Gre-Nais decisivos #7: expulsão de "moleque" e pênaltis moldam títulos

Sétima parte da série relembra um título de cada rival, desta vez em 1982 e 1989; finais de Gauchão em Gre-Nal estão empatadas em 12 a 12 têm tira-teima histórico


Fonte: Globo Esporte

Gre-Nais decisivos #7: expulsão de moleque e pênaltis moldam títulos


Geromel viveu na pele, no último domingo, no Gre-Nal 405, o quanto uma expulsão pode mudar o rumo de um clássico, como já havia ocorrido com Renato Gaúcho, em 1982, antes de virar ídolo e ganhar o mundo. Quem sabe, no confronto decisivo do Gauchão neste ano, os goleiros também não poderão sentir a tensão das penalidades para levar a taça, prova de fogo passada por Mazaropi e Ademir Maria, em 1989. Se a história se repetirá, ninguém sabe, mas são esses os embates relembrados nas linhas abaixo, que marcaram e valeram taça.

Trata-se do sétimo capítulo da série do GloboEsporte.com que irá relembrar, em 12 partes, os Gre-Nais que decidiram os campeões gaúchos de 24 edições do torneio, como ocorre nesta edição, em que haverá o desempate, o tira-teima (a conta está em 12 a 12) - o critério adotado na pesquisa considera clássicos que decidiram o campeão. Não precisa ser necessariamente uma final em mata-mata, mas a última rodada de um hexagonal, por exemplo. Os números são da pesquisa de Gustavo Manhago, chefe de redação de Esportes da RBS TV.

INTER: RENATO É EXPULSO E GERALDÃO BRILHA


Se a final de 1985, apresentada na série no domingo, foi de redenção para Renato, em 1982, o jovem passaria apuros. Sem imaginar que o ponteiro-direito seria o herói do título mundial um ano depois, a torcida do Grêmio o vaiou no Olímpico. Também pudera. Fora expulso um minuto depois de Geraldão abrir o placar da decisão de 28 de novembro por reclamar e ofender o árbitro Carlos Martins. Preparador físico do Tricolor, Julio Espinosa o chamou de "moleque irresponsável". Ainda levou nota zero no dia seguinte na cotação do jornal Zero Hora.

Geraldão não tinha nada a ver com isso. O centroavante, que havia passado sem brilho e sofrido críticas no Grêmio, precisaria vestir vermelho para se transformar num homem Gre-Nal. Anotou os dois gols do 2 a 0, chegando à significativa marca de cinco gols em dois clássicos consecutivos. O técnico colorado Ernesto Guedes não deixou o time fazer exame antidoping bem tomar banho no Olímpico. Correndo, foram todos ao Beira-Rio erguer a taça em seu lar.

GRÊMIO: MAZAROPI E A INÉDITA DECISÃO EM PÊNALTIS

Marcado para a última rodada, o Gre-Nal poderia decidir o campeão em pênaltis pela primeira vez, em 18 de junho de 1989.

Não deu outra. Os goleiros viraram a atração diante do insosso 0 a 0 no Olímpico. Mazaropi sempre foi um exímio pegador de cobranças. Salvou o Grêmio na Libertadores de 1983. Na quarta anterior, havia agarrado tiro da marca da cal, contra o Glória. Substituto de Taffarel, na Seleção, Ademir Maria tinha pegado duas cobranças em Gre-Nal do primeiro quadrangular.

Os gremistas, espertos, gritavam "Olimpia, Olimpia", clube paraguaio que eliminou o Inter na semifinal da Libertadores daquele ano nos pênaltis e no Beira-Rio. A catimba deu certo.

Mazaropi, o lobão, pegou duas finalizações, de Edu e Dacroce. Norton, Aguirregaray e Leomir converteram. Já o Tricolor só errou um. Chute no poste de Kita. Assis, Lino, Edinho e Cuca marcaram. Grêmio campeão gaúcho, na primeira decisão nos pênaltis em Gre-Nais. Voltando a ser penta estadual pela terceira vez - a última fora em 1966.

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