Promotor aguarda reabertura de investigação no caso 'Máfia do Apito'

José Reinaldo Guimarães Carneiro diz que árbitros envolvidos ainda podem ser condenados na esfera criminal e destaca importância do caso para mudança na lei


Fonte: SporTV

Promotor aguarda reabertura de investigação no caso Máfia do Apito
O maior esquema de manipulação de resultados do futebol brasileiro completa 10 anos em 2015 e pode ter novos desdobramentos, segundo o promotor criminal do caso José Reinaldo Guimarães Carneiro. Em entrevista ao "Redação SporTV", Carneiro explicou que a investigação criminal foi apenas uma das frentes envolvendo o caso conhecido por "Máfia do Apito" e pode ser reaberta e resultar em novas punições (assista ao vídeo acima).

- Todo mundo fala que na justiça criminal não deu em nada. Na verdade a máfia do apito teve três frentes muito grandes a partir da investigação (...) A segunda frente foi a investigação criminal. Não é que não havia crime, tínhamos crime de estelionato e de quadrilha, que foram as duas imputações que fizemos ainda em 2005. Não tínhamos um crime penal específico sobre esse assunto, só viemos a ter anos mais tarde. A investigação está dependendo de um recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), está na mão do relator desde 2013, aguardando uma solução. Se ganharmos esse recurso, a parte criminal que foi trancada volta a ser aberta e os árbitros poderão ser condenados na esfera criminal - disse, explicando que o crime de fraude no esporte não existia na época e atualmente integra o estatuto do torcedor.


Edilson Pereira de Carvalho árbitro (Foto: Ag. Estado)

Na ocasião, o esquema foi capa da revista Veja, em reportagem assinada por André Rizek, atualmente apresentador do "Redação", e houve remarcação de jogos do Campeonato Brasileiro. Após o escândalo, os árbitros Edilson Pereira de Carvalho Paulo José Danelon foram banidos do esporte e, ao lado do empresário Nagib Fayad, apontado como mentor, da CBF e da Federação Paulista de Futebol (FPF), condenados ao pagamento de uma indenização de R$ 180 milhões. São essas as duas outras frentes a que o promotor se referiu.

- A primeira foi no futebol, o Paulo e o Edilson foram imediatamente banidos do futebol ainda em 2005 e as partidas fraudadas foram refeitas. Muita gente não gostou daquilo, mas não havia outra solução (...) A terceira frente foi a civil que o MP do consumidor ajuizou e conseguiu condenações milionárias - explicou.

O promotor considerou o caso gravíssimo e, apesar de ver avanços de 2005 para cá, não descarta novos casos de "máfia do apito" no futebol brasileiro e mundial.

- A gente não pode ter certeza absoluta de que não estejam acontecendo fraudes no esporte, aliás, nem devemos ter em razão dos noticiários recentes. Conforta saber que há 10 anos o MP, numa parceria investigativa com jornalistas e com a Polícia Federal, já conseguia desvendar um esquema de fraude. Temos que ficar absolutamente atentos, o tempo todo, para evitar que essa paixão brasileira pelo futebol seja maculada, foi um fato muito grave. Se acontecesse hoje, teríamos um tipo penal na lei muito mais forte para rebater a "Máfia do Apito". Cabe às instituições, ao jornalismo investigativo, à policia federal e ao MP estar sempre de olhos bem abertos - disse.

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17/5/2024