Foto: Eduardo Moura
O retorno de Grêmio e Internacional aos treinamentos nesta semana suscitaram debate Brasil afora se o momento é propício para se falar em futebol. A pandemia do novo coronavírus ainda não arrefeceu e os números crescem diariamente. No Rio Grande do Sul, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Luciano Hocsman, concedeu entrevista exclusiva após a reunião com o governo estadual e rechaçou qualquer tipo de pressão pela volta das partidas. Todos os clubes do interior ganharão 50 testes.
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O fato de discutir um possível retorno do esporte transformou clubes e Federação em alvos de críticas. O dirigente da entidade garante que a reunião e a apresentação de uma minuta de protocolo ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é para ganhar tempo. A volta dos jogos em maio está descartada e todos os clubes ganharão de 10 a 15 dias para retreinamento.
"A FGF não tem feito movimentou ou pressão para a competição recomeçar nem os clubes. A competição vai retornar quando os órgãos de saúde determinarem" (Luciano Hocsman)
— Não está se discutindo o retorno do futebol. Em nenhum momento está se discutindo que tem que começar hoje, amanhã, em 15 dias. O que a FGF apresentou foi um manancial de medidas para, quando houver a liberação com segurança e responsabilidade pelas autoridades sanitárias, nós já estarmos com esse protocolo definido e elaborado para não perdermos mais tempo — explicou Hocsman ao GloboEsporte.com.
No encontro, a Federação ouviu que o principal problema será a regionalização a ser definida no decreto estadual da próxima sexta-feira. O governo marcará áreas com bandeiras de diferentes cores para mostrar a situação de cada região. Se uma cidade com time no Gauchão estiver em uma restrita, por exemplo, impediria a realização de partidas.
O protocolo apresentado pela FGF prevê 50 testes a todos clubes da competição além de Grêmio e Inter e corte de pessoas no dia dos jogos, entre outras medidas. Os participantes da competições participam de uma reunião nesta quarta-feira. Confira abaixo a entrevista com Hocsman depois do encontro.
Como transcorreu a reunião presidente?
Apresentamos uma ideia de protocolo de jogo da FGF com seus clubes e uma possibilidade de retomada do Campeonato Gaúcho. O governador olhou a apresentação, trocamos ideias e ele ficou de levar para o Gabinete de Crise e para a Secretaria da Saúde analisar e adequar a proposição ao que está previsto pelo governo, a questão das bandeiras, da regionalização e ficamos de conversar novamente.
Já tem data pra esse novo encontro?
O governador, dentro da sua agenda, vai levar a nossa proposição a debate e no próximo decreto já pode haver alguma regulamentação sobre o futebol. Nos resta aguardar, vão nos encaminhar o que o governo entende que seja necessário adequar no nosso protocolo e vamos verificar e certamente adequar.
Qual foi a posição do governador ao ouvir a proposta da Federação?
A grande situação que é preciso adequar são as bandeiras do estado e sua regionalização. Cada região vai ter sua questão de contaminação. É o que precisa ser adequado e encontrado a solução para eventualmente uma região haja uma bandeira de impossibilidade de atividade, a gente ver como vai se portar.
Estão em contatos com os prefeitos já das cidades envolvidas no Gauchão?
Logicamente a gente fazendo desde o final de abril contato com os prefeitos de cada região e cidade dos clubes envolvidos para entender a situação de cada cidade, também para prever uma possível data de retomada da competição.
O que dá pra adiantar que estava nessa minuta apresentada?
Colocamos a chegada do campo de jogo, posicionamento, transporte das delegações, uso de máscara de todo o período da competição, quantitativos de delegação, de operação, de testagem. Apresentamos a ideia na FGF com relação aos testes que pretendemos fazer e os momentos. A disposição dos profissionais da imprensa no gramado e cenários de datas possíveis, mas que entendemos por bem não fazer qualquer tipo de previsão. Queremos fazer uma coisa de cada vez e o cenário do Covid-19 vai mudando dia a dia. É preferível adequar os protocolos e verificar gradativamente a situação para quando tomar a decisão, ela se concretizar.
Os clubes do interior não têm a mesma condição que a Dupla Gre-Nal, que adquiriu testes. A Federação irá garantir testes para todos os jogadores?
