Foto: Anderson Fetter / Agencia RBS
No Japão, ainda em sua época como jogador, Roger Machado percebeu que, em futebol, a velocidade não perde em importância para a técnica. Era o ano de 2004 e ele nem havia completado seis meses como jogador do Vissel Kobe quando comunicou ao seu intérprete que pediria rescisão de contrato para voltar ao Brasil.
— Eu não enxergo o que está acontecendo. A velocidade do jogo é muito alta para mim — justificou, quando perguntado das razões da desistência.
Aconselhado, Roger decidiu permanecer. Mas ainda levaria algum tempo até se acostumar com a correria da J-League, muito superior à brasileira. Hoje, ele sorri do episódio. Brinca ao dizer que driblava um japonês e, quando imaginava que outro surgiria em seu caminho, ressurgia o mesmo, tamanha sua rapidez. Do desconforto, resultou a consciência de que, quase sempre, vence uma partida quem é mais veloz.
São essas ideias de intensidade que o técnico pretende ver aplicadas outra vez na partida deste sábado, contra o Palmeiras, na Arena. Uma fórmula que funcionou nas vitórias contra Corinthians e Atlético-PR. Mais três pontos poderão aproximar o Grêmio do G-4, a próxima meta a ser atingida. Um salto significativo para quem ainda não tem um mês de casamata.
O desafio de comandar o clube do coração teve início na noite de 25 de maio, uma segunda-feira, com um telefonema do presidente Romildo Bolzan Júnior. Entre a ligação e o sim, passaram-se menos de 24 horas.
Escaldado pelas recusas de Cristóvão Borges e Doriva, o dirigente buscava agora um profissional com longa vivência dentro do clube. Sobre o novo alvo, havia tirado informações com Tinga, Bolívar e Magrão. Temeroso de que Bolzan pudesse ter outro nome na manga, Roger tomou a iniciativa:
— Já posso dar o treino amanhã, presidente?
O convite formal veio na terça, dia 26. O técnico, que não conseguira dormir direito na véspera, recebeu em sua casa o executivo Rui Costa. Tomaram café da manhã e discutiram as primeiras providências.
— Já quero dar o treino da tarde, se possível — avisou.
Ao entrar no vestiário, teve como primeiro foco a autoestima do grupo. Roger detectou um clima de insegurança. Lembrou o ano de 2006, quando teve seis treinadores numa mesma temporada no Fluminense.
— Antes de passar meus conceitos, teria que tentar entender, mapear o ambiente. A tarefa continua. Meu trabalho é a continuidade de uma base muito sólida que Felipão deixou para mim — resume.
Aos 40 anos, a carreira recém se inicia. Além da etapa como auxiliar técnico do Grêmio, as únicas experiências como comandante foram em Juventude e Novo Hamburgo. A base teórica, contudo, é forte.
Formado em Educação Física, Roger também fez curso de gestão no Inter. Queria entender toda a estrutura do futebol e, acima de tudo, realizar o desejo da mãe de criação, que o orientou a nunca deixar de buscar conhecimento.
— Eu me preparei desde sempre. Para mim, sinceramente, é muito natural estar aqui. Talvez o prazo tenha sido antecipado — avalia.
O técnico bebeu nas fontes de Felipão, Luxemburgo, Evaristo de Macedo e, claro, Tite. Com Celso Roth, diz ter aprendido a cultura do trabalho. Em 1998, o técnico o orientava a ficar cobrando faltas depois dos treinamentos.
— Para que treinar faltas se não vou bater no jogo? — perguntava Roger, exasperado por ter de estender a carga horária.
— Porque vai melhorar o seu cruzamento — respondia Roth, uma frase que o atual técnico do Grêmio diz nunca ter esquecido.
Na carreira de jogador, encerrada aos 34 anos, nos Estados Unidos, quando as dores nas costas não o deixavam mais jogar, foram cerca de 30 treinadores a comandá-lo.
— Aprendi com todos. Com uns, como fazer. Com outros, como não fazer. Eu dou as ferramentas. Minha tática tem que estar a serviço do talento dos jogadores, e não o contrário — resume Roger.
BRASILEIRÃO, 20/6, OITAVA RODADA
GRÊMIO
Tiago; Galhardo, Geromel, Rhodolfo e Marcelo Oliveira; Walace, Maicon, Giuliano (Yuri Mamute), Douglas e Pedro Rocha; Luan.
Técnico: Roger Machado
PALMEIRAS
Fernando Prass; Lucas, Victor Ramos, Vitor Hugo e Egídio; Gabriel, Arouca, Rafael Marques, Robinho e Dudu; Alecsandro.
Técnico: Marcelo Oliveira
Arbitragem: Raphael Claus (SP/Fifa), auxiliado por Danilo Ricardo Simon Manis (SP/Asp. Fifa) e Rafael da Silva Alves (RS/Asp. Fifa)
Horário: 21h
Local: Arena, Porto Alegre
O jogo no ar: o Premiere transmite a partida ao vivo. Consulte sua operadora. A Rádio Gaúcha abre a jornada às 20h15min. ZHEsportes acompanha lance a lance em tempo real.
VEJA TAMBÉM
- Lesão detectada e reforços apresentados: atualizações do Grêmio no futebol.
