outras. Graças a Deus, conseguimos fazer um grande jogo. Conseguimos fazer os gols com as chances que a gente teve. Foi uma vitória boa.
Você vê essa vitória no clássico como uma espécie de autoafirmação como capitão do Grêmio?
Ainda tem muita coisa pela frente. Estou no caminho certo. Procuro a cada treinamento fazer meu melhor, dar mil por cento nos treinos. Isso que é importante. Cada jogo vai fazer uma história. Eu cada jogo para mim é uma decisão. Tenho contrato até o fim do ano, espero continuar. Para isso, tenho que estar bem. O time tem que estar bem, para no fim do ano conseguir um título.
Até porque em caso de título é você quem levanta a taça, né?
Não só eu. Vamos ter que dividir, e todo mundo colocar a mão, porque vai ser merecido. O grupo que estamos criando é muito bom. Não só eu levantar, mas todo mundo.
Você chegou ao Grêmio em março e, em cinco meses, se tornou capitão. Está tão à vontade assim em Porto Alegre?
Eu fiquei um pouco surpreso, porque tenho quatro meses e pouquinho, cinco meses de clube. Eu completei 30, 31 jogos aqui. Venho jogando direto. Estou vivendo um grande momento aqui. As coisas estão dando muito certo para mim. Espero continuar e ficar bastante tempo para dar alegrias ao nosso torcedor (tem contrato empréstimo até o final do ano e direitos econômicos vinculados ao São Paulo).
Como foi a decisão para você ser o capitão do Grêmio?
Eu sou, nos treinamentos, de estar sempre falando, incentivando, tentando corrigir o que tem para corrigir. O grupo também é assim. A gente conversa bastante. A gente conversa entre a gente para poder corrigir o que está errado, e o Roger assim que ele chegou, percebeu que eu e o Bastos falávamos muito no treinamento, incentivando, para não desistir. Mas a liderança vem de todos. Temos um grupo de jovens, mas de jogadores experientes, e todos estão fechados por um mesmo objetivo.
Como capitão, você acha que entra para a história do clube pela goleada no clássico?
É um jogo que não acontecia há mais de 100 anos, mas história se faz com título. Você tem que ganhar. Para ficar marcado, tem que ser campeão. Estamos trabalhando para isso. Com humildade, jogo a jogo. Temos duas competições em que estamos vivos. Pode dar essa alegria ao nosso torcedor. A gente espera no final do ano ser campeão.
Roger Machado elegeu Maicon como capitão do Grêmio (Foto: Lucas Uebel/ Divulgação Grêmio)
Antes do jogo, se falava muito da falta de pontaria do ataque do Grêmio. Isso fez parte das discussões antes do clássico?
Nós sabíamos que não estávamos jogando só por uma bola para depois se defender. Não é nosso estilo de jogo, nem do Roger. Estávamos criando chances, mas não conseguindo fazer os gols. Nesse último jogo, criamos as chances e conseguimos fazer. Foi um 5 a 0 que ninguém esperava, mas pelo jogo que a gente fez, a intensidade que colocamos dentro do jogo, foi merecido.
E o que foi dito no vestiário antes do jogo? A reunião do grupo, ali, à beira do campo teve algum momento especial?
Especial é sempre. Não tem coisa melhor do que entrar no estádio, e mais de 45 mil pessoas estarem te incentivando, esperando que você corra muito e dê a vitória pra eles. A gente falou que não tinha coisa melhor do que entrar no estádio e estar tudo azul, com o torcedor incentivando a gente. O mínimo que a gente tinha de fazer era dar a vitória a eles.
Esse foi o sentimento, de uma vitória para o torcedor?
Com certeza. Uma vitória para nós, também, porque a gente trabalha muito para isso. Mas para nosso torcedor, que acho que merece. Vem nos apoiando, enchendo o estádio. Sabíamos que tínhamos de fazer um jogo dessa maneira para eles.
O pênalti desperdiçado por Douglas com o Gre-Nal em 0 a 0 chegou a abalar a equipe?
Ele perdeu, mas tinha muito jogo pela frente. Era um jogo em que não podíamos ficar lamentando. Ele perdeu o pênalti, já chamei ele e falei: "vamos embora, vamos embora, não podemos diminuir, que tem muito jogo pela frente". A gente já foi se incentivando, Um olhava para o outro e só ia passando coisas positivas. Graças a deus, o gol saiu. O Giuliano acertou um belo chute. Depois teve um gol do Luan. Assim que foi. A gente mereceu o resultado.