A FGF fez um trabalho através do departamento de marketing, com toda diretoria, uma parceria com um laboratório credenciado para dar um teste positivo. Vamos disponibilizar aos clubes no momento do retreinamento 50 testes para cada equipe, fora Dupla Gre-Nal, aquele do PCR, e depois quando do reinício da competição, mais uma bateria de 50 testes. A partir do encerramento da fase eliminatória, a gente vai analisar a necessidade junto com a Secretaria de Saúde de outros testes. Mas a princípio seria isso.
Esse cenário da regionalização também impacta na volta aos clubes. Como fica essa questão?
A questão do retreinamento fica atrelada à realidade de cada cidade, conforme orientação e liberação dos seus prefeitos. Não temos ingerência sobre isso. O que garantimos aos clubes é que a partir do momento que houver com segurança e responsabilidade, sem expôr ninguém, a possibilidade de retomar a competição, garantimos um período de 10 a 15 dias de retreinamento, independente de quem já tem a possibilidade de treinar agora. A partir do momento que tenhamos uma data, vamos garantir esse período para cada equipe.
No fim de semana, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marcheza, se mostrou cético do retorno do futebol em breve. Como o senhor recebeu essa opinião do prefeito?
O prefeito provavelmente tem seu dados técnicos, precisamos respeitar. A gente cumpre o que é determinado pelas autoridades de governo estaduais e municipais. Precisamos analisar no dia a dia, como estamos fazendo, para que com responsabilidade e segurança, a gente possa retomar toda e qualquer atividade no Rio Grande do Sul, não só o futebol.
O senhor não quer falar em previsões, mas para maio se pode descartar o futebol no RS?
Maio não tem condições, até pelo retreinamento. Estamos no dia 5, se tivéssemos os 15 dias, ficaria para o fim de maio. E cidades não autorizaram ainda qualquer atividade. Em maio não tem como se jogar futebol ainda. Prefiro seguir na linha de não fazer qualquer previsão de retorno, para não gerar falsa expectativa e a gente se frustrar depois.
Tem causado controvérsia e críticas o fato de se discutir a volta ao futebol enquanto não chegamos ao pico da doença. Não é um risco alto que se corre nesse momento?
Vou falar exclusivamente aqui da Federação Gaúcha. Não está se discutindo o retorno do futebol. Em nenhum momento está se discutindo que tem que começar hoje, amanhã ou em 15 dias. O que a FGF apresentou foi um manancial de medidas para, quando houver a liberação com segurança e responsabilidade pelas autoridades sanitárias, nós já estarmos com esse protocolo definido e elaborado para não perdermos mais tempo. A FGF não tem feito movimentou ou pressão, nem os clubes, para a competição recomeçar. Respeitamos muito. Desde o dia 16 de março, nosso posicionamento vem sendo no sentido que a competição vai retornar quando os órgãos de saúde nos determinarem a possibilidade de retornar com segurança.
Que prejuízos teremos no calendário, porque cada vez mais o prazo corre para frente, o que influencia outras competições. Trabalha-se o Gauchão encerrado no campo?
Temos a expectativa que termine dentro do campo. Temos diversos fatores que temos que analisar, a questão do contrato dos atletas, manutenção do elenco dos clubes, especialmente aqueles que não tem calendário nacional. Precisamos ter isso em mente, não dá para esperar até o final do ano. Nossa intenção é de concretizar dentro do campo o campeonato, as demais competições estão atreladas uma a outra, Libertadores, Copa do Brasil, datas-Fifa, aí precisa uma decisão de todos os cenários para ter o impacto efetivo no calendário nacional.
Quantas pessoas no protocolo apresentado estão envolvidas em uma partida além de jogadores e comissão?
No total estamos trabalhando com em torno de 150 a 180 pessoas já considerando delegações e equipe de arbitragem, equipes de TV, toda essa situação. Para um estádio grande. Em estádio onde a capacidade é menor, podemos até diminuir esse quantitativo. Temos que apresentar no máximo. Normalmente, os estádios da Dupla Gre-Nal não se abre o estádio, em termos de estafe, com menos de 300 pessoas. Tirando repórteres, podemos colocar aí com pessoal da imprensa, mais 200, 300. Já pode ter um número significativamente menor.
O retorno, quando acontecer, será sem torcida.
A torcida faz parte do evento futebol, é uma festa por si só, mas precisamos saber que sem torcida fica mais triste. É para ela que trabalhamos e fazemos o evento. Lógico que se pudesse voltar com torcida, melhor. Não dá, vamos trabalhar com o que temos. É decidido que independente do momento que voltar, enquanto não houver liberação geral, vamos jogar sem público. E vamos aguardar para conseguir ter com segurança o retorno do futebol com torcida e fazendo a festa que é o futebol.
