Eduardo Peña, 38 anos, é o presidente da Arena Porto-Alegrense
Foto: Adriano de Carvalho / Agencia RBS
Responsável pela gestão da Arena, o porto-alegrense Eduardo Peña, 38 anos, celebra a média de público de 17,8 mil torcedores em oito jogos neste ano - mesmo sem a presença do Grêmio na Libertadores. O dirigente, no entanto, evita tecer qualquer comentário sobre a negociação da gestão do estádio entre o clube e a OAS: "está fora da minha alçada", diz.
Mas quando o assunto é a operação da Arena, ele responde com desenvoltura. A ZH, Peña fala sobre seus planos para a venda do naming rights e para atrair novos parceiros comerciais. Além disso, ressalta a importância da implantação do check-in (sócios colocam suas cadeiras à venda quando não vão ao jogo) em curto prazo no estádio. Veja os principais trechos da entrevista.
Uma média de público de 17,8 mil em um ano sem Libertadores surpreende?
Não a nós, que já conhecemos e estudamos este comportamento da torcida. Mas quem vê de fora se surpreende. Apesar de o clube não estar na Libertadores, tivemos um bom começo de ano. Recebemos bons públicos em jogos contra equipes que não são tão conhecidas.
A operação melhorou com o Grêmio dentro da Arena?
A comunicação está muito melhor, mais eficiente. Vivemos um ótimo momento de diálogo. Nos tornamos o que sempre deveríamos ser: uma coisa só, com o objetivo de fazer o melhor para o torcedor do Grêmio. A vinda do clube para cá, além de dar vida diária ao estádio, aproximou mais as equipes de trabalho.
E o restaurante atrás da goleira norte? Há previsão de instalação?
A gente gostaria muito de oferecer o restaurante, mas ainda não temos e não está previsto. Inclusive, estamos abertos a quem tiver interesse. Os locatários de camarote podem solicitar o serviço de catering (comida e bebida), que é mais personalizado. No mais, o atendimento é o normal dos bares.
O alto investimento para a instalação afasta interessados?
Pesa, sem dúvida. Quem deseja criar um empreendimento precisa verificar a viabilidade, o público-alvo e o circulante. A tendência é que isto melhore na medida em que a Arena amadurecer e os torcedores se sentirem mais em casa. Uma coisa atrai a outra.
Há negociação para a locação de outros espaços comerciais?
Além do Seraphine (restaurante e casa noturna), inaugurado no ano passado, este ano vamos abrir uma casa de festas infantis. As obras, já estão em execução no terceiro nível, no lado leste. Também estamos em negociações avançadas com a Hamburgueria do Grêmio, para instalar uma lanchonete na esplanada.
A inauguração do Liberdade (condomínio no Humaitá) vai aumentar o movimento na Arena?
Vai impactar muito. Imagino que as pessoas vão se socorrer da Arena para seu dia a dia. Então, vai se tornar ainda mais atrativo ter algo aqui dentro. Seja restaurante, lanchonete, lojas e até supermercado, porque não?
Como anda a venda de publicidade no estádio?
Temos diversos espaços disponíveis para que as empresas possam expor suas marcas. Já temos a Melnick Even, a Claro e estamos abertos a novos anunciantes. A ideia é que isso cresça cada vez mais. É uma ótima oportunidade de exposição, até pela frequência da torcida na Arena.
E o naming rights? Só será negociado após a venda da gestão ao Grêmio?
Não acho impossível que ocorra antes, até porque os contratos serão mantidos independente da mudança na gestão. Mas é claro que existe uma certa desconfiança e até uma resistência do mercado, esperando que isso se resolva. Não acho que seja impeditivo, os interesses do Grêmio e da gestora estão alinhados. E o naming rights é uma receita importante para nós.
Há negociação em andamento?
Não. Sempre recebemos sondagens, mas não há nenhuma proposta firmada.
Esta venda seria atrelada ao patrocínio da camisa do Grêmio?
O naming é um ativo muito importante, talvez o principal da Arena em termos de publicidade. Mas não há nada de concreto no momento, até por não existir proposta na mesa.
O check-in será implantado até o fim do ano?
Ainda não temos prazo. Mas é algo importante, do interesse do Grêmio e da Arena.
É por não ter o check-in que a Arena nunca lotou?
O clube tem sócios com espaço garantido nos jogos. Eles têm o direito de vir ou não vir. O Grêmio, por ser um clube grande, tem torcedores ao redor do mundo. Então, há sócios que mantém sua cadeira na Arena, mas não estão em Porto Alegre. Só utilizam quando estão por aqui.
A arrecadação com o check-in seria da gestora ou do clube?
Seria como o quadro social hoje (receita gerada por novos sócios é depositada em uma conta repassadora e dividida entre Grêmio e Arena). Mas precisamos conversar com o sócio antes. Ele precisa entender que é bom para ele, para o clube e para a Arena. Não sei se o check-in será implantado até o final do ano, mas é desejável que isto ocorra rápido.
O sócio que disponibilizar sua cadeira ao check-in receberá desconto?
Este funcionamento será estruturado pelo Grêmio. Afinal, o torcedor pertence ao quadro social do clube. Imagino que o modelo seja algo nesta linha, de o sócio receber algum benefício.
Como estão as obras viárias no entorno da Arena?
Não sei como isto anda. O que sei é que a empresa OAS entrou em recuperação judicial, então esta questão deve ser analisada neste contexto. É desejável que estas obras sejam executadas não só para a Arena, mas também para a população de Porto Alegre.
