Marcelo Oliveira foi chamado de protótipo do sucesso para presidente (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
A frieza impressionou até ao campeão do mundo Felipão, acostumado a situações adversas no futebol. Mas não é essa a única característica que chama a atenção em Marcelo Oliveira. O volante, lateral e até zagueiro se caracteriza, também, pela intensidade e pela dedicação. Algo valorizado na história do Grêmio desde 1903. Pela entrega total e o bom desempenho em campo, acabou virando “protótipo de sucesso” dentro do Tricolor - palavras do próprio presidente Romildo Bolzan Júnior.
Em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com, o atleta comentou sobre o "moral" recebido do mandatário e também relevou ter impressionado Felipão com sua cobrança de pênalti na decisão de quinta-feira.
Um dos mais regulares do elenco, atuou em 15 jogos no Gauchão - ficou fora de dois, suspenso pelo terceiro amarelo e poupado. Só perde para o capitão Rhodolfo neste quesito. Contratado no início deste ano, Marcelo chegou sem grandes custos ao clube. Estava livre no mercado e assinou até o final de 2016. Em menos de quatro meses, já parece ter mais tempo de casa. Um pouco pela vontade de vestir a camisa do clube, algo que já vinha de seu passado. Revela que gostava das combinações do azul, branco e preto listrados no manto gremista.
- Já gostava muito da camisa do Grêmio, que achava linda. Acho linda. Depois vinha jogar contra, via a torcida. Foi dando essa vontade. Tanto é que quando acertei, tinha amigos que eu nem lembrava que tinha falado para eles que tinha vontade de jogar aqui. Mandaram mensagem, dando parabéns, que lembraram que eu tinha falado isso - destacou Marcelo Oliveira, em entrevista ao GloboEsporte.com.
A maneira como o lateral-esquerdo converteu o pênalti na vitória sobre o Novo Hamburgo, na última quinta-feira, com caminhar tranquilo e batida macia na bola, chamou a atenção (assista no vídeo acima). Havia sido motivo de preocupação do comandante gremista já no treinamento na véspera da partida. O treinador interpelou o jogador: “Essa é tua cobrança de jogo?”. Marcelo confirmou. E a colocou em prática na última quinta. Causasse calafrios em quem causasse.
- É o jeito que eu treino, assim mesmo. Quando bati o Felipão me perguntou: "Esse é o teu pênalti de jogo?"... Não sei se não ficou meio desconfiado, ou se só perguntou (risos). Mas falei que era, gosto de ir mais lento para a bola para ver se o goleiro mostra o lado que vai cair. E aconteceu isso, eu vi que o goleiro deu uma caída para o lado esquerdo eu só rolei para o outro lado - explicou o lateral.
Confira a entrevista exclusiva
GloboEsporte.com: Vamos começar pelo moral que te deu o presidente, há algum tempo, te chamando de protótipo do sucesso entre os reforços. Como tu recebeu isso em tão pouco tempo?
Marcelo Oliveira: Fico feliz pelo elogio, porque faz pouco tempo que eu cheguei e já receber um elogio assim do presidente é muito motivante. A gente trabalha sempre para poder estar melhorando, e ter o reconhecimento é legal. Mas tenho que fazer muito aqui ainda, correr muito ainda, para alcançar esse status. Mas vou fazer de tudo para que as palavras dele se concretizem.
Esperava tão rápido ter essa identificação, com elogios desta proporção?
Quando tem a mudança, a gente não sabe. A expectativa é a melhor possível, só que a gente não sabe como vai ser. Comentava com a minha esposa, aqui a gente está muito feliz, parece que estou há um tempo no Grêmio. Fui muito bem recebido pelo grupo, diretoria, presidente, todos que trabalham no Grêmio. Em campo as coisas foram acontecendo bem, claro que o começo nosso não foi tão positivo, mas falando individualmente, parecia que estava há tempo no clube, bem adaptado, com confiança para jogar, e isso foi muito positivo. Estou muito feliz mesmo.
E porque acha que foi assim?
Sou um jogador que me entrego muito, sou muito positivo também. Uma que cheguei aqui muito feliz porque era um sonho antigo jogar no Grêmio, tinha essa vontade. E chegou o dia de vestir essa camisa, cheguei muito motivado por isso. Depois é trabalho. Tem que continuar trabalhando e se dedicando ao máximo, a cada treino e a cada jogo, que as coisas vão acontecendo da melhor maneira. Graças a Deus tem dado certo.
