'Estádios são menos hostis nos jogos às 11h', diz perito em gestão esportiva

Especialista em gestão esportiva, Fernando Trevisan faz análise comportamental das torcidas nos jogos matutinos do Campeonato Brasileiro


Fonte: LanceNet!

Estádios são menos hostis nos jogos às 11h, diz perito em gestão esportiva
Torcida do Palmeiras encheu Allianz Parque em jogo disputado às 11h (Foto: Fernando Roberto/LANCE!Press)

Os jogos disputados às 11h de domingo, novidade implementada pela CBF nesta temporada, têm agradado ao público. Não é à toa que, amanhã, o Mineirão estará lotado para o duelo entre Atlético-MG e Joinville, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Mas o que motiva esta melhora em relação à presença da torcida nos estádios? O LANCE!Net consultou especialistas em gestão do esporte para entender.

Outro fator que atesta o sucesso dos compromissos disputados neste horário é o fato de três partidas deste tipo estarem entre os cinco melhores públicos da principal competição nacional.


O ponto chave é a entrada de torcedores com perfis diferentes nas cadeiras das novas arenas. O horário, segundo Fernando Trevisan, diretor geral da Trevisan Escola de Negócios, se adequa à rotina das famílias, o que possibilita a ida de crianças e jovens aos estádios.

– Não dá para comparar os jogos de domingo, às 11 horas, com os jogos de quarta e quinta-feira. É preciso analisar em relação ao de 16 horas no domingo, que também é um bom horário. É difícil explicar por que essa mudança tão drástica em relação ao público. Creio que esse horário se encaixe melhor nos horários, nas rotinas das famílias – avaliou.

O caráter mais familiar que os estádios de futebol tem ganhado possibilita a redução dos índices de violência, o que afastou muita gente do esporte há alguns anos. O especialista em gestão esportiva avalia esta situação, mas antes caracteriza aqueles que costumam frequentar o local neste horário.

– Não creio que seja um público diferente. Creio que, nestes jogos, o público tem um aditivo, porque a gente vê muitas crianças, famílias, todos torcendo ao lado daquele torcedor que já está acostumado a frequentar os estádios. É interessante, porque não foi uma estratégia estudada pela CBF. Pelo contrário. Aconteceu por uma eventualidade. Mudaram um jogo do Palmeiras em março, pelo Campeonato Paulista, por conta de protestos em São Paulo e acabou dando certo. A CBF adotou – comentou.

– A diminuição da violência é decorrência desse aditivo. As famílias enchem os estádios e isso muda um pouco o ambiente. Não tem aquela hostilidade que estamos acostumados a ver em campos de futebol. É uma mudança bem grande – acrescentou.

COM A PALAVRA: Pedro Trengrouse Laignier de Souza (Especialista em gestão esportiva da Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro)

É difícil comparar, sobretudo por serem em dias diferentes. O jogo de 11 horas tem se tornado atrativo por muitos motivos. A primeira questão é referente ao transporte. O jogo costuma ter mais pessoas por ser no período da manhã. É mais fácil para chegar ao estádio, porque o trânsito costuma ser melhor. Às vezes, quando o jogo é noturno, o transporte público para de funcionar antes do término da partida. É complicado.

O perfil é diferente. Historicamente, é normal que as pessoas estejam com seus familiares no fim de semana. É uma época de família, as pessoas costumam sair para almoçar, se encontrar, se reunir com os seus familiares. O público do meio de semana é diferente. Esses jogos de quarta, quinta-feira à noite têm pessoas que estão saindo do trabalho. Não dá para comparar maçã com banana.


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