Felipão tem Copa do Brasil e Brasileirão para se recuperar (Foto: Lucas Uebel/Divulgação Grêmio)
A receita de combinar competência com velha mística vem sendo tentada com insistência pelo Grêmio, mas ainda não deu certo. Em busca de saída para a meia década sem títulos, o Tricolor apostou recentemente no resgate de ídolos com passado vitorioso no clube. Felipão foi o último exemplo, com consequência semelhante. Ainda não conseguiu levantar taça desde seu retorno a Porto Alegre, assim como os ícones Renato Gaúcho como treinador e Fábio Koff como presidente. Se for levada em conta a seca em nível nacional, desde 2001, também foram "vítimas" da má fase os dois capitães dos títulos da Libertadores, Hugo De León e Adilson Batista.
Scolari chegou ao Grêmio no final de julho de 2014, menos de um mês após a goleada de 7 a 1 da seleção brasileira para a Alemanha na Copa. O casamento soava perfeito. O treinador voltava ao lar em busca de carinho, e o clube recebia um profissional que, 20 anos antes, havia conquistado praticamente tudo que disputara no Tricolor. Ressurgia também a parceria de êxito entre o comandante e Fábio Koff.
A torcida se mobilizou, encheu aeroporto, a média de público na Arena aumentou a partir da contratação de Felipão. E o início no Brasileirão foi promissor. Em novembro, com atuação de luxo, venceu o Inter por 4 a 1, quebrando jejum de dois anos sem bater o maior rival. Mas o time caiu de rendimento e deixou o G-4 nas rodadas finais. Na Copa do Brasil, torneio em que Felipão é expert, a equipe caiu nos tribunais, após caso de racismo logo na estreia.
Neste ano, o grande objetivo era o Gauchão. Mesmo com investimentos mais modestos, o time chegou à final contra o Inter sustentando longa invencibilidade. E o principal trunfo do presidente Romildo Bolzan era Felipão. O mandatário chegou a dizer que confiava "no taco" do treinador. Nas duas passagens anteriores, ambas vitoriosas, em nove decisões pelo Grêmio, só perdera duas. E jamais havia levado a pior em finais contra o Inter. Desta vez, no entanto, o encanto ruiu, e o rival foi penta do estadual.
> Relembre como foi a chegada de Felipão:
Fenômeno semelhante ocorrera com Renato Gaúcho. Após a demissão de Luxa na metade de 2013, chegava à Arena o ídolo campeão mundial como jogador, em julho - na mesma época da temporada em que retornaria Felipão um ano depois. O treinador já havia passado pelo Grêmio entre 2010 e 2011, sem taças. Repetiu a campanha de recuperação no Brasileirão e foi vice-campeão na segunda passagem, como ocorrera três anos antes. No entanto, caiu na semifinal da Copa do Brasil em casa para o Atlético-PR. Sequer venceu Gre-Nal.
Por desgaste e incompatibilidade financeira nas ofertas, não seguiu para 2014. Mesmo com toda a relação que nutre com Fábio Koff. O então presidente foi uma espécie de pai para o treinador nos seus tempos de ponta direita, nos anos 1980. Juntos, foram campeões da Libertadores e do mundo em 1983. Ver dois ícones lado a lado tanto tempo depois havia motivado a torcida na ocasião, mas os resultados não vieram.
Além de Felipão e Renato, a era de jejum também atingiu Fábio Koff, que, como se viu, recontratou ambos num intervalo curto de tempo. Presidente nas maiores conquistas do clube, o dirigente fora recolocado no poder, num antes improvável terceiro mandato após eleição no final de 2012. A campanha tinha muitos ex-jogadores vitoriosos como apoiadores, procurando resgatar a velha mística.
> Relembre a chegada de Renato ao Grêmio:
Em dois anos, contratou quatro técnicos - Vanderlei Luxemburgo, Renato Gaúcho, Enderson Moreira e Felipão. Nenhum dos três primeiros completou um ano em sua gestão. Koff ainda viveu uma situação inédita: não levantou taças e manteve o clube do coração na fila. Por pouco, não encerrou a gestão sem ganhar Gre-Nais. Com Felipão, conseguiu a desforra, o já citado 4 a 1 na Arena. O ex-presidente tentou seguir após eleger o sucessor Romildo Bolzan Júnior, mas deixou o cargo de vice de futebol por questões pessoais no início do ano. No momento, está internado num hospital em Porto Alegre com problemas de saúde.
Se for levado em conta o período de seca de títulos nacionais relevantes, desde 2001, outros dois ídolos foram combalidos no caminho. Curiosamente, os capitães das taças da Libertadores de 1983 e 1995, Hugo De León e Adilson. Nenhum dos dois conseguiu ser campeão e ainda ambos deixaram o clube demitidos, em 2005 e 2004, respectivamente.