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Foto: Adriano de Carvalho / Agencia RBS
Responsável pela gestão da Arena, o porto-alegrense Eduardo Peña, 38 anos, celebra a média de público de 17,8 mil torcedores em oito jogos neste ano - mesmo sem a presença do Grêmio na Libertadores. O dirigente, no entanto, evita tecer qualquer comentário sobre a negociação da gestão do estádio entre o clube e a OAS: "está fora da minha alçada", diz.
Mas quando o assunto é a operação da Arena, ele responde com desenvoltura. A ZH, Peña fala sobre seus planos para a venda do naming rights e para atrair novos parceiros comerciais. Além disso, ressalta a importância da implantação do check-in (sócios colocam suas cadeiras à venda quando não vão ao jogo) em curto prazo no estádio. Veja os principais trechos da entrevista.
Uma média de público de 17,8 mil em um ano sem Libertadores surpreende?
Não a nós, que já conhecemos e estudamos este comportamento da torcida. Mas quem vê de fora se surpreende. Apesar de o clube não estar na Libertadores, tivemos um bom começo de ano. Recebemos bons públicos em jogos contra equipes que não são tão conhecidas.
A operação melhorou com o Grêmio dentro da Arena?
A comunicação está muito melhor, mais eficiente. Vivemos um ótimo momento de diálogo. Nos tornamos o que sempre deveríamos ser: uma coisa só, com o objetivo de fazer o melhor para o torcedor do Grêmio. A vinda do clube para cá, além de dar vida diária ao estádio, aproximou mais as equipes de trabalho.
E o restaurante atrás da goleira norte? Há previsão de instalação?
A gente gostaria muito de oferecer o restaurante, mas ainda não temos e não está previsto. Inclusive, estamos abertos a quem tiver interesse. Os locatários de camarote podem solicitar o serviço de catering (comida e bebida), que é mais personalizado. No mais, o atendimento é o normal dos bares.
O alto investimento para a instalação afasta interessados?
Pesa, sem dúvida. Quem deseja criar um empreendimento precisa verificar a viabilidade, o público-alvo e o circulante. A tendência é que isto melhore na medida em que a Arena amadurecer e os torcedores se sentirem mais em casa. Uma coisa atrai a outra.
Há negociação para a locação de outros espaços comerciais?
Além do Seraphine (restaurante e casa noturna), inaugurado no ano passado, este ano vamos abrir uma casa de festas infantis. As obras, já estão em execução no terceiro nível, no lado leste. Também estamos em negociações avançadas com a Hamburgueria do Grêmio, para instalar uma lanchonete na esplanada.
A inauguração do Liberdade (condomínio no Humaitá) vai aumentar o movimento na Arena?
Vai impactar muito. Imagino que as pessoas vão se socorrer da Arena para seu dia a dia. Então, vai se tornar ainda mais atrativo ter algo aqui dentro. Seja restaurante, lanchonete, lojas e até supermercado, porque não?
Como anda a venda de publicidade no estádio?
Temos diversos espaços disponíveis para que as empresas possam expor suas marcas. Já temos a Melnick Even, a Claro e estamos abertos a novos anunciantes. A ideia é que isso cresça cada vez mais. É uma ótima oportunidade de exposição, até pela frequência da torcida na Arena.
E o naming rights? Só será negociado após a venda da gestão ao Grêmio?
Não acho impossível que ocorra antes, até porque os contratos serão mantidos independente da mudança na gestão. Mas é claro que existe uma certa desconfiança e até uma resistência do mercado, esperando que isso se resolva. Não acho que seja impeditivo, os interesses do Grêmio e da gestora estão alinhados. E o naming rights é uma receita importante para nós.
Há negociação em andamento?
Não. Sempre recebemos sondagens, mas não há nenhuma proposta firmada.
Esta venda seria atrelada ao patrocínio da camisa do Grêmio?
O naming é um ativo muito importante, talvez o principal da Arena em termos de publicidade. Mas não há nada de concreto no momento, até por não existir proposta na mesa.
O check-in será implantado até o fim do ano?
Ainda não temos prazo. Mas é algo importante, do interesse do Grêmio e da Arena.
É por não ter o check-in que a Arena nunca lotou?
O clube tem sócios com espaço garantido nos jogos. Eles têm o direito de vir ou não vir. O Grêmio, por ser um clube grande, tem torcedores ao redor do mundo. Então, há sócios que mantém sua cadeira na Arena, mas não estão em Porto Alegre. Só utilizam quando estão por aqui.
A arrecadação com o check-in seria da gestora ou do clube?
Seria como o quadro social hoje (receita gerada por novos sócios é depositada em uma conta repassadora e dividida entre Grêmio e Arena). Mas precisamos conversar com o sócio antes. Ele precisa entender que é bom para ele, para o clube e para a Arena. Não sei se o check-in será implantado até o final do ano, mas é desejável que isto ocorra rápido.
O sócio que disponibilizar sua cadeira ao check-in receberá desconto?
Este funcionamento será estruturado pelo Grêmio. Afinal, o torcedor pertence ao quadro social do clube. Imagino que o modelo seja algo nesta linha, de o sócio receber algum benefício.
Como estão as obras viárias no entorno da Arena?
Não sei como isto anda. O que sei é que a empresa OAS entrou em recuperação judicial, então esta questão deve ser analisada neste contexto. É desejável que estas obras sejam executadas não só para a Arena, mas também para a população de Porto Alegre.
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