Torcedores da dupla Gre-Nal se "aturam" no Beira-Rio (Foto: Diego Guichard)
Entre os dribles, golaços e grandes jogadas protagonizados pelos craques que pisaram o gramado do Beira-Rio durante a Copa do Mundo, a cena que mais marcou o Mundial em Porto Alegre foi a confraternização entre torcedores rivais nas arquibancadas. Um exemplo aos poucos fãs da dupla Gre-Nal que, com frequência, ganham as manchetes por cenas de violências. Passados os cinco jogos da competição no Rio Grande do Sul, fica o debate sobre o legado deixado pelo evento no comportamento dos gaúchos apaixonados por futebol.
Governo e autoridades locais, no entanto, se antecipam e garantem: a segurança do Mundial deve respingar positivamente nos jogos dos clubes na capital. Em especial, nos clássicos entre Grêmio e Inter, que foram alvos de polêmicas envolvendo a presença de torcedores visitantes nos confrontos. Número que parece baixar a cada clássico disputado. Em julho de 2013, nas vésperas do primeiro Gre-Nal da Arena, a Brigada Militar chegou a decidir por realizar o clássico sem a presença de visitantes.
Situação que só foi revertida graças a um acordo entre os dois clubes: o Inter levaria 1,5 mil torcedores ao novo estádio gremista.
O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Noveletto, defende a ampliação do espaço cedido aos visitantes nos clássicos das duas maiores equipes do estado. Muito de sua opinião vem do otimismo com a civilidade vista no Mundial.
- (É dividido em) Antes da Copa do Mundo e pós-Copa do Mundo - comemora. - Em um clássico com mil torcedores de visitantes, quem vai, no fim, são as torcidas organizadas. No estádio, elas ficam uma longe das outras para evitar bronca. Agora, se pegar as quatro ou cinco torcidas e comprimir em um espaço de mil pessoas, eles se odeiam. Não podem se ver. Vão acabar brigando entre eles - analisa.
Organizadas não são vistas como vilãs
Envolvidas em episódios de violência no estádio, as torcidas organizadas são isentas de culpa pelos especialistas, que veem o problema de forma isolada.
- Não é a multidão que é violenta. São pessoas infiltradas, ou em torcidas organizadas ou em outro padrão de funcionamento, e que acabam proporcionando as situações conflitantes - afirma o coronel da Brigada Militar João Godói.
- Existem torcedores que se infiltram e prejudicam as imagens das organizadas. Não podemos vincular as organizadas com a violência.
O clube necessita dela - destaca o gerente de operações da Arena do Grêmio, Marcelo Jorge.
Centenas de câmeras monitoram Beira-Rio e Arena (Foto: Reprodução/RBS TV)
Na opinião de especialistas, o primeiro passo para a manutenção dessa nova postura dos torcedores é reforçar os mecanismos de segurança nos estádios, como as câmeras de monitoramento. São 240 espalhadas pela Arena e 395 no Beira-Rio, que transmitem imagens ao Centro de Operações, local em que os responsáveis analisam os riscos que se podem ter e tomam as decisões sobre os procedimentos a serem adotados.
- As pessoas estão mais vigiadas aqui do que no Big Brother Brasil - avalia o vice-presidente de administração do Inter, José Amarante.
- A gente tem o monitoramento da chegada dos torcedores desde o acesso às rampas, nas entrada pelos portões e em todos os blocos de arquibancada e cadeiras - explica o gerente de operações da Arena, Marcelo Jorge.
Invasões: desafio à segurança
Uma das questões que causa preocupação aos clubes é a possibilidade de invasão ao campo. Com os estádios reformados, a distância do torcedor para o gramado no Beira-Rio é de apenas seis metros. Na Arena, é ainda menor e chega a cinco metros, além do fosso. Uma mudança na arquitetura dos estádios que requer uma nova abordagem de segurança.