- Fluminense demonstra interesse em destaque do Grêmio para temporada de 2025
- Gurias gremistas se preparam para clássico decisivo no Gauchão Feminino
No Japão, ainda em sua época como jogador, Roger Machado percebeu que, em futebol, a velocidade não perde em importância para a técnica. Era o ano de 2004 e ele nem havia completado seis meses como jogador do Vissel Kobe quando comunicou ao seu intérprete que pediria rescisão de contrato para voltar ao Brasil.
— Eu não enxergo o que está acontecendo. A velocidade do jogo é muito alta para mim — justificou, quando perguntado das razões da desistência.
Aconselhado, Roger decidiu permanecer. Mas ainda levaria algum tempo até se acostumar com a correria da J-League, muito superior à brasileira. Hoje, ele sorri do episódio. Brinca ao dizer que driblava um japonês e, quando imaginava que outro surgiria em seu caminho, ressurgia o mesmo, tamanha sua rapidez. Do desconforto, resultou a consciência de que, quase sempre, vence uma partida quem é mais veloz.
São essas ideias de intensidade que o técnico pretende ver aplicadas outra vez na partida deste sábado, contra o Palmeiras, na Arena. Uma fórmula que funcionou nas vitórias contra Corinthians e Atlético-PR. Mais três pontos poderão aproximar o Grêmio do G-4, a próxima meta a ser atingida. Um salto significativo para quem ainda não tem um mês de casamata.
O desafio de comandar o clube do coração teve início na noite de 25 de maio, uma segunda-feira, com um telefonema do presidente Romildo Bolzan Júnior. Entre a ligação e o sim, passaram-se menos de 24 horas.
Escaldado pelas recusas de Cristóvão Borges e Doriva, o dirigente buscava agora um profissional com longa vivência dentro do clube. Sobre o novo alvo, havia tirado informações com Tinga, Bolívar e Magrão. Temeroso de que Bolzan pudesse ter outro nome na manga, Roger tomou a iniciativa:
— Já posso dar o treino amanhã, presidente?
O convite formal veio na terça, dia 26. O técnico, que não conseguira dormir direito na véspera, recebeu em sua casa o executivo Rui Costa. Tomaram café da manhã e discutiram as primeiras providências.
— Já quero dar o treino da tarde, se possível — avisou.
Ao entrar no vestiário, teve como primeiro foco a autoestima do grupo. Roger detectou um clima de insegurança. Lembrou o ano de 2006, quando teve seis treinadores numa mesma temporada no Fluminense.
— Antes de passar meus conceitos, teria que tentar entender, mapear o ambiente. A tarefa continua. Meu trabalho é a continuidade de uma base muito sólida que Felipão deixou para mim — resume.
Aos 40 anos, a carreira recém se inicia. Além da etapa como auxiliar técnico do Grêmio, as únicas experiências como comandante foram em Juventude e Novo Hamburgo. A base teórica, contudo, é forte.
Formado em Educação Física, Roger também fez curso de gestão no Inter. Queria entender toda a estrutura do futebol e, acima de tudo, realizar o desejo da mãe de criação, que o orientou a nunca deixar de buscar conhecimento.
— Eu me preparei desde sempre. Para mim, sinceramente, é muito natural estar aqui. Talvez o prazo tenha sido antecipado — avalia.
O técnico bebeu nas fontes de Felipão, Luxemburgo, Evaristo de Macedo e, claro, Tite. Com Celso Roth, diz ter aprendido a cultura do trabalho. Em 1998, o técnico o orientava a ficar cobrando faltas depois dos treinamentos.
— Para que treinar faltas se não vou bater no jogo? — perguntava Roger, exasperado por ter de estender a carga horária.
— Porque vai melhorar o seu cruzamento — respondia Roth, uma frase que o atual técnico do Grêmio diz nunca ter esquecido.
Na carreira de jogador, encerrada aos 34 anos, nos Estados Unidos, quando as dores nas costas não o deixavam mais jogar, foram cerca de 30 treinadores a comandá-lo.
— Aprendi com todos. Com uns, como fazer. Com outros, como não fazer. Eu dou as ferramentas. Minha tática tem que estar a serviço do talento dos jogadores, e não o contrário — resume Roger.
BRASILEIRÃO, 20/6, OITAVA RODADA
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Tiago; Galhardo, Geromel, Rhodolfo e Marcelo Oliveira; Walace, Maicon, Giuliano (Yuri Mamute), Douglas e Pedro Rocha; Luan.
Técnico: Roger Machado
PALMEIRAS
Fernando Prass; Lucas, Victor Ramos, Vitor Hugo e Egídio; Gabriel, Arouca, Rafael Marques, Robinho e Dudu; Alecsandro.
Técnico: Marcelo Oliveira
Arbitragem: Raphael Claus (SP/Fifa), auxiliado por Danilo Ricardo Simon Manis (SP/Asp. Fifa) e Rafael da Silva Alves (RS/Asp. Fifa)
Horário: 21h
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O jogo no ar: o Premiere transmite a partida ao vivo. Consulte sua operadora. A Rádio Gaúcha abre a jornada às 20h15min. ZHEsportes acompanha lance a lance em tempo real.
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