Você falou em sonho de jogar no Grêmio. De onde tinha esse sonho?
Foi de jogar contra e ficar sempre acompanhando. Uma que já gostava muito da camisa do Grêmio, que achava linda. Acho linda. Depois vinha jogar contra, via a torcida. Foi dando essa vontade. Tanto é que quando acertei, tinha amigos que eu nem lembrava que tinha falado para eles que tinha vontade de jogar aqui. Mandaram mensagem, dando parabéns, que lembraram que eu tinha falado isso. Estou realmente muito feliz aqui.
Como se sente sendo um dos caras que mais jogou, ficando atrás apenas do capitão? Dá uma noção da tua importância...
Isso é legal, porque o jogador vai pegando confiança. O jogador tem que jogar mesmo para adquirir confiança e ritmo de ritmo. Tem que agradecer a confiança do Felipão também, que fez a minha contratação. Eu cheguei e ele me deu toda confiança, me colocou para jogar em várias posições. Tenho que corresponder e, dentro de campo, aproveitar isso. Eu venho fazendo isso.
Marcelo Oliveira concedeu entrevista na sala de imprensa do CT (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
Você citou o Felipão. A gente que acompanha o dia a dia vê ele, um senhor de 66 anos, campeão do mundo, muito ativo. Acaba sendo um exemplo para vocês também?
Com certeza, o Felipão dispensa comentários, o currículo dele e a história dele no futebol. Ganhou tudo. E aí é o que você falou. Um cara que é vencedor, já conquistou tudo na vida e está aqui com a gente. Você vendo essa disposição, essa entrega no dia a dia, não tem como não se motivar. Para quem almeja conquistar coisas na carreira, claro que é um exemplo muito bom para a gente, aqui no dia a dia estar com ele.
E falando de sua polivalência, tem algum segredo para se dar bem em posições diferentes?
Isso foi naturalmente acontecendo. Quando comecei mesmo minha posição era segundo volante no meio de campo. O Carpegiani (Paulo César Carpegiani, técnico) perguntou se fazia a ala, lateral, se atacava como ala e voltaria como volante. Falei que sim. Ali comecei na lateral e fui ficando. Mas acho que é observar no dia a dia, no treino, o posicionamento, o que tem que fazer naquela função. Eu observo muito isso. Ajuda bastante na hora de mudar de posição. É completamente diferente ali dentro de campo. De volante está cercado ao redor todo de jogadores, na defesa vê o jogo de mais de trás. Lateral fecha a linha para marcar, tem que atacar na hora certa...
E volante pode errar, tem o zagueiro atrás. Já na zaga não pode errar…
Isso, zagueiro não pode. Observo muito tudo isso no dia a dia, posicionamento de todos, e isso tem me ajudado bastante. E foi acontecendo naturalmente, graças a Deus consegui me adaptar e jogar nestas posições.
Marcelo Oliveira diz estar em casa no Grêmio (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
O teu pênalti, na quinta, deve ter causado calafrios na torcida. É teu jeito, mesmo?
É o jeito que eu treino, assim mesmo (risos). Quando bati aqui o Felipão me perguntou: "Esse é o teu pênalti de jogo?" Não sei se não ficou meio desconfiado, ou se só perguntou (risos). Mas falei que era, gosto de ir mais lento para a bola para ver se o goleiro mostra o lado que vai cair. E aconteceu isso, eu vi que o goleiro deu uma caída para o lado esquerdo e só rolei para o outro lado. É o jeito que gosto de bater, não gosto de vir correndo forte, sou mais assim. Tem que bater do jeito que treina, não era a hora de inventar ali. É o jeito que eu bato e foi assim, graças a Deus fiz o gol.
E essa classificação, mesmo que sofrida, também dá confiança para a semifinal?
Claro que uma classificação dá muita confiança, mas sabemos que não vai ser fácil. Nada é fácil. Sabíamos que o jogo seria difícil, até tomar o gol a gente estava muito bem na partida. Aí tomamos o gol de falta, o jogador deles bateu muito bem. Passa um monte de coisa na cabeça ali, estávamos em uma campanha boa, e perdendo dentro de casa nas quartas de final, sendo eliminado, não era o que a gente está traçando, nosso objetivo é chegar ao título. Passa um filme. Claro que erra um passe, erra outro. Mas tem que ter tranquilidade. Conversamos muito. Na volta do segundo tempo nos reunimos e falamos para tocar a bola com calma. Fizemos o primeiro gol e automaticamente dá confiança. Conseguimos apertar eles, bola na trave, e não entrava…. Aí quando vai para os pênaltis, com três bolas na trave... Nos pênalti não se sabe nunca o que vai acontecer. A gente merecia ter passado, o Novo Hamburgo fez uma grande partida, e está todo mundo de parabéns.