- A gente trabalha com a mudança na cultura, que é muito mais preventiva do que corretiva. Primeiro, é feita uma abordagem com os orientadores, que estão sempre monitorando a movimentação para prestar um serviço de qualidade. Não tendo sucesso, a segurança privada faz uma segunda abordagem. Em casos extremos, a gente atua com a Brigada Militar.
Colorados na Arena não passaram de 1,5 mil
(Foto: Tomás Hammes/Globoesporte.com)
Outro tópico de debate entre especialistas e dirigentes é a legislação corrente sobre a punição que deve ser aplicada aos infratores. Para Noveletto, é necessária uma reformulação das leis relacionadas a torcedores.
- Acho que falta um projeto de lei ser aprovado. A Justiça não tem total autonomia para isso. É um fato novo. Se punir como se pune na Europa, diminuirão as confusões - opina.
Já o coronel Godói ressalta a ligação entre governo, polícia e clubes para coibir a ação dos infratores.
- Houve uma união entre governo, polícia e clubes de futebol. A punição a esse torcedor é severa. Estamos caminhando também nesse sentido de afastar as pessoas que cometem delitos. Afasáa-los do estádio de futebol. Estamos neste caminho - pondera.
Polêmicas sobre espaço de torcidas persistem
Levantado em meados de 2013, o debate sobre torcida única em Gre-Nais persistiu no segundo clássico do Brasileirão, quando o Inter mandou a partida em Caxias do Sul. Os colorados resolveram ceder 800 entradas, referentes aos 2,5% da capacidade do estádio concedidos pelos rivais para o jogo na Arena, enquanto os gremistas pediam os mesmos 1,5 mil ingressos que disponibilizaram ao Inter. Após uma semana de debates, a cúpula colorada acatou a decisão do STJD e liberou outros 500 ingressos ao Grêmio.
Para evitar polêmicas em 2014, os dois clubes entraram em acordo para decidir a capacidade nos três clássicos disputados no Gauchão. Ainda assim, foram registradas confusões entre colorados no primeiro Gre-Nal da competição, na Arena, e entre gremistas na final do Gauchão, em Caxias.
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Entre os dribles, golaços e grandes jogadas protagonizados pelos craques que pisaram o gramado do Beira-Rio durante a Copa do Mundo, a cena que mais marcou o Mundial em Porto Alegre foi a confraternização entre torcedores rivais nas arquibancadas. Um exemplo aos poucos fãs da dupla Gre-Nal que, com frequência, ganham as manchetes por cenas de violências. Passados os cinco jogos da competição no Rio Grande do Sul, fica o debate sobre o legado deixado pelo evento no comportamento dos gaúchos apaixonados por futebol.
Governo e autoridades locais, no entanto, se antecipam e garantem: a segurança do Mundial deve respingar positivamente nos jogos dos clubes na capital. Em especial, nos clássicos entre Grêmio e Inter, que foram alvos de polêmicas envolvendo a presença de torcedores visitantes nos confrontos. Número que parece baixar a cada clássico disputado. Em julho de 2013, nas vésperas do primeiro Gre-Nal da Arena, a Brigada Militar chegou a decidir por realizar o clássico sem a presença de visitantes.
Situação que só foi revertida graças a um acordo entre os dois clubes: o Inter levaria 1,5 mil torcedores ao novo estádio gremista.
O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Noveletto, defende a ampliação do espaço cedido aos visitantes nos clássicos das duas maiores equipes do estado. Muito de sua opinião vem do otimismo com a civilidade vista no Mundial.
- (É dividido em) Antes da Copa do Mundo e pós-Copa do Mundo - comemora. - Em um clássico com mil torcedores de visitantes, quem vai, no fim, são as torcidas organizadas. No estádio, elas ficam uma longe das outras para evitar bronca. Agora, se pegar as quatro ou cinco torcidas e comprimir em um espaço de mil pessoas, eles se odeiam. Não podem se ver. Vão acabar brigando entre eles - analisa.