Felipão, todavia, ainda tem tempo para inverter essa lógica de ídolos vencedores sem sucesso no retorno. No domingo, começa o Brasileirão, contra a Ponte Preta. E, na outra semana, inicia a segunda fase da Copa do Brasil, contra o CRB. Apesar do assédio de mercados ricos como o da China, Scolari garante que fica.
Renato Gaúcho também não conseguiu manter sua mística vencedora (Foto: Vinicius Costa / Agência Estado)
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Scolari chegou ao Grêmio no final de julho de 2014, menos de um mês após a goleada de 7 a 1 da seleção brasileira para a Alemanha na Copa. O casamento soava perfeito. O treinador voltava ao lar em busca de carinho, e o clube recebia um profissional que, 20 anos antes, havia conquistado praticamente tudo que disputara no Tricolor. Ressurgia também a parceria de êxito entre o comandante e Fábio Koff.
A torcida se mobilizou, encheu aeroporto, a média de público na Arena aumentou a partir da contratação de Felipão. E o início no Brasileirão foi promissor. Em novembro, com atuação de luxo, venceu o Inter por 4 a 1, quebrando jejum de dois anos sem bater o maior rival. Mas o time caiu de rendimento e deixou o G-4 nas rodadas finais. Na Copa do Brasil, torneio em que Felipão é expert, a equipe caiu nos tribunais, após caso de racismo logo na estreia.
Neste ano, o grande objetivo era o Gauchão. Mesmo com investimentos mais modestos, o time chegou à final contra o Inter sustentando longa invencibilidade. E o principal trunfo do presidente Romildo Bolzan era Felipão. O mandatário chegou a dizer que confiava "no taco" do treinador. Nas duas passagens anteriores, ambas vitoriosas, em nove decisões pelo Grêmio, só perdera duas. E jamais havia levado a pior em finais contra o Inter. Desta vez, no entanto, o encanto ruiu, e o rival foi penta do estadual.
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Fenômeno semelhante ocorrera com Renato Gaúcho. Após a demissão de Luxa na metade de 2013, chegava à Arena o ídolo campeão mundial como jogador, em julho - na mesma época da temporada em que retornaria Felipão um ano depois. O treinador já havia passado pelo Grêmio entre 2010 e 2011, sem taças. Repetiu a campanha de recuperação no Brasileirão e foi vice-campeão na segunda passagem, como ocorrera três anos antes. No entanto, caiu na semifinal da Copa do Brasil em casa para o Atlético-PR. Sequer venceu Gre-Nal.
Por desgaste e incompatibilidade financeira nas ofertas, não seguiu para 2014. Mesmo com toda a relação que nutre com Fábio Koff. O então presidente foi uma espécie de pai para o treinador nos seus tempos de ponta direita, nos anos 1980. Juntos, foram campeões da Libertadores e do mundo em 1983. Ver dois ícones lado a lado tanto tempo depois havia motivado a torcida na ocasião, mas os resultados não vieram.
Além de Felipão e Renato, a era de jejum também atingiu Fábio Koff, que, como se viu, recontratou ambos num intervalo curto de tempo. Presidente nas maiores conquistas do clube, o dirigente fora recolocado no poder, num antes improvável terceiro mandato após eleição no final de 2012. A campanha tinha muitos ex-jogadores vitoriosos como apoiadores, procurando resgatar a velha mística.
> Relembre a chegada de Renato ao Grêmio:
Em dois anos, contratou quatro técnicos - Vanderlei Luxemburgo, Renato Gaúcho, Enderson Moreira e Felipão. Nenhum dos três primeiros completou um ano em sua gestão. Koff ainda viveu uma situação inédita: não levantou taças e manteve o clube do coração na fila. Por pouco, não encerrou a gestão sem ganhar Gre-Nais. Com Felipão, conseguiu a desforra, o já citado 4 a 1 na Arena. O ex-presidente tentou seguir após eleger o sucessor Romildo Bolzan Júnior, mas deixou o cargo de vice de futebol por questões pessoais no início do ano. No momento, está internado num hospital em Porto Alegre com problemas de saúde.
Se for levado em conta o período de seca de títulos nacionais relevantes, desde 2001, outros dois ídolos foram combalidos no caminho. Curiosamente, os capitães das taças da Libertadores de 1983 e 1995, Hugo De León e Adilson. Nenhum dos dois conseguiu ser campeão e ainda ambos deixaram o clube demitidos, em 2005 e 2004, respectivamente.
Felipão, todavia, ainda tem tempo para inverter essa lógica de ídolos vencedores sem sucesso no retorno. No domingo, começa o Brasileirão, contra a Ponte Preta. E, na outra semana, inicia a segunda fase da Copa do Brasil, contra o CRB. Apesar do assédio de mercados ricos como o da China, Scolari garante que fica.
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Comentários
Comentários (1)
mas que culpa tem FELIPÃO se o Felipe Bastos amarelou e entregou o jogo falhando na marcação do primeiro e dando o segundo num passe de bandeja ao adversário de presente....
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