Grêmio, FGF, Presidente, Clubes, Retorno, Gauchão, Entrevista, Imortal
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O fato de discutir um possível retorno do esporte transformou clubes e Federação em alvos de críticas. O dirigente da entidade garante que a reunião e a apresentação de uma minuta de protocolo ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é para ganhar tempo. A volta dos jogos em maio está descartada e todos os clubes ganharão de 10 a 15 dias para retreinamento.
"A FGF não tem feito movimentou ou pressão para a competição recomeçar nem os clubes. A competição vai retornar quando os órgãos de saúde determinarem" (Luciano Hocsman)
— Não está se discutindo o retorno do futebol. Em nenhum momento está se discutindo que tem que começar hoje, amanhã, em 15 dias. O que a FGF apresentou foi um manancial de medidas para, quando houver a liberação com segurança e responsabilidade pelas autoridades sanitárias, nós já estarmos com esse protocolo definido e elaborado para não perdermos mais tempo — explicou Hocsman ao GloboEsporte.com.
No encontro, a Federação ouviu que o principal problema será a regionalização a ser definida no decreto estadual da próxima sexta-feira. O governo marcará áreas com bandeiras de diferentes cores para mostrar a situação de cada região. Se uma cidade com time no Gauchão estiver em uma restrita, por exemplo, impediria a realização de partidas.
O protocolo apresentado pela FGF prevê 50 testes a todos clubes da competição além de Grêmio e Inter e corte de pessoas no dia dos jogos, entre outras medidas. Os participantes da competições participam de uma reunião nesta quarta-feira. Confira abaixo a entrevista com Hocsman depois do encontro.
Como transcorreu a reunião presidente?
Apresentamos uma ideia de protocolo de jogo da FGF com seus clubes e uma possibilidade de retomada do Campeonato Gaúcho. O governador olhou a apresentação, trocamos ideias e ele ficou de levar para o Gabinete de Crise e para a Secretaria da Saúde analisar e adequar a proposição ao que está previsto pelo governo, a questão das bandeiras, da regionalização e ficamos de conversar novamente.
Já tem data pra esse novo encontro?
O governador, dentro da sua agenda, vai levar a nossa proposição a debate e no próximo decreto já pode haver alguma regulamentação sobre o futebol. Nos resta aguardar, vão nos encaminhar o que o governo entende que seja necessário adequar no nosso protocolo e vamos verificar e certamente adequar.
Qual foi a posição do governador ao ouvir a proposta da Federação?
A grande situação que é preciso adequar são as bandeiras do estado e sua regionalização. Cada região vai ter sua questão de contaminação. É o que precisa ser adequado e encontrado a solução para eventualmente uma região haja uma bandeira de impossibilidade de atividade, a gente ver como vai se portar.
Estão em contatos com os prefeitos já das cidades envolvidas no Gauchão?
Logicamente a gente fazendo desde o final de abril contato com os prefeitos de cada região e cidade dos clubes envolvidos para entender a situação de cada cidade, também para prever uma possível data de retomada da competição.
O que dá pra adiantar que estava nessa minuta apresentada?
Colocamos a chegada do campo de jogo, posicionamento, transporte das delegações, uso de máscara de todo o período da competição, quantitativos de delegação, de operação, de testagem. Apresentamos a ideia na FGF com relação aos testes que pretendemos fazer e os momentos. A disposição dos profissionais da imprensa no gramado e cenários de datas possíveis, mas que entendemos por bem não fazer qualquer tipo de previsão. Queremos fazer uma coisa de cada vez e o cenário do Covid-19 vai mudando dia a dia. É preferível adequar os protocolos e verificar gradativamente a situação para quando tomar a decisão, ela se concretizar.
Os clubes do interior não têm a mesma condição que a Dupla Gre-Nal, que adquiriu testes. A Federação irá garantir testes para todos os jogadores?
A FGF fez um trabalho através do departamento de marketing, com toda diretoria, uma parceria com um laboratório credenciado para dar um teste positivo. Vamos disponibilizar aos clubes no momento do retreinamento 50 testes para cada equipe, fora Dupla Gre-Nal, aquele do PCR, e depois quando do reinício da competição, mais uma bateria de 50 testes. A partir do encerramento da fase eliminatória, a gente vai analisar a necessidade junto com a Secretaria de Saúde de outros testes. Mas a princípio seria isso.