Organizadas não são vistas como vilãs
Envolvidas em episódios de violência no estádio, as torcidas organizadas são isentas de culpa pelos especialistas, que veem o problema de forma isolada.
- Não é a multidão que é violenta. São pessoas infiltradas, ou em torcidas organizadas ou em outro padrão de funcionamento, e que acabam proporcionando as situações conflitantes - afirma o coronel da Brigada Militar João Godói.
- Existem torcedores que se infiltram e prejudicam as imagens das organizadas. Não podemos vincular as organizadas com a violência.
O clube necessita dela - destaca o gerente de operações da Arena do Grêmio, Marcelo Jorge.
Centenas de câmeras monitoram Beira-Rio e Arena (Foto: Reprodução/RBS TV)
Na opinião de especialistas, o primeiro passo para a manutenção dessa nova postura dos torcedores é reforçar os mecanismos de segurança nos estádios, como as câmeras de monitoramento. São 240 espalhadas pela Arena e 395 no Beira-Rio, que transmitem imagens ao Centro de Operações, local em que os responsáveis analisam os riscos que se podem ter e tomam as decisões sobre os procedimentos a serem adotados.
- As pessoas estão mais vigiadas aqui do que no Big Brother Brasil - avalia o vice-presidente de administração do Inter, José Amarante.
- A gente tem o monitoramento da chegada dos torcedores desde o acesso às rampas, nas entrada pelos portões e em todos os blocos de arquibancada e cadeiras - explica o gerente de operações da Arena, Marcelo Jorge.
Invasões: desafio à segurança
Uma das questões que causa preocupação aos clubes é a possibilidade de invasão ao campo. Com os estádios reformados, a distância do torcedor para o gramado no Beira-Rio é de apenas seis metros. Na Arena, é ainda menor e chega a cinco metros, além do fosso. Uma mudança na arquitetura dos estádios que requer uma nova abordagem de segurança.
- A gente trabalha com a mudança na cultura, que é muito mais preventiva do que corretiva. Primeiro, é feita uma abordagem com os orientadores, que estão sempre monitorando a movimentação para prestar um serviço de qualidade. Não tendo sucesso, a segurança privada faz uma segunda abordagem. Em casos extremos, a gente atua com a Brigada Militar.
Colorados na Arena não passaram de 1,5 mil
(Foto: Tomás Hammes/Globoesporte.com)
Outro tópico de debate entre especialistas e dirigentes é a legislação corrente sobre a punição que deve ser aplicada aos infratores. Para Noveletto, é necessária uma reformulação das leis relacionadas a torcedores.
- Acho que falta um projeto de lei ser aprovado. A Justiça não tem total autonomia para isso. É um fato novo. Se punir como se pune na Europa, diminuirão as confusões - opina.
Já o coronel Godói ressalta a ligação entre governo, polícia e clubes para coibir a ação dos infratores.
- Houve uma união entre governo, polícia e clubes de futebol. A punição a esse torcedor é severa. Estamos caminhando também nesse sentido de afastar as pessoas que cometem delitos. Afasáa-los do estádio de futebol. Estamos neste caminho - pondera.
Polêmicas sobre espaço de torcidas persistem
Levantado em meados de 2013, o debate sobre torcida única em Gre-Nais persistiu no segundo clássico do Brasileirão, quando o Inter mandou a partida em Caxias do Sul. Os colorados resolveram ceder 800 entradas, referentes aos 2,5% da capacidade do estádio concedidos pelos rivais para o jogo na Arena, enquanto os gremistas pediam os mesmos 1,5 mil ingressos que disponibilizaram ao Inter. Após uma semana de debates, a cúpula colorada acatou a decisão do STJD e liberou outros 500 ingressos ao Grêmio.
Para evitar polêmicas em 2014, os dois clubes entraram em acordo para decidir a capacidade nos três clássicos disputados no Gauchão. Ainda assim, foram registradas confusões entre colorados no primeiro Gre-Nal da competição, na Arena, e entre gremistas na final do Gauchão, em Caxias.
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