Marcelo Oliveira é dos mais experientes do elenco (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
Imagino também que deu um alívio, até pela importância que o Gauchão tem para o clube como um todo...
Alívio foi gigantesco, como eu falei, temos trabalhado muito, crescemos no campeonato, estamos em um momento bom, muito confiantes que podemos chegar ao nosso objetivo. E perder no jogo, estar sendo eliminado, faz passa um filme na cabeça. Mas graças a Deus conseguimos a classificação. Estamos aliviados e mais fortes ainda para encarar esses próximos jogos.
Uma curiosidade: chegaram a falar com o Magrão, sobre o drama de saúde que ele revelou antes do jogo?
Na verdade eu só fiquei sabendo depois do jogo. Tinha até mensagem no celular, mas eu vi depois. Quando estou indo para o jogo já não falo com ninguém no celular. Depois vi que tinha a mensagem de um amigo perguntando se tinha visto a entrevista do Magrão. Claro que se tivesse visto teria ido falar com ele alguma coisa, a gente em campo vira rival, mas fora todo mundo é amigo, companheiro. Vamos torcer muito que ele fique bem e dê tudo certo para ele, é um ser humano que gostamos bastante.
A partir de agora, são dois jogos nas decisões. O que muda?
Agora é claro que é melhor, mas também não pode pegar e ir no primeiro jogo "mais tranquilo", porque tem o segundo. Porque pode o time adversário abrir uma vantagem que fica difícil de reverter. Tem que encarar cada jogo como uma final, bem forte mesmo. Já vamos fortes nesse jogo, claro que tem o outro jogo para mudar qualquer resultado, mas já vamos buscar nossa vitória no primeiro.
E esperam o Juventude jogando fechado, como na Arena?
Por estarem jogando em casa o primeiro jogo, acredito que não possam ficar tão fechados como na Arena. Até porque acho que vão querer trazer alguma vantagem para Porto Alegre, vão sair para o jogo, vai ser um jogo difícil e precisamos estar bem preparados.
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A frieza impressionou até ao campeão do mundo Felipão, acostumado a situações adversas no futebol. Mas não é essa a única característica que chama a atenção em Marcelo Oliveira. O volante, lateral e até zagueiro se caracteriza, também, pela intensidade e pela dedicação. Algo valorizado na história do Grêmio desde 1903. Pela entrega total e o bom desempenho em campo, acabou virando “protótipo de sucesso” dentro do Tricolor - palavras do próprio presidente Romildo Bolzan Júnior.
Em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com, o atleta comentou sobre o "moral" recebido do mandatário e também relevou ter impressionado Felipão com sua cobrança de pênalti na decisão de quinta-feira.
Um dos mais regulares do elenco, atuou em 15 jogos no Gauchão - ficou fora de dois, suspenso pelo terceiro amarelo e poupado. Só perde para o capitão Rhodolfo neste quesito. Contratado no início deste ano, Marcelo chegou sem grandes custos ao clube. Estava livre no mercado e assinou até o final de 2016. Em menos de quatro meses, já parece ter mais tempo de casa. Um pouco pela vontade de vestir a camisa do clube, algo que já vinha de seu passado. Revela que gostava das combinações do azul, branco e preto listrados no manto gremista.
- Já gostava muito da camisa do Grêmio, que achava linda. Acho linda. Depois vinha jogar contra, via a torcida. Foi dando essa vontade. Tanto é que quando acertei, tinha amigos que eu nem lembrava que tinha falado para eles que tinha vontade de jogar aqui. Mandaram mensagem, dando parabéns, que lembraram que eu tinha falado isso - destacou Marcelo Oliveira, em entrevista ao GloboEsporte.com.
A maneira como o lateral-esquerdo converteu o pênalti na vitória sobre o Novo Hamburgo, na última quinta-feira, com caminhar tranquilo e batida macia na bola, chamou a atenção (assista no vídeo acima). Havia sido motivo de preocupação do comandante gremista já no treinamento na véspera da partida. O treinador interpelou o jogador: “Essa é tua cobrança de jogo?”. Marcelo confirmou. E a colocou em prática na última quinta. Causasse calafrios em quem causasse.