Como foi a conversa no intervalo para não deixar o ritmo cair na segunda etapa?
Sempre tem alguma coisa para corrigir. Mas acho que no primeiro tempo, a gente tinha jogado bem. Conseguimos fazer 2 a 0. O Roger frisou para a gente não relaxar. Era um resultado bom, mas perigoso também. Se o Inter faz um gol, volta para o jogo. Conversamos que não podia diminuir o ritmo, que se tivesse chance, tinha que fazer. Mas se não fizesse, não podia tomar gol, porque tinha mais 45 minutos para ganhar o jogo. E foi o que aconteceu.
Durante o clássico, assim como já foi visto em treinamentos, foi possível perceber o Roger orientando a jogada de ataque com assovios, à beira do campo. Como são essas instruções?
Quem me alertou disso foi o Marcelo Oliveira, que me chamou e perguntou, num treinamento: "Você já reparou que quando tem que subir, o Roger fica assoviando?" Eu falei: "Você repara porque você está na lateral" E no treinamento é assim. Comecei a reparar. Ele começa a assoviar para a gente ir ao ataque.
No Gre-Nal, jogadores como Erazo, que iniciou o ano sob desconfiança, e Fernandinho e Edinho, que estavam fora dos planos foram bem. É uma vitória também para respaldar alguns “renegados”?
O grupo tem bastantes jogadores de qualidade. O Roger passa confiança para todo o grupo. Era um jogo especial. Todo mundo gosta de jogar clássico, que você pode mudar toda uma história sua no clube. A gente conversa bastante que não pode desconfiar do companheiro. É a gente que pode resolver os problemas dentro de campo. Estamos bem unidos nesse sentido. Tem jogadores que não jogaram no Gaúcho e estão jogando agora. O Pedro Rocha, o Erazo. O Fernandinho ficou fora e voltou. O grupo está se fortalecendo cada vez mais. Tem que continuar assim.
O Roger é um técnico emergente no mercado. Você acha que ele chegará à primeira linha de treinadores do Brasil?
Então, eu tenho certeza de que ele vai ser um dos melhores do Brasil, e vai chegar à Seleção. Pelo que a gente vive no dia a dia. As coisas que ele passa para a gente, a confiança que ele passa para os jogadores. O tratamento dele é igual. Claro que vai amadurecendo, vai crescendo como tempo. Vai aprimorando, vai melhorando as coisas que ele acha que tem que fazer. Vai ser um dos melhores do Brasil.
A goleada no Gre-Nal foi a vitória da afirmação do grupo?
Foi como se fosse uma final de campeonato. É um clássico. Mexe com a cidade toda. Todo mundo só fala de Gre-Nal. Pelo resultado, você ganha confiança. Nosso time já estava bem, mas tinha que ter uma prova dessas. Um jogo do tamanho do Gre-Nal... O grupo estava confiante. Dá mais moral, mas temos muita coisa pela frente. Temo que ter os pés no chão.
Após o jogo, muitos jogadores postaram fotos da festa do vestiário nas redes sociais, com direito a cutucada ao rival.
Acho que é mais pela vitória. O resultado é normal você comemorar e tinha domingo para comemorar porque na terça-feira já volta aos treinos. É normal. Se eles ganhassem, também iam comemorar. Acho que vale. Em nenhum momento desrespeitamos. Provamos isso em campo. Ninguém quis fazer graça, desrespeitar o Inter. Respeitamos 90 minutos. São profissionais. Mas quando você ganha um jogo dessa maneira, é normal.
A festa mostra, também, a união do grupo, né?
Unido, o nosso grupo é bastante. A gente se respeita, cobra quando tem que cobrar, incentiva. Não só para mim, mas para todos. Estamos com um grupo jovem. A cada jogo, a cada treinamento, a gente vai se firmando. A gente fecha em torno de um objetivo. Está todo mundo focado em ir jogo a jogo, para conquistar um título no final.
Como você projeta esse jogo com o Atlético-MG?
Voltamos para o G-4 e não estamos muito distantes do Atlético-MG. Jogamos com eles agora. Se fizermos um grande jogo e ganharmos, ficamos perto do Corinthians e deles. A gente sabe que não vai ser fácil. Vai ser um jogo difícil, eles têm uma equipe muito forte, mas a gente vai para lá para respeitar, mas para jogar. Fazer nosso jogo e buscar uma vitória.
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