Esse cenário da regionalização também impacta na volta aos clubes. Como fica essa questão?
A questão do retreinamento fica atrelada à realidade de cada cidade, conforme orientação e liberação dos seus prefeitos. Não temos ingerência sobre isso. O que garantimos aos clubes é que a partir do momento que houver com segurança e responsabilidade, sem expôr ninguém, a possibilidade de retomar a competição, garantimos um período de 10 a 15 dias de retreinamento, independente de quem já tem a possibilidade de treinar agora. A partir do momento que tenhamos uma data, vamos garantir esse período para cada equipe.
No fim de semana, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marcheza, se mostrou cético do retorno do futebol em breve. Como o senhor recebeu essa opinião do prefeito?
O prefeito provavelmente tem seu dados técnicos, precisamos respeitar. A gente cumpre o que é determinado pelas autoridades de governo estaduais e municipais. Precisamos analisar no dia a dia, como estamos fazendo, para que com responsabilidade e segurança, a gente possa retomar toda e qualquer atividade no Rio Grande do Sul, não só o futebol.
O senhor não quer falar em previsões, mas para maio se pode descartar o futebol no RS?
Maio não tem condições, até pelo retreinamento. Estamos no dia 5, se tivéssemos os 15 dias, ficaria para o fim de maio. E cidades não autorizaram ainda qualquer atividade. Em maio não tem como se jogar futebol ainda. Prefiro seguir na linha de não fazer qualquer previsão de retorno, para não gerar falsa expectativa e a gente se frustrar depois.
Tem causado controvérsia e críticas o fato de se discutir a volta ao futebol enquanto não chegamos ao pico da doença. Não é um risco alto que se corre nesse momento?
Vou falar exclusivamente aqui da Federação Gaúcha. Não está se discutindo o retorno do futebol. Em nenhum momento está se discutindo que tem que começar hoje, amanhã ou em 15 dias. O que a FGF apresentou foi um manancial de medidas para, quando houver a liberação com segurança e responsabilidade pelas autoridades sanitárias, nós já estarmos com esse protocolo definido e elaborado para não perdermos mais tempo. A FGF não tem feito movimentou ou pressão, nem os clubes, para a competição recomeçar. Respeitamos muito. Desde o dia 16 de março, nosso posicionamento vem sendo no sentido que a competição vai retornar quando os órgãos de saúde nos determinarem a possibilidade de retornar com segurança.
Que prejuízos teremos no calendário, porque cada vez mais o prazo corre para frente, o que influencia outras competições. Trabalha-se o Gauchão encerrado no campo?
Temos a expectativa que termine dentro do campo. Temos diversos fatores que temos que analisar, a questão do contrato dos atletas, manutenção do elenco dos clubes, especialmente aqueles que não tem calendário nacional. Precisamos ter isso em mente, não dá para esperar até o final do ano. Nossa intenção é de concretizar dentro do campo o campeonato, as demais competições estão atreladas uma a outra, Libertadores, Copa do Brasil, datas-Fifa, aí precisa uma decisão de todos os cenários para ter o impacto efetivo no calendário nacional.
Quantas pessoas no protocolo apresentado estão envolvidas em uma partida além de jogadores e comissão?
No total estamos trabalhando com em torno de 150 a 180 pessoas já considerando delegações e equipe de arbitragem, equipes de TV, toda essa situação. Para um estádio grande. Em estádio onde a capacidade é menor, podemos até diminuir esse quantitativo. Temos que apresentar no máximo. Normalmente, os estádios da Dupla Gre-Nal não se abre o estádio, em termos de estafe, com menos de 300 pessoas. Tirando repórteres, podemos colocar aí com pessoal da imprensa, mais 200, 300. Já pode ter um número significativamente menor.
O retorno, quando acontecer, será sem torcida.
A torcida faz parte do evento futebol, é uma festa por si só, mas precisamos saber que sem torcida fica mais triste. É para ela que trabalhamos e fazemos o evento. Lógico que se pudesse voltar com torcida, melhor. Não dá, vamos trabalhar com o que temos. É decidido que independente do momento que voltar, enquanto não houver liberação geral, vamos jogar sem público. E vamos aguardar para conseguir ter com segurança o retorno do futebol com torcida e fazendo a festa que é o futebol.
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