- É o jeito que eu treino, assim mesmo. Quando bati o Felipão me perguntou: "Esse é o teu pênalti de jogo?"... Não sei se não ficou meio desconfiado, ou se só perguntou (risos). Mas falei que era, gosto de ir mais lento para a bola para ver se o goleiro mostra o lado que vai cair. E aconteceu isso, eu vi que o goleiro deu uma caída para o lado esquerdo eu só rolei para o outro lado - explicou o lateral.
Confira a entrevista exclusiva
GloboEsporte.com: Vamos começar pelo moral que te deu o presidente, há algum tempo, te chamando de protótipo do sucesso entre os reforços. Como tu recebeu isso em tão pouco tempo?
Marcelo Oliveira: Fico feliz pelo elogio, porque faz pouco tempo que eu cheguei e já receber um elogio assim do presidente é muito motivante. A gente trabalha sempre para poder estar melhorando, e ter o reconhecimento é legal. Mas tenho que fazer muito aqui ainda, correr muito ainda, para alcançar esse status. Mas vou fazer de tudo para que as palavras dele se concretizem.
Esperava tão rápido ter essa identificação, com elogios desta proporção?
Quando tem a mudança, a gente não sabe. A expectativa é a melhor possível, só que a gente não sabe como vai ser. Comentava com a minha esposa, aqui a gente está muito feliz, parece que estou há um tempo no Grêmio. Fui muito bem recebido pelo grupo, diretoria, presidente, todos que trabalham no Grêmio. Em campo as coisas foram acontecendo bem, claro que o começo nosso não foi tão positivo, mas falando individualmente, parecia que estava há tempo no clube, bem adaptado, com confiança para jogar, e isso foi muito positivo. Estou muito feliz mesmo.
E porque acha que foi assim?
Sou um jogador que me entrego muito, sou muito positivo também. Uma que cheguei aqui muito feliz porque era um sonho antigo jogar no Grêmio, tinha essa vontade. E chegou o dia de vestir essa camisa, cheguei muito motivado por isso. Depois é trabalho. Tem que continuar trabalhando e se dedicando ao máximo, a cada treino e a cada jogo, que as coisas vão acontecendo da melhor maneira. Graças a Deus tem dado certo.
Você falou em sonho de jogar no Grêmio. De onde tinha esse sonho?
Foi de jogar contra e ficar sempre acompanhando. Uma que já gostava muito da camisa do Grêmio, que achava linda. Acho linda. Depois vinha jogar contra, via a torcida. Foi dando essa vontade. Tanto é que quando acertei, tinha amigos que eu nem lembrava que tinha falado para eles que tinha vontade de jogar aqui. Mandaram mensagem, dando parabéns, que lembraram que eu tinha falado isso. Estou realmente muito feliz aqui.
Como se sente sendo um dos caras que mais jogou, ficando atrás apenas do capitão? Dá uma noção da tua importância...
Isso é legal, porque o jogador vai pegando confiança. O jogador tem que jogar mesmo para adquirir confiança e ritmo de ritmo. Tem que agradecer a confiança do Felipão também, que fez a minha contratação. Eu cheguei e ele me deu toda confiança, me colocou para jogar em várias posições. Tenho que corresponder e, dentro de campo, aproveitar isso. Eu venho fazendo isso.
Marcelo Oliveira concedeu entrevista na sala de imprensa do CT (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
Você citou o Felipão. A gente que acompanha o dia a dia vê ele, um senhor de 66 anos, campeão do mundo, muito ativo. Acaba sendo um exemplo para vocês também?
Com certeza, o Felipão dispensa comentários, o currículo dele e a história dele no futebol. Ganhou tudo. E aí é o que você falou. Um cara que é vencedor, já conquistou tudo na vida e está aqui com a gente. Você vendo essa disposição, essa entrega no dia a dia, não tem como não se motivar. Para quem almeja conquistar coisas na carreira, claro que é um exemplo muito bom para a gente, aqui no dia a dia estar com ele.
E falando de sua polivalência, tem algum segredo para se dar bem em posições diferentes?
Isso foi naturalmente acontecendo. Quando comecei mesmo minha posição era segundo volante no meio de campo. O Carpegiani (Paulo César Carpegiani, técnico) perguntou se fazia a ala, lateral, se atacava como ala e voltaria como volante. Falei que sim. Ali comecei na lateral e fui ficando. Mas acho que é observar no dia a dia, no treino, o posicionamento, o que tem que fazer naquela função. Eu observo muito isso. Ajuda bastante na hora de mudar de posição. É completamente diferente ali dentro de campo. De volante está cercado ao redor todo de jogadores, na defesa vê o jogo de mais de trás. Lateral fecha a linha para marcar, tem que atacar na hora certa...
E volante pode errar, tem o zagueiro atrás. Já na zaga não pode errar…
Isso, zagueiro não pode. Observo muito tudo isso no dia a dia, posicionamento de todos, e isso tem me ajudado bastante. E foi acontecendo naturalmente, graças a Deus consegui me adaptar e jogar nestas posições.
Marcelo Oliveira diz estar em casa no Grêmio (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
O teu pênalti, na quinta, deve ter causado calafrios na torcida. É teu jeito, mesmo?
É o jeito que eu treino, assim mesmo (risos). Quando bati aqui o Felipão me perguntou: "Esse é o teu pênalti de jogo?" Não sei se não ficou meio desconfiado, ou se só perguntou (risos). Mas falei que era, gosto de ir mais lento para a bola para ver se o goleiro mostra o lado que vai cair. E aconteceu isso, eu vi que o goleiro deu uma caída para o lado esquerdo e só rolei para o outro lado. É o jeito que gosto de bater, não gosto de vir correndo forte, sou mais assim. Tem que bater do jeito que treina, não era a hora de inventar ali. É o jeito que eu bato e foi assim, graças a Deus fiz o gol.
E essa classificação, mesmo que sofrida, também dá confiança para a semifinal?
Claro que uma classificação dá muita confiança, mas sabemos que não vai ser fácil. Nada é fácil. Sabíamos que o jogo seria difícil, até tomar o gol a gente estava muito bem na partida. Aí tomamos o gol de falta, o jogador deles bateu muito bem. Passa um monte de coisa na cabeça ali, estávamos em uma campanha boa, e perdendo dentro de casa nas quartas de final, sendo eliminado, não era o que a gente está traçando, nosso objetivo é chegar ao título. Passa um filme. Claro que erra um passe, erra outro. Mas tem que ter tranquilidade. Conversamos muito. Na volta do segundo tempo nos reunimos e falamos para tocar a bola com calma. Fizemos o primeiro gol e automaticamente dá confiança. Conseguimos apertar eles, bola na trave, e não entrava…. Aí quando vai para os pênaltis, com três bolas na trave... Nos pênalti não se sabe nunca o que vai acontecer. A gente merecia ter passado, o Novo Hamburgo fez uma grande partida, e está todo mundo de parabéns.
Marcelo Oliveira é dos mais experientes do elenco (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
Imagino também que deu um alívio, até pela importância que o Gauchão tem para o clube como um todo...
Alívio foi gigantesco, como eu falei, temos trabalhado muito, crescemos no campeonato, estamos em um momento bom, muito confiantes que podemos chegar ao nosso objetivo. E perder no jogo, estar sendo eliminado, faz passa um filme na cabeça. Mas graças a Deus conseguimos a classificação. Estamos aliviados e mais fortes ainda para encarar esses próximos jogos.
Uma curiosidade: chegaram a falar com o Magrão, sobre o drama de saúde que ele revelou antes do jogo?
Na verdade eu só fiquei sabendo depois do jogo. Tinha até mensagem no celular, mas eu vi depois. Quando estou indo para o jogo já não falo com ninguém no celular. Depois vi que tinha a mensagem de um amigo perguntando se tinha visto a entrevista do Magrão. Claro que se tivesse visto teria ido falar com ele alguma coisa, a gente em campo vira rival, mas fora todo mundo é amigo, companheiro. Vamos torcer muito que ele fique bem e dê tudo certo para ele, é um ser humano que gostamos bastante.
A partir de agora, são dois jogos nas decisões. O que muda?
Agora é claro que é melhor, mas também não pode pegar e ir no primeiro jogo "mais tranquilo", porque tem o segundo. Porque pode o time adversário abrir uma vantagem que fica difícil de reverter. Tem que encarar cada jogo como uma final, bem forte mesmo. Já vamos fortes nesse jogo, claro que tem o outro jogo para mudar qualquer resultado, mas já vamos buscar nossa vitória no primeiro.
E esperam o Juventude jogando fechado, como na Arena?
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