Vítima de arremesso de cadeiras pede segurança e fala em "marginalização da torcida"

Professora e conselheira do Inter, Najla Rodrigues Diniz, 38 anos, sofreu luxação no braço direito e teve de imobilizá-lo


Fonte: Diário Gaúcho

Vítima de arremesso de cadeiras pede segurança e fala em marginalização da torcida
Foto: Diego Vara / Agencia RBS

Najla Rodrigues Diniz, 38 anos, não viu o seu time erguer a taça de pentacampeão gaúcho no domingo sobre o maior rival. A professora e conselheira do Inter é uma das vítimas do arremesso de cadeiras feito pela torcida do Grêmio ao fim do clássico, na vitória do time de Diego Aguirre por 2 a 1. Ela sofreu luxação no braço direito e teve de imobilizá-lo por dez dias.

– Lamentável tudo isso. Eu quero o direito de ter torcida mista, torcida adversária no estádio. Mas também quero identificação biométrica, segurança – desabafa Najla, que fará o boletim de ocorrência nesta segunda.

A confusão vinda dos adversários, segundo a torcedora, iniciou ainda no intervalo, quando houve briga entre os gremistas e seguranças do Inter. Já na etapa final, a Brigada Militar teria deixado o setor e os gremistas conseguiram acesso até o guarda-corpo, antes impedido pela BM. Passaram, então, a jogar copos e outros objetos menores nos colorados que estavam no anel inferior, logo abaixo.

Cinco minutos após o término do jogo, o tumulto com as cadeiras teve início. Assentos foram arrancados e arremessados da superior, um destes atingindo Najla.

– Ter as duas torcidas no estádio é uma bandeira nossa. Isso me dá mais forças contra a marginalização da torcida e mostrar que os torcedores de verdade acabam ficando de fora. Estádio é espaço de todos os jeitos de torcida, menos aquele que se viu no Beira-Rio – diz a torcedora, que é do movimento político Povo do Clube.

Passado o susto, a torcedora comemorou o fato de o filho de 12 anos ter tido febre e desistido de ir ao clássico com ela e o marido, o professor Rodrigo Maciel Jacintho, 42 anos, que também estava na confusão, mas não se feriu.

Dois torcedores envolvidos já foram identificados e estão banidos de frequentar estádios enquanto o processo tramita. Terão de se apresentar, em dias de jogos do Grêmio, a uma delegacia de polícia. O Ministério Público solicitou abertura de inquérito à polícia para que as imagens sejam analisadas e mais torcedores identificados.

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