Dupla Gre-Nal inverte papéis, e jovens do Inter superam Grêmio 'cascudo'

Além de conquistar o pentacampeonato gaúcho no domingo, o Inter parece ter mostrado ao Grêmio como se faz para ser vencedor com jovens. Se o Tricolor apostou no início da temporada em garotos, foi o Colorado que chegou à decisão com mais da metade do time de apostas oriundas da base. E venceu ao natural por 2 a 1.

Ao todo são sete jovens que iniciaram na base colorada - ou ao menos terminaram sua formação no sub-23. A estatística não considera Nilmar, 30 anos, apesar de seu passado de raízes no clube. O fato é que Aguirre foi para uma decisão com um time repleto de garotos. No banco, o efeito contrário: nenhum formado no clube recentemente, só Muriel, 28 anos. No segundo tempo, quem entrou para administrar o resultado foram os experientes. Saíram Nilmar, D'Alessandro e Geferson, para os ingressos de Lisandro López, Alex e Alan Ruschel.

Aguirre pode ser considerado ainda mais vencedor, diante das críticas que recebera ao longo do Gauchão. Como disputa a Libertadores, o treinador usou praticamente duas equipes distintas. E não é que os jovens cresceram com o estadual, a ponto de, com confiança, serem capaz de decidirem no torneio continental? Principal exemplo da política é Valdívia, de reserva a artilheiro do time na temporada, com oito gols. Enquanto isso, jogadores badalados e caros, como Anderson e Vitinho, sequer sentaram no banco.

- Não me sentia ameaçado. Eu não entendia por que, em cada coletiva, era como se eu estivesse para ser demitido. Era estranho. Não entendia o motivo. Não queriam me dar tempo. Sei que no Brasil há muita cobrança. Um time grande como o Inter a exigência é total. Hoje, posso falar que a ideia deu certo. Assumimos risco, jogamos com jovens. Muitas coisas positivas - comemorou Aguirre. - Hoje, todos os jogadores estão preparados, motivados, com ritmo de jogo. Todos foram campeões.

O Grêmio não conseguiu ter o mesmo êxito com os garotos. Durante a pré-temporada, eles formavam quase 70% do elenco. E começaram o Gauchão como protagonistas. Como os resultados não vieram, a direção precisou deixar o time mais "cascudo". Chegaram nomes como Maicon, Braian Rodríguez e Cristian Rodríguez.

O resultado se viu em campo: apenas Luan era jovem formado na base - com o mesmo critério, Grohe, mais experiente, não entra na lista. Ao contrário do Inter, o Grêmio só tinha iniciantes no banco. E eles entraram para tentar resolver: Walace, Everton e Yuri Mamute, nas vagas dos experimentados Fellipe Bastos, Douglas e Braian. Embora admita que é necessário buscar reforços, o presidente Romildo Bolzan Júnior

- Não muda absolutamente nada no nosso planejamento. Temos uma situação consolidada de evolução nas finanças do clube e precisamos trabalhar mais ainda. Temos que fortalecer o plantel dentro de um critério lógico estabelecido desde o começo. Saímos de uma situação de derrubada do plantel, mudamos o panorama e chegamos de igualdade na final, poderíamos sair vencedores, mas não conseguimos. Vamos dar continuidade - disse o mandatário.

Time do Inter - 7 jovens da base
Alisson; William, Alan Costa, Ernando e Geferson; Rodrigo Dourado, Aránguiz, D'Alessandro, Valdívia e Eduardo Sasha; Nilmar

Banco do Inter - nenhum jovem da base
Muriel, Paulão, Alan Ruschel, Nico Freitas, Alex, Taiberson e Lisandro López.

Time do Grêmio - 1 jovem da base
Marcelo Grohe; Matías Rodríguez, Erazo, Rhodolfo e Marcelo Oliveira; Fellipe Bastos, Maicon, Douglas, Giuliano e Luan; Braian Rodríguez

Banco do Grêmio - todos da base
Tiago, Gabriel Silva, Walace, Júnior, Lincoln, Everton e Yuri Mamute 

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