De reserva a goleador: Pedro Rocha vira artilheiro mais efetivo do Grêmio

O primeiro gol no Brasileirão, anotado para abrir caminho à vitória por 2 a 1 sobre o Avaí, pela 9ª rodada, surgiu em um piscar de olhos - foi o mais rápido da competição, aos 37 segundos de partida. Os outros três foram construídos para consolidar a boa fase de Pedro Rocha, que saltou de garoto observado por Felipão no início do ano a artilheiro do Grêmio no Nacional. Não para por aí. Ao balançar as redes no empate em 1 a 1 com o Sport, no último sábado, na Arena, o atacante alcançou Giuliano e Luan como artilheiro do Tricolor na temporada, com oito gols. Os ultrapassa, porém, como atleta mais efetivo da artilharia gremista. E já tem negociações para ampliar o seu vínculo.

Se o trio está empatado no número de tentos, o garoto precisou de menos jogos para alcançar a marca. Pedro tem, ao todo, 21 partidas como profissional do Tricolor, com média de 0,38 gol por jogo. Luan ostenta 35 atuações no ano - média de 0,22 - e Giuliano, 34 - média de 0,23. A maior efetividade também surte efeito no Brasileirão. O atacante marcou os quatro gols até agora em 14 aparições em campo, enquanto Giuliano tem três e Luan, dois, após disputarem as 15 rodadas da competição.

Pedro Rocha tornou-se o artilheiro do Grêmio no Brasileirão, com quatro gols (Foto: EDU ANDRADE - Agência Estado)


O camisa 32 gremista só fica em desvantagem, pelo Campeonato Brasileiro, quando o quesito é o número de finalizações necessário para chegar ao gol. Pedro Rocha tem 28 conclusões no Nacional - precisa de sete para balançar as redes. Giuliano, com 16, precisa de cinco. Luan, por sua vez, maior finalizador da equipe, com 42 tentativas, leva 21 investidas até comemorar. Na comparação com o time todo, porém, a marca segue positiva. O Grêmio tem 188 finalizações e 20 gols marcados - um a cada 9,2 chutes.

O bom desempenho já alertou a diretoria. O presidente Romildo Bolzan Júnior confirma que já trabalha para aumentar o contrato da joia, renovado no início deste ano pelas próximas três temporadas. O mandatário quer dar um aumento a sua joia e reajustar novamente o vínculo. Algo que ocorreu com Luan nos últimos dias.

Tudo isso, após mudar de status no Grêmio em 2015. Pedro Rocha iniciou o ano, ainda sob o comando de Felipão, como um dos tantos jovens a ser observados pelo ex-treinador na pré-temporada, em Gramado. Aos poucos, foi cavando espaço nos treinamentos, até marcar o primeiro gol como profissional, na vitória por 2 a 0 sobre o Passo Fundo, pelo Gauchão. Depois, teve de conviver com a reserva e algumas poucas oportunidades, até voltar a brilhar, desta vez pela Copa do Brasil.

Na segunda rodada, o garoto balançou as redes duas vezes na vitória por 3 a 1 sobre o CRB, em Alagoas, que eliminou o jogo da volta. A consolidação, porém, só veio com Roger Machado, a ponto de ser protagonista da classificação às oitavas de final da Copa do Brasil, em uma participação no mínimo curiosa, diante do Criciúma.

No jogo da ida, na Arena, teve um gol legítimo anulado pela arbitragem e acabou por anotar, contra, o gol da vitória rival, por 1 a 0. Na volta, voltou a balançar as redes, no triunfo que levou a partida para os pênaltis, no Heriberto Hülse, O tento, como revelou, foi sem querer, após uma tentativa de dominar a bola na pequena área.

Gols, atuações e protagonismo. Todas facetas anotadas com zelo pelo pai, Gessé Neves, que entre 2002 e 2007, manteve anotações com todos os tentos do jovem, quando atuava no Espírito Santo, na Associação Banestes Vitória e no Santos de Aribiri. Foram 301 gols contabilizados pelo pai do atacante, que ri ao falar do documento sobre a carreira e a possibilidade sobre engrossá-lo com os gols do Brasileiro. Depois que Pedro transferiu-se ao Juventus, no interior de São Paulo, foi difícil de dar sequência às anotações, que foram reativadas em grande estilo por Gessé, após ter visto o filho balançar as redes contra o Avaí.

tabela artilheiros do Grêmio (Foto: Reprodução)


Além de valorizar a efetividade do garoto, o técnico Roger Machado elogia ainda a disposição tática de Pedro Rocha em campo. Como atua aberto pelo lado esquerdo, o atacante costuma encerrar as partidas esgotado ao recompor para auxiliar na marcação dos laterais rivais.

- A função é extremamente desgastante, e ele a cumpre com uma facilidade de marcar, recompor no setor, assim como o Giuliano. É o desgaste de fazer bem feito na função. Hoje, o ponta precisa de um retorno constante. Quando ele finaliza dentro da área, tem que retornar. É desgastante. É tão desgastante quanto a posição de lateral, hoje, no futebol - avalia o treinador, ex-lateral gremista nos anos 90.

Destaque no Juventus, de São Paulo, Pedro Rocha chegou ao Grêmio já no estágio final de formação, no time sub-20. Era o atacante terminal, mas garante que atua nas funções necessárias no setor ofensivo. Lançado por Felipão, ganhou sequência como titular também com a chegada de Roger. Soma 21 partidas e oito gols pelo Tricolor em 2015.

Pai de Pedro Rocha anota gols no "livro de ouro" do atacante